
Compositor. Cantor. Produtor.
Nascido no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Filho de Walker Rodrigues Luna, bancário e poeta, e de Maria Soares Luna, pianista formada pelo Conservatório de Música da Bahia. Morou no Rio de Janeiro até os nove anos de idade, quando sua família mudou-se inicialmente para a cidade de São Paulo e posteriormente para Santos. Em 1971, voltou a residir no Rio, na vizinha cidade de Niterói. Manifestou talento primeiramente para a dança, aprendendo sozinho vários movimentos de balé clássico, chegando a apresentar-se com a Escola de Dança de Santos no quadro “Cidade contra Cidade”, do programa “Sílvio Santos”. No ano de 1973, estudou fisiologia da voz com a professora Graciema Félix de Souza. A partir de 1979, mudou o nome artístico para Wauke, mas passou a dar prioridade à astrologia, dando consultas em seu apartamento em Copacabana. No ano seguinte casou-se com a violinista Denise Pedrassoli. Em meados dos anos 1980, acrescentou o sobrenome “Wakabaiashi” a seu nome artístico. No final dos anos 1990, trocou novamente o Rio por São Paulo. Em 1999, casou-se com a astróloga Nelci Rogério, com quem fundou, no ano seguinte, duas escolas de astrologia, em Sorocaba e em Jundiaí.
Em 1969, inscreveu-se no II Festival da Música Moderna de Santos, no qual conquistou o primeiro lugar com a composição “Canção do destino impossível”. Com a premiação, atraiu a atenção de várias pessoas do meio musical, entre elas Elis Regina, que o incentivou a buscar uma chance na cena musical do Rio de Janeiro. Em seguida, obteve o terceiro lugar no Festival Universitário de Niterói, com a canção “Menino barco”.
Em 1973 foi contratado pela gravadora RCA, por influência de seu primo Antonio Carlos, da dupla Antonio Carlos e Jocafi.
No ano seguinte lançou pela RCA o compacto simples com as músicas “Alfazema” e “Dizem”, esta última em parceria com o poeta Gílson Fontes. Alcançou sucesso nacional com sua composição “Alfazema”, incluída na trilha sonora da novela “O Espigão” (Rede Globo), escrita por Dias Gomes. Apareceu em vários programas de televisão e gravou dois clipes para o programa “Fantástico” (Rede Globo).
Em 1975, lançou pela RCA o LP “Flauta de Pan”, que contou com a participação de João Bosco, Copinha, Gilson Peranzzetta, Hélio Delmiro e Piry Reis, entre outros, e arranjos orquestrais de Radamés Gnatalli, Alberto Arantes e Laércio de Freitas. Nesse disco interpretou sete composições de sua autoria, sendo uma em parceria com Aldir Blanc, “Estrada da intemperança”, e outra com Piry Reis, “Cidade americana”, além de “O cavaleiro e os moinhos” e “Serenata do meio-dia”, ambas de autoria de João Bosco e Aldir Blanc, “Um dia” (Caetano Veloso) e “Debaixo do sol” (Eduardo Souto Neto e Geraldo Carneiro). Ainda em 1975 interpretou “Cidade americana” no Festival Abertura (Rede Globo), com Piry Reis (violão) e a Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo, regida pelo maestro Radamés Gnatalli. Em seguida, participou de mais duas trilhas de novelas da Rede Globo: “Escalada”, com a música “Beatrice”, de sua autoria, e “Gabriela”, na qual interpretou a canção “Adeus”, de Dorival Caymmi.
Em 1979, apresentou-se no Planetário da Gávea (RJ) e no Teatro Leopoldo Fróes, em Niterói, com uma banda na qual se destacava o jovem guitarrista Romero Lubambo.
Nos anos de 1984 e 1985 participou de dois discos solo de Piry Reis: “Caminho do interior” e “Rio Zero Grau”. No primeiro, produzido e arranjado por Egberto Gismonti, interpretou “Limites” e “Cisplatina”, ambas da dupla Piry Reis e Geraldo Carneiro. No segundo, interpretou a valsa “Teresa”. Os trabalhos foram lançados pelo selo Carmo, de Egberto Gismonti, com distribuição da gravadora EMI-Odeon.
Em 1986 compôs com João Gilberto a música “Regata”.
No ano seguinte, incentivado por João Gilberto, gravou o disco “Onda”, pela gravadora 3M, interpretando músicas de Tom Jobim, com acompanhamento da banda High Life, formada por Ricardo Silveira (guitarra), Luiz Avelar (teclados), Nico Assumpção (baixo) e Carlos Bala (bateria). Mesmo com uma sonoridade moderna e eletrificada, o disco agradou ao próprio Tom Jobim, que se emocionou com as versões de “Pois é”, “Espelho das águas” e “O nosso amor”. O crítico Mauro Dias considerou o trabalho o melhor de todos os tributos à obra de Jobim até aquele momento. Também em 1987, fez show de lançamento do disco na Boite People, com acompanhamento de Hélio Delmiro (guitarra) e Paulo Russo (contrabaixo).
No final dos anos 1980, associou-se a Denise Grimming e fundou a firma Tambor Marketing Cultural, dedicada à produção e divulgação de shows. Esteve à frente de diversas temporadas musicais nas casas noturnas Jazzmania e Rio Jazz Club, dirigindo artistas como Guinga, Fátima Guedes, Luiz Melodia, Itamar Assumpção e Jards Macalé, entre outros.
Em 1991, gravou a música “Esvoaça”, de Paulo Baiano em parceria com a poeta Ana Cristina César, para o vídeo de mesmo nome dirigido por João Moreira Sales em homenagem à poeta carioca.
No ano seguinte, pesquisou, fez arranjos e interpretou o recital “Serenatas Brasileiras” para a série “Clássicos Brasileiros”, no Centro Cultural Banco do Brasil.
Em 1995, assinou uma parceria com Hermeto Pascoal, letrando sua melodia “Desencontro certo” e dele recebendo mais 12 músicas para pôr letra.
Em 1996, foi lançado o CD “Wauke canta Jobim”. Por essa épóca, fez diversos shows com Nico Assumpção homenageando o aniversário de Tom Jobim.
No ano de 1998, estreou no Rio de Janeiro o show “Wauke canta Hermeto Pascoal”, no Museu do Telefone, seguindo depois para o Mistura Fina, com direção musical e participação do baixista Yuri Poppof.
Em 2000, foi lançado o CD “Wauke celebrates Jobim” pelo selo Mix House/Eldorado/Amazon.
Entre os anos de 2000 e 2003, fez turnê de shows por várias cidades do Brasil e também no exterior, divulgando o CD “Wauke celebrates Jobim”.
Wauke celebrates Jobim
Wauke celebrates Jobim
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.