Compositor. Produtor musical. Violonista. Letrista. Poeta. Cantor.
Ingressou na Faculdade de Engenharia, mas, abandonou o curso para dedicar-se à música.
No ano de 2018 o compositor e cineasta Ricardo Brito lançou o curta-metragem “Tibério”, que dirigiu e produziu, sobre sua vida e obra. O filme, com 1558, contou com fotografia e câmera de Marcelo Buscacio, som direto de Ricardo Baldessarini e montagem Paula Diniz. Teve a sua pré-estreia na Casa das Artes, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde foi gravado e local em residiu o personagem do documentário. A exibição foi seguida por um talk-show, no qual Ricardo Brito recebeu o cantor e compositor Luciano Bahia, um dos muitos parceiros de Tibério Gaspar. Neste mesmo ano, de 2018, houve uma segunda exibição, desta vez no Cine Joia, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Também em 2018 recebeu uma homenagem da Câmara de Vereadores de Sapucaia, tendo o nome “Sá Marina”, de uma de suas mais conhecidas composições, sido dada à ladeira Rua da Ladeira da Igreja Nossa Senhora de SantAna – transversal à Rua Manoel Solino, que inspirou a letra. A Ladeira Sá Marina situa na cidade de Anta, em que nasceu o poeta, sendo Distrito de Sapucaia. O projeto, do vereador Jorge Evilázio Macedo Martins, com sugestões de amigos e moradores de Anta, foi aceito por unanimidade pelo corpo de vereadores e seu presidente Warner Pereira Gomes. Ainda em 2018, na livraria Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro, foi lançado o “Songbook Antonio Adolfo & Tibério Gaspar”, de Almir Chediak (Irmãos Vitale Editores Ltda) com textos, fotos, partituras e letras das composições de Tibério Gaspar com seu parceiro mais frequente, o maestro e pianista Antonio Adolfo. Entre as 53 composições da dupla foram incluídas “Aleluia, aleluia”, “A cidade e eu”, “Alegria de carnaval”, “Bola da vez”, “BR-3”, “Caminhada”, “Correnteza”, “Cotidiano”, “Dois tempos”, “Domingo azul”, “Dono do mundo”, “Ela”, “Eu e você”, “Glória”, “Glorinha”, “Juliana”, “Manequim”, “Mesmos caminhos”, “Meu canto”, “Moça do sobrado”, “O retirante”, “Papo furado”, “Pela cidade”, “Rosa branca”, “Sá Marina”, “Teletema”, “Tema triste”, “Tudo é Brasil”, “Vermelho” e “Você nem viu”, entre outras contempladas no volume, que contou com depoimentos de Nelson Motta, Tony Tornado, Naire Siqueira, Adonis Karan, Claudette Soares, Evinha, Ana de Holanda e Simoninha, além de um texto historiográfico do escritor Lula Moura.
No ano de 2020 o cineasta, escritor e letrista Lula Moura lançou o curta-metragem “Tibério Gaspar na Terra de Sá Marina”, no qual contou a ida do poeta-letrista à Anta, na cidade de Sapucaia, no ano de 2015, para revisitar as origens da história da composição “Sá Marina” e suas próprias origens. O filem teve estreia e apresentação no “Festival Antense da Canção – Troféu SÁ MARINA” (FAC) no dia posterior à data do nascimento do poeta e em homenagem e comemoração aos seus 77 anos. Segundo o próprio cineasta, Lula Moura:
“Peço que não levem em consideração algumas impropriedades técnicas. A intenção inicial de um simples registro de conteúdo foi tomando corpo na medida em que a poesia das cenas e das personagens da história foi se apresentando. Especialmente do próprio Tibério Gaspar – um comunicador nato (além do compositor consagrado que era). Ele se autoconduziu na maioria das cenas. Eu fui me guiando pelo aparente acaso, pelo meu feeling poético, tentando suplantar a falta de recursos cinematográficos com criatividade, com a poesia e com o entrosamento que tinha com esse mestre querido. Acho que conseguimos. A força destes fatores foi que me levou a editar, organizar um roteiro atípico (pós-filmagem), a trilha sonora, a atualização da linha do tempo e fazer de tudo para torná-lo publicável de modo a passar uma mensagem bonita com emoção. Dividir com vocês passou a ser fundamental.”
Iniciou sua carreira profissional em 1967, trabalhando em parceria com Antonio Adolfo. As primeiras composições da dupla foram “Caminhada”, finalista do “II Festival Internacional da Canção” (FIC), “Tema triste” e “Rosa branca”. Ainda nesse ano, teve registrado pela primeira vez seu trabalho de compositor, com a gravação da composição “Caminhada”, por Agostinho dos Santos.
Em 1968 “Sá Marina” (c/ Antonio Adolfo) foi gravada, com enorme sucesso, por Wilson Simonal. Também nesse ano, trabalhou na produção e direção musical do evento “Música Nossa” (Teatro Santa Rosa, RJ), ao lado de Roberto Menescal, Mário Telles, Ugo Marotta e Paulo Sérgio Valle.
No ano seguinte, participou do “IV Festival Internacional da Canção” com “Juliana” (c/ Antonio Adolfo), defendida pelo conjunto A Brazuca e classificada em 2º lugar no evento.
Em 1970, representou o Brasil na “Olimpíada da Canção de Atenas” (Grécia), com “Teletema” (c/ Antonio Adolfo), defendida por Evinha e classificada em 2º lugar. Nesse mesmo ano, venceu o “V Festival Internacional da Canção” com “BR3” (c/ Antonio Adolfo), defendida por Tony Tornado e Trio Ternura.
Participou, como compositor, de trilhas sonoras para o cinema, com destaque para os filmes “O Matador Profissional”, “Balada dos Infiéis”, “Ascenção e Queda de um Paquera”, “Memórias de um Gigolô”, “O enterro da cafetina”, “Romualdo e Juliana” e “Beth Balanço”.
Ainda como compositor, teve músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo, como “O Cafona”, “Véu de Noiva”, “Assim na Terra como no Céu”, “Verão Vermelho” e “Irmãos Coragem”.
Classificou composições em vários festivais, tais como “II Canta Rio-Sul”, “Festival de Alegre”, “Festival de São Silvério”, “Festival de São Simão”, “Festival de Pinheiros”, “Festival de Boa Esperança”, “XV Festival Antense da Canção”, “Festival de Ilha Solteira”, “Festival de Piraí”, “Festival de Juiz de Fora”, “Festival de Diamantina”, “Festival de Itumbiara” e “Festival de Montanha”, além dos já citados.
Participou da produção de discos de artistas como Antonio Adolfo & A Brazuca, Ruy Maurity, Tony Tornado, Cristina Conrado e Eudes Fraga, entre outros, além de ter assinado, para a Prefeitura de Sapucaia, a produção do CD do “XV Festival Antense da Canção”.
Trabalhou também na área publicitária, tendo ocupado, em 1977 e 1978, o cargo de diretor geral da Aquarius Produções, responsável pela produção de inúmeras peças publicitárias para todo o Brasil. Compôs jingles para clientes como Leite Gogó, Sérgio Dourado, Caixa Econômica Federal, Adidas, Caderneta de Poupança Letra, Caderneta de Poupança Delfim, Carrocerias Randon, Sudantex, Lanjal e Coca-Cola, entre outros. Criou e produziu, em 1986, o jingle institucional de fim de ano da Rede Manchete de Televisão.
Como produtor de televisão, atuou, com Lúcio Alves, no “III Festival Universitário” (TV Tupi) e no programa “Som Livre Exportação” (TV Globo), no qual participou também como apresentador, ao lado de Elis Regina, Rita Lee, Suzana de Moraes e Ivan Lins.
Trabalhou na produção e direção de shows de artistas como Ruy Maurity e Belchior (Teatro Carioca), Antonio Adolfo & A Brazuca (Teatro Casa Grande), Johnny Alf (Teatro de Bolso), Tony Tornado (Teatro Copacabana Palace), Maria Alcina (Teatro Copacabana Palace), Nonato Buzar (Hotel Intercontinental), Leonardo Ribeiro (Vinicius Piano Bar), Cristina Conrado (People e Mistura Fina), além de ter dirigido a cantora Elza Soares no show “Passaporte” (Teatro Rival).
Como intérprete de suas composições, lançou, em 2002, o CD “Tibério canta Gaspar”.
Em 2004 o parceiro Sidney Mattos interpretou as faixas “Ia-Kekerê” e “Nossos meninos”, parceria de ambos, no CD “Boas Novas”, de Sidney Mattos. No ano seguinte, em 2005, representou o Brasil no “Festival Internacional de Viña del Mar” com sua composição “Matilde” (c/ Guto Araújo), interpretada pela cantora Cristina Conrado.
No ano de 2015 lançou o CD “Caminhada”, no qual interpretou de sua autoria as faixas “A voz da América” |(c/ Nonato Buzar), “Caminhada” (c/ Antônio Adolfo), “Companheiro” (c/ Naire Siqueira), “Coração maluco”, “Dança mineira” (c/ Aécio Flávio), “Dono do mundo” (c/ Antônio Adoilfo), “Luz na escuridão”, “O melhor amigo”, “Será que eu pus um grilo na sua cabeça?” (c/ Guilherme Lamounier), “Sideral” (c/ Durval Ferreira e Valdir Granthon), “Vê ser vê” (c/ Rubão Sabino) e “Vitória do bem”, somente de sua autoria.
No ano de 2018 foi lançado, na Livraria da Travessa, de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, o “Songbook Antonio Adolfo & Tibério Gaspar”, parceria da Editora Irmãos Vitale com a Editora Musical Warner Chappell, com partituras de algumas parcerias da dupla. O livro contou com Antonio Adolfo (Produção), Ricardo Gilly (Editor Responsável) e Marcos Roque (Preparação e Revisão), além de um ensaio do escritor e biógrafo de Tibério Gaspar, o jornalista e pesquisador Lula Moura.
Entre seus intérpretes constam Stevie Wonder (“Sá Marina: “Pretty world – Mundo lindo”, de Alan e Marilyn Bergman); Wilson Simonal (“Ana Cristina” – com Antônio Adolfo); Erasmo Carlos (“Por cima dos aviões” – com Rubão Sabino); Leoni (“Sideral” – com Durval Ferreira e Valdir Granthon); Cristina Conrado (“Terra mãe”, com Cássio Tucunduva) e (“Predestinado” – com Lito Figueroa) ; Elis Regina (“Giro” – com Antonio Adolfo); Luiz Melodia (“Gema carioca” – com Guto Araújo); Denise Pinaud (“Antonio Brasileiro” – com Durval Ferreira); Antonio Adolfo & A Brazuca, Agostinho dos Santos, Andréa Montezuma, Pery Ribeiro, Golden Boys, Paula Toller, Tim Maia, Marinês, Maysa, Emílio Santiago, Wanderléa, Tony Tornado, Regininha, Evinha, Claudette Soares, Dóris Monteiro, Luiz Cláudio, Luiz Camilo, Tayguara, Zizi Possi, Dalto, Leonardo Ribeiro, Toots Thieleman, Antoine, Herb Albert & Tijuana Brass, Sérgio Mendes & Brasil 77, Earl Klug, Joe Cocker e Márcio Lott na primeira gravação de “Sá Marina”, entre outros.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
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