5.002
Nome Artístico
Waldir Calmon
Nome verdadeiro
Valdir Calmon Gomes
Data de nascimento
30/1/1919
Local de nascimento
Rio Novo, MG
Data de morte
11/4/1982
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Pianista. Compositor.

Por volta dos 11 anos de idade, começou a aprender piano orientado por sua mãe. Na época de estudante, formou um conjunto em Juiz de Fora, onde atuava como cantor. Em 1936, a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o flautista e compositor Benedito Lacerda. Em princípos da década de 1940, decidiu abandonar a música, empregando-se como bancário, até 1942 quando foi convocado para o serviço militar.

Dados artísticos

Por indicação de Benedito Lacerda, passou a se apresentar nas Rádios Guanabara e Transmissora, inicialmente como cantor e depois como pianista. Na época, apresentava-se com o nome de Valdir Gomes.
Transferiu-se para a Rádio Cruzeiro do Sul,  atuando como pianista do “O nosso programa” dirigido por Ataulfo Alves e Raul Longras. Participou também do programa “Samba e outras coisas”, de Henrique e Marília Batista. Passou então a usar  o nome artístico Waldir Calmon, que no entanto não apareceu no selo de sua primeira gravação,  (como acompanhante de Ataulfo Alves), a música “Leva meu samba”,  registrada na Odeon em 1941. A convite de Paulo Magalhães, foi o acompanhador de sua mulher, a atriz e então  cantora  Heloísa Helena em temporada realizada no Teatro Cassino, da companhia Henry Garat de Buenos Aires.  Após sete meses de trabalho, retornou ao Brasil, devido ao falecimento de sua mãe. Durante  a prestação de serviço militar, voltou a se dedicar à música,  ao ser convidado por Eva Tudor e  Luís Iglesias para  tocar no intervalo das apresentações realizadas nos Teatros Rival e Serrador. Foi o executante do primeiro solovox trazido ao Brasil por Jardel Jércolis. Em 1944, foi contratado pela Rádio Globo, onde  apresentava-se com  seu conjunto “Gentlemen da melodia”. Nessa época, atuava, também, como pianista do conjunto que se exibia na Boate Cassino de Copacabana. Nesse mesmo ano, desligou-se do Exército e passou a atuar com seu conjunto no Cassino Atlântico de Santos. De volta ao Rio, em 1947,  passou a se apresentar na Boate Night and Day, onde foi pianista por um período de oito anos. Em 1950, gravou na Star, com seu conjunto, o seu primeiro disco, com os boleros “El marinerito”, de Jorge Fargo e “Amorosamente”, de Tito Ribeiro e Carlos Bahr. Em 1952, realizou a primeira gravação com sua orquestra, registrando os boleros “Por quanto tempo?”, de Don Al Bibi e Marino Pinto, em solo de piano com acompanhamento rítmico e “Como eras linda”, de Mackecben, também pela Star. No mesmo ano, gravou com seu conjunto na Todamérica, a primeira composição de sua autoria, o bolero boogie “Baianada”. No ano seguinte, foi convidado a fazer o programa musical “Ritmos S.Simon”, na TV Tupi. O  programa ia ao ar aos sábados e se manteve por um período de 10 anos. Posteriormente,  foi contratado por um estúdio  de gravações de programas de rádio, para gravar programas musicais e programas para dançar, narrados pelo locutor Luis Jatobá.  Os programas eram irradiados diariamente em cadeia nacional pelas Emissoras Associadas, e a partir de então, seu nome tornou-se conhecido em todo o país. Em 1953, gravou na Copacabana com sua orquestra, os mambos “Silbando mambo” e “Mambo, nº 8”, de Perez Prado. Em seguida, gravou com seu conjunto, o baião “Passarinhando”, de Ubirajara dos Santos e o choro “Língua de preto”, de Honorino Lopes. Por essa época, passou a gravar mambos e boleros na Copacabana – sucessora da Star. Liberado pela Copacabana, gravou dois discos para a Rádio Serviço Propaganda – etiqueta Rádio – o primeiro deles, “Ritmos melódicos nº 1”. O segundo  disco, “Ritmos melódicos nº 2”, foi o primeiro LP brasileiro feito exclusivamente com músicas para dançar,  contendo seis faixas gravadas ininterruptamente. O sucesso foi tanto que a série se expandiu até o número 12. Um destes LPs, acabou  recebendo um Disco de Ouro. Sua outra série para a Copacabana “Feito para dançar” também teve grande aceitação no mercado de discos, vendendo milhares de exemplares. Em 1954, gravou o choro “Gaguejando”, de Eddie Mandarino e Buda do Pandeiro. Em 1955, abriu sua própria casa noturna “Arpèje”, que se manteve em funcionamento até 1967, na qual atuaram entre outros crooners, Miltinho e Diamantino Gomes, além de ritmistas como Amaury e Milton Banana. Durante  esse período manteve intensa atividade artística, atuando em bailes, excursões e temporadas no Brasil e exterior.  Em 1956, quando a cantora Ângela Maria estava no auge a carreira, a Copacabana juntou dois de seus maiores vendedores de discos, e lançou com sucesso o LP “Quando os astros se encontram”. No mesmo ano, lançou o LP “Samba alegria do Brasil”, no qual interpretou “O apito no samba “, de Luiz Bandeira. Em 1957, recebeu o disco de ouro da gravadora Rádio, pela vendagem de 100.000 discos da série “Feito para dançar”. Em 1958, gravou com sua orquestra, o “Samba no Arpége”, de sua parceria com Luiz Bandeira e o bolero “Chove lá fora”, de Tito Madi. Recebeu por três anos seguidos o troféu “Revista show TV” como melhor instrumentista de TV. Em 1959, gravou o samba “Lamento”, de Djalma Ferreira e Luiz Antônio e o samba canção “Se alguém telefonar”, de Alcir Pires Vermelho e Jair Amorim. No mesmo ano, criou a Waldir Calmon Produções Artísticas e o selo Arpége. DADOS ARTÍSTICOS
Em 1961, lançou o LP “Waldir Calmon e seu novo “Feito para dançar” – Waldir Calmon e Seu Conjunto”, pela Copacabana, apresentando nova formação orquestral, que, segundoo crítico Lúcio Rangel escreveu na contra capa, “apresenta-se com nova formação orquestral, desta vez com guitarra, bateria e ritmo. Naturalmente com piano e solovox, vocalizações suaves e feitas exclusivamente “para o seu gosto”. Neste LP interpretou o fox “Saudade vai-te embora”, de Júlio de Souza e o “Concerto de Varsóvia”, de R. Addinsell, em ritmo de samba, além dos cha-cha-chas ”    O Sole Mio”, de Giovanni Capurro e Eduardo Di Capua, e ”        My Blue Heaven”, de W. Donaldson e G. Whiting, o fox ”        Crepúsculo”, de Silvio Viana, e os sambas ”        Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, ”        Menina Feia”, de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini, ”        Marta”, de Moisés Simons, ”        O Amor E A Rosa”, de Antônio Maria e Ayres da Costa Pessoa, o  “Pernambuco”, ”        Mistura Fina”, de Luiz Bandeira, ”        Fala Amor”, de Luis Antônio e Djalma Ferreira, e ”        De Perna Bamba    “, de Guio de Morais. 1962 gravou o samba “Tamanco no samba”, de Orlann Divo e Helton Menezes. No ano seguinte gravou de sua autoria o samba “Saudade e melancolia”. Em 1967, arrendou a boate Arpèje, passando a atuar em bailes e em excursões. Três anos depois, assinou contrato com o Canecão, casa noturna carioca. Em 1970, lançou o LP Waldir Calmon e seus multisons”, pela Copacabana. Em 1977 saiu da Casa de shows Canecão e retornou a fazer excursões pelo Brasil. Em 1978, lançou o LP “Discoteque – Feito para dançar”. Dois anos depois, gravou seu último LP, “Feito para dançar”, no qual retornou ao piano acústico. Entre os inúmeros prêmios que recebeu, estão o troféu Euterpe e o Prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, oferecidos pelo jornal Correio da Manhã, pela Biblioteca Municipal do Rio de Janeiro e pela Prefeitura do então Distrito Federal. Em 2000, a EMI Brasil lançou um CD com 20 sucessos gravados por ele ao longo da carreira, entre os quais, “Berimbau”, de Baden Powelle Vinícius de Moraes e “Folha morta”, de Ary Barroso.

Discografias
2000 EMI Brasil CD Coleção de ouro. 20 sucessos-Waldir Calmon
1963 Copacabana 78 É só querer/Saudade e melancolia

(c/seu conjunto)

1962 Copacabana 78 Tamanco no samba/De janeiro a dezembro

(c/seu conjunto)

1961 Copacabana 78 Saudade vai-te embora/Concerto de Varsóvia

(c/seu conjunto)

1961 Copacabana LP Waldir Calmon e seu novo "Feito para dançar" - Waldir Calmon e Seu Conjunto
1960 Copacabana LP Uma noite no Arpége
1959 Copacabana 78 Lamento/Se alguém telefonar

(c/seu conjunto)

1959 Copacabana LP Sonhos e melodias
1958 Copacabana 78 Mercado persa/Hô-ba-la-lá, hobalalá

(c/seu conjunto)

1958 Copacabana 78 Patrícia/O molengo da morena

(c/seu conjunto)

1958 Copacabana 78 Samba no Arpege/Chove lá fora

(c/sua orquestra)

1957 Copacabana 78 Le Rififi/Nunca jamais

(c/seu conjunto)

1956 Copacabana 78 Chivininco en Broadway/Valsa de Paris

(c/sua orquestra)

1956 Copacabana LP Quando os astros se encontram

(c/Ângela Maria)

1956 Arpèje LP Samba, alegria do Brasil
1955 Copacabana 78 Cerejeira rosa e macieira branca/Sabrina

(c/sua orquestra)

1955 Copacabana 78 Contigo en la distancia/Dinner for one please James

(c/seu conjunto)

1955 Copacabana 78 Malagueña/Este amor selvagem

(c/sua orquestra)

1955 Copacabana 78 Skokiaan/Jumbo, jumbo

(c/sua orquestra)

1954 Copacabana 78 Adios/Valsa da despedida

(c/sua orquestra)

1954 Copacabana 78 Carnavalito/Golden Earrings

(c/seu conjunto)

1954 Copacabana 78 Como eras linda/J'ai deux amours

(c/seu conjunto)

1954 Copacabana 78 Embraceable you/Horizonte

(c/seu conjunto)

1954 Copacabana LPs Feito para dançar nºs 1 a 12
1954 Copacabana 78 Mambo charleston/Un nencito na'ma

(c/sua orquestra)

1954 Copacabana 78 Oh !/By the light of the silver moon

(c/seu conjunto)

1954 Copacabana 78 Por quanto tempo?/Porque ya no me quieres

(c/seu conjunto)

1954. LPs Ritmos melódicos nº 1 a nº 12
1954 Copacabana 78 Troppo tardi/Gaguejando
1953 Copacabana 78 Mambo en España (c/sua orquestra)/Cao, cao mani picao (c/sua orquestra e canto de El Cubanito)
1953 Copacabana 78 Mambo nº 5/Cumanã

(c/sua orquestra)

1953 Copacabana 78 Passarinhando/Língua de preto

(c/seu conjunto)

1953 Copacabana 78 Rachmaninoff/Pianolo

(c/sua orquestra)

1953 Copacabana 78 Silbando mambo/Mambo, nº 8

(c/sua orquestra)

1953 Copacabana 78 Índia/Universitário

(c/sua orquestra)

1952 Todamérica 78 Baianada/Urubu malandro

(c/seu conjunto)

1952 Star 78 Como eras linda/Por quanto tempo ?

(c/sua orquestra)

1952 Star 78 El baile del pinguinho/Narcisos

(c/sua orquestra)

1952 Star 78 Embraceable you/Horizonte

(c/seu conjunto)

1952 Star 78 J'ai deux amours/Porque ya no me quieres

(c/seu conjunto)

1951 Star 78 Mambo nº 5/Cumanã

(c/seu conjunto)

1951 Copacabana 78 Pra fazer nosso samba/Flores negras

(c/seu conjunto)

1950 Star 78 El marinerito/Amorosamente

(c/seu conjunto)

1950 Star 78 Quem vê/Um cachorrinho na Tijuca

(c/seu conjunto)

Obras
Baianada (c/ Antônio Almeida)
Samba no Arpege (c/ Luiz Bandeira)
Saudade e melancolia
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.