2.001
Nome Artístico
Sylvia Telles
Nome verdadeiro
Sylvia Telles
Data de nascimento
27/8/1934
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
17/12/1966
Local de morte
Maricá, RJ
Dados biográficos

Cantora.

Irmã do compositor e cantor Mário Telles. Mãe da cantora Cláudia Telles.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira profissional em 1955, participando da revista musical “Gente de bem e champanhota”, realizado no Teatro Follies (RJ), em que interpretava “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão). Ainda nesse ano, gravou, pela Odeon, o 78 rpm contendo “Amendoim torradinho” e “Desejo” (Garoto, José Vasconcelos e Luiz Cláudio), acompanhada pelo violonista Candinho, com quem se casou. Lançou em seguida mais um 78 rpm com “Menina” (Carlos Lyra) e “Foi a noite” (Tom Jobim e Newton Mendonça), considerado um dos discos precursores da bossa nova. Nessa época, apresentou com Candinho o programa “Música e romance”, transmitido pela TV Rio, em que o casal recebia convidados como Dolores Duran, Tom Jobim, Johnny Alf, Garoto e Billy Blanco, para cantar e conversar. Após o nascimento da filha Cláudia, o casal separou-se.

Em 1957, lançou, pela gravadora Odeon, seu primeiro LP, “Carícia”, que incluiu “Chove lá fora” (Tito Madi), “Se todos fossem iguais a você” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “Canção da volta” (Ismael Neto e Antonio Maria), entre outras.

Em 1958, apresentou-se no Grupo Universitário Hebraico (RJ), em show que reuniu Carlos Lyra e Roberto Menescal, entre outros músicos ligados à bossa nova.

No ano seguinte, gravou o LP “Silvia”, com destaque para “Estrada do sol” (Tom Jobim e Dolores Duran) e “Mágoa” (Tito Madi). Ainda em 1959, lançou mais um LP, “Amor de gente moça”, com as canções de Tom Jobim “Só em teus braços”, “A felicidade” (c/ Vinicius de Moraes), “Sem você” (c/ Vinicius de Moraes) e “O que tinha de ser” (c/ Vinicius de Moraes). O disco, que apresentava um refinado acompanhamento orquestral, consagrou-a como cantora profissional. Participou, também nesse ano, do Iº Festival de Samba Session, realizado no anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura, na Praia Vermelha (RJ).

Em 1961, viajou para os Estados Unidos, onde gravou “Silvia Telles USA”, com destaque para “Canção que morre no ar” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli) e “Manhã de Carnaval” (Luis Bonfá e Antonio Maria). A produção musical do disco foi assinada por Aloysio de Oliveira, com quem veio a casar-se dois anos depois.

Em sua discografia, constam ainda os LPs “Silvia Telles: amor em hi-fi” (Philips), “Bossa, balanço, balada” (Elenco), “The face I love” (Kapp), não editado no Brasil, e “The music of Mr. Jobim” (Elenco). Interpretou vários sucessos da bossa nova, como “Corcovado” (Tom Jobim), “Se é tarde me perdoa” (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), “Amor e paz” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Insensatez” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Você” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Balanço zona sul” (Tito Madi), “Preciso aprender a ser só” (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e “Eu preciso de você” (Tom Jobim e Aloisio de Oliveira), entre outros.

Em 1964, participou do show “O remédio é bossa”, realizado no Teatro Paramount (SP), ao lado de Tom Jobim, Os Cariocas, Alaíde Costa e Carlinhos Lyra, entre outros.

Em 1966, apresentou-se na República Federal da Alemanha, ao lado de Edu Lobo. Faleceu nesse ano, vítima de um desastre de automóvel ocorrido na Rodovia Amaral Peixoto, que também tirou a vida de Horacio de Carvalho Filho, então seu namorado, quando se dirigiam à fazenda de Horacinho, em Maricá.

Em 2000, o selo Kapp (agora da Universal Music), relançou dois discos da cantora no mercado europeu e japonês: “The face I love”, cuja faixa-título é uma versão de “Seu encanto” (Pingarilho e Marcos Valle), e “Sylvia Telles sings the wonderful songs of Antonio Carlos Jobim”, com destaque para a primeira gravação da canção “Bonita” (Tom Jobim).

Em 2002, seu disco “Bossa, balanço, balada” foi relançado em CD pelo selo Dubas.

Segundo João Máximo, em matéria assinada no jornal “O Globo”, “Sylvinha foi uma das melhores intérpretes da moderna música brasileira, entendendo-se como tal a que vai de Ponto final, com Dick Farney, e Amargura, com Lúcio Alves, até as canções que Tom e Vinicius fizeram depois de Orfeu da Conceição”.

Discografias
1997 CD Por causa de você-Dedicado a Silvinha Telles

(Tributo:)

1966 LP Reencontro-Silvinha Telles, Edu Lobo, Tamba Trio e Quinteto Villa-Lobos
1966 Elenco LP The music of Mr. Jobim by Sylvia Telles
1964 LP, CD Bossa session-Silvinha Telles, Lúcio Alves e Roberto Menescal e seu Conjunto
1964 Kapp LP The face I love
1963 Elenco LP, CD Bossa, balanço, balada
1962 LP Bossa nova mesmo-Carlos Lyra, Laís, Lúcio Alves, Silvinha Telles, Vinicius de Moraes e Conjunto Oscar Castro Neves
1961 LP Sylvia Telles U.S.A.
1960 Philips LP, CD Amor em hi-fi
1959 LP, CD Amor de gente moça
1958 Odeon LP Silvia
1957 Odeon LP, CD Carícia
1955 Odeon 78 Amendoim torradinho/Desejo
1955 Odeon 78 Menina/Foi a noite
Shows
Gente de bem e champanhota. Teatro Follies, RJ.
I Festival de samba-session. Anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura. Praia Vermelha, RJ.
O remédio é bossa. Com Tom Jobim, Carlos Lyra, Alaíde Costa e Marcos Valle, entre outros. Teatro Paramount, SP.
Silvia Telles e Edu Lobo. República Federal da Alemanha.
Silvia Telles, Carlos Lyra, Roberto Menescal e outros. Grupo Universitário Hebraico, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.