Cantor. Compositor. Instrumentista (cavaquinho e violão).
Filho de músico aprendeu a tocar violão aos nove anos de idade. Por esta época, participava de rodas de choro que aconteciam em sua casa. Logo depois, passou a frequentar a roda de samba da tamarineira, na quadra do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, no subúrbio carioca de Ramos.
Iniciou a carreira artística apresentando-se em casas noturnas de São Vicente, atividade que continuou a exercer na capital paulista, para onde mudou-se em 1975. Três anos depois, em 1978, participou da gravação do disco do grupo Os Originais do Samba. Nesta mesma época, transferiu-se para o Rio de Janeiro e tornou-se frequentador assíduo das rodas de samba do Bloco Cacique de Ramos, onde, em 1980, fundou com um grupo de amigos, entre eles Almir Guineto, Ubirany, Bira Presidente, Sereno e Jorge Aragão, o grupo Fundo de Quintal. Com o grupo gravou 13 discos e ganhou por cinco vezes o “Prêmios Sharp” na categoria de “Melhor Conjunto de Samba”.
Sua primeira composição gravada foi “Marcas no leito”, gravada por Alcione, em 1981.
No início da década de 1990 deixou o grupo Fundo de Quintal para seguir carreira solo.
Em 1993 lançou seu primeiro disco e fez sucesso com o samba “Amor não é por aí”, ganhando o “Prêmio Sharp” na categoria “Revelação Masculina”.
Apresentando-se em shows com Arlindo Cruz, decidiu formar dupla com o amigo, cujo primeiro trabalho foi lançado em 1996, o CD “Da música”. Ainda em 1996, a dupla foi convidada a participar do CD “VivaNoel”, de Ivan Lins. No ano seguinte, em 1997, a dupla lançou o segundo disco “O samba é a nossa cara”. Em uma apresentação deste disco em Brasília, a dupla reuniu 15 mil pessoas, sendo a faixa-título de autoria de Luizinho SP, música que foi um grande sucesso no ano de 1997.
No ano de 1999 participou do evento “Quartas de Bamba”, shows que aconteciam todas as quartas-feiras na casa de espetáculos Ballroom do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, pela gravadora Velas, a dupla Arlindo Cruz & Sombrinha participou do disco “Natal de samba”, do qual também fizeram parte Zeca Pagodinho, Dunga, Toque de Prima, Almir Guinéto, Fundo de Quintal, Nei Lopes, João Nogueira, Dona Ivone Lara & Délcio Carvalho, Luizinho SP, Luiz Grande, Mauro Diniz, Luiz Carlos da Vila e Emílio Santiago. Posteriormente, em 2000, a convite de Rildo Hora, a dupla (Arlindo Cruz e Sombrinha) participou do disco “Casa de samba 4”, interpretando, ao lado de Martinália, a música “Falange do erê” de autoria de Arlindo Cruz, Jorge Carioca e Aluízio Machado. No ano seguinte, em 2001, a dupla participou do disco homenagem a João Nogueira, “Através do espelho”, cantando “Alô Madureira” e “Mineira”, esta última de João Nogueira e Paulo César Pinheiro. Ainda no ano de 2001, a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha apresentou-se no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, onde receberam diversos convidados, entre eles, Dudu Nobre, Almir Guinéto, Reinaldo, Marquinhos PQD, Luiz Carlos da Vila, Dona Ivone Lara e a Velha Guarda do Império. Neste mesmo ano, a dupla lançou o primeiro disco ao vivo. No CD, lançado pela gravadora Índie Records, incluíram “Saudade não se desfaz” (Sombrinha e Doutor Franco) com a participação de Beth Carvalho. O disco teve outras participações especiais, como as de Zeca Pagodinho, Péricles e Almir Guinéto. Neste mesmo ano de 2001Dona Ivone Lara gravou “Essência de um grande amor”, parceria de Sombrinha com Dona Ivone Lara, no disco “Nasci pra sonhar e cantar”, lançado pela gravadora francesa Lusafrica. No Brasil, o disco foi lançado pela Natasha Records. O grupo Da Melhor Qualidade, ainda em 2001, incluiu em seu disco uma composição de sua autoria, “Bota fogo no Sapê”, parceria com Arlindo Cruz. No final do ano de 2001, fazendo dulpa com Arlindo Cruz e ao lado de outros artistas, fez o show de réveillon na Praia da Bica, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.
Em 2002, ainda em dupla com Arlindo Cruz, participou do disco “Os melhores do ano III”, da gravadora Índie Recods, no qual a dupla interpretou juntamente com Marquinhos Sensação “Um lindo sonho”. Neste mesmo ano, Leci Brandão incluiu em seu disco “A filha da Dona Lecy” a composição “Cadê a dignidade” (Arlindo Cruz, Sombrinha e Rubens Gordinho). Ainda em 2002 apresentou-se com Arlindo Cruz em show na Lona Cultural João Bosco, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, junto a vários artistas, entre eles, Almir Guinéto, Bandeira Brasil, Serginho Meriti, Deni de Lima, Ivan Milanez, Marquinhos China, Ircéa Pagodinho e Maurição, fez o show-homenagem “Bum-bum-baticum-Beto”, tributo ao compositor Beto Sem Braço no Bar Supimpa, na Lapa, Rio de Janeiro. Em dupla com Arlindo Cruz, fez a última apresentação da dupla, na casa de show Canecão, na ocasião da entrega do “Prêmio Shell de MPB” à Dona Ivone Lara e gravou o último disco da dupla, “Hoje tem samba”, que contou com participações especiais de Beth Carvalho, Jamelão, Velha-Guarda da Portela e da Velha-Guarda do Império Serrano. Em novembro deste mesmo ano a dupla se desfez. No ano seguinte, em 2003, Beth Carvalho, acompanhada do conjunto Quinteto em Branco e Preto, gravou o CD “Pagode de mesa 2 ao vivo”, disco no qual incluiu de sua autoria “Natal diferente”, em parceria com Arlindo Cruz. No ano posterior, em 2004, lançou pelo selo CCf o CD “Derramando alegria”, do qual se destacou a faixa “O poder de curar”, feita em parceria com Arlindo Cruz. Foi um dos convidados de Beth Carvalho para a gravação do DVD ao vivo “Beth Carvalho – a madrinha do samba”. Ainda em 2004 participou do show “Samba de Panela especial – ao vivo”, de Telma Tavares, fechando o projetono “Cartão postal da MPB” do Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Do especial também participaram Délcio Carvalho, Cláudio Jorge, Diogo Nogueira, Tonico Ferreira, Agrião, Wanderley Monteiro,Toque de Prima e Nosso Samba. No ano posterior, em 2005, no CD “À vera”, Zeca Pagodinho interpretou de sua autoria “O que resta de nós”, parceria com Ratinho (Alcino Correa Ferreira).
No ano de 2013 lançou o CD “Matéria-prima”, produzido por Arlindo Cruz, com arranjos de Fernando Merlino, Ivan Paulo e Jorge Cardoso, além de várias participações especiais. No disco interpretou 16 faixas de sua autoria, destacando-se “Deixa solto” (c/ Chico Buarque e Arlindo Cruz), com as participações especiais de Chico Buarque, Arlindo Cruz, Hamilton de Holanda e Velha-Guarda da Mangueira; “Guerreiro e protetor” (c/ Arlindo Cruz), com a participação de Arlindo Cruz; “Perdeu o valor” (c/ Sombra), com as participações especiais de Sombra e do trombonista Marlon Sette; “Quando eu jogo a rede” (c/ Marquinho PQD e Rubens Gordinho), com as participações de Zeca Pagodinho e Hamilton de Holanda; “Foi embora” (c/ Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz); “Festa do Zé” (c/ Carlinhos Vergueiro); “De Donga à Doca” (c/ Marquinho PQD); “Pra ser feliz um dia” (c/ Carlinhos Vergueiro); “A felicidade tá chamando” (c/ Carlinhos Vergueiro); “Felicidade pra dois” (Nilton Barros e Marquinho PQD); “O amor você e eu” (c/ Nilton Barros e Rubens Gordinho); “Me joga no aiê-iêo” (c/ Marquinho PQD e Nilton Barros); “A semente não conhece a flor” (c/ Nilton Barros e Rubens Gordinho); “Inconsequente” (c/ Jorge Cardoso); “A flor que não esqueço” (c/ Marquinho PQD e Nilton Barros), com participação especial de Chico Buarque; além da faixa-título “Matéria-prima” (c/ Nilton Barros). No ano posterior, em 2014, ao lado da cantora e compositora Eliane Faria e do multi-instrumentista Valdir Silva (grupo Chapéu de Palha), recebeu uma homenagem do “Movimento Reduto Pixinguinha 100% Suburbano”, do bairro de Olaria, sendo na ocasião acompanhado pelo grupo Batuque do Subúrbio, integrado por Siqueira (cavaquinho), Márcio Vinhas (bandolim), Joe Luiz Ribeiro (pandeiro) e Josimar Carneiro (violão de sete cordas), entre outros. Na ocasião, o poeta Euclides Amaral participou do evento, a convite de Cenira Santos (integrante do comite de organização) declamando meta-poemas sobre o samba e o choro.
No ano de 2015, no “Dia Nacional do Choro”, como convidado do MCS (Movimento Choro Suburbano), organizado e produzido por Cenira Santos e Márcio Vinhas, foi uma das atrações do evento, apresentando-se na Lona Cultural João Bosco, tendo ao seu lado no palco Joel Nascimento (bandolim de oito cordas), Josimar Monteiro (violão de sete cordas) e Hamilton de Holanda (bandolim de dez cordas).
Em 2018 apresentou o espetáculo “Sombrinha Convida Luisa Lacerda”, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em parceria com Jorge Aragão compôs diversas músicas, entre as quais, “Ponta de dor”, gravada por este no LP “Coisa de pele”.
Teve composições gravadas por Beth Carvalho “Nem pensar” no LP “Alma do Brasil”, e ainda por Chico Buarque e Caetano Veloso “Não quero saber mais dela”, incluída no LP “Melhores momentos de Chico e Caetano”.
Em 2020 comemorou 40 anos de carreira com uma transmissão ao vivo do show “Meus sambas”, em seu canal na plataforma de vídeos online Youtube, durante o período de pandemia do vírus Covid-19. A apresentação contou com a participação de Xande de Pilares.
Em 2024 lançou o álbum “Viver Gonzaguinha – Os samba do Morro de São Carlos”, inteiramente dedicado ao repertório autoral de Gonzaguinha, com produção e direção musical de Carlinhos Sete Cordas, e participações especiais de Martinho da Vila, Vidal Assis, Larissa Luz, Criolo, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Yvison Pessoa.
(c/ Arlindo Cruz)
(com Arlindo Cruz)
(com Arlindo Cruz)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.