
Pianista. Professora de piano e teoria musical.
De formação erudita, apresentou-se pela primeira vez como concertista aos sete anos de idade, mas se consagrou como referência musical para grandes nomes da MPB, a partir do final da década de 1950, quando se dedicou a dar aulas de piano e teoria, tendo como alunos Chico Buarque, Edu Lobo, Milton Nascimento, Francis Hime, Ivan Lins e Nana Caymmi, entre muitos outros. Aos quatro anos de idade, acostumada a ouvir a mãe tocar piano, impressionou a família ao distinguir as notas do teclado, revelando ter ouvido absoluto. Na mesma época, compôs sua primeira música, “Prelúdio em notas pretas”. Aluna da professora Gilda de Carvalho, estreou como concertista em 3 de dezembro de 1935, no Teatro Municipal. A brilhante carreira de concertista, que despertava crescente interesse da crítica especializada, seria interrompida no final da adolescência, quando se casou com um oficial da Aeronáutica, indo residir em Belo Horizonte. Durante cerca de sete anos, abandonou o piano e os salões de concerto, dedicando-se à educação dos filhos Jorge e Vera. Separada do marido, retornou ao Rio de Janeiro, em 1956, e pouco depois, por intermédio do pianista, compositor e arranjador Luiz Eça, seu amigo de infância, passou a dar aulas de piano e teoria musical. Reencontrou no Rio um ex-namorado da adolescência, o engenheiro Alfredo Pinto Neto, que se tornou seu segundo marido, durante vinte e cinco anos. Dessa união nasceu, em 1963, sua terceira filha, a psicóloga Luciana Graça. Durante seu segundo casamento, dois endereços foram significativos para dezenas de seus alunos, que logo se tornariam músicos importantes. Primeiro o apartamento na rua Barão de Ipanema, em Copacabana. Depois, a partir de 1970, a casa em Sâo Conrado, na rua acertadamente chamada de rua Sol Maior, nome depois modificado, para desgosto dos músicos. Ali, Wilma convivia com os vizinhos Edu Lobo e Luiz Eça. Em 2001, o músico e ex-aluno Alberto Rozenblit, homenagearia aqueles tempos com a música “Rua Sol Maior”.
Seu primeiro recital de piano aconteceu em 3 de dezembro de 1935, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como aluna da professora Gilda de Carvalho.
No repertório, Beethoven, Mozart, Villa-Lobos, Francisco Mignone e composições dela própria, como “Prelúdio em notas pretas” e “Batuque”. Aos 9 anos, outro recital dedicado à federação das bandeirantes do Brasil, sob patrocínio de D. Darcy Vargas, no Teatro Municipal. Em 1938, era elogiada numa crítica publicada no Correio da Manhã. Em 1956, sob regência do maestro Léo Peracchi, executou o concerto de Grieg para piano e orquestra, na Rádio Nacional.
Foi solista da Orquestra Sinfônica Brasileira em concertos de Mendelssohn, Liszt, Grieg e Mozart. Concluiu o curso no Conservatório Brasileiro de Música, em 1943, e estudou harmonia com o maestro José Siqueira. Entre fins da década de 1950 e meados da década de 1980, foi professora, entre outros, de Chico Buarque, Edu Lobo, Milton Nascimento, Francis Hime, Olivia Hime, Ivan Lins, Gilson Perranzeta, Eduardo Souto Neto, Alberto Rozenblint, Joyce, Nana Caymmi, Danilo Caymmi, além dos integrantes do MPB-4 e do Quarteto em Cy. Foram também alunos de Wilma Graça o roteirista e diretor João Moreira Salles e o editor Marcos Gasparian.