
Cantor. Compositor. Instrumentista.
Nascido em Piracicaba, no interior paulista, foi criado próximo aos avós e tios, batuqueiros, tendo contato desde pequeno com as sonoridades do Tambu e do Cururu, manifestações musicais de origem religiosa e afro-brasileira.
Com a morte de sua mãe, quando ainda era menino, mudou-se com a família para a cidade de São Paulo, onde teve seu primeiro contato com o samba, no Parque Peruche, e nos Campos Elíseos, onde morou.
Na década de 1940, trabalhou como engraxate na Praça da Sé, convivendo com artistas como Geraldo Filme, Synval e Germano Mathias. Nessa época fazia samba com o caixote e a escovinha de esfregar sapatos. Também trabalhou como eletricista e educador na antiga Febem, onde incentivou os jovens a montarem uma bateria de escola de samba.
Morou por um tempo na Lapa, no Rio de Janeiro, onde trabalhou como entregador de pão. Mas logo retornou a São Paulo, participando da formação das escolas de samba Unidos do Peruche e Unidos de Vila Maria. Nesse período, instalou-se em Osasco, na grande São Paulo.
Integrou e foi um dos fundadores, ao lado de Mestre Gabi, Hélio Bagunça, Paulão da Lapa e Fernando Penteado, da “Embaixada do Samba Paulistano”, criada na sede da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP) em 1995. Nesse mesmo ano, recebeu o primeiro título de “Embaixador do Samba” pela própria Embaixada.
Morreu no dia 23 de novembro de 2011, aos 82 anos de idade, de causas naturais, enquanto se recuperava de um acidente vascular cerebral sofrido nesse mesmo ano.
No início da década de 1970 participou do espetáculo “Nas quebradas do mundaréu”, idealizado por Plínio Marcos, do qual também participaram Zeca da Casa Verde e Geraldo Filme. Em 1974 o espetáculo virou LP, “Plínio Marcos em prosa e samba, nas quebradas do mundaréu”. Nessa mesma época formou o grupo Os Batuqueiros, ao lado de Geraldo Filme e Zeca da Casa Verde. Com o grupo se apresentou no espetáculo “Pagodeiros da Paulicéia”, também de Plínio Marcos e Geraldo Filme, no Teatro de Arena, em São Paulo.
Em 1971 participou da gravação do LP “Balbina de Iansã”, que reuniu a trilha sonora da peça homônima de Plínio Marcos e Geraldo Filme.
Em 1972 a escola de samba paulistana, Rosas de Ouro, defilou na avenida com o samba “Brasil de ontem, Brasil de hoje”, de sua autoria.
Em 2009 teve suas músicas gravadas na coleção “Memória do Samba Paulista”, produzida pela Associação Sambatá Música e Cultura e o Grêmio Recrativo Kolombolo Diá Piratininga. O disco, distribuído pela Tratore, foi seu primeiro CD solo e contou com as faixas “Kolombolo” (c/ T. Kaçula e Renato Dias), “Marra no mourão”, “Ditado antigo”, “Bolo de fubá” (c/ T. Kaçula e Renato Dias), “Sá dona” (c/ Geraldo Filme), “Tristeza”, “Terreiro ta” (c/ Carlão do Peruche), “Pé de serra”, “Quem vê”, “Saco vazio” (c/ Zeca da Casa Verde), “Carnaval colorido”, “Saudade do bonde”, “A pontinha”. O show de lançamento do disco foi realizado no SESC Santana, em São Paulo.
Em 2012 o produtor musical Charles Gavin reeditou em CD, pelo selo Warner Music, o LP “Plinio Marcos em Prosa e Samba com Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro”, lançado pela gravadora continental em 1974.