
Maestro. Compositor. Regente. Letrista. Ainda criança mudou-se com a mãe que ficara viúva para a cidade do Recife, Pernambuco, onde estudou no Colégio São Joaquim da Santa Casa de Misericórdia. Aos 15 anos, fez curso preparatório no Colégio Aires da Gama no qual ocupou o posto de mestre de banda. Morreu de forma trágica em 1937, quando, ao visitar amigos no Catete, ficou sozinho no apartamento. Ao tomar banho na banheira acabou intoxicado pelo gás.
Depois de formado mudou para o Rio de Janeiro a fim de atuar artisticamente e ingressou na Companhia dos irmãos Celestino, Pedro e Vicente. Além de compositor, dirigiu orquestras em teatros de revista na cidade do Rio de Janeiro nas décadas de 1910 e 1920. Musicou ao todo dez originais para o teatro de revistas entre operetas, mágicas e revistas. São de sua autoria as músicas para as revistas “Campeão do amor”, opereta em três atos de Álvaro Colás, apresentada no teatro João Caetano; “Carta de alfinetes” revista em dois atos de Renato Alvim e Érico Gracindo, representada no Teatro São José; “Parcimônia & Cia” revista em dois atos, de Carlos Bittencourt, estreada no Teatro Carlos Gomes; “Fantoches do diabo”, mágica em três atos, de Fonseca Moreira, apresentada no Teatro João Caetano; “O mano de Minas” opereta em três atos, original de Celestino Silva e Brandão Sobrinho, e encenada no Teatro João Caetano, além do norte e sul do Brasil e em Montevidéu no Uruguai; “A patativa”, opereta em três atos de Brandão Sobrinho, representada no Teatro João Caetano e também no norte e sul do país; “Sorteio militar (Doce de coco)” uma opereta em três atos, originais de Celestino Silva e apresentada no Teatro Coliseu de Porto Alegre; “Rapaz de saias”, opereta em três atos de F. Napoleão de Vitória e Brandão Sobrinho, apresentada no teatro Helvética do Recife; “A conflagração”, revista em três atos de Armando Oliveira, apresentada no teatro Moderno do Recife, e “Madame X”, opereta em três atos, com originais de J. Praxedes. Por volta de 1918, teve suas primeiras composições gravadas por Vicente Celestino na Odeon: a canção “Como é belo amar!” e a romanza “Preso por um olhar”. Em 1928, teve a melodia “Amor… Mulher… Paixão”, as modinhas “Abandonado amor” e “A luz do luar”, e as canções “Porque te amei” e “Nosso amor”, gravadas por Vicente Celestino em disco Odeon. Entre suas composições constam ainda os foxtrotes “Insuficiência” e “O amor é um nó”, o romance “Lindo olhar” e a modinha “Saudades do sertão”, todas da opereta “O mano de Minas”. Deixou ainda impressas as valsas “Amor materno”, “Amorosa”, “Cuori di Angelo”, “Nupcial”, “Olímpia”, “Beatriz” e “Coração magoado” e o maxixe brasileiro para piano e orquestra “Tango orgulhoso”, entre outros. Segundo informações do pesquisador Ary Vasconcelos, foi ele o verdadeiro autor da melodia da canção “Patativa”, lançada com sucesso em 1937 pelo cantor Vicente Celestino em disco Victor e em cujo selo apareceu como apenas de autoria de Celestino que a relançaria em 1957 no LP “Vicente Celestino e suas canções célebres”, quando na realidade Vicente Celestino teria feito apenas a letra.