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Nome Artístico
Tutty Moreno
Nome verdadeiro
Emmanuel Alves Moreno
Data de nascimento
30/10/1947
Local de nascimento
Salvador, BA
Dados biográficos

Instrumentista (baterista).

Seu primeiro instrumento musical foi o trompete, aos 13 anos de idade, e em seguida o sax alto. Ainda adolescente, atuou como saxofonista em conjuntos de baile. Aos 16 anos de idade, abandonou os sopros para se dedicar exclusivamente à bateria. Estudou no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia, tendo sido aluno de Ernst Widmer, Walter Smetak e Fernando Santos, entre outros.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira profissional nos anos 1960, como músico contratado da TV Itapoã (BA). Fez parte do Pernas Trio, juntamente com Perna Fróes e Moacir Albuquerque, e da Orquestra Avanço.

Em 1970, viajou para Londres (Inglaterra), onde atuou em shows e gravações de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Retornou ao Brasil dois anos depois.

Participou da gravação de discos históricos, como “Expresso 2222” e “Gilberto Gil ao vivo”, de Gilberto Gil, “Transa” e “Araçá azul”, de Caetano Veloso, “Sinal fechado”, de Chico Buarque, “Cantar”, de Gal Costa, “Caetano e Chico, juntos e ao vivo”, de Chico Buarque e Caetano Veloso, “Drama”, “Álibi”, “Mel” e “Nossos momentos”, de Maria Bethânia, e “Jards Macalé”, de Macalé com Lanny Gordin, entre vários outros.

Em 1973, após o nascimento de Kadi, sua primeira filha, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou em casas noturnas, como integrante do Lanny GordinTrio.

No ano seguinte, partiu para uma temporada de três anos nos Estados Unidos, atuando em Los Angeles e no ambiente jazzístico de Nova York, principalmente ao lado do contrabaixista Walter Booker, do pianista paulistano Guilherme Vergueiro, como membro do Ion Muniz Quartet, juntamente com Larry Willis (piano) e Frank Clayton (contrabaixo), e ainda como integrante da Studio We Jazz Band. Participou também de várias gravações, destacando-se o disco “Natureza”, orquestrado e produzido pelo maestro Claus Ogerman para Joyce e Maurício Maestro.

Em 1977, retornou ao Brasil, radicando-se no Rio de Janeiro e casando-se com Joyce, com quem teve sua segunda filha, Mariana. A partir dessa data, os discos da cantora, como “Feminina”, “Água e luz”, “Revendo amigos”, “Live at Mojo Club”, “Ilha Brasil” e “Astronauta”, contaram com a marca registrada de sua bateria.

Atuou em shows e gravações de vários outros artistas como Raimundo Fagner, Ednardo e o Pessoal do Ceará, Alcione, Milton Nascimento, Antonio Adolfo, Elizeth Cardoso, Herivelto Martins, Hermínio Bello de Carvalho, Maria Bethânia e o italiano Sérgio Endrigo, entre outros.

Na área instrumental, participou dos CDs “Brasil musical”, com o Septeto Mozar Terra, “CCBB instrumental”, com o Mozar Terra Quarteto, “Segura ele”, com Paulo Sergio Santos, “Ninhal”, com Léa Freire, e “Meu Brasil”, com Teco Cardoso, entre outros. Durante a década de 1980, participou da banda de Maria Bethânia, atuando em temporadas e turnês no Brasil e no exterior.

De 1984 a 1987, participou de um curso de percussão sinfônica com Luiz Anunciação (Pinduca) e atuou como músico extra na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Ainda nos anos 1980, e durante toda a década de1990, viajou para a Europa, Estados Unidos e Japão, como integrante da banda de Joyce, e atuou em gravações da cantora no Brasil e no exterior.

Na década de 1990, deu início à sua carreira solo na área da música instrumental.

Viajou para o Japão em 1992, como membro do grupo de choro de Pedro Amorim, e em 1995, acompanhando a cantora japonesa Lisa Ono.

Em 1996, a gravadora londrina Far Out Recordings lançou o seu primeiro disco solo, gravado em 1981, intitulado “Tocando, sentindo, suando: Tutty Moreno and friends”. No repertório, destaca-se “Piancó”, uma composição de sua autoria.

Ainda em 1996, gravou, como integrante do Quarteto Livre, juntamente com Mozar Terra (piano), Sizão Machado (contrabaixo) e Teco Cardoso (sopros), o CD “Pra que mentir?”, lançado pelo selo Lumiar.

Dois anos depois, gravou o CD “Forças dalma”, lançado pelo selo Sons da Bahia. O disco destacou-se por uma nova linguagem, melódica e harmônica, utilizada pela bateria, e foi considerado pela crítica especializada como um dos mais importantes lançamentos instrumentais do ano. Em 2000, o CD foi lançado internacionalmente pelo selo norte-americano Malandro Records.

Em 2001, como líder do Tutty Moreno Quarteto, participou do Chivas Jazz Festival. O show gerou especial da DirecTV, com o Dave Holland Quintet.

Em 2011, lançou, com Joyce Moreno, no mercado brasileiro, o CD “Samba-Jazz & outras bossas”, uma celebração aos 30 anos de parceria afetiva e musical de ambos. O disco foi lançado no mercado europeu pela Far Out, em 2007, e a edição brasileira trouxe no repertório, em faixa-bônus, uma versão mais completa da faixa “Garoto”, dedicada a Aníbal Sardinha, o Garoto, além das faixas originais. No repertório, “Shangri-la”, “Feijão com arroz”, “Tema pro Baden”, “Bodas de vinil”, “Mágica” e “Garoto, todas de Joyce Moreno, “Compositor” (Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro), “Sabe quem?” (Joyce Moreno e Zé Renato), “April Child” (Moacir Santos, Evans e Livingstone), “Embalo” (Tenório Jr.) e “Devagar com a louça” (Luiz Reis e Haroldo Barbosa).

No início de 2014, apresentou-se com o ZR Trio, formado com Zé Renato (voz e violão) e Rômulo Gomes (contrabaixo e vocal), no espaço Vizta (RJ), pelo projeto “Bossa, jazz e muito mais”.

Discografias
1998 Sons da Bahia/Malandro Records (EUA) CD Forças d'alma (Tutty Moreno)
1997 Lumiar Discos CD Pra que mentir (Quarteto Livre)
1996 Far Out Recordings LP, CD Tocando, sentindo, suando - Tutty Moreno and friends (Tutty Moreno)
2011 - Samba-Jazz & outras bossas (Joyce e Tutty Moreno) – Biscoito Fino - CD
Obras
Piancó
Shows
2014 ZR Trio. Projeto “Bossa, jazz e muito mais” – Vizta, Rio de Janeiro
20 anos de paixão. Turnê com Maria Bethânia.
Blue Note em Nova York, Estados Unidos. Com Joyce.
Boomer's, Nova York, EUA. Como integrante do grupo Love, Carnival and Dreams.
Couleurs Brésil. Le Zenith, Paris, França. Com Maria Bethânia.
Feminina. Teatro Ipanema, Rio de Janeiro. Com Joyce.
Feminina. Turnê com Joyce.
Festival de Varadero em Cuba. Apresentações em Lisboa, Portugal, Paris, França e Tel-Aviv, Israel. Com Maria Bethânia.
Forças d'alma. Teatro Crowne Plaza, São Paulo. Show de lançamento do CD homônimo.
Ilha Brasil. Com Joyce e Quarteto Livre.
Mel. Turnê com Maria Bethânia.
Memorial da América Latina, São Paulo. Com Joyce e Quarteto Livre.
Memorial da América Latina, São Paulo. Com Joyce, Dori Caymmi e Orquestra Jazz Sinfônica.
Nossos momentos. Turnê com Maria Bethânia.
Palais de la Mutualité, Paris, França. Com Caetano Veloso.
Para Gershwin e Jobim. Mario Adnet. Mistura Fina, Rio de Janeiro.
Projeto Arranjadores, São Paulo. Com a Orquestra Filarmônica Brasileira, sob a regência dos maestros Gil Jardim e Dori Caymmi.
Projeto Chorando Alto. Sesc Pompéia, São Paulo. Com Jim Hall, Oscar Castro Neves e Quarteto Livre.
Projeto Pixinguinha, Sul do Brasil. Com Joyce e Toninho Horta.
Projeto Tom Brasil de música instrumental. Turnê no Sul do Brasil. Como integrante do Quarteto Livre.
SESC Instrumental. Sesc paulista.
Teatro Castro Alves, Salvador, BA. Com Caetano Veloso e Chico Buarque. Gravado ao vivo.
Teatro Castro Alves, Salvador, BA. Com Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi.
Teatro Clara Nunes, Rio de Janeiro. Com Francis Hime.
Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa.
Teatro Teresa Raquel, Rio de Janeiro. Com Raimundo Fagner.
Teatro Tuca, São Paulo. Com Gilberto Gil e Gal Costa.
The Fridge em Londres, Inglaterra. Com Joyce.
Théâtre de La Ville em Paris, França e Town Hall em Nova York, Estados Unidos. Com Maria Bethânia.
Théâtre de La Ville em Paris, França, e diversos festivais de jazz na Bélgica, Suíça e França. Com Joyce.
Tutty Moreno Quarteto. Chivas Jazz Festival. Garden Hall, RJ, e Tom Brasil, SP.
Zurique, Suíça. Com Gilberto Gil.
Água e luz. Turnê com Joyce.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

CALADO, Carlos. Tropicália. São Paulo: Editora 34, 1997.

JOYCE: Fotografei você na minha rolleyflex. Rio de Janeiro: MultiMais Editorial, 1997.

VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.