Compositora. Cantora. Instrumentista.
Nascida no Rio de Janeiro, foi criada em Juiz de Fora (MG). Começou a tocar violão aos 15 anos de idade, de forma intuitiva. Três anos depois, compôs “Balãozinho”, canção afinada com a bossa nova. Em 1964, ingressou na Faculdade de Direito de Juiz de Fora, abandonando o curso no último ano.
Em março de 2023 a sobrinha e afilhada Fernanda Cunha postou, nas redes sociais, a notícia da morte da cantora e compositora. A causa da morte não foi divulgada. O velório e o enterro aconteceram no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1967, tevepela primeira vez registrado seu trabalho de compositora, com a gravação de “Por exemplo você” (c/ João Medeiros Filho) por Nara Leão.
No ano seguinte, começou a participar de festivais de música em sua cidade.
Em 1969, foi convidada por Sidney Miller para colaborar na trilha sonora de “Alice no país do divino-maravilhoso”, peça teatral de Paulo Afonso Grisolli, encenada no Teatro Casa Grande (RJ).
Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção (TV Globo), com “Encouraçado” (c/ Tite de Lemos), interpretada por Fábio e classificada em 3º lugar.
Em 1971, suas canções “Aldebarã”, “Assombrações” e “Sombra amiga”, todas com Tite de Lemos, foram incluídas por Maria Bethânia no repertório do show “Rosa dos ventos”.
No ano seguinte, Elis Regina gravou “Vinte anos blues” (c/ Vitor Martins) no LP “Ela”.
Em 1974, teve várias canções de sua autoria interpretadas por Maria Bethânia no show “Cena muda”: “Encouraçado”, “A sonhar eu venci o mundo” (sobre poema de Fernando Pessoa), “Conversações com João e Maria” (c/ Tite de Lemos), “Demoníaca” (c/ Vitor Martins), “Ator de cinema” (c/ João Medeiros Filho), “Açúcar-cândi” (c/ Tite de Lemos) e “Nossa Senhora da Ajuda” (sobre poema de Cecília Meireles).
No ano seguinte, participou da trilha sonora de duas novelas da TV Globo: “Bravo”, com a canção “Dentro de mim mora um anjo” (c/ Cacaso), interpretada pela própria autora; e “Gabriela”, com a canção “Coração ateu”, gravada por Maria Bethânia. Ainda em 1975, gravou seu primeiro LP, “Sueli Costa”, registrando suas composições.
Dois anos depois, lançou mais um LP intitulado “Sueli Costa”, que incluiu, além de suas próprias canções, a faixa “Pedra da lua” (Toninho Horta e Cacaso).
Em 1978, gravou “Vida de artista”, LP que contou com a participação de sua irmã Telma Costa na faixa “4 de dezembro”. Ainda nesse ano, realizou turnê no Norte e Nordeste do país pelo Projeto Pixinguinha, apresentando-se com Paulinho da Viola, Moraes Moreira, Fagner, Gonzaguinha e Terezinha de Jesus.
Na década de 1980, lançou os LPs “Louça fina” (1980) e “Íntimo” (1984).
Em 1994, seus LPs “Sueli Costa” (1975) e “Vida de artista” (1978) foram relançados em CD pela gravadora EMI-Odeon, na “Série Dois em um”.
Ao lado do parceiro Abel Silva, apresentou-se, em 1997, no Teatro Estação Beira-Mar (RJ), com o show “Canção brasileira”.
Em 1999, comemorando 30 anos de carreira, apresentou-se no Bar do Tom (RJ) por duas semanas consecutivas, contando com a participação de Maria Bethânia, Simone, Nana Caymmi, Fátima Guedes, Ivan Lins e Ed Motta.
Autora de sucessos como “Coração ateu”, “Dentro de mim mora um anjo” (c/ Cacaso), “Jura secreta” (c/ Abel Silva), “Primeiro jornal” (c/ Abel Silva) e “Vida de artista” (c/ Abel Silva), teve suas canções gravadas por diversos artistas, como Nara Leão, Maria Bethânia, Elis Regina, Simone, Fátima Guedes, Ney Matogrosso, Joanna, Fagner, Fafá de Belém e Ithamara Koorax, entre outros.
Em 2000, lançou o CD “Minha arte”, contendo canções próprias como “Imagens” (c/ Fausto Nilo), “Senhora de si” (c/ Cacaso), “Canção brasileira” (c/ Abel Silva), “Violão” (c/ Paulo César Pinheiro), além da faixa-título (c/ Ana Terra), entre outras. Apresentou-se, nesse ano, no Mistura Fina (RJ), em show de lançamento do disco.
Em 2001, apresentou-se na na Sala Funarte Sidney Miller (RJ), acompanhada dos parceiros Abel Silva e Ana Terra.
Em 2002, a cantora Lucinha Lins lançou o CD “Canção brasileira”, contendo exclusivamente obras da compositora.
Em 2007, seu primeiro disco, “Sueli Costa”, de 1975, recebeu edição em CD. Ainda em 2007, lançou o CD “Amor blue”, contendo 12 músicas inéditas: “Bem-vindo” (c/ Paulo Mendonça), “Cantiga do vento” (c/ Luiz Sérgio Henriques), “Quem ama sabe” (c/ Carlinhos Vergueiro), “Luz da esperança” (c/ Ana Terra), “Meu gato que ri” (c/ Fausto Nilo), “Calma” (c/ Paulo César Pinheiro), “Sem mistério” (c/ Ana Maria Bahiana), “Porque te amo” (c/ Paulo Emílio), “Outra vez, nunca mais” (c/ Abel Silva), “Sim, sei bem” (sobre poema de Fernando Pessoa), “Elizeth” e a faixa-título. O disco contou com a participação de Maria Bethânia (na faixa “Sim, sei bem”), Simone (na faixa “Porque te amo”, Nana Caymmi (na faixa “Cantiga do Vento”), as três cantoras que mais gravaram suas obras, Celso Fonseca (voz e violão em “Amor blue”), Daniel Gonzaga (na faixa “Calma”) e Fernanda Cunha (na faixa “Luz da Esperança”), e ainda de Iura Ranevsky (cello), Jorjão Carvalho (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria), Zé Carlos (violão e guitarra), Carlos Malta (sax) e Gabriel Grossi (gaita). No dia 25 de julho desse mesmo ano, foi homenageada pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série “Sarau da Pedra”, projeto realizado com patrocínio da Repsol YPF e apoio da gravadora Biscoito Fino. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ela dedicada pela relevância de sua obra musical. Produzida por Heloisa Tapajós e Andrea Noronha, a comemoração contou com performance poética de Euclides Amaral e um show realizado pela cantora Fernanda Cunha, acompanhada pelo pianista Hélvius Vilella, com músicas de autoria da compositora homenageada, que assumiu o teclado, ao final da apresentação, para interpretar, ao lado de Fernanda Cunha, um de seus maiores sucessos: “Coração ateu”.
Em junho de 2018 comemorou 50 anos de carreira e 75 de vida lançando “Sueli Costa Convida Fernanda Cunha e Áurea Martins” com show na Sala Baden Powell, no Ro de Janeiro (RJ). O álbum foi gravado ao vivo no Centro da Música Carioca Artur da Távola e teve, em seu repertório, as músicas “Vida de Artista”(Sueli Costa e Abel Silva), “Música, Música”(Sueli Costa e Abel Silva), “Canção Brasileira”(Sueli Costa, Abel Silva), “Minha Arte”(Sueli Costa e Ana Terra), “Face a Face”(Sueli Costa e Cacaso), “Cobras e Lagartos”(Sueli Costa e Hermínio Belo de Carvalho), “Amor, Amor”(Sueli Costa e Cacaso), “Medo de Amar Número 2”(Sueli Costa e Tite de Lemos), “Altos e Baixos”(Sueli Costa e Aldir Blanc) e “Jura Secreta”(Sueli Costa e Abel Silva).
Com Fernanda Cunha e Áurea Martins
(Tributo:) Lucinha Lins
(Extra:) (Relançamento em CD dos LPs "Sueli Costa" e "Vida de artista")
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.