0.000
Nome Artístico
Wanda Sá
Nome verdadeiro
Wanda Maria Ferreira de Sá
Data de nascimento
11/7/1944
Local de nascimento
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantora. Instrumentista (violonista).

Nascida em São Paulo, transferiu-se com um mês de idade para o Rio de Janeiro, cidade onde vive até hoje. Aos seis anos, começou a estudar balé, surgindo deste aprendizado a paixão pela música. Aos 11 anos, trocou o balé pelo violão, estudando com uma professora particular que promovia apresentações de seus alunos em espetáculos de fim de ano. Na adolescência, assistiu a todos os shows da bossa nova, sentada na primeira fila e memorizando os acordes executados pelos instrumentistas no braço do violão. Mais tarde, estudou com Roberto Menescal e, em 1962, já fazia parte da equipe de professores da academia de violão que o compositor mantinha com Carlos Lyra na Rua Dias da Rocha (Copacabana, RJ). É mãe do cantor Bernardo Lobo.

Dados artísticos

Sua carreira profissional teve início em 1962, em apresentação no programa “Dois no balanço”, do qual participaram também Tom Jobim, Sérgio Mendes e o conjunto Bossa Rio, com direção da dupla Miéle e Bôscoli, levado ao ar pela TV Excelsior em transmissão ao vivo.

Em 1964, gravou seu primeiro disco, “Wanda vagamente”, produzido por Roberto Menescal e lançado pela RGE. O LP contou com a participação de Dom Um Romão, Edison Machado e os conjuntos de Luís Carlos Vinhas, Tenório Júnior e Sergio Mendes, trazendo os primeiros arranjos orquestrais assinados por Eumir Deodato. Constam do repertório as primeiras músicas de Edu Lobo, Francis Hime e Marcos Valle, além da canção “Encontro”, de autoria da própria cantora, em parceria com Nélson Motta. O disco teve lançamento no “Fino da bossa”, show montado no Teatro Paramount (SP). No fim desse ano, mudou-se para os Estados Unidos, convidada por Sergio Mendes a tomar parte do Brasil 65, juntamente com Jorge Ben, Rosinha de Valença, Tião Neto e Chico Batera. Apresentou-se em diversos shows e gravou dois LPs com o grupo. Ainda nesse país, registrou um trabalho solo no disco “Softly”, produzido por David Cavannaugh e lançado pela Capitol Records.

Em 1966, voltou para o Brasil, decidida a prestar vestibular para o curso de Sociologia da PUC.

Três anos depois, casou-se com Edu Lobo e transferiu-se com o marido para os Estados Unidos. Neste país, fez uma participação no disco do compositor com Paul Desmond, gravando a versão americana de “Pra dizer adeus”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Em seguida, interrompeu suas atividades artísticas para dedicar-se exclusivamente à família.

Em 1982, separou-se de Edu Lobo e retomou sua carreira profissional, apresentando-se em shows. O primeiro registro em estúdio desta segunda fase profissional da cantora foi o CD “Brasileiras”, com Célia Vaz. Em seguida, vieram os shows e gravações com Roberto Menescal, lançados nos CDs “Eu e a música”, “Uma mistura fina”, gravado ao vivo no Mistura Fina (RJ), com a participação de Miéle, e “Estrada Tókio-Rio”, que sublinha as constantes temporadas da cantora no Japão, onde, além de se apresentar em shows, dá aulas de violão para a juventude do país.

Participou dos songbooks de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Donato, Marcos Valle e Chico Buarque, e do CD “Revendo amigos”, da cantora Joyce.

Em 1998, seu LP “Wanda vagamente” foi lançado em CD no mercado japonês.

Dois anos depois, gravou, com Luís Carlos Vinhas, Tião Neto e João Cortez o CD “Wanda Sá & Bossa Três”, registrando canções como “Errinho à toa” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Brisa do mar” (João Donato e Abel Silva), “Canção que morre no ar” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli) e “Zanga zangada” (Edu Lobo e Ronaldo Bastos), entre outras, além de “In the moonlight” (John Williams e A&M Bergman).

Em 2001, participou, ao lado de Roberto Menescal, Marcos Valle e Danilo Caymmi, do Fare Festival, realizado em Pavia (Itália) pela Società dell’Academia, em colaboração com a prefeitura da cidade. Nesse mesmo ano, lançou o CD “Bossa entre amigos”, gravado ao vivo com Roberto Menescal e Marcos Valle no Teatro Rival. Ainda em 2001, seu disco “Wanda Vagamente” foi relançado em CD pela Dubas Música, com distribuição da Universal Music, acrescido de três faixas bônus: “So nice”, versão de Norman Gimbel para “Samba de verão” (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), “Quiet nights of quiet stars”, versão de Gene Lees para “Corcovado” (Tom Jobim) e “To say goodbye”, versão de Lani Hall para “Pra dizer adeus” (Edu Lobo e Torquato Neto).

Em 2002, lançou o CD “Domingo azul do mar” contendo as faixas “Sabedoria” (Roberto Menescal e Abel Silva), “Jobiniando” (Martinho da Vila e Ivan Lins), “Its too late” (Carole King e Toni Stern), “Então, que tal?” (João Donato e Lysias Ênio), “Ciúme” (Carlos Lyra), “Não faz assim” (Oscar Castro Neves e Ronaldo Bôscoli), “Nanã” (Moacir Santos e Mário Telles), “Comigo é assim” (Luís Bittencourt e José Meneses), “Melancolia” (Luiz Eça e Ronaldo Bôscoli), “Tetê” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “O amor que acabou” (Chico Feitosa e Lula Freire) e “What a wonderful world” (George Weiss e Bob Thiele), além da faixa-título (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça). Nesse mesmo ano, realizou show de lançamento do disco no Bar do Tom (RJ).

Gravou, em 2003, o CD “Wanda Sá com João Donato”.

Em 2004, apresentou-se, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, no espetáculo “Bossa Nova in Concert”, realizado no Canecão (RJ). O show foi apresentado por Miele e contou com uma banda de apoio formada por Durval Ferreira (violão), Adriano Giffoni (contrabaixo), Marcio Bahia (bateria), Fernando Merlino (teclados), Ricardo Pontes (sax e flauta) e Jessé Sadoc (trompete), concepção e direção artística de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, cenários de Ney Madeira e Lídia Kosovski, e projeções de Sílvio Braga.

Em 2005, apresentou-se no Bar do Tom (RJ), com o espetáculo “Bênção Bossa Nova”, ao lado de Roberto Menescal e Miéle. Nesse mesmo ano, gravou, com Roberto Menescal, o CD “Swingueira”, contendo as canções “A morte de um deus de sal”, “Copacabana de sempre”, “Telefone”, “Mar amar” e “Errinho à toa”, todas de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, “Vai de vez”, “Amanhecendo” e “Adriana”, todas de Roberto Menescal e Lula Freire, “Bye bye Brasil” (Roberto Menescal e Chico Buarque), “A banca do distinto” (Billy Blanco), “Tem dó” (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e “Um abraço no Menescal e no Bôscoli” (Pery Ribeiro), além de “Ninguém”, canção de sua parceria com Roberto Menescal.

Lançou, em 2006, o CD “Bossa do Leblon”, contendo “Os grilos” (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) e “Essa passou” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), entre outras, além de “Praia do Leblon”, de sua parceria com o baterista e produtor japonês Kazuo Oshida.

Em 2007, lançou, com Roberto Menescal, o DVD “Swingueira”. Fez show na Modern Sound (RJ) ao lado de Roberto Menescal (violão e voz) Adriano Giffoni (contrabaixo), Adriano Souza (teclado) e João Cortez (bateria), com a participação especial de Miele. Nesse mesmo ano, gravou suas mãos na Calçada da Fama, na Toca do Vinicius, em Ipanema (RJ). Ainda em 2007, participou do projeto “Sarau da Pedra”, realizado pelo Instituto Cultural Cravo Albin, com patrocínio da Repsol YPF e apoio da Biscoito Fino, na apresentação musical que celebrou a homenagem ao compositor Roberto Menescal. Também nesse ano, apresentou o show “Bossa e Jazz” no Armazém Digital (RJ), acompanhada pelo pianista Fernando Merlino e o baixista Dôdo Ferreira.

Em 2008, participou do espetáculo “Bossa nova 50 anos”, realizado na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Também no elenco, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Carlos Lyra, Leila Pinheiro, Emílio Santiago, Zimbo Trio, Leny Andrade, Fernanda Takai, Maria Rita, João Donato, Joyce, Marcos Valle e Patrícia Alvi, Bossacucanova e Cris Delanno. O show, em comemoração aos 50 anos da bossa nova, e também celebrando o aniversário da cidade do Rio de Janeiro, teve concepção e direção de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal e Oscar Castro Neves, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, e apresentação de Miele e Thalma de Freitas.

Celebrando os 46 anos do lançamento de seu disco de estréia, “Wanda Vagamente”, lançou, em 2010, em parceria com Roberto Menescal, o CD “Declaração”, que contou com a participação de Adriano Giffoni (contrabaixo). No repertório, além da inédita que dá nome ao disco (Bena Lobo e Paulo César Pinheiro), parcerias de Menescal com Ronaldo Bôscoli (“Vagamente”), Abel Silva (“Sapatos felizes”) e Oswaldo Montenegro (“Eu canto meu blues”), entre outras. O CD teve show de lançamento no Espaço Tom Jobim (RJ).

Em 2012, lançou, em parceria com o grupo vocal Bebossa e o compositor Roberto Menescal, o CD “A Galeria do Menescal”, contendo exclusivamente canções do violonista: “O barquinho”, “Telefone”, “Você”, “Rio”, “Vagamente”, “A morte de um deus de sal” e “Balansamba”, todas com Ronaldo Bôscoli, “Benção Bossa Nova” (c/ Carlos Lyra e Paulo César Pinheiro), “Bye bye Brasil” (c/ Chico Buarque), “Brasil precisa balançar” (c/ Paulo César Pinheiro), “Ninguém” (c/ Wanda Sá), “Agarradinhos” (c/ Rosália de Souza), “Eu canto meu blues” (c/ Osvaldo Montenegro) e “Japa” (c/ Paulo César Feital). Nesse mesmo ano, dividiu o palco do Bar do Tom (RJ) com grupo Os Cariocas, apresentando o show “Para sempre Tom Jobim”.

Em 2013, apresentou-se, ao lado de Roberto Menescal, no Instituto Cultural Cravo Albin, em show de abertura da exposição “A magia do disco – André Midani”, que teve curadoria de Heloisa Carvalho Tapajós.

Em 2014, lançou pelo selo Discobertas a caixa “Bossa Nova – Anos 60”, caixa com três CDs em homenagem aos seus 50 anos de carreira. O Box conta com os álbuns “Vagamente”, “Brasil 65” e”Softly”, os dois últimos inéditos no Brasil.

No mesmo ano estreou o show “Wanda Sá e Os Cariocas” em homenagem aos 100 anos de Dorival Caymmi, no Tom Jazz, em São Paulo. Estreou também um show com Marcos Valle, no qual ambos comemoraram seus 50 anos de carreira. A apresentação aconteceu no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro e contou com canções como “Ciúme” (Carlos Lyra), “Ela é carioca” (Tom e Vinicius). Marcos Valle, ao piano, interpretou “Os grilos” (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle), “Samba do avião” (Tom Jobim), entre outras.

No mesmo ano apresentou-se no projeto “MPB – 12:30 em ponto” no Centro Cultural Light.

Discografias
2014 Discobertas. CD “Bossa nova – anos 60”

Box

2012 A Galeria do Menescal (BeBossa, Menescal e Wanda Sá) – CD
2010 Albatroz Music CD Declaração (Roberto Menescal e Wanda Sá)
2006 Deckdisc CD Bossa do Leblon (Wanda Sá)
2005 Sony & BMG CD Swingueira (Wanda Sá e Roberto Menescal)
2003 Deckdisc CD Wanda Sá com João Donato (Wanda Sá e João Donato)
2002 DeckDisc CD Domingo azul do mar (Wanda Sá)
2001 Albatroz CD Bossa entre amigos (Wanda Sá, Roberto Menescal e Marcos Valle)
2001 Dubas Música/Universal Music CD Relançamento com faixas bônus. Wanda Vagamente (Wanda Sá)
2000 Abril Music CD Wanda Sá & Bossa Três (Wanda Sá e Bossa Três)
1998 Albatroz CD Estrada Tóquio-Rio (Roberto Menescal e Wanda Sá)
1996 Albatroz CD Uma mistura fina (Menescal, Wanda Sá e Miele)
1995 CID CD Eu e a música (Wanda Sá e Roberto Menescal)
1994 CID CD Brasileiras (Wanda Sá e Célia Vaz)
1992 Série Academia Brasileira de Música CD Brasil bossa nova (Pery Ribeiro, Wanda Sá e Osmar Milito)
1965 Capitol LP Brasil'65. Wanda de Sah featuring the Sergio Mendes Trio (Wanda Sá e Sergio Mendes Trio)
1965 LP, CD In person at El Matador (Sergio Mendes & Brasil'65) - participação
1965 Capitol Records LP Softly (Wanda Sá)
1964 RGE LP Wanda Vagamente (Wanda Sá)
Obras
Encontro (c/ Nélson Motta)
Ninguém (c/ Roberto Menescal)
Praia do Leblon (c/ Kazuo Oshida)
Shows
2014 Centro Cultural Light, RJ. “MPB – 12:30 em ponto: Wanda Sá”.
2014. Espaço Tom Jobim. Rio de Janeiro. “Wanda Sá e Marcos Valle”.
2014 Tom Jazz. São Paulo. ”Bossa nova – anos 60”.
2013 Roberto Menescal e Wanda Sá. Show de inauguração da exposição "A magia do disco - André Midani" - Instituto Cultural Cravo Albin, Rio de Janeiro
2012 Para sempre Tom Jobim. Wanda Sá e Os Cariocas – Bar do Tom, Rio de Janeiro
2010 Espaço Tom Jobim, Rio de Janeiro. Declaração. Show de lançamento do disco. Roberto Menescal e Wanda Sá.
2004 Canecão, Rio de Janeiro. Bossa nova in concert. Vários artistas.
Ao Vivo Entre Amigos. Wanda Sá e Célia Vaz. Auditório da Rádio MEC. Transmitido pela TVE para todo o país.
Bossa e Jazz. Armazém Digital, Rio de Janeiro.
Bossa entre amigos. Wanda Sá, Roberto Menescal e Marcos Valle. Mistura Fina e Bar do Tom, Rio de Janeiro.
Bossa entre amigos. Wanda Sá, Roberto Menescal e Marcos Valle. Teatro Rival, Rio de Janeiro.
Bênção Bossa Nova. Wanda Sá, Roberto Menescal e Miéle. Bar do Tom, Rio de Janeiro.
Domingo azul do mar. Show de lançamento do disco. Bar do Tom, Rio de Janeiro.
Fare Festival. Roberto Menescal, Wanda Sá, Marcos Valle e Danilo Caymmi. Pavia, Itália.
Nara, uma senhora opinião. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro.
Projeto Pixinguinha. Wanda Sá e Roberto Menescal.
Projeto Pixinguinha. Wanda Sá, João Donato e Alaíde Costa.
Projeto Pixinguinha. Wanda Sá, Marlene e Antonio Adolfo.
Rio, Sempre Bossa Nova. Vários artistas. Projeto realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Praia do Arpoador, Rio de Janeiro.
Roberto Menescal e Wanda Sá. Mistura Fina, Rio de Janeiro.
Uma Mistura Fina. Wanda Sá, Roberto Menescal e Miéle. Mistura Fina, Rio de Janeiro.
Wanda Sá e Bossa Três. Bar do Tom, Rio de Janeiro.
Wanda Sá e Luís Carlos Vinhas. Bar Vinicius, Rio de Janeiro.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.