5.001
Nome Artístico
Vera Lucia
Nome verdadeiro
Vera Lucia Ermelinda Balula
Data de nascimento
7/8/1930
Local de nascimento
Vizeu, Portugal
Dados biográficos

Cantora.

Dados artísticos

Gravou diversos discos de 78 rpm e apresentou-se em Portugal, Argentina e Uruguai. Com o primeiro elepê, “Confidências de Vera Lucia”, ganhou dois discos de ouro. Um dos prêmios, foi entregue pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Durante quase toda a década de 1950 e ainda nos anos 1960 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a maior emissora do país, o que lhe rendeu prestígio e uma certa popularidade. 

Em 1951, lançou pelo pequeno selo Elite Special seu primeiro disco interpretando o samba “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro e o baião “Veio amô”, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, gravou um de seus maiores sucessos, a marcha “Rita sapeca”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti. Em 1952, gravou a marcha “Pisca-pisca” e “o samba canção “Verdadeira razão”, de Armando Cavalcânti e Klécius  Caldas e o samba “Não vou chorar”, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy e o “Baião de Alagoas”, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, foi contratada pela Odeon onde estreou com a marcha “Pagode chinês”, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba “Vou-me embora”, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy. Em 1953, gravou o “Baião da saudade”, de Fernando Jacques e o samba canção “Intriga”, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. No mesmo ano, gravou os sambas-canção “Filha diferente”, de Raul Sampaio e Rubens Silva e “É tarde demais”, de Hianto de Almeida. Em 1954, gravou os sambas “Não vivo em paz” e “Eu não perdôo”, da dupla Paulo Menezes e Nilton Legey. No mesmo ano, lançou dois sambas canção “Eu sei que você não presta”, de Chocolate e Mário Lago e “Sempre eu”, de Alfredo Godinho e Osvaldo França. Ainda em 1954, passou a gravar na Continental e lançou os sambas “Valerá a pena”, de Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima e “O que os olhos não vêem”, de Luiz Bandeira. No mesmo ano, gravou o xote “Suspiro vai”, de Graça Batista e Álvaro Carrilho e o samba canção “Ter saudade”, de Haroldo de Almeida. 

Foi eleita Rainha do Rádio em 1955, vencendo Ângela Maria por decisão de Manoel Barcelos que quis homenagear Carmen Miranda, portuguesa de nacionalidade como ela e que estava no Rio, em fase de recuperação de saúde. Recebeu a coroa das mãos da Pequena Notável. Além deste título, ganhou 10 troféus ao longo da carreira, como destaque de programas de televisão, entre eles, os do Chacrinha e Aerton Perlingeiro. Em 1956, lançou os sambas canção “Molambo” e “Quem sabe é você”, de Jaime Florence e Augusto Mesquita e “Duvido”, de Luiz Vieira e Dario de Souza e o samba “Cansei de ilusões”, de Tito Madi. No ano seguinte, gravou mais uma composição da dupla Jaime Florence e Augusto Mesquita: o samba “Zomba de mim”. No mesmo ano, lançou o clássico fado canção “Nem às paredes confesso”, de Artur Ribeiro, Max e F. Trindade. Gravou ainda no mesmo período em dueto com William Duba a marcha “Bacana de Copacabana”, de William Duba, Nahum Luiz e Elias José. Em 1958, gravou o samba canção “Por causa de você”, de Antônio Carlos Jobim e Dolores Duran. No mesmo ano, passou a gravar pela Sinter e lançou o samba “Janela do mundo”, de Billy Blanco e o samba canção “Castigo”, de Dolores Duran.

Em 1959, gravou duas composições de Antônio Carlos Jobim, o samba “Este teu olhar” e o samba canção “Porque tinha de ser”, este, parceria com Vinicius de Moraes. No mesmo ano seu disco “Confidências” foi escolhido como o melhor LP do ano segundo votação da revista Radiolândia que lhe concederam o “Disco de Ouro”. Recebeu também o prêmio “Microfone de ouro” como a melhor cantora do ano. Neste LP, que contou com a Direção Musical de Carlos Monteiro de Souza, interpretou as músicas “Janela do Mundo”, de Billy Blanco; “Brigas Nunca Mais”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; “Serenata do Adeus”, de Vinicius de Moraes; “Quem Foi Que Prometeu”, de José Menezes e Jorge Murad; “Conversa”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; “Confidências”, de Carlos Monteiro de Souza e Alberto Paz; “Se Eu Tiver” e “Idéias Erradas”, de Dolores Duran e Ribamar; “Castigo”, de Dolores Duran; “Amargura”, de Radamés Gnattali e Alberto Ribeiro; “Recado”, de Djalma Ferreira e Luis Antônio, e “Madame Fulano de Tal”, de Cyro Monteiro e Dias da Cruz. Em 1960, gravou a marcha “Sacode a tristeza”, de Miguel Gustavo. Ainda nesse ano, gravou um de seus maiores sucessos, o samba “Leva-me contigo”, de Dolores Duran. No mesmo ano, também com direção musical de Carlos Monteiro de Souza gravou o LP “Leva-me Contigo”, com as músicas “Dói, Dói, Dói”, de João Mello; “Só Deus”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; “Chora Tua Tristeza”, de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini; “Canção de Sorrir de Chorar” e “Quando a Esperança Vai Embora”, de Tito Madi; “Esquecendo Você”, de Tom Jobim; “Discussão” e “Meditação”, de Tom Jobim e Newton Mendonça; “Leva-me Contigo”, de Dolores Duran; “Pela Rua”, de Dolores Duran e Ribamar; “Sou Feliz”, de Maria Nunes, e “Se Eu Pudesse Ir-me Embora”, de Ribamar e Nazareno de Brito. Também em 1960, lançou o LP “Vera Lúcia” com as músicas “Brotinho Bossa Nova”, de João Roberto Kelly; “A Canção dos Seus Olhos”, de Pernambuco e Antônio Maria; “Em Hora Errada”, de Fernando César, Armando Cavalcanti e Diva Correia; “Faz de Conta”, de Daisy Amaral; “Chamando Você”, de Luiz Bonfá; “Mundo Mau”, de Sidney Morais e Julio Rosemberg; “Pior Pra Você”, de Evaldo Gouveia e Almeida Rego; “Tanto Amor”, de Luiz Bonfá e Reinaldo Dias Leme; “Ser Só”, de Fernando César e Ted Moreno; “Figurinha de Boite”, de João Roberto Kelly; “Só Mesmo Por Amor”, de Carlos Lyra, e “Samba Triste”, de Baden Powell e Billy Blanco. Em 1962, lançou as músicas “O bilhete” e “Samba sem pim-pom”, da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

Em 1997, foi homenageada pelo Museu Carmen Miranda com o Troféu Carmen Miranda.

Suas músicas de mais sucesso foram: “Idéias erradas”, de Ribamar, “Amendoim torradinho”, de Henrique Beltrão; “Rita Sapeca”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti , “Leva-me contigo”, de Dolores Duran e “Castigo”, também de Dolores Duran. Suas gravações de peças iniciais de Tom Jobim merecem igualmente atenção crítica, além de histórica.

Discografias
1963 Iparana 78 Dona Fedegunda/Meu bem
1962 CBS 78 O bilhete/Samba sem pim-pom
1960 Philips 78 Doi, doi, doi.../Leva-me contigo
1960 Philips 78 Faz de conta/Em hora errada
1960 Philips 78 Leva-me contigo
1960 Sinter 78. Sacode a tristeza/Travesseiro molhado
1960 Philips LP Vera Lúcia
1959 Sinter LP Confidências
1959 Sinter 78 Este teu olhar/Porque tinha de ser
1958 Sinter 78 Janela do mundo/Castigo
1958 Continental 78 Por causa de você/...E a chuva parou
1957 Mocambo 78 Bacana de Copacabana (Com William Duba)/Lindo sonho
1957 Mocambo 78 Bom dia, tristeza/Por que e para que?
1957 Continental 78 Nem às paredes confesso/Quero-te assim
1957 Continental 78 Não te mete nisso/Não chore
1957 Continental 78 Olha o jacaré/Zomba de mim
1957 Continental 78 Você não é feliz porque não quer/O amor não convém
1956 Continental 78 Cansei de ilusões/Quem sabe é você
1956 Continental 78 Molambo/Duvido
1955 Continental 78 Já devia saber/Nana neném
1955 Continental 78 O amor é isso/Amendoim torradinho
1955 Continental 78 Que vamos fazer/Nem bem, nem mal
1955 Continental 78 Suspiro vai/Ter saudade
1955 Continental 78 Valerá a pena/O que os olhos não vêem
1954 Odeon 78 Eu sei que você não presta/Sempre eu
1954 Odeon 78 Não vivo em paz/Eu não perdôo
1953 Odeon 78 Baião da saudade/Intriga
1953 Odeon 78 Filha diferente/É tarde demais
1953 Odeon 78 Papai mudou/Até amanhã
1953 Odeon 78 Tão só/O tempo dirá
1952 Elite Special N- 78 A canoa virou/Você não me quer
1952 Elite Special 78 Amei demais/Perdão amor
1952 Elite Special 78 Baião das Alagoas/Verdadeira razão
1952 Elite Special 78 Não vou chorar/Pisca-pisca
1952 Odeon 78 Pagode chinês/Vou-me embora
1951 Elite Special 78 Copacabana/Veio amô
1951 Carnaval 78 Rita sapeca/Vai acabar o nosso amor
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.