
Músico multi-instrumentista (cavaquinho, bandolim e banjo). Compositor.
Nasceu e foi criado no bairro de Santo Cristo, na região central da cidade do Rio de Janeiro.
De família com tendência musical, destacando-se os primos Jorginho do Pandeiro, Dino Sete Cordas e o cavaquinista Lino.
Começou a aprender cavaquinho ainda na infância.
Ao longo de sua vida residiu em diversos bairros do Rio de Janeiro, passando por Irajá, Penha e Guadalupe.
Durante a carreira recebeu críticas favoráveis ao seu desempenho como cavaquinista, sendo uma delas a que obteve reconhecimento de Ary Barroso, que o mencionou em matéria publicada pode ser percebido em uma nota publicada no Jornal “Correio da Manhã”, de 9 de outubro de 1955, intitulada “Ary Barroso: Seus Gostos”, na qual o compositor o citou como uma das suas preferências musicais, ao lado de Radamés Gnattali (Piano), Jacob (bandolim), Luiz Americano (saxofone) e Rogério Guimarães (violão).
Outra característica marcante em sua atuação como cavaquinista, segundo o violonista Caçulinha, era de criar introduções para cantores nos programas da rádio e dificilmente as repetia, sendo considerado “O Rei das Introduções”, como afirmou o violonista.
Quando morava no bairro da Penha frequentava as rodas de choro do tradicional reduto do gênero, o bar Sovaco de Cobra, criado pelos irmãos Joir (violão) e Joel Nascimento (bandolim e cavaquinho), no qual tocava bandolim e cavaquinho.
Por seu gosto por cavaquinho com o corpo e a caixa acústica um pouco maiores (para obter um som mais encorpado e com maior volume sonoro), a tradicional loja de instrumentos e fábrica Ao Bandolim de Ouro passou a fabricar um instrumento com aquelas características, ao qual, em sua homenagem seria batizado por “Modelo Tico-Tico”.
Iniciou a carreira como músico profissional na Rádio Tupi, onde integrou o regional de Rogério Guimarães, que acompanhava artistas como Aracy de Almeida, Aurora Miranda, Ary Barroso, Júlio Lousada, Pixinguinha, entre outros. Também atuava como solista de cavaquinho nas programações da emissora, uma das mais respeitadas na época, a PRG-3 Rádio Tupi.
No ano de 1945, ao lado de Artur Duarte (violão) e Rogério Guimarães (violão), participou da gravação da valsa “Borboleta azul”, de Rogério Guimarães, com destaque para o seu solo de cavaquinho.
Em 1959 integrando como cavaquinista o grupo Os Últimos Boêmios, ao lado de Homero Gelmini (violino), Laerte Gomes (clarinete), Mathias Rosa (Acordeom), Themístocles Araújo e Arlindo Ferreira (violões), gravou de sua autoria a valsa “Renira”, composta em homenagem à sua esposa. Neste mesmo ano, de 1959, acompanhou, ao cavaquinho, Jacob do Bandolim em gravação feita pelo bandolinista para a Rádio Ministério da Educação, ao lado de Carlinhos Leite e César Farias (violões) e Francisco das Dores, no pandeiro.
Na década de 1960 integrou, tocando banjo, o grupo a Bandinha de Altamiro.
Em 1961, pela gravadora Copacabana Discos, lançou um disco 78 RPM, registrando de um lado o choro “Ataca Pelé”, e de outro, o samba “A moçada no samba”, ambas de sua autoria. Dois anos depois, em 1963, lançou o LP “Tico-Tico no galho seco”, pela mesma gravadora, no qual interpretou “A moçada no samba”, “Tragédia de bolso”, “Orgulhosa”, “Cavaquinho transviado”, “Teus olhos”, “Venina”, “Marlene”, “Desiludido” e “Harmonioso”, todas somente de sua autoira, além de “Na corda bamba” e “Dezoito por vinte e quatro” (18 X 24), ambas em parceria com Altamiro Carrilho. No disco, com o acompanhamento de orquestra e conjunto regional, também foi incluída a faixa “Doidinho”, de Benedito Lacerda.
Em 1987, no LP “Dino 50 anos” (gravadora Copacabana), o conjunto Época de Ouro, integrado por Dino (violão 7 cordas), Carlinhos (violão), César Faria (violão), Ronaldo do Bandolim (bandolim), Valmar (cavaquinho) e Jorginho do Pandeiro (pandeiro), regravou “Orgulhosa”, de sua autoria. No ano seguinte, em 1988, Evandro do Bandolim e Seu Regional, no LP “Chorinhos entre amigos” (gravadora Paulina), gravou de sua autoria a composição “Quero a você”.
No ano de 2006 o conjunto Época de Ouro, pela gravadora Olho do Tempo, regravou em CD intitulado “Tributo a Carlinhos Sete Cordas” sua composição “A moçada do samba”, com destaque para os músicos Ronaldo do Bandolim e Rogério Souza.
Em uma pesquisa feita pela Casa do Choro, no Rio de Janeiro, foram encontradas 24 partituras das seguintes obras de sua autoria: “A bossa do Jorginho”, “Alda”, “Baião”, “Baião do Tico-Tico”, “Canhoto”, “Choro em Mi”, “Choro em sol”, “Choro médio”, “Choro sem nome”, “Cuidado, Dino!”, “Eu te espero”, “Fim da vida”, “Gostei de você”, “Leônidas”, “Mágoas do Ratinho”, “Maria Padilha”, “Marlene”, “Nada disso”, “Não te esqueço”, “O pandeiro de Pernambuco”, “Orgulhosa”, “Pimenta na boca”, “Seu Sete” e “Uivo triste”.