Cantor. Compositor. Instrumentista. Integrante da famosa dupla Zezé di Camargo e Luciano. Nascido e criado no interior de Goiás, juntamente com mais cinco irmãos, começou a cantar ainda criança, quando ganhou do pai uma gaita. Autodidata, por volta dos dez anos, ganhou do pai um acordeom e começou a cantar com o irmão Emival sempre contando com o apoio do pai que ensaiava os filhos e os incentivava a cantar. A história de sua vida ficaria registrada através do filme “Dois filhos de Francisco”, de Breno Siveira, grande triunfo do cinema do Brasil em 2006.
Começou a carreira artística ainda criança cantando em dupla com o irmão Emival. A dupla se apresentava em festas na cidade de Pirinópolis. Com dificuldades financeiras, a família migrou para a cidade de Goiânia e a carreira da dupla tomou impulso a partir de apresentações feitas na rodoviária. Foram vistos por um empresário que resolveu levar os irmãos para apresentar-se em várias cidades pelo interior do estado, dando-lhes o nome de Camargo e Camarguinho. Com o sucesso, a dupla passou muito tempo longe de casa, o que fez os pais porem fim à temporada com o empresário. Tempos depois, retornam a trabalhar como o mesmo empresário, utilizando, a partir de então, o nome de Deybi e Deberson. Fizeram apresentações em inúmeras cidades, mas a carreira da dupla interrompeu-se bruscamente, devido a um acidente rodoviário, que resultou na morte de Emival. Zezé, então resolveu parar de cantar, apenas retomando a carreira anos depois. No final da década de 1970, mudou-se para São Paulo a fim de tentar a carreira artística. Formou com o cantor Zazá, a dupla Zazá e Zezé. A dupla, a partir de 1980, gravou três discos que, no entanto, não obtiveram grande sucesso. Em 1980, gravou três músicas de sua autoria, no primeiro LP que lançou em dupla com Zazá: “Casinha triste”, com João do Pinho; “Canção pra Vera” e “Onde ela está”. Em 1982, lançou outro LP em dupla com Zazá, no qual foram registradas mais seis obras de sua autoria: “Gosto de fruta”; “Esperança morta”; “Posto da esquina”; com Zé de Melo; “Coração de ninguém” e “Entre o céu e o inferno”, com Lourival Siriano e “Despida na cama”, com Bandeirante e Lourival Siriano. Em 1984, gravou, com Zazá, o LP “Festa dos quinze anos”, que incluiu uma composição sua: “Paraíso”, com José Fernandes. Com o fim da dupla em 1984, resolveu partir para a carreira solo e, em1986, lançou seu primeiro disco no qual cantou as músicas ” Estrelas”, de sua autoria; “Quero ter você comigo”, com Zé Poxoréo; “Faz eu perder o juízo (Killing me softly with his song)”, de N. Gimble e C. Fox, com versão de Alf Soares; “Chove em meu coração (Raining in my heart)”, de B. Bryant e F. Bryant, com versão de Joel Marques; “Correntes”, de Fátima Leão e Zancopé Simões; “Cama vazia”, de Fátima Leão e Felipe, e “Momentos a dois”, “Direito meu”, “Canto a saudade”, “Gotas” e “Casamento natural”, todas de Fátima Leão. Em 1987, começou a ter suas composições lançadas por outros artistas, e a toada “Aconchego”, com Fátima Leão, foi lançada pela dupla Leandro e Leonardo, no mesmo LP em que foi lançado seu primeiro grande sucesso: a balada “Solidão”, que tocou em todas as rádios do país embora seu autor ainda não fosse reconhecido e muitos pensassem que a composição era de autoria de Leandro e Leonardo. No mesmo ano, a música “Perdão amor”, com Fátima Leão, foi a faixa de abertura do LP da dupla Matão e Monteiro, enquanto a dupla Cleyton e Cristiane registrou “Quebra cabeça”, parceria com Fátima Leão. Em 1988 lançou seu segundo disco solo, no qual interpretou as músicas “Pra te esquecer não dá”, com Zé Poxoréo; “Sabor de mel” e “Criança vida e luz”, com Fátima Leão, “A paixão é a mais pura razão” (To sir with love), de M. London e D. Black, com versão sua e de Fátima Leão; “Sensação do meu prazer”, de Paulo Zam; “Fim de semana”, de César Augusto e Mário Marcos; “Você”, de Tim Maia; “Nem dormindo eu consigo te esquecer”, de César Augusto; “Amor natural”, de Vicent Jr., e “Até mais vê”, de Pedrinho e Primo. Ainda em 1988, teve suas parcerias com Fátima Leão “Quero Quero” e “Aconchego” gravadas pela própria Fátima Leão, em LP lançado pela Idéia Livre.
Também no mesmo ano, a dupla Ney e Nando gravou “Fique um pouco mais”, com Fátima Leão, e a dupla Chrystian e Ralf lançou “Gostoso pecado”, com Fátima Leão. Em 1989, as baladas “Ponto de chegada” e “A mesma paixão”, com Fátima Leão, foram gravadas pela dupla Chico Rey e Paraná. Nesse ano, fez sucesso com “Pra te esquecer não dá”, com Zé Poxoréo, lançada pela dupla João Paulo e Daniel, no mesmo disco em que foi incluída a música “Briga”. Teve outras composições gravadas nesse mesmo ano: “Pelo telefone”, com Fátima Leão e Felipe, e “Cavalo alado”, com Fátima Leão, pela dupla Rouxinol e Sabiá; “Hoje não é nosso dia” e “Olhando em seus olhos”, com Fátima Leão, e “Chora coração”, com Thatte, pela dupla Felipe e Falcão, e “Eu tentei”, com Fátima Leão e Falcão, registrada nas vozes da dupla Cleyton e Cristiane. Ainda em 1989, obteve novo sucesso com a dupla Leandro e Leonardo: “Quem será essa mulher”, em disco que incluiu ainda “Quebra Esse Gelo”. Em 1990, teve gravadas as músicas “A última vez”, com Fátima Leão, pela dupla Lucas e Luan; “Amor que não tem jeito”, pela cantora e compositora Fátima Leão; “Arena da paixão” e “Mistérios”, ambas com Fátima Leão, pela cantora Sula Miranda; “Me dê um sinal” e “Coração indefeso”, pela dupla Charles e Pierre; “Eu suportei a saudade” e “Mudei”, pelo cantor Dalvan; “Mais uma noite”, pela dupla Bob e Robison, e “Nuvem passageira”, pela dupla Jean e Júnior. Nesse mesmo ano, voltou a obter grande sucesso, na voz da dupla Leandro e Leonardo, que lançou a balada “O cheiro da maçã”. Nesse período, enquanto suas composições gradativamente passavam a serem executadas nacionalmente, tornando-o um compositor que emplacava sempre novos sucessos, nas vozes dos mais destacados artistas sertanejos, sua carreira como cantor solo, entretanto, não conseguia destaque. Em 1991, teve cinco composições gravadas pela dupla Felipe e Falcão: “Vai por aí”; “Anjo”; “A dor da solidão” e “Saudade sua”, com Fátima Leão, e “Coração bandido”, com Joel Ferreira. Já a dupla Chico Rey e Paraná lançou “Tranque a porta e me beija”, com Fátima Leão, e “Chance de ouro”, enquanto a cantora Jayne registrou “Dez segundos”, versão de “Reasons to quit”, de M. Haggard; o trio vocal Os Angorás lançou “Doce delírio”, com Itamar, e a dupla Matogrosso e Mathias registrou “Negue”. Ainda nesse ano, três outras composições suas foram gravadas pela dupla Leandro e Leonardo: “Gostoso sentimento”, com Fátima Leão; “Me dê um sinal” e “Estou na mão desta mulher”. Já a dupla Chitãozinho e Xororó gravou “Foge de mim”, com Fátima Leão, no LP “Planeta Azul”; João Mineiro e Marciano fizeram sucesso com “Fui homem demais”; a dupla Renê e Ronaldo gravou “Loucura e prazer” e “Ligado nela”, com Fátima Leão, enquanto as baladas “Loucuras” e “Olhos nos olhos”, com Fátima Leão, receberam gravações da dupla Maurício e Mauri. Também no mesmo ano, Sula Miranda gravou “No asfalto da cama”, com Fátima Leão. Também em 1991, sua composição “Deus”, parceria com José Fernandes, foi incluída na coletânea “Boleros sertanejos”, lançada pela gravadora Copacabana. Ainda em 1991, formou com o irmão Luciano a dupla “Zezé di Camargo e Luciano”; cujo primeiro LP foi lançado no mesmo ano pela gravadora Copacabana, em disco que incluiu as seguintes composições de sua autoria: “Deus”, com José Fernandes; “Quem sabe de mim sou eu”, com Fátima Leão; “É o amor” e “Quem sou eu sem ela”. A balada “É o amor” tornou-se um grande hit e alavancou a venda de um milhão de discos, transformando a dupla num fenômeno de vendas e em novos astros da música sertaneja. No mesm ano, sua composição “Deus”, parceria com José Fernandes, foi incluída na coletânea “Boleros sertanejos”, lançada pela gravadora Copacabana. Em 1992, três composições foram gravadas pelo cantor Marcelo Aguiar, em LP Chantecler: “Volta”, com Fátima Leão; “Aguente as pontas coração”, com Marcelo Aguiar, e “Não dá pra fazer amor sem ter você”, e o cantor Gilliard, gravou “Amiga”, com Fátima Leão. Teve ainda “Cara complicado”, com Fátima Leão, gravada pela dupla Augusto e Gustavo; “Criança vida e luz (Papai do céu)”, com Fátima Leão, pela dupla Sandy e Júnior; “Deixa esse cara e vem me ver”, com Fátima Leão, pelo o cantor Dalvan; “Do outro lado da rua”, com César Augusto, pela dupla Mococa e Paraíso; “Foge de mim”, com Fátima Leão, pela dupla Chitãozinho e Xororó, e “Leva minha timidez”, com José Ricardo Correia, pelo cantor Donizeti. Ainda em 1992, lançou o segundo disco em dupla com o irmão Luciano que, incluiu cinco composições suas: “Leva minha timidez”, com José Ricardo Correia; “Coração na contra-mão”, com César Augusto; “Por Deus”, com Welington Camargo, (também seu irmão); “Coração está em pedaços” e “Garoto de rua”. Ainda em 1992, teve mais duas parcerias com Fátima Leão Gravadas por ela: “Me Engana Que Eu Gosto” e “É Doido Demais”. Em 1993, a dupla Wilson e Soraia gravou “Coração na contramão”, com César Augusto, e “Coração está em pedaços”, e a dupla Roberto e Meirinho lançou “Morto de saudade”, com Fátima Leão, e “Razão pra chorar” foi registrada pela dupla Chitãozinho e Xororó, enquanto “Solidão por perto” recebeu gravação do cantor Marcelo Aguiar. Ainda em 1993, lançou, com o irmão, o terceiro LP da dupla, o primeiro pela gravadora Sony, incluindo cinco composições suas: “Andorinha machucada”, com Xororó e Fátima Leão; “Pedaço de mim”, com Welington Camargo; “Vá embora”; “Melhor que antes” e “Saudade bandida”. A partir dessa época, com a consolidação do sucesso da dupla com Luciano, começaram a rarear as gravações de suas composições feitas por outros artistas, ainda assim, em 1994, a dupla Cleyton e Cleber gravou “Amor que não tem jeito”; a dupla Alan e Alex lançou “Doce viagem”, com Itamar e Jorge Ventura, e “Quem vai chorar”; a dupla Kássio e Kassiano registrou “Nuvem passageira”, e Rick e Renner gravaram “Outra chance nunca mais”. No mesmo ano, suas músicas “Te amar assim”, com Welington Camargo, “Madrugada em meu olhar”, com César Augusto e Fernando, “Salva meu coração”, “Bandido com razão” e “Vem cuidar de mim” foram incluídas no quarto LP gravado por ele em dupla com Luciano. Em 1995, gravou as músicas “Vem ficar comigo”,com César Augusto e Reinaldo Barriga; “Nem é bom lembrar”, com César Augusto; “Liberdade liberdade”, com César Augusto; “Pão de mel” e “Sem medo de ser feliz”, no quinto LP da dupla Zezé di Camargo e Luciano. No mesmo ano, a balada “O que é que a gente não faz por amor” foi gravada pela dupla Gian e Giovani. Seguiu gravando discos com o irmão Luciano, e em todos eles estiveram presentes composições suas como “Indiferença”; “Seus olhos”; “Refém de mim”; “É minha vida”; “Meu coração só quer chorar”; “Doce maldade”; “Toma juízo”; “Desejo de mulher” e “Meu país”. Em 1996, teve a balada “À queima-roupa” gravada por Fafá de Belém. Dois anos depois, Roberta Miranda relançou “Meu país”. Em 1998, Fátima Leão voltou a gravar uma parceria deles: “Um Lugar Ao Sol”. Em 1999, seu clássico “É o amor” foi gravado por Maria Betânia, no CD “A força que nunca seca”, sendo regravado pela mesma cantora em 2002, no CD “Romântica”. Ainda em 1999, Roberta Miranda gravou “Fim de conversa”, no CD “Caminhos”; Leonardo lançou “Não quero ficar mais sozinho”, no CD “Tempo”, o primeiro de sua carreira solo, e a dupla Milionário e José Rico relançou “Pão de mel” no CD “Milionário e José Rico ao vivo”. Em 2001, Reginaldo Rossi, em CD gravado ao vivo registrou “Será que foi saudade?”. No mesmo ano, sua composição “Saudade Bandida” foi incluída na coletânea “Grandes sucessos sertanejos”, lançada pela gravadora Paradoxx Music. Prosseguindo em sua carreira de sucesso, teve sua vida e carreira artística retratada em 2006, no filme “Os dois filhos de Francisco”, dirigido por Breno Silveira. O filme, que já saiu com 280 cópias, teve lançamento nacional em agosto, com exibição especial, em categoria Hors-concours, no Festival de Cinema de Gramado, alcançando cerca de 300 mil espectadores, só nas duas primeiras semanas de exibição. Campeão de bilheteria, colocou-se, segundo a crítica especializada, como o produto que trouxe renovação ao cinema nacional, tirando-o da crise de baixa bilheteria daquele momento. Além de grandes sucessos da dupla, a trilha sonora incluiu clássicos sertanejos que os irmãos ouviam quando crianças e músicas compostas especialmente por Zezé Di Camargo. Com mais de dez milhões de discos vendidos e mais de cem músicas gravadas por nomes como Chitãzinho e Xorroró, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, Reginaldo Rossi, Roberta Miranda, Milionário e José Rico, Chico Rey e Paraná, Mococa e Paraíso, entre outros, é um dos mais importantes artistas do universo sertanejo e romântico do final do século XX e começo do século XXI. Também em 2001, sua composição “Saudade Bandida” foi incluída na coletânea “Grandes sucessos sertanejos”, lançada pela gravadora Paradoxx Music. Em 2008, a convite da Confederação Brasileira de Futebol, interpretou o hino nacional brasileiro, em arranjo de moda de viola, antes do amistoso Brasil X Portugal, realizado em Brasília. Em 2011, teve a sua música, “Pra você” (c/ Paula Fernandes), gravada por Paula Fernandes, no DVD “Paula Fernandes ao vivo”, lançado pela Universal Music. A música foi escolhida como música de trabalho e foi executada em rádios de todo o país. O álbum ultrapassou a marca de 1 milhão cópias vendidas. No ano seguinte, participou do novo disco de Paula Fernandes, “Meus encantos”, lançado pela Universal Music. Em 2014, realizou participação especial na música “Do outro lado da moeda”, faixa-título do CD de Gusttavo Lima, lançado pela Som Livre.
Ao cantar ao lado de Gusttavo a música, de Nildomar Dantas, Ivan Medeiros e Júlio Martins, consolidou para a crítica especializada sua aproximação e escolha de Gusttavo como seu sucessor musical. Em 2017, teve sua composição “É o amor” (c/ Marciano) incluída no repertório da peça teatral “Bem sertanejo – O Musical”, estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani. O espetáculo esteve em cartaz em diversas cidades brasileiras, entre elas São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.F