
Instrumentista (trombonista). Arranjador. Maestro. Compositor. Produtor musical.
Aos sete anos de idade, foi presenteado com um pandeiro, o que despertou seu interesse pelo samba. Estudou violão, instrumentos de sopro, piano e harmonia. Aos 11 anos de idade, ingressou na Banda do Clube Musical Euterpe, onde passou a estudar tuba e teoria musical com o regente Alberto de Araújo Lopes. Começou a escrever arranjos aos 14 anos de idade.
Iniciou sua carreira profissional em 1979, em Petrópolis (RJ), como integrante de conjunto de baile.
Dois anos depois, elegendo o trombone como primeiro instrumento, começou a atuar em shows e gravações com diversos cantores.
Participou, em 1984, do show “Coração feliz”, de Beth Carvalho.
No ano seguinte, montou a Orquestra de Vittor Santos, com a qual se apresentou pelo Brasil e participou do filme “Banana Split” e da minissérie “Anos Rebeldes” (TV Globo).
Em 1986, lançou o LP “Aquarelas Brasileiras – Orquestra de Vittor Santos”, contendo as faixas “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), “Só danço samba” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Outra vez” (Isolda)/“Café da manhã” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)/”Detalhes” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)/”Não quero ver você triste” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Cadê o verde” (Titto Santos), “Nega de Obaluaê” (Wando), “Na Glória” (Raul de Barros e Ari dos Santos), “Quem sabe sabe quem não sabe bate palmas” (Titto Santos e Marku Ribas), “As rosas não falam” (Cartola), “Pra que chorar” (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e “Mulata assanhada” (Ataulfo Alves). Nesse mesmo ano, lecionou no representativo I Seminário Brasileiro de Música Instrumental, organizado por Toninho Horta, em Ouro Preto (MG).
Lançou, em 1987, o LP “Um Toque Tropical – Orquestra de Vittor Santos”, registrando as músicas “Samba em prelúdio”, “Deixa” e “Apelo”, todas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, “Invitation” (Paul Francis Webster e Bronislaw Kaper), “Preciso aprender a ser só” (Marcos Valle e Paulo Sergio Valle), “Vereda tropical” (Gonzalo Curiel), “Frenesi” (Alberto Dominguez)/”Perfidia” (Alberto Dominguez)/”Smile” (Charles Chaplin, J. Turner e G. Parsons)/”quellos Ojos Verdes” (Nilo Menendez e Adolfo Utrera), “Nós e o mar” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Caso sério” (Rita Lee e Roberto de Carvalho) e “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins).
Ainda na década de 1980, iniciou uma interlocução com Ian Guest, que resultou no aprofundamento de seu aprendizado técnico.
Regeu a orquestra e escreveu os arranjos para o programa “Som Brasil” (TV Globo), que homenageou Vinicius de Moraes, em 1993, ano em que o poeta completaria 80 anos.
Lecionou arranjo e harmonia funcional na escola de música In Concert, para a qual criou, em 1993, a orquestra de mesmo nome, integrada por 17 músicos e dois crooners, com a qual atuou até o ano seguinte.
Ainda em 1994, lançou o CD “Trombone”, com as canções “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), “Beijo partido” (Toninho Horta), “Luiza” (Tom Jobim), “Primavera” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), “As rosas não falam” (Cartola), “Era só começo nosso fim” (Yuri Popoff), “Feitio de oração” (Noel Rosa e Vadico), “Travessia” (Milton Nascimento e Fernando Brant), “Razão de viver” (Eumir Deodato e Paulo Sergio Valle) e “Bebê” (Hermeto Pascoal).
Em 1995, participou do “Songbook Ary Barroso”, interpretando, ao lado de Carlinhos Vergueiro, a faixa “Malandro sofredor”, e do “Songbook Instrumental Antonio Carlos Jobim”, dividindo com Sivuca a faixa “Diálogo”.
Em 1997, lançou o CD “Sem Compromisso”, contendo suas composições “Depois de tudo” (c/ Fernando Clark) e “Samba do acaso”, além de “Boca do Brasil” (Yuri Popoff), “Miragem de Carnaval” (Caetano Veloso), “Estate” (Bruno Martino e Bruno Brighetti), “Valsa de uma cidade” (Ismael Netto e Antônio Maria), “Dorme” (Ian Guest), “Caminhos cruzados” (Tom Jobim e Newton Mendonça) e a faixa-título (Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro).
Em 1999, participou do Free Jazz Festival, dirigindo a Vittor Santos Orquestra, com a qual atuou até o ano seguinte.
Ao longo de sua carreira, atuou, como instrumentista ou arranjador, em gravações de songbooks de vários compositores, lançados pela Lumiar Discos, de Almir Chediak, e em discos de artistas como Chico Buarque, Alceu Valença, Moraes Moreira, Caetano Veloso, Leny Andrade, Gal Costa, Miltinho, Elza Soares, Ivan Lins, Tim Maia, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Antônio Adolfo, Tom Jobim, Ed Motta, Carlinhos Vergueiro, Beth Carvalho, Mario Adnet, Mú Carvalho, Alberto Rosenblit e Zizi Possi, entre outros.
Como produtor musical, foi responsável por discos de Moraes Moreira (“Brasil tem conserto” e “Acústico Moraes Moreira”), Mauro Santana e Marco Guido (“Alforria”), Ricardo Amado (“Miragens”) e Jards Macalé (“Jards Macalé canta Moreira da Silva”), entre outros.
Assinou a direção musical de shows de Carlinhos Vergueiro (“Coração Popular”) e Danilo Caymmi (“Sol Moreno”).
Em 2000, participou, em uma universidade dinamarquesa, do “Seminário de Música Brasileira”, no qual estiveram presentes outros artistas brasileiros, como Joyce, Rosa Passos, Robertinho Silva e Carlos Malta, entre outros. Nesse mesmo ano, começou a dedicar-se, também, à composição de sinfonias da área erudita.
Em 2001, atuou, como instrumentista, no CD “Ouro Negro”, uma homenagem ao compositor e maestro Moacir Santos, produzido por Mario Adnet e Zé Nogueira. Nesse mesmo ano, teve sua primeira peça sinfônica, “Divagações sobre os Quatro Elementos”, executada pela Orquestra municipal de sopros de Caxias do Sul. Ainda em 2001, assinou a produção musical do CD “Trilhas brasileiras”, de Alberto Rosenblit, no qual atuou também como maestro e instrumentista.
Ao lado do grupo Conexão Rio, lançou, em 2005, o CD “Você só dança com ele”, registrando exclusivamente obras de Chico Buarque: “Samba do grande amor”, “Deixa a menina”, “Futuros amantes”, “Quem te viu, quem te vê”, “De volta ao samba”, “Samba e amor”, “Homenagem ao Malandro”, “Construção”, “A Rita”, “As vitrines”, “A Rosa” e “Feijoada completa”.
Em 2006, lançou o CD “Renovando as considerações”, contendo sua composição “O mover das águas”, além de “Um trombone na Rua Tereza” e a faixa-título, ambas de Ian Guest, “Luanne” (Moacir Santos e Nei Lopes), “An American No Samba” (Mário Adnet), “London Samba” (Joyce e Maurício Maestro), “Lembrei de tudo!” (Fernando Clark) e “Etienne et Margot” (Idriss Boudrioua).
Com seu quarteto, formado por Fernando Clark (guitarra), André Rodrigues (baixo) Antonio Neves (bateria), apresentou-se, em 2011, no espaço Vizta do Hotel Marina (RJ), pelo projeto “Jazz e muito mais”, idealizado e produzido por André Cechinel, Fernando Clark e Reinaldo Figueiredo.
Ministra regularmente cursos de harmonia, arranjo e trombone.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.