
Regente. Compositor. Letrista.
Estudou música em uma escola particular do Recife, formando-se como maestro. Em 1897 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola Militar, então na Praia Vermelha. No ano seguinte foi transferido para Curitiba, onde conhece Celestina Costa, com quem se casou. Prestou concurso para professor de matemática do Ginásio de Curitiba, onde passou a lecionar. Foi integrado à Escola Militar do Realengo, voltando ao Rio de Janeiro acompanhado de sua esposa. Em 1901 nasce seu filho Homero Dornelas, músico como o pai, autor da melodia de “Na Pavuna”, sucesso carnavalesco em 1930. Em 1912, foi para Niterói como ajudante-de-ordens do Comandante da 8ª Região Militar.
Frequentou os meios do teatro musicado de Curitiba, onde entrou para a Companhia de Leopoldo Fróes, fazendo uma temporada na capital paranaense. Em 1906, foi editada em Porto Alegre “Flutivagando”, composição para violino e piano. Em 1912, fundou em Niterói uma Companhia de Operetas. Montou, no desaparecido Cine-Teatro Rio, que ficava na Rua da Praia, uma série de operetas: “Viúva alegre”, “Conde de Luxemburgo”, “Sonho de valsa” e “Pérola encantada”, esta última de sua própria autoria. Escreveu nessa época duas peças de costumes locais “Do inferno a Niterói” e “Três tempos”. Por volta de 1914, foi maestro da Companhia do Ataliba Reis que atuava no Teatro Rio Branco, tendo como maestro auxiliar nada menos do que Pixinguinha. Em 1923, deu baixa no Exército como primeiro-Tenente, passando a dedicar-se exclusivamente à música. Viajou para São Paulo para ser o maestro da Companhia Pinto Filho, atuando inicialmente no Teatro Colombo, depois no Boavista. Durante uma de suas apresentações neste teatro, o desabamento do teto causou a morte de muitos espectadores, mas ele sobreviveu ao acidente. Em 1926, de volta ao Rio de Janeiro, ingressou a convite do dançarino Duque na Casa de Caboclo, companhia que começou no hall do Teatro São José e terminou no hoje desaparecido Teatro Phoenix. Escreveu a música e os versos da peça musical “Minha palhoça”, partitura que chegou a ser editada. De 1931 a 1941, foi secretário Geral da SBAT.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.