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Nome Artístico
Teixeirinha
Nome verdadeiro
Victor Mateus Teixeira
Data de nascimento
3/3/1927
Local de nascimento
Rolante, RS
Data de morte
4/12/1985
Local de morte
Porto Alegre, RS
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Teve infância pobre. Seu pai era carreteiro e faleceu quando tinha seis anos. Aos nove anos, perdeu a mãe, que devido a uma crise epilética, morreu queimada na fogueira de lixo que fazia nos fundos do quintal da casa onde morava. Menino órfão, passou a trabalhar em granjas na cidade em que nasceu. Depois foi para Porto Alegre, onde vendeu doces, verduras e trabalhou no cais. Muitas vezes, teve que dormir debaixo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros, conforme declarou. Aprendeu a tocar violão sozinho.

Dados artísticos

Iniciou a carreira apresentando-se em circos e emissoras de rádio do interior gaúcho. Posteriormente apresentou-se em Porto Alegre, cantando em churrascarias e programas folclóricos. Em 1959, gravou seu primeiro disco, onde interpretou o arrasta-pé “Briga no batizado” e o xote “Xote soledade”, ambos de sua autoria. O disco não alcançou grande repercussão e ainda gravaria, naquele mesmo ano, mais dois discos. Em 1960, gravou o xote “Gaúcho de Passo Fundo” e a toada-milonga “Coração de luto”, ambas de sua autoria. Com “Coração de luto”, conheceu seu grande sucesso. A toada, composta quase ao acaso, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, sendo gravada em 21 idiomas. Por essa época, excursionando pela cidade de Bagé, conheceu a acordeonista Mary Terezinha, que cantava na rádio local. Os dois se casaram e se apresentaram juntos por 22 anos, realizando ainda doze filmes. Em 1961 gravou de Luiz Menezes a canção “Cantiga da saudade” e a valsa “Nunca mais”. No ano seguinte gravou de sua autoria a marcha “Obrigado doutor” e o tango “Migalha de amor”. Em 1963 gravou, de sua autoria, o xote “Gaúcho andante” e a milonga “Volte papai”. No mesmo ano, recebeu o Troféu Chico Viola, uma premiação organizada pela Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas (AFEU), e exibida pela TV Record de São Paulo, por ter sido o campeão de vendagem por dois anos consecutivos (1962 e 1963). Em 1964 gravou os arrasta-pés “Motorista brasileiro” e “Sorte tirana”, de sua autoria. Em suas composições, manteve vivos ritmos como o vanerão, a vanera, a rancheira, a polca e o xote. Foi um pioneiro no cultivo e popularização das formas musicais gaúchas. Suas composições retratavam a vida em seu dia-a-dia, sem enfeites, numa linguagem cotidiana. Utilizou o rádio como intrumento fundamental de divulgação de seu trabalho. Comprava nas emissoras os horários mais populares, na madrugada, antes dos trabalhadores saírem de casa, ou então à noite, depois que retornavam. Na Rádio Farroupilha de Porto Alegre comandou os programas “Teixeirinha canta para o povo do Brasil” e “Teixeirinha amanhece cantando”. Foi também produtor  de cinema, através de seus “LPs filmados”. Produziu 12 filmes. De uma maneira geral, criava a história, gravava numa fita e enviava para o diretor ouvir e elaborar o roteiro viabilizando a idéia. Em seus filmes, não vivia nenhum personagem específico, e sim, ele mesmo, que travestido de herói, dava tiros e rolava pelo chão no estilo dos caubóis norte-americanos. Em 1966, fez seu primeiro filme, “Coração de luto”, com direção de Eduardo Llorente. Em 1969, filmou “Motorista sem limite”, de Milton Barragan. Em 1971, foi a vez de “Ela tornou-se freira”, de Pereira Dias. Em 1972, filmou “Teixeirinha a sete provas”, de Milton Barragan. Em 1974, “Pobre João”, de Pedro Dias. Filmou ainda, “Trilha da justiça”, “Carmem, a cigana”, “Gaúcho de Passo Fundo”, “Tropeiro velho” e “Filha de Iemanjá”.  Este último filme acabou por levar sua produtora cinematográfica, a Teixeira Produções Artísticas, à falência. Deixou uma obra com mais de 60 discos gravados e cerca de 700 composições. Em 1981, filiou-se ao PDS gaúcho na tentativa de seguir carreira política que não deu certo. Em 1994, a gravadora Continental lançou um LP com uma coletânea de suas composições interpretadas por diversos artistas, como Gaúcho da Fronteira, Os Monarcas, Os Garotos de Ouro, Os Milongueiros, Os Serranos, e outros. Graças a recursos tecnológicos, os intérpretes apareciam cantando em dueto com sua voz. Em 1995, por ocasião do aniversário de dez anos da morte do artista, foi realizado em Porto Alegre o Painel “Teixeirinha e a Cultura Gaúcha, Mito e Realidade”, pela Discoteca Pública Natho Henn e Casa de Cultura Mário Quintana, com debates e exibição de seus filmes. Ao longo de sua carreira, recebeu 13 Discos de Ouro e um Galo de Ouro, este em Portugal. Excursionou pelo Brasil, América do Sul, América do Norte e Europa. Foi apelidado de “Gaúcho Coração do Rio Grande”.

Discografias
[S/D] LP A filha de Iemanjá

(c/Mary Terezinha)

[S/D] Copacabana LP Aliança de ouro
[S/D] Copacabana LP Amor de verdade
[S/D] Alvorada LP Assim é nos pampas
[S/D] Alvorada LP Canarinho cantador
[S/D] LP Carícias de amor
[S/D] LP Chegando de longe

(c/Mary Terezinha)

[S/D] LP Ela tornou-se freira

(c/Mary Terezinha)

[S/D] LP Eternos sucessos

(c/Mary Terezinha)

[S/D] LP Fora de série
[S/D] LP Guerra dos desafios

(c/Nalva Aguiar)

[S/D] LP Mocinho aventureiro
[S/D] LP Quem é você agora...
[S/D] Alvorada LP Rei do disco
1970 LP Carícias de amor
1964 Sertanejo 78 Motorista brasileiro/Sorte tirana
1963 Sertanejo 78 Adeus, Carmen Miranda/Saudades de Passo Fundo
1963 Sertanejo 78 Gaúcho andante/Volte papai
1963 Sertanejo 78 Miss Universo/Quatro cantos do Rio Grande
1963 Sertanejo 78 Tragédia no circo/Sexta-feira, 13 de agosto
1962 Sertanejo 78 24 de agosto/Beijo doce
1962 Sertanejo 78 Dia das mães/Briga no casamento
1962 Chantecler 78 Obrigado doutor/Migalha de amor
1962 Sertanejo 78 Teu retrato/Menino órfão
1961 Sertanejo 78 Amor de mãe/A partida
1961 Chantecler 78 Cantiga da saudade/Nunca mais
1961 Sertanejo 78 Quatro origens/Preciso esquecer
1961 Sertanejo 78 Resposta do coração de luto/Não e não
1961 Chantecler 78 São Paulo/Despedindo-me de ti
1961 Sertanejo 78 Tua carta/Ausente de ti
1960 Sertanejo 78 Gaúcho de Passo Fundo/Coração de luto
1960 Sertanejo 78 Pialo da saudade/Gaúcho pialado
1959 Sertanejo 78 Briga no batizado/Xote soledade
1959 Sertanejo 78 Cinzeiro amigo/Tiro de laço
1959 Sertanejo 78 Milonga da fronteira/Velha estância
Obras
24 de agosto
A partida
Adeus, Carmen Miranda
Amor de mãe
Ausente de ti
Beijo doce
Briga no batizado
Briga no casamento
Cinzeiro amigo
Coração de luto
Dedilhando minha sanfona
Dia das mães
Ele disse que tem
Gaúcho andante
Gaúcho de Passo Fundo
Gaúcho pialado
Menino órfão
Migalha de amor
Milonga da fronteira
Miss Universo
Motorista brasileiro
Não chores, querido
Não é não
Obrigado doutor
Pialo da saudade
Preciso esquecer
Quatro cantos do Rio Grande
Quatro origens
Resposta do coração de luto
Saudades de Passo Fundo
Sexta-feira, 13 de agosto
Sorte tirana
São Paulo (c/ Dionísio de Souza)
Tiro de laço
Tragédia no circo
Tua carta
Velha estância
Volte papai
Xote soledade