Cantor.
Viveu apenas 19 anos, interrompendo-se assim uma possibilidade de carreira artística de sucesso como sambista, seja pela beleza de sua voz como pela segurança do seu fraseado. Foi contínuo da Rádio Record de São Paulo, onde por volta de 1935 teve a oportunidade de iniciar sua atividade de cantor apresentando-se durante o horário noturno. Frequentava o Bairro paulista da Barra Funda, exaldada pelo sambista Geraldo Filme. Morreu de tuberculose.
Em 1935, com apenas 12 anos de idade, atuou no filme “Fazendo Fita” dirigido por Vittorio Capellaro. Formou dupla logo depois com a cantora Isaura Garcia, apresentando-se em shows e circos. Em 1941, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde atuou na Rádio Clube do Brasil. Neste mesmo ano, gravou o primeiro disco de sua carreira, pela Columbia, registrando os choros “Juraci”, de Antonio Almeida e Ciro de Souza e “Seu Libório”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, com o qual fez grande sucesso e alcançou projeção nacional. No mesmo ano, gravou os sambas “Emília”, de Haroldo Lobo e Wilson Batista, seu grande sucesso, e “Ela vai à feira”, de Roberto Roberti e Almanir Grego.
Em dezembro do mesmo ano, lançou mais dois discos com as marchas “Chik chik bum”, de Antônio Almeida, “Apaga a vela”, de João de Barro, “Tá gostoso”, de Alberto Ribeiro e Antônio Almeida e o samba “Olga”, de Alberto Ribeiro e Sátiro de Melo.
Em maio de 1942, gravou os sambas “E o juiz apitou”, de Antônio Almeida e Wilson Batista, falando das desventuras de um torcedor do Flamengo e “Amanhã eu volto”, de Antônio Almeida e Roberto Martins.
Em junho de 1942, lançou seu último disco, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional interpretando os sambas “Amanhã tem baile”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e “Volta pra casa Emília”, de Antônio Almeida e J. Batista.
Sua discografia foi posteriormente reeditada num LP da Musicolor e anteriormente pela Continental. Apesar da curta carreira, chegou a ser considerado um dos maiores sambistas brasileiros por suas interpretações características.
Em 1968, foi homenageado pelo sambista Gasolina que gravou pela Copacabana o LP “Sambou pela frente”, um tributo ao sambista paulista precocemente falecido, com as 12 músicas gravadas por ele: “Amanhã Eu Volto”, de Roberto Martins e Antônio Almeida, “Avisa a Maria Que Amanhã Tem Baile”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, “Volta Pra Casa Emília”, de Wilson Batista, Antônio Almeida e J. Batista, “Seu Libório”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, “Olga”, de Alberto Ribeiro e Sátiro de Melo, “Ela Vai à Feira”, de Almanir Grego e Roberto Roberti, “E O Juiz Apitou”, de Wilson Batista, Antônio Almeida e J. Batista, “Mulher de Malandro”, de Hervé Cordovil, “Minha Palhoça”, de J. Cascata, “Risoleta”, de Raul Marques e Moacir Bernardino, “Juraci”, de Antônio Almeida e Ciro de Souza, e “Emília”, de Wilson Batista e Haroldo Lobo.
Em 2003, seria devidamente homenageado na peça “Isaura Garcia – A personalíssima”, estreada em São Paulo, quando foi realçada tanto sua importância na radiofonia paulistana, quanto a ajuda que forneceu a Isaura Garcia ao começo de sua carreira.
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