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Nome Artístico
Zilda do Zé
Nome verdadeiro
Zilda Gonçalves
Data de nascimento
18/3/1919
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
31/1/2002
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora. Compositora.

Em 1938, casou com o cantor e compositor José Gonçalvez com quem formou a dupla Zé e Zilda que fez muito sucesso nos anos 1950.

Dados artísticos

Começou a carreira artística apresentando-se na Rádio Transmissora na qual conheceu o compositor e seu futuro marido José Gonçalves. Pouco depois formou com ele a Dupla da Harmonia. Em 1938, ano em que se casou, passou a atuar com o marido na Rádio Cruzeiro do Sul onde a dupla foi rebatizada pelo radialista Paulo Roberto em cujo programa atuavam como “Zé da Zilda e Zilda do Zé”, abreviada para Zé e Zilda, como apareceram no selo dos discos que gravaram.
Em 1946, teve o samba-choro “Caboclo africano”, com José Gonçalves, gravado na Continental por Jorge Veiga. Gravou com o marido as marchas “A hora da onça”, com Ari Monteiro, e “Morena do Brasil”, com Oldemar Magalhães.
Em 1952, gravou com o marido a marcha “Parafuso”, parceria dos dois e Adelino Moreira. Nesse ano, o samba “Nosso amor” e o mambo “Filho de mineiro”, com José Gonçalves, foram gravados por Emilinha Borba na Continental. No ano seguinte a dupla gravou o bambu “Levou o diabo”, com  José Gonçalves e O . Silva, e com Diamantino Gomes a marcha “Vendedor de pirulito”, parceria com José Gonçalves. Nesse ano, gravou com José Gonçalves a marcha “Saca-rolha”, que foi seu maior sucesso. Teve ainda a marcha “Quebra mar”, com Adelino Moreira e José Gonçalves, gravada por Marlene e “Pedido a São João”, também uma marcha, parceria com Ricardo Galeno e José Gonçalves, gravada pelos Vocalistas Tropicais, as duas na Continental.
Em 1954, gravou com José Gonçalves o samba “Destruiram o morro”, parceria dos dois com Claudionor Santana, e as marchas “Ressaca”, com José Gonçalves, que obteve grande sucesso, e “Guarda essa arma”, com José Gonçalves e Jorge Gonçalves. Ainda nesse ano, o Coro de Artistas da Odeon gravou os sambas “Império do samba”, com José Gonçalves, um dos destaques do ano e “Samba do assovio”, com José Gonçalves e A . Silva.
Em 1955, teve a marcha “Ressaca” gravada em ritmo de tango pela Orquestra Típica de Osvaldo Borba. No mesmo ano, fez com José Gonçalves e Rubens Campos, a marcha “As águas continuam” e, com José Gonçalves, Adolfo Macedo e Airton Borges o samba “Vai que depois eu vou”, gravadas pouco depois da súbita morte do marido, expressamente para homenageá-lo no carnaval. Especialmente o último foi das mais cantadas no carnaval daquele ano. Ainda nesse ano, Nora Ney gravou com Ataulfo Alves e Suas Pastoras o samba “Vou de tamanco” e Linda Rodrigues o samba “Olha no espelho”, parcerias com José Gonçalves, os dois na Continental. Gravou também o samba-canção “Meu Zé”, de sua autoria e Ricardo Galeno, e com Lili, gravou “Maria Joaquina”, parceria com José Gonçalves.
Em 1956, continuou a gravar sozinha lançando pela Odeon o choro “Iaiá faceira”, o “Mambo caçador” e os sambas “Laranja madura” e “Perdoar”, parcerias com José Gonçalves. Em 1957, lançou o samba “Felicidade”, parceria com José Gonçalves, Marcelino Ramos e Eli Campos, e a marcha “Eu quero beber”, com José Gonçalves e W. Goulart. Em 1958, gravou o samba “Amor, vem me buscar”, de Airton Borges, Adolfo Macedo e Adilson Moreira, e a marcha “Feiúra é apelido”, com José Gonçalves e Colatino. Mesmo depois da morte do marido, ela fazia questão de manter o nome dele nas parcerias, como homenagem. Em 1959, sagrou-se vice-campeã do concurso para músicas carnavalescas da prefeitura do então Distrito Federal com o samba “Vem me buscar”, de sua autoria e por ela mesma defendido em espetáculo realizado com grande presença de público no Teatro João Caetano.
Em 1960, gravou para o carnaval a marcha “Seu talão vale um milhão”, de Nelson Trigueiro, S. Mesquita e Elpídio Viana, num disco que tinha ainda os sambas “Quero morar”, com F. Garcia e Vanda Rodrigues, e “Volte mulher”, com José Augusto, e a  marcha “Pente fino”, com Raul Sampaio e Haroldo Lobo.
Em 1961, gravou sozinha o samba “Vem amor”, com Romeu Gentil e Paquito, e a marcha “O papagaio”, de José Roberto Kelly, Mário Barcelos e Leda Gonçalves. Em 1963, fez com Carvalhinho o samba “O lelê da Lalá” e com Jorger Silva o bolero “Meu castigo” gravados por Roberto Audi na Copacabana. Em 1972, fez sucesso no carnaval com a marcha “A nega ficou maluca”, de sua autoria, Zé Filho e Carlos Marques. Em 1977, suas gravações em dueto com Zé da Zilda para as marchas “Saca-Rolha”, com Zé da Zilda e Waldir Machado, e “Ressaca”, com Zé da Zilda, e sua gravação solo para o samba “Vai Que Depois Eu Vou”, com Zé da Zilda, Adolfo Macedo e Airton Borges, fizeram parte do LP “Meio Século de Carnaval Carioca – 1915/1965 – VOL. 4 – 1951 / 1965 – Série Monumento da Música Popular Brasileira” da gravadora Coronado/EMI-Odeon.

Discografias
1961 Copacabana 78 Vem amor/O papagaio
1960 Athena 78 Quero morar/Volte mulher/Pente fino/Seu talão vale um milhão
1958 Odeon 78 Amor, vem me buscar/Feiúra é apelido
1956 Odeon 78 Felicidade/Eu quero beber
1956 Odeon 78 Iaiá faceira/Mambo caçador
1956 Odeon 78 Laranja madura/Perdoar
1955 Odeon 78 Meu Zé/Maria Joaquina
Obras
A hora da onça (c/ Ari Monteiro)
As águas continuam (c/ José Gonçalves e Rubens Campos)
Caboclo africano (c/ José Gonçalves)
Destruiram o morro (c/José Gonçalves e Claudionor Santana)
Eu quero beber (c/ José Gonçalves e W. Goulart)
Feiúra é apelido (c/ José Gonçalves e Colatino)
Felicidade (c/ José Gonçalves, Mrcelino Ramos e Eli Campos)
Filho de mineiro (c/ José Gonçalves)
Guarda essa arma (c/ José Gonçalves e Jorge Gonçalves)
Iaiá faceira (c/ José Gonçalves)
Império do samba (c/ José Gonçalves)
Laranja madura (c/ José Gonçalves)
Levou o diabo (c/ José Gonçalves e O . Silva)
Mambo caçador (c/ José Gonçalves)
Maria Joaquina (c/ José Gonçalves)
Mentira (c/ José Gonçalves e O . Silva)
Meu Zé (c/ Ricardo Galeno)
Meu castigo (c/ Jorge Silva)
Morena do Brasil (c/ Oldemar Magalhães)
Nosso amor (c/ José Gonçalves)
O lelê da Lalá (c/ Carvalhinho)
Olha o espelho (c/ José Gonçalves)
Parafuso (c/ José Gonçalves e Adelino Moreira)
Pedido a São João (Ricardo Galeno e José Gonçalves)
Pente fino (c/ Raul Sampaio e Haroldo Lobo)
Perdoar (c/ José Gonçalves)
Quebra mar (c/ Adelino Moreira e José Gonçalves)
Quero morar (c/ F. Garcia e Vanda Rodrigues):
Ressaca (c/ José Gonçalves)
Saca-rolha (c/ José Gonçalves e Valdir Machado)
Samba o assovio (c/ José Gonçalves e A . Silva)
Saravá (c/ Carvalhinho)
Vai que depois eu vou (c/ José Gonçalves, Adolfo Macedo e Airton Borges)
Vem amor (c/ Romeu Gentil e Paquito)
Vendedor de pirulito (c/ José Gonçalves)
Volte mulher (c/ José Augusto)
Vou de tamanco (c/ José Gonçalves)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.