3.001
Nome do Grupo
Afroreggae
Componentes

Ales
Altair Golfinho
Ando
CB Jorge
Cláudio Menezes
Cleber Sena
Def Yuri
Demétrius Gomes
Dinho
Evandro João da Silva
Hermano
Jairo Cliff
José Júnior
Juninho
LG (Luiz Gustavo)
Magig Júlio
Michele Costa
Moredison Cordeiro
Nelson Meirelles
Paulo Neguéba
Plácido Pascoal
Ricardo Pinda

Dados Históricos e Artísticos

Em decorrência da chacina ocorrida em 1993 na favela de Vigário Geral, subúrbio do Rio de Janeiro, foi criada uma ONG, Grupo Cultural Afro Reggae (com mais de 100 funcionários, cerca de 400 crianças envolvidas no projeto que tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Fundação Ford) e na qual, após uma oficina de percussão, surgiu a banda musical. Mais tarde a banda foi apadrinhada por Caetano Veloso e Regina Casé, fazendo sua primeira apresentação em 1995.
No ano de 1997 a banda se apresentou em Paris com o show “Nova cara”, e logo depois excurssionou pela Europa. Com uma mistura de ritmos como funk, reggae, axé, rap e bass, além de samba. A banda apresentou-se no “Rock In Rio” fazendo uma releitura de “Assim falou Zaratusta”.
Em 2001, com produção de Dudu Marote e direção artística de Caetano Veloso, a banda lançou o primeiro CD, “Nova cara”, pela gravadora Universal. O disco, lançado no Teatro Rival no Rio de Janeiro, contou com a participação de Caetano Veloso na faixa “Meus telefonemas” (Caetano Veloso, Dinho, LG, José Júnior, Cláudio Menezes e Jairo Cliff) e composições de autoria de integrantes do grupo, entre elas, “Capa de revista” (Juninho, Ando, José Júnior, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho, Hermano e Paulo Neguéba) e “Tô bolado” de autoria de Dinho, Ando, LG, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho, Cláudio Menezes e Demétrius Gomes.
Em parceria com o rapper MV BILL, a  banda criou o projeto “Conexões urbanas”, apresentando grandes artistas em comunidades carentes do Rio de Janeiro. Em agosto de 2001 o projeto estreou no Morro da Formiga com a participação de Fernanda Abreu. A segunda edição do projeto aconteceu na favela da Vila Cruzeiro, na Penha, contando com apresentação de Caetano Veloso e, em sua terceira edição, levou para Inhaúma, Zona Norte do Rio de Janeiro, o grupo Titãs, além dos criadores do projeto.
Sobre a banda escreveu Hermano Vianna: “O multi-estilo afroreggae é produto do esforço de algumas manifestações mais vitais surgidas na música brasileira em tempos recentes: mangue beat; rap paulistano; samba-reggae baiano; funk carioca. Aqui e ali, ecos de raga jamaicano traduzidos pelo Rappa, do hip-hop-hardcore transformado pelo Planet Hemp, de batidas de xaxado e techno ou de toques de capoeira e candomblé. Não é fusão. Mas é mais que justaposição. Música-Barraco: construída com uma variedade estonteante de elementos, mas elementos que se juntam seguindo um método, um plano e transformam-se em lares (sonoros ou não), e o conjunto de lares forma uma comunidade”.
Em 2002 a banda comemorou nove anos com show AfroReggae & convidados (MV Bill e Gabriel, O Pensador) no Studio 54, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na ocasião fez o lançamento do clipe “Conflitos urbanos”, baseado na música homônima de autoria de Ando, LG, José Júnior, Altair Golfinho, Cláudio Menezes, Demétrius Gomes e Magic Julio. Em setembro do mesmo ano o grupo se apresentou no evento “Ecos da Baixada”, organizado pelo SESC de Nova Iguaçu. Neste mesmo ano de 2002, fez show de lançamento do novo CD “Nova cara” no Canecão. O AfroReggae manteve durante vários anos um programa na Rádio Viva Favela, outro na Rádio Viva Rio e outro na Rádio 94 FM, além de um espaço diário na rádio 98 FM, intitulado “Minuto Afroreggae”. O grupo ainda é um celeiro de renovação artística no Brasil e também para o estrangeiro: dois integrantes no grupo Rappa, um menino no circo Ringling Bros, três no Circo Universoul, em Atlanta (EUA), quatro com a atriz Luana Piovani e dois contratados pela Xuxa. Entre os diversos fãs do Afroreggae estão Gerald Thomas, Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto, Fernanda Abreu, Flora e Gilberto Gil, Daniela Mercury, David Byrne, Pedro Almóvadar, Titãs, Skank, entre outros.
No ano de 2003, um de seus principais integrantes, Júnior (34 anos), lançou o livro “Da favela para o mundo”, com lançamento pela Aeroplano Editora, no qual relata os dez anos do grupo e das viagens nacionais e internacionais da banda. Neste mesmo ano, o grupo recebeu no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, o prêmio “Orilaxé” e fez show também no Sesc da Tijuca. Ainda em 2003, ao completar 10 anos de fundação, o grupo organizou diversas manifestações no Rio de Janeiro: show ao ar livre nos Arcos da Lapa, tendo como convidados Caetano Veloso, MV Bill, Lenine Banda Makala; no Teatro João Caetano, Exposição de fotografia “Da favela para o mundo”; lançamento do clipe “Me espere”; espetáculo “Circoetério”; cerimônia de entrega do Prêmio Orilaxé (com apresentação de Tony Garrido e Fernanda Abreu). Entre os vários eventos em comemoração ao aniversário, destacam-se também , no Sesc da Tijuca o debate “O papel dos Projetos Sociais na transformação da Sociedade Brasileira” com Rubem César Fernandes (do Movimento Viva-Rio) e Márcia Florêncio (do Grupo Cultural AfroReggae). Neste mesmo ano, ao lado do grupo O Rappa e MV Bill, participou do projeto “Conexões urbanas”, no bairro da Cidade de Deus.
No carnaval de 2004 o Afroreggae apresentou-se também como Bloco carnavalesco. O bloco desfilou com 200 percussionistas em algumas ruas das Zonas Oeste, Norte e Sul do Rio de Janeiro.
Segundo José Júnior,  coodenador executivo da ONG Grupo Cultural AfroReggae: “Em geral a favela é vista como pedinte. Com o bloco, queremos representar o povo do morro que doa cultura para o asfalto”. A banda, neste mesmo ano, voltou a apresentar-se no projeto “Conexões urbanas”, desta vez junto ao rapper MV Bill e o grupo Os Paralamas do Sucesso, em Bangú, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No ano de 2006 o grupo lançou o segundo disco “Nenhum motivo explica a guerra”, produzido por Chico Neves, disco no qual foram incluídas as faixas “Coisa de negão”, “Mais uma chance” (com letra de José Júnior), “Aquarela dela” (com letra do poeta Geraldo Carneiro) e a faixa-título “Nenhum motivo explica a guerra”, com letra de Arnaldo Antunes. Destacaram-se também do CD as faixas “Benedito”, que contou com a participação especial de Manu Chao e tem  entre os compositores José Júnior, Jorge Mautner e Nélson Jacobina e ainda a música “Quero só você”, tendo Liminha e Nando Reis entre os compositores.
Em 2007 deu continuidade ao projeto Conexões Urbanas apresentando-se no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, juntamente com Marisa Monte e a equipe Furacão 2000, de Rômulo Costa, sendo as próximas apresentações do grupo nas comunidades da Vila Vintém, Rocinha Acari, nas quais terão como convidados Elba Ramalho, Charlie Brown, Lulu Santos e o grupo de reggae Natiruts. O grupo também fez turnês pelos Estados Unidos e em vários países da Europa, entre os quais Inglaterra (Barbican Center, de Londres) e Alemanha.
Em 2008 apresentou seu novo show, “Favelization”, com músicas inéditas e antigos sucessos, no Barbican Centre, em Londres.
Em outubro de 2009 foi assassinado um dos principais integrantes do grupo, o articulador e coordenador de projetos sociais Evandro João da Silva, após um assalto no centro do Rio de Janeiro. Os policiais liberaram os assassinos, não prestaram socorro a Evandro que agonizava após ter levado um tiro e ainda, segundo vários jornais, ficaram com alguns pertences da vítima, como jaqueta e tênis. Neste mesmo ano a banda exibiu-se no Itaú Cultural, em São Paulo com os seguintes convidados: Stewart Sukuma, Leandro Sapucahy, Maurício Tizumba, Jards Macalé e Arnaldo Antunes.
Em 2011 a banda Afroreggae lançou o quarto disco solo.

Discografias
2006 Gravadora Geléia Geral CD Nenhum motivo explica a guerra
2001 Universal Music CD Nova cara
Obras
Capa de revista (Juninho, Ando, José Júnior, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho, Hermano e Paulo Neguéba)
Conflitos urbanos (Ando, LG, José Júnior, Altair Golfinho, Cláudio Menezes, Demétrius Gomes e Magic Julio)
Explosão do Rio (Ando, LG, José Júnior e Ricardo Pinda)
Hino do Abadá / Tem que ter moral (Dinho, Ando e LG)
Hunidade (Ando, José Júnior, Altair Golfinho e Cláudio Menezes)
Iguais sobrepondo iguais (Juninho, Dinho, Ando, Jairo, LG, José Júnior, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho, Cláudio Menezes, Magic Julio, Hermano, Paulo Neguéba e Def Yuri)
Me espere (Juninho, Dinho, LG, José Júnior, Altair Golfinho, Cláudio Menezes, Paulo Neguéba e Michele Costa)
Mesmo assim (LG, Plácido Pascoal e Moredison Cordeiro)
Meus telefonemas (Dinho, Caetano Veloso, LG, José Júnior, Cláudio Menezes e Jairo Cliff)
Pegajoso (Dinho, Nelson Meirelles, LG, José Júnior, CB Jorge e Demétrius Gomes)
Poesia orgânica (Ando, José Júnior, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho e Cláudio Menezes)
Som de V. G. (Ando, LG e Ales)
Tô bolado (Dinho, Ando, LG, CB Jorge, Cleber Sena, Altair Golfinho, Cláudio Menezes e Demétrius Gomes)
Shows
2003 Lapa, RJ, MV BILL, Lenine, Banda Makala e Caetano Veloso
AfroReggae & Convidados. (MV BILL e Gabriel, O Pensador.). Studio 54, RJ,
AfroReggae. SESC de Nova Iguaçu, RJ,
Elza Soares e AfroReggae. Lona Cultural João Bosco, RJ,
Entrega do Prêmio Orilaxé (AfroReggae e Lenine). Teatro Carlos Gomes, RJ,
O Rappa, MV Bill e Afroreggae. Projeto Conexões Urbanas. Cidade de Deus, RJ,
Projeto Conexões Urbana. (c/ MV BILL e Caetano Veloso). Vila Cruzeiro, RJ,
Projeto Conexões Urbana. (c/ MV BILL e Fernanda Abreu). Morro da Formiga, RJ,
Projeto Conexões Urbana. (c/ MV BILL e Titãs). Inhaúma, RJ,
Projeto Conexões Urbana. (c/ MV BILL, Racionais MC e Gabriel, O Pensador). Favela Furquim Mendes, RJ,
Projeto Conexões urbanas (c/ Os Paralamas do Sucesso e MV Bill). Bangu, RJ.
Show Nova Cara. Canecão, RJ,
Show Nova cara. Teatro Rival, RJ,
Tim Festival. Museu de Arte Moderna. RJ,
Clips
2002 Conflitos Urbanos.
Bibliografia crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

JÚNIOR. José. Da favela para o mundo. Rio de Janeiro: Aeroplano Editora, 2003.