
Cantora. Compositora.
Inaugurou a linha de cantoras folcloristas, numa época em que só homens atuavam. Em 1926 apresentou-se ao violão, quando esse instrumento ainda estava restrito à então chamada malandragem, no Cassino do Copacabana Palace. Em 1928 estreou em disco interpretando pela Odeon as canções “Tenho uma raiva de vancê” e “Sussuarana”, ambas de Luiz Peixoto e Hekel Tavares. No mesmo ano, gravou de Catulo da Paixão Cearense o samba “Leonor” e de Hekel Tavares e Joracy Camargo, a canção “Lua cheia”. Em 1929, gravou pela Columbia o samba-choro “Bambalelê”, a canção “Stela”, os corta-jaca “A mulher e o trem” e “O homem e o relógio”, o cateretê “Bicho caxinguelê”, a toada “Saia do sereno”, o batuque “Dança do Quilombo dos Palmares” e a canção “História triste de uma praieira”, todos de motivo popular, com arranjos de sua autoria. No mesmo ano, gravou de João Pernambuco os cocos “Tiá de Junqueira” e “Biro biro iaiá” e as toadas “Siricóia” e “Vancê”, esta última em parceria com E. Tourinho. Em 1930 gravou pela Colúmbia o batuque “Mãe Maria Camundá” de sua autoria e o baião “Estrela DAlva” de João Pernambuco. No mesmo ano gravou a toada “Como se dobra o sino”, de motivo popular com arranjos de sua autoria. Tambem fez arranjos de outros motivos populares, entre os quais o coco “O-le-lê Tamandaré” e a canção “Rede do Ceará”. Gravou diversas composições de João Pernambuco, entre as quais “Manaca dos gerais”, de parceria de João e E. Tourinho. Gravou diversas composições de Amélia Brandão Nery, entre as quais a cantiga “Casa de farinha” e a canção “Nos cafundó do coração”. Ainda em 1930 gravou do compositor pernambucano Raul Moraes o coco “Lenhadô”. Em 1933 gravou de sua autoria, o maracatu “Dois de oro” e a canção “Sodade véia”. Em 1939 gravou a canção “História triste de uma praieira”, com arranjos de sua autoria e versos de Adelmar Tavares. Em 1942 gravou a canção “Rede do Ceará”, de motivo popular e arranjos de sua autoria. Em fins dos anos 1950, a cantora Ely Camargo gravou de sua autoria e Aldemar Tavares, “História triste de uma Praieira”. A partir dos anos 1950 só se apresentava em raros recitais, consolidando, contudo, uma aura de elegância e sofisticação, sempre saudada por intelectuais, críticos e até músicos eruditos. Em 1968 gravou histórico depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Passou seus últimos anos de vida na cidade de Volta Redonda, sempre esquecida pela chamada grande “mídia”.