5.001
Nome Artístico
Viúva Guerreiro
Nome verdadeiro
Serafina Augusta Mourão do Vale
Data de nascimento
9/9/1858
Local de nascimento
Rio Bonito, RJ
Data de morte
11/8/1936
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Pianista. Compositora.

Filha do fazendeiro Lino Machado do Vale e de Guilhermina Alves Mourão do Vale, foi criada na Fazenda do Barreado, a maior de Rio Bonito. Começou a estudar piano aos 10 anos de idade. Em 1883, conhece o português João S. de Oliveira Barreto, comerciante e afinador de pianos, estabelecido na Travessa São Francisco de Paula, hoje Rua Ramalho Ortigão. Pouco tempo depois, casam-se e transferem-se para o Rio de Janeiro.

Dados artísticos

Dirigiu ao lado do marido a casa Ao Piano de Cristal, loja de pianos, músicas e águas minerais Vichy. Em fins de 1895, o casal viajou para a Europa e, chegando a Nice em pleno carnaval, conheceu o confete prateado e o dourado, que encomendou e lançou no Rio de Janeiro, no carnaval de 1896, com enorme sucesso. Os confetes eram distribuídos em saquinhos vendidos a dois e três vinténs. Com a morte do marido em março de 1900, assumiu a direção do estabelecimento, começando também a compor e editar suas músicas: valsas, polcas, xotes e mazurcas. Pouco mais tarde, passou a executar para os fregueses composições suas e de outros músicos. Apresentada por seu irmão Cândido ao magistrado Joaquim Augusto Guerreiro Lima, casaram-se em 1902 e passou a assinar-se Serafina Augusta do Vale Guerreiro Lima. Segue administrando Ao Piano de Cristal, compondo e tocando músicas para os fregueses. Por volta de 1909|1910, seu marido vem a falecer, e assim, tornou-se conhecida por Viúva Guerreiro, nome que dá a seu estabelecimento comercial agora situado na Rua Sete de Setembro. Em 1915, escreveu aquela que se tornaria sua mais célebre composição, a valsa “Penso em ti”. Dedicou a Rui Barbosa a valsa “Supremo mestre”, enviando-lhe 100 exemplares em papel acetinado. Rui enviou-lhe um telegrama, agradecendo a homenagem, indo visitá-la pessoalmente alguns dias depois. A Casa Viúva Guerreiro tornou-se ponto de encontro de famosos pianistas e compositores populares como Aristides Borges, Sinhô, Gastão Lamounier, Osvaldo Cardoso de Menezes, Pedro Sá Pereira, entre outros.

Em meados da década de 1930, a pianista passou a residir em Santa Teresa, onde veio a falecer. Em 1944, teve a valsa “Supremo mestre” gravada ao piano por Mário Azevedo na Continental. Em 1946, sua valsa “Quando penso em ti” foi gravada na Continental pelo pianista Mário de Azevedo. A Casa Viúva Guerreiro continuou sob a direção de seu sobrinho Fileto Moura, até o fechamento definitivo em setembro de 1962.

Obras
Alma diplomata
Amor tudo vence
Bacurau
Boas festas
Cismando
Coração magoado
Dêem asas ao Brasil
Entre flores
Era uma vez uma menina
Fúlgidas esperanças
Gage d'amour
Meu coração é teu
Minha queridinha
Não te esqueças de mim
Olhar de Maria
Quando penso em ti
Quatro de outubro
Reino dos encantos
Rodolfo Valentino
Secret du Coeur
Sinhá
Sonho das flores
Supremo mestre
Vertigem da paixão
Visão divina
Bibliografia Crítica

EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MEC/Funarte, 1978.