
Cantor. Compositor. Radialista. Sanfoneiro.
Nasceu na fazenda do avô, a 450 quilômetros de Promissão, no interior de São Paulo. Estudou apenas até o terceiro ano primário, pois precisava ajudar o pai na lavoura. Desde criança, misturava-se aos irmãos e primos para assistir aos bailes e cantorias das fazendas vizinhas. Aos nove anos de idade, ganhou do pai uma sanfona de oito baixos, que aprendeu a tocar observando o irmão mais velho. Sua família mudava-se constantemente. Em Lins(SP), trabalhou como pasteleiro para ajudar nas despesas. Mudou-se para São Paulo aos 20 anos, tendo trabalhado como sapateiro em Santana.
Ainda adolescente, formou com Antonio Moraes e Afonso, o trio “Sertanejos Alegres”, que durou pouco tempo. Percorreu o interior de São Paulo e Paraná tocando em bailes de fazenda. Amigos do interior o levaram para tocar sanfona num programa de calouros na Rádio Tupi, em São Paulo. Em seguida, formou o Zé Béttio e seu Conjunto, indo tocar na Rádio Cometa. Gravou seu primeiro disco em 1958, pela Chantecler, interpretando a rancheira “Martim pescador”, de Francisco Pracânico e Emílio Magaldi e o calango “Adivinhação”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou a polca “Começo de festa”, de sua autoria e a rancheira “Andradas”, de Teddy Vieira. Em 1960, gravou de sua autoria a polca “Chegou o sanfoneiro”. Em 1964, gravou de sua autoria e Nino Silva, o frevo “Barulho da Lapa”. A carreira de radialista iniciou quando, certo dia, se apresentava numa Rádio de Guarulhos, e o locutor faltou e acabou lendo, ele mesmo, os anúncios. O sucesso foi imediato e, foi para a Rádio Cometa com um programa próprio, improvisando os textos dos anúncios com bom humor e voz anasalada e um sotaque ítalo-caipira. No início dos anos 1970, transferiu-se para a Rádio Record, onde em dois anos levou a emissora do 14º para o primeiro lugar de audiência, condição mantida durante muitos anos, atingindo um universo de cerca de 3 milhões de ouvintes, segundo boletins da própria emissora. Em 1984, transferiu-se para a Rádio Capital, fazendo dois programas, um de 5:00 às 7:00 horas da manhã e outro das 17:00 às 19:00 horas. Chegou a possuir o maior salário do rádio, renovando seu contrato no final dos anos 1980, por cerca de 2 milhões e 500 mil cruzados novos, 100 vezes o salário do Presidente da República na época. Ídolo popular, em seus programas usa sempre o mesmo bordão inicial, onde diz: “Manhê, Manhê!, onde a senhora estiver receba o carinho do seu filho Zé. Gente, eu estou indo embora … Mas amanhã bem cedinho, se Deus quiser, estou de volta”. Lançou na Rádio Record a dupla Milionário e José Rico. Durante os anos 1990, manteve no Jornal Sertanejo a coluna “Encontro com Zé Béttio”, falando de lançamentos de discos, biografias de artistas e outros assuntos ligados ao mundo sertanejo.