
Cantor. Compositor. Instrumentista.
Filho do radialista e escritor Cid Franco.
Iniciou sua carreira artística musicando peças teatrais na Escola de Arte Dramática, onde estudou.
Fez a trilha sonora de várias peças, entre as quais “Caminho que fazem Darro e Genil até o mar”, de Renata Pallottini, “A caixa de areia”, de Edward Albee, e o clássico grego “As bacantes”, de Ésquilo.
Seu primeiro disco foi um compacto simples com a música “No fundo do poço”, tema da novela “O hospital”, da TV Tupi.
Em 1973, lançou o LP “Ou não”, com arranjos de Rogério Duprat, provocando estranhamento ao misturar elementos pop e ritmos nordestinos com referências eruditas que extrapolavam o plano musical para se manifestarem também nas letras, bastante influenciadas pelo concretismo.
Participou dos seguintes festivais, geralmente provocando polêmica com suas letras e canções pouco convencionais: I Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Não se queima um sonho”, interpretada por Geraldo Vandré; II Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Sol de vidro”, defendida por Eneida e classificada em terceiro lugar; III Festival Universitário da TV Tupi (SP), com “Animal sentimental” e “Pátio dos loucos”; VII Festival Internacional da Canção, realizado pela Rede Globo, em 1972, com “Cabeça”, que recebeu um prêmio especial; na mesma Rede Globo participou ainda do Festival Abertura, em 1973, com a música “Muito tudo”, que ficou em terceiro lugar e tinha arranjo de Júlio Medaglia; Festival da TV Tupi, com “Canalha”; e do MPB Shell, com “Serra do luar”.
Em 1974, Chico Buarque, no disco “Sinal fechado”, gravou sua canção “Me deixe mudo”.
Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Revolver” (1975) e “Respire fundo” (1978).
Na década de 1980, lançou os LPs “Vela aberta” e “Walter Franco” (1982), atuou como compositor de jingles e destacou-se com sua canção “Seja feita a vontade do povo”, em 1984, durante a campanha das “Diretas Já”.
O disco “Ou não”, considerado o seu melhor trabalho, foi reeditado em CD, em 1994, pela mesma gravadora que lançou o LP.
Em 1997, excursionou pelo Brasil com o show “Não violência”, no qual apresentou uma série de novas composições como “Quem puxa aos seus não degenera”, “Na ponta da língua”, “É natureza criando natureza”, “Nasça”, esta parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes, “Sargento Pimenta”, em homenagem a John Lennon, e “Totem”, baseada em poema de José Carlos Costa Neto.
Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo) com sua canção “Zen” (c/ Cristina Villaboim). Ainda no ano 2000 foi homenageado no documentário , “Muito Tudo” , dos cineastas Bel Bechara e Sandro Serpa , destaque da mostra de audiovisual do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som) e vencedor do Festival “É Tudo Verdade” do ano seguinte. “Muito tudo” também contou com a participação e os depoimentos de Augusto de Campos, Rogério Duprat , Júlio Medaglia , Arnaldo Antunes , Jards Macalé , Lívio Tratemberg , Jorge Mautner e Itamar Assumpção.
Lançou, em 2001, o CD “Tutano”, contendo suas composições “Zen”, “Gema do novo” e “Acerto com a natureza”, todas com Cristina Villaboim, “Nasça” (c/ Arnaldo Antunes), “Totem” (c/ José Carlos Costa Neto), “Quem puxa aos seus não degenera”, “Na ponta da língua”, “Ai, essa mulher”, “Intradução”, “Senha do motim”, “Cabeça”, “Distâncias” e “Muito tudo”, além da faixa-título.
Em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), dentro da série “Transgressores”.
Em 2015 comemorou 70 anos de vida em sua volta aos palcos com o show “Revolver!”, de seu LP homônimo de 1975. No mesmo ano se apresentou na Casa de Francisca (SP) na companhia do seu filho, Diogo Franco.
Em 2016 se apresentou no programa Altas Horas da TV Globo, interpretando a música “Canalha”.
Em 2017, em entrevista ao jornal O Tempo, renegou o título de “maldito” com que a imprensa o etiquetou durante as décadas de 70 e 80 ao lado de artistas como Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Luiz Melodia, Itamar Assumpção, Fausto Fawcett, Jorge Mautner, Luís Capucho e Arrigo Barnabé. Segundo ele, “essa história é uma balela e um equívoco. Por muito tempo tentaram nos estigmatizar com essa corrente, restringir o nosso público, sendo que, aonde vamos, o teatro lota, com pessoas da minha geração e uma juventude muito curiosa e ávida”, declarou.
Morreu aos 74 anos após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.