
Instrumentista. Flautista. Compositor. Produtor musical.
Em 2003, assumiu o cargo de coordenador de Música da Secretaria de Cultura do Recife.
Chegou a fazer dois anos do curso de engenharia na FEI, mas abandonou tudo pela carreira artística.
Iniciou a carreira artística nos anos 1970 na cidade de Recife, PE, tocando com músicos como Don Tronxo, Agrício Noia, Zé Ramalho, Lula Côrtes, Robertinho do Recife e Marconi Notaro Flaviola. No início dessa década os trabalhos desses e outros músicos ficaram registrados na gravadora Mocambo-Rozenblit em discos como “No sub-reino dos Metazoários”, de Marconi Notaro e “Flaviola e Bando do Sol”, de Flaviola, dos quais participou tocando flauta.
Em 1974, participou da gravação do LP “Paêbirú”, de Zé Ramalho considerado um marco da música nordestina contemporânea e que foi gravado em quatro canais, contando ainda com as participações de Geraldo Azevedo, Ivinho e Paulo Rafael.
Em 1980, lançou com Paulo Rafael o LP “Caruá”, contando com a participação de Lenine, Lula Côrtes e de Luciano Pimentel, baterista do Quinteto Violado. O LP é composto, em sua maioria, de temas instrumentais, sendo muito elogiado pela crítica. Destacou-se nesse disco a faixa “Zé Piaba”, de sua autoria, onde chama a atenção a interpretação de Lenine e a bateria de Luciano Pimentel. No mesmo ano, participou do LP “Coração bobo”, de Alceu Valença, tocando flauta nas faixas “Coração bobo”; “Gato na noite”; “Vem morena”; “Chô saudade”; “Solibar”; “Na primeira manhã”; “Como se eu fosse um faquir”; “Cintura fina” e “A moça e o vento” e, pífanos na faixa “Coração bobo”em versão de novena que encerra o disco.
No ano seguinte, participou do LP “Cinco sentidos”, de Alceu Valença, tocando flauta em todas as faixas além de fazer o arranjo para a música “Fé na perua”.
No LP “Cavalo de pau”, também de Alceu Valença, tocou flauta nas faixas “Martelo alagoano”; “Lava mágoas”; “Pelas ruas que andei” e “Tropicana”, essa última, um dos dois maiores sucessos do disco, já considerado um clássico do repertório do cantor.
No final da década de 1980, tornou-se produtor e produziu discos de artistas pernambucanos de raíz como Jacinto Silva, Toinho das Alagoas, Heleno dos Oito Baixos e outros. Seu mais importante trabalho como produtor foi o disco “Brasil forró”, que foi concebido quando conheceu os forrozeiros Toinho de Alagoas e Duda da Passira, dos quais reconheceu o talento e quis gravar algumas faixas. Foram inseridas depois faixas com Heleno dos Oito Baixos e Zé Orlando. A gravação desse disco foi feita em um estúdio de quatro canais, e teve biombos de colchão de palha, a acústica garantida por bandejas de ovos, voz registrada no banheiro e sanfonas tocadas e gravadas num corredor. Esse disco,com o título de “Brazil: Forró – Music for Maid and Taxi Drivers”, ganhou o Grammy Awards na categoria “Traditional Folk”.
Em 1998, produziu para o selo Paradoxx o CD “Você não sabe da missa um terço”, da banda Querosene Jacaré. Em 1999, teve a música “Zoar”, com Carlos Fernando gravada pela Banda de Pífanos de Caruaru. Nesse ano, foi homenageado pelo músico David Ganc na faixa “Caldo de cana”, título do CD lançado naquele ano e escrita no Recife em 1978 quando conheceu o flautista.
Em 2003, produziu o último disco do músico pernambucano JacintoSilva, o CD “Só não dança quem não quer”, pelo selo Manguenitude. Nesse ano, teve participação especial no CD “Aboiando a Vaca Mecânica”, de Lula Queiroga. Participou também
do lançamento do CD do cantor brasiliense Escurinho.
Em 2004, participou do primeiro CD solo do músico/gaitista Jeferson Gonçalves do grupo de blues Baseado em Blues. Nesse ano, participou do IV Fórum de Forró de Aracaju, no Teatro Atheneu, que homenageou os artistas Clemilda e Genival Lacerda, que comemoram 40 e 50 anos, de carreira respectivamente. Na ocasião, proferiu com Bráulio Tavares a palestra “A árvore genealógica do forró, a partir dos seus criadores”.
Segundo os ex-companheiros de Quinteto Violado, “Zé da Flauta é “pifeiro nato, único ofício. Definitivamente músico”.
Paulo Rafael iniciou sua carreira no Recife com a banda Phetus, indo logo depois para o Ave Sangria onde toca com Marco Polo(vocais) Ivinho (guitarra solo e violão) Almir (baixo), Israel Semente Proibida (bateria) e Juliano (percussão). Um dos grandes estilistas da guitarra no país, seu timbre (e também sua aparência física lembra) lembra Brian May, do Queen além de serem detectadas influências de Robert Fripp e Jeff Beck. O jazz abaiãozado da sua guitarra pode ser encontrado em CD na trilha sonora do filme “O Baile Perfumado” e em seu album solo “Paulo Rafael “, de 1988 .