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Nome Artístico
Severo
Nome verdadeiro
João Severo da Silva
Data de nascimento
15/6/1950
Local de nascimento
Sapé, PB
Data de morte
11/3/2015
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Durante a infância, morou em várias cidades da Paraíba. Seu pai, Severino Severo da Silva, tocava concertina de 8 baixos, sendo muito requisitado em festas como batizados e casamentos. Aprendeu a tocar concertina de 8 baixos com 8 anos, escondido do pai, que o havia proibido manusear seu instrumento, sob pena de lhe bater. Quando este descobriu que Severo já tocava surpreendentemente bem, desistiu de cumprir a ameaça e passou a levá-lo como seu substituto nas festa em intervalos para descanso, até que, gradativamente foi-lhe passando o lugar, indo apenas acompanhá-lo nos eventos. Resolveu a aprender a tocar sanfona, aos 10 anos, quando, numa das cidades em que foi tocar com o pai, viu um tocador em um bar onde pararam para comer.Ficando impressionado, Severo pediu para tocar na safona do músico e este apenas deixou que ele visse o instrumento, argumentando que o menino ia estragar seu instrumento. Severo ficou muito aborrecido e encarou aquela negativa como um desafio. Peiu ao pai uma sanfona, pois daí em diante era esse o instrumento que queria tocar. Seu pai, cedendo a sua insistência, resolveu fazer um crediário. Nesse dia, ao jogar no bicho, ganhou uma soma alta. Com esse dinheiro, comprou-lhe uma sanfona. Rapidamente Severo já tocava sanfona não só em festas familiares, como também, passava a se apresentar nas praças de várias cidades entre a Paraíba e Pernambuco. Numa dessas apresentações, em Carpina, Pernambuco, o mesmo tocador que lhe tinha negado experimentar sua sanfona, ofereceu-lhe seu instrumento, encantado com a arte do menino. Severo agradeceu. Não precisava mais. Sua vinda para o Rio de Janeiro com o pai, se deu através dos recursos conseguidos com sua apresentação, com mais dois meninos tocando zabumba e triângulo, pelas praças por que iam passando. Uma verdadeira lenda da música nordestina, faleceu em sua casa, de parada cardíaca, três meses antes de completar 65 anos de idade.

Dados artísticos

Em 1961 chegou ao Rio de Janeiro e passou a tocar na feira de São Cristovão. Em 1969 passou a tocar com Jackson do Pandeiro, acompanhando-o em shows e gravações. Tocou com Jackson do Pandeiro por cerca de 16 anos, até seu último show. Tocou com Alceu Valença, com se apresentou no festival de Montreux na Suiça. Tocou também com Elba Ramalho, Fagner, Fafá de Belém, Chico Buarque, Zé Ramlho e Luiz Gonzaga, para quem também fez arranjos, entre outros. Teve diversas composições gravadas por diferentes artistas, entre as quais, Zé Ramalho, que gravou “Esse coração é meu”, Elba Ramalho, que gravou “Do jeito que a gente gosta”, que foi título de disco e show da cantora e Roberta Miranda, que gravou “Mexe mexe funga funga”. Em 1979 participou do disco “A pejeja do diabo contra o dono do céu”, de Zé Ramalho, tocando acordeom na faixa título. Em 1980 participou do disco “Coração bobo”, de Alceu Valença, no qual tocou acordeom nas faixas “Como se eu fosse um faquir”, “Coração bobo” e “Vem morena”. Em 1981, participou do LP “João do Vale”, de João do Vale, produzido por Chico Buarque para a gravadora CBS, tocando acordeom nas músicas “Estrela miúda”, de Luís Vieira e João do Vale, e “Morceguinho (o rei da natureza)”, de João do Vale. Em 1988, realizou participação especial, ao lado de Joca de Natal e Zé Américo, no disco “Cantolínea psicordélica”, lançado pela Polygram por Marcus Lucenna em que canta a convivência harmoniosa entre os ritmos brasileiros. Em 1982 e 1983 apresentou-se no Festival de Montreux, considerado um dos melhores músicos do festival. Apresentou show solo na Itália. Apresentou-se ainda em companhia de Elba Ramalho em Israel, Portugal, França, Japão e China, sendo que nesses dois últimos, também apresentou-se sozinho. Fez show com Caçulinha e Chiquinho do Acordeom na Tv Globo. Em 1986 lançou pela EMI Odeon o LP “No foro eu e ela”. Tem cerca de 180 composições com diversos parceiros, entre os quias, Jackson do Pandeiro. Gravou 11 discos. Em 2000 lançou pela Atração Fonográfica o CD “Forró rasgado”, com destaque para “Homenagem a Capiba”, de Dominguinhos, “Dança do Mateu”, com Elias Soares e “Relembrando Sapé”, de sua autoria. É considerado por muitos como um dos maiores sanfoneiros brasileiros.

Em 2003, fez os arranjos e tocou no CD “Forró na Lua”, lançado por Jadiel Guerra. Nesse ano, fez inúmeras apresentações acompanhando Jadiel e tocando com Durval Pereira e Mozart Laranjeira. Nesse ano, tocou no festival de Itaúnas no Espírito Santo, acompanhando Jadiel Guerra.

Em abril de 2004, participou dos eventos de revigoração da música nordestina no Rio de Janeiro, tocando, entre outros, na casa de show Forró na Praia, na Barra da Tijuca, acompanhando Jadiel Guerra e fazendo o público vibrar com seu toque de sanfona.

Em 2005, tocou nos dois principais palcos do Centro de Tradições Nordestinas, a famosa Feira de São Cristóvão, para um público de centenas de pessoas, acompanhando Jadiel Guerra, em apresentação que homenageou Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. No mesmo ano, participou da gravação do CD do sanfoneiro Zé Calixto, com quem se apresentou por vezes, em casas noturnas do Rio de Janeiro.

Discografias
[S/D] Tapecar LP Roda de sanfoneiro
2000 Atração Fonográfica CD Forró rasgado
1987 EMI LP Machucando gostosinho
1986 EMI Odeon LP No forró eu e ela
Obras
Chamego, remelexo
Dança do Mateu (c/ Elias Soares)
Do jeito que a gente gosta
Esse coração é meu
Forró embriagado (c/ Elias Soares)
Mexe mexe, funga funga
No canto da parede (c/ Elias Soares)
Relembrando Sapé
Shows
Montreux - Suiça
Montreux - Suiça.