Toinho Alves

Fundador do Quinteto Violado, iniciou a carreira artística em sua cidade natal, participando da Banda Municipal. Na primeira metade dos anos 1960, mudou-se para Recife e criou o grupo vocal Os Bossa Norte, do qual fizeram parte os músicos Naná Vasconcelos e Marcelo Melo. No começo da década de 1970, integrou, juntamente com Luciano Pimentel e Sérgio Kyrillos, o grupo TVU-3, que era vinculado à TV Universitária. Em 1971, resolveu criar o Quinteto Violado. No primeiro disco do grupo, lançado em 1972, pela gravadora Philips, foram incluídas suas composições “Reflexo”, com Luciano Pimentel e Fernando Filizola; “Imagens do Recife”, com Deda e Marcelo Melo; “Roda de Ciranda” e “Marcha nativa dos índios Quiriris”, com Marcelo Melo. No mesmo ano, seu frevo “Duduca” foi registrado pelo Trio Elétrico Tapajós, no LP “Caetanave”, do selo Fontana/Philips, em disco gravado ao vivo nas ruas do Rio de Janeiro. Em 1973, teve mais quatro composições suas incluídas no LP “Berra boi”: “Vaquejada”, com Luciano Pimentel e Marcelo Melo; “Ladainha”, com Marcelo Melo; “Beira de estrada”, com Luciano Pimentel, e “Abraço ao Hermeto”, com Sando.  Em 1974, no LP “A Feira”, um dos mais aclamados do Quinteto Violado, teve incluídos os baiões “Dona Aninha”, com Roberto Santana, e “Terra Terra”, com Marcelo Melo. Nesse ano, o baião “Dona Aninha”, com Roberto Santana, foi gravado por Wilson Simonal, no LP “Dimensão 75”, da gravadora Philips. Em 1975, no LP “Folguedo”, foram interpretadas mais sete composições suas: “Roda de ciranda Nº 2”, com Marcelo Melo e Luciano Pimentel; “Olé menina” e “Coisas novas”, com Marcelo Melo; “Sete meninas”, com Dominguinhos; “Crendice”, com Roberto Santana; “Buruçu em Garanhuns”, com Sando, e “Rumo Norte”. Seguiu fazendo apresentações com o Quinteto Violado, além de coordenar os arranjos e fazer a produção artística dos disco do grupo que, em 1978, lançou o LP “Até a Amazônia?!”. O disco incluiu suas composições “Mestre Vitalino”; “Anúncios classificados” e “História luminosa e triste de Cobra Norato”, com João de Jesus Paes Loureiro; “Palavra de cantador”, com Diniz Vitorino Ferreira; “A palafita”, com Fernando Filizola e José Chagas; “Profissão de fé”, com Fernando Filizola, e “Gravatá (No tempo do meu pai)”, com Marcelo Melo. Em 1980, fez as músicas para a opereta infantil “O rei e o jardineiro – Uma opereta infantil”, escrita pelo poeta paranaense João de Jesus Paes Loureiro, e que foi um lançamento independente do Quinteto Violado. As composições para a obra foram: “Abertura”; “Pastoril de abertura”; “Suíte das clarinadas”; “Narrativa I”; “Dança das lagartixas”; “Narrativa II”; “Funeral”; “Narrativa III”; “O inquérito”, e “Narrativa final”. No mesmo ano, o Quinteto Violado participou do festival MPB 80, interpretando sua composição “Rio Capibaribe”, parceria com João de Jesus Paes Loureiro. Ainda nesse ano, produziu o primeiro LP do Quinteto Violado, lançado de forma independente, depois do grupo sair da gravadora Philips. No LP intitulado “Desafio” foi incluído o seu “Frevo da primavera” que, no ano seguinte, seria, juntamente com a toada “Amor em trânsito”, gravado pela Banda de Pau e Corda, no LP “Coisa da gente”, da RCA Victor. Nesse ano, participou do festival MPB Shell 82, com a composição “Quero mais”, parceria com Marcelo Melo e Ednaldo Queiroz, com interpretação do Quinteto Violado. Também em 1982, o Quinteto Violado ingressou na gravadora RGE e lançou o LP “Notícias do Brasil”, que incluiu duas músicas suas: “Quero mais”, com Marcelo Melo e Ednaldo Queiroz, e “Rio São Francisco”, com Marcelo Melo e João de Jesus. Em 1984, o LP “Enquanto a chaleira não chia”, lançado pelo Quinteto Violado na RCA Camden, foram incluídas três composições suas: “Aracaju”, com Ciano; “De viola e rabeca” e “Amar é”. Em 1986, teve cinco composições incluídas no LP “O maior forró do mundo”; que incluiu vários intérpretes, entre os quais, a Banda de Pau e Corda e o Quinteto Violado. Foram interpretadas nesse disco as músicas “As três festas”, com Mário Lobo; “Funga funga” e “O maior forró do mundo”, com o Quinteto Violado, e “O beco do prazer”, com Ciano, e “Anita Cruz violeira”, com Marcelo Melo, na voz de Nana Rocha. Também em 1986, teve ativa participação no projeto “O Guarani”, que resultou no lançamento da ópera de Carlos Gomes, com arranjos do Quinteto Violado, lançada em disco duplo, em homenagem ao sesquicentenário de nascimento do maestro. Nesse disco fez arranjos para as composições “Peri Super Herói”; “Amor fruto da terra”; “Astuto cruzado”; “Bezerro de ouro”; “Deixa-me te amar”; “Verde que te quero vida” e “Tupã”, todas com músicas de Carlos Gomes, e compôs “Castelo nos trópicos I” e “Castelo nos Trópicos II”, com Antônio Cadengue, uma dramatização musical para o poema de Antônio Cadengue; “Ave Maria”, com Carlos Gomes e Antônio Cadengue; “Despedida”, com Carlos Gomes e Dudu Alves, e “Suíte das clarinadas”. Em 1987, no LP “História do Brasil”, um lançamento independente do Quinteto Violado,  fez, com Marcelo Melo, a adaptação da “Marcha nativa dos índios Quiriris”, e compôs “Forró brasileiro”, e, com Marcelo Melo, a toada “Senhora Dona da Casa”. Em 1989, compôs ” Coisa de nego”, e fez as adaptações para as músicas “Só sabe”, “Nhonton scaderode”, “Boas festas” e “Ratcha Vichi” para o LP “Ilhas de Cabo Verde”, uma produção independente do Quinteto Violado, gravado e lançado  em Cabo Verde, que não foi lançado no Brasil. Em 1993, no LP “Algaroba”, gravado pelo Quinteto Violado e Patrícia França na RGE, teve incluídas as músicas “Como a natureza gosta” e “Cara pintada”, com Dudu Alves; “Algaroba” e “Anita Cruz Violeira”, com Marcelo Melo, “Trem de Alagoas” e ” Reisado”, com Marcelo Melo e Ascenso Ferreira; “Te amo menino”, com Jeanine Gonsalves, e “Oropa França e Bahia”. Sua atuação no Quinteto Violado ao longo de trinta anos foi fundamental, tendo participado da gravação de mais de 25 discos do grupo, nos quais foram gravadas mais de 50 músicas de sua autoria.
Foi um dos fundadores do grupo Quinteto Violado, no qual tocava contrabaixo e cantava, além de ser o responsável pela coordenação musical dos arranjos, repertório, produção artística dos discos e direção musical dos espetáculos.