3.001
Nome Artístico
Walter Franco
Nome verdadeiro
Walter Rosciano Franco
Data de nascimento
6/1/1945
Local de nascimento
São Paulo, SP
Data de morte
24/10/2019
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Instrumentista.

Filho do radialista e escritor Cid Franco.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira artística musicando peças teatrais na Escola de Arte Dramática, onde estudou.

Fez a trilha sonora de várias peças, entre as quais “Caminho que fazem Darro e Genil até o mar”, de Renata Pallottini, “A caixa de areia”, de Edward Albee, e o clássico grego “As bacantes”, de Ésquilo.

Seu primeiro disco foi um compacto simples com a música “No fundo do poço”, tema da novela “O hospital”, da TV Tupi.

Em 1973, lançou o LP “Ou não”, com arranjos de Rogério Duprat, provocando estranhamento ao misturar elementos pop e ritmos nordestinos com referências eruditas que extrapolavam o plano musical para se manifestarem também nas letras, bastante influenciadas pelo concretismo.

Participou dos seguintes festivais, geralmente provocando polêmica com suas letras e canções pouco convencionais: I Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Não se queima um sonho”, interpretada por Geraldo Vandré; II Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Sol de vidro”, defendida por Eneida e classificada em terceiro lugar; III Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Animal sentimental” e “Pátio dos loucos”; VII Festival Internacional da Canção, realizado pela Rede Globo, em 1972, com “Cabeça”, que recebeu um prêmio especial; na mesma Rede Globo participou ainda do Festival Abertura, em 1973, com a música “Muito tudo”, que ficou em terceiro lugar e tinha arranjo de Júlio Medaglia; Festival da TV Tupi, com “Canalha”; e do MPB Shell, com “Serra do luar”.

Em 1974, Chico Buarque, no disco “Sinal fechado”, gravou sua canção “Me deixe mudo”.

Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Revolver” (1975) e “Respire fundo” (1978).

Na década de 1980, lançou os LPs “Vela aberta” e “Walter Franco” (1982), atuou como compositor de jingles e destacou-se com sua canção “Seja feita a vontade do povo”, em 1984, durante a campanha das “Diretas Já”.

O disco “Ou não”, considerado o seu melhor trabalho, foi reeditado em CD, em 1994, pela mesma gravadora que lançou o LP.

Em 1997, excursionou pelo Brasil com o show “Não violência”, no qual apresentou uma série de novas composições como “Quem puxa aos seus não degenera”, “Na ponta da língua”, “É natureza criando natureza”, “Nasça”, esta parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes, “Sargento Pimenta”, em homenagem a John Lennon, e “Totem”, baseada em poema de José Carlos Costa Neto.

Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo) com sua canção “Zen” (c/ Cristina Villaboim). Ainda no ano 2000 foi homenageado no documentário , “Muito Tudo” , dos cineastas Bel Bechara e Sandro Serpa , destaque da mostra de audiovisual do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som) e vencedor do Festival “É Tudo Verdade” do ano seguinte. “Muito tudo” também contou com a participação e os depoimentos de Augusto de Campos, Rogério Duprat , Júlio Medaglia , Arnaldo Antunes , Jards Macalé , Lívio Tratemberg , Jorge Mautner e Itamar Assumpção. 

Lançou, em 2001, o CD “Tutano”, contendo suas composições “Zen”, “Gema do novo” e “Acerto com a natureza”, todas com Cristina Villaboim, “Nasça” (c/ Arnaldo Antunes), “Totem” (c/ José Carlos Costa Neto), “Quem puxa aos seus não degenera”, “Na ponta da língua”, “Ai, essa mulher”, “Intradução”, “Senha do motim”, “Cabeça”, “Distâncias” e “Muito tudo”, além da faixa-título.

Em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), dentro da série “Transgressores”.

Em 2015 comemorou 70 anos de vida em sua volta aos palcos com o show “Revolver!”, de seu LP homônimo de 1975. No mesmo ano se apresentou na Casa de Francisca (SP) na companhia do seu filho, Diogo Franco. 

Em 2016 se apresentou no programa Altas Horas da TV Globo, interpretando a música “Canalha”. 

Em 2017, em entrevista ao jornal O Tempo, renegou o título de “maldito” com que a imprensa o etiquetou durante as décadas de 70 e 80 ao lado de artistas como Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Luiz Melodia, Itamar Assumpção, Fausto Fawcett, Jorge Mautner, Luís Capucho e Arrigo Barnabé. Segundo ele, “essa história é uma balela e um equívoco. Por muito tempo tentaram nos estigmatizar com essa corrente, restringir o nosso público, sendo que, aonde vamos, o teatro lota, com pessoas da minha geração e uma juventude muito curiosa e ávida”, declarou. 

Morreu aos 74 anos após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Discografias
2001 YBrazil?Music CD Tutano
1982 Lança/PolyGram LP Walter Franco
1980 Epic/CBS LP Vela aberta
1978 Epic/CBS LP Respire fundo
1975 Continental LP, CD Revolver
1973 Continental LP, CD Walter Franco-Ou não
Obras
Acerto com a natureza (c/ Cristina Villaboim)
Ai, essa mulher
Apesar de tudo é muito leve
Arte e manha
Até breve (c/ R.Bonvicini)
Berceuse dos elefantes
Bicho de pelúcia (c/ Sergio Pinto de Almeida)
Bumbo do mundo (c/ Chico Bezerra)
Cabeça
Cachorro babucho
Canalha
Cena maravilhosa (c/ Cid Franco)
Como tem passado
Coração tranqüilo
Corpo luminoso (c/ Régis Rodrigues Bonvicino)
Criaturas (c/ Cid Franco)
Distâncias
Divindade
Doido de fazer dó
Eternamente
Fado do destino
Feito gente
Filho meu (c/ Cid Franco)
Flexa
Gema do novo (c/ Cristina Villaboim)
Govinda
Intradução
Lindo blue
Luz da nossa luz
Luz solar
Mamãe d'água
Me deixe mudo
Mixturação
Muito tudo
Mundo pensativo
Na ponta da língua
Nasca (c/ Arnaldo Antunes)
Nenhuma palavra
No exemplar de um velho livro (c/ Carlos Drummond de Andrade)
No fundo do poço
Nothing
O blues é azul
O dia do Criador
Os bichos (c/ Cid Franco)
Partir do alto
Paz no mundo
Pega no ar (c/ Kiko Tupinambá e Dinho Nascimento)
Pirâmide
Plenitude Ubiqüidade
Por um triz
Pátio dos loucos
Quem puxa aos seus não degenera
Raça humana
Remador
Respire fundo
Revolver
Senha do motim
Tire os pés do chão
Toque frágil
Totem (c/ José Carlos Costa Neto)
Tutano
Um pensamento
Vela aberta (c/ Cid Franco)
Vão da boca
Xaxados e perdidos
Zen (c/ Cristina Villaboim)
Água e sal
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.