4.001
Nome Artístico
Sérgio Dias
Nome verdadeiro
Sérgio Dias Baptista
Data de nascimento
1/12/1951
Local de nascimento
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Músico. Guitarrista. Ator. Escritor. Artista plástico.

Por influência do irmão mais velho Cláudio César, começou a estudar violão aos 11 anos de idade.

Aos 13 anos dava aulas de vilão e formou como irmão, também mais velho, Arnaldo Batista, a banda de rock Six Sided Rockers, que mais tarde, com a entrada da cantora e compositora Rita Lee, ainda na década de 1960, mudaria o nome para Os Mutantes.

Dados artísticos

Fundou e integrou as diversas formações da banda paulista de rock Os Mutantes entre os anos de 1966 e 1978. Da primeira formação clássica constavam Rita Lee (Rita Lee Jones – voz, flauta, harpa e percussão), Arnaldo Baptista (Arnaldo Dias Baptista – voz, baixo e teclados) e Sérgio Dias (Sérgio Dias Baptista – voz e guitarra). Com Os Mutantes gravou os discos “Tropicália ou Panis et Circencis” (1968/vários); “Os Mutantes” (1968); “Mutantes” (1969); “A divina comédia ou ando meio desligado” (1970); “Jardim elétrico” (1971); “Mutantes e seus cometas no país do bauretz” (1972); “Tudo foi feito pelo sol” (1974); “Cavaleiros negros/Tudo bem/Balada do amigo” (1976) e “Ao vivo” (1976).

No ano de 1978, com o fim do grupo, transferiu-se para Itália. Dois anos depois, voltou ao Brasil e passou a trabalhar como guitarrista de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Ainda no ano de 1980 lançou o primeiro disco solo intitulado “Sérgio Dias”. Logo depois mudou-se para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar como músico de estúdio e a compor trilhas sonoras para filmes.

Em 1987 compôs a trilha sonora do filme “Johnny Love”, no qual também trabalhou como ator. Por essa época, mudou-se para a cidade de Cotia, no interior de São Paulo.

Em 1992 a gravadora Universal lançou o disco “O A e o Z”, gravado pelo Os Mutantes no ano de 1973 e nunca lançado.

Em 1999, a gravadora Universal inglesa lançou “Thechnicolor”, disco produzido por Carlos Olms e gravado em 1970 em Paris, durante uma temporada do grupo no Olympia. Na época, em 1970, a Polygran inglesa convidou o grupo para se radicar em Londres, e pediu para que as letras do discos fossem cantadas em inglês. Apenas Arnaldo Baptista sabia do convite para o grupo ficar em solo inglês, o que veio a contar aos outros participantes somente quando regressaram ao Brasil. A capa do disco e o encarte, em versão editada no ano de 1999, foram desenhados por Sean Lennon.

Em 2006 o grupo foi homenageado na mostra “Tropicália – a revolution in Brazilian culture”, no Barbican Hall, em Londres, principal centro cultural da Europa. Ao grupo original – Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Dinho Leme, juntou-se a cantora Zélia Duncan no lugar de Rita Lee, que não pode juntar-se aos antigos companheiros por ter compromissos agendados nesta data. O show, com todos os ingressos vendidos antecipadamente, teve como banda de abertura o grupo pernambucano Nação Zumbi, além do músico texano Devendra Banhart, admirador do grupo. Depois do show em Londres Os Mutantes seguiram para temporada nos Estados Unidos, apresentando-se em Nova York (Webster Hall), Los Angeles (Hollywood Bowl), São Francisco (The Fillmore), Seatle (Moore Theatre), Denver (Cervantes Masterpiece Ballroom) e Chicago, no Pitchfork Music Festival. Neste mesmo ano de 2006 a gravadora Universal remasterizou todos os disco da banda Os Mutantes dos anos de 1968 a 1972, fazendo uso das fitas originais.

No ano de 2011 Os Mutantes, com uma nova formação, foi uma das principais atrações do “Rock In Rio IV”, apresentando-se com grande sucesso de público e crítica no Palco Sunset, no qual recebeu o cantor e compositor baiano Tom Zé.

Em 2012 fazendo parte dos Mutantes, excursionou pelos Estados Unidos, Canadá, França e Cingapura, com a formação Sérgio, Esmeria Bulgari (voz e percussão), Vinicius Junqueira (baixo), Vítor Trida (guitarra e voz), Amy Crawford (teclado e voz) e Ani Cordero (bateria, percussão e voz). Ainda em 2012, com Túlio Mourão (teclado), Antônio Pedro de Medeiros (baixo) e Rui Motta (bateria), todos membros da formação da banda em 1974, fizeram uma apresentação “Festival Psicodália”, na cidade de Rio Negrinho, em Santa Catarina, executando na íntegra o disco “Tudo foi feito pelo Sol”, relançado em CD neste mesmo ano pela gravadora.

Em 2013 a banda, com nova formação, em sexteto, lançou o CD “Fool metal Jack”, no qual a faixa “The dream is gone” ganhou imediatamente divulgação em várias emissoras de rádio do país, assim como a faixa-título, uma alusão ao filme “Full metal jacket”, de 1987, do diretor norte-americano Stanley Kubrick. Outras faixas do disco também foram postas para audição grátis no site da banda, destacando-se “Picadilly Wille”, “Look out” e “To make it beautiful”, além de “Eu descobri”, de Gilberto Gil.

Discografias
(1968) Os Mutantes (c/ Os Mutantes) - Polydor - LP
(1968) Tropicália ou Panis et Circencis (c/ Os Mutantes/vários) Gravadora Philips - LP
(1969) Mutantes (c/ Os Mutantes) - Polydor - LP
(1971) Jardim elétrico (c/ Os Mutantes) - Polydor - LP
(1972) Mutantes e seus cometas no país do bauretz (c/ Os Mutantes) - Polydor - LP
(1974) Tudo foi feito pelo sol (c/ Os Mutantes) - Som Livre - LP
(1976) Ao vivo (c/ Os Mutantes) - Som Livre - LP
(1976) Cavaleiros negros/Tudo bem/Balada do amigo (c/ Os Mutantes) - Som Livre - Compacto duplo
(1992) O A e o Z (c/ Os Mutantes) Polygram/Philips - CD
(1999) Thechnicolor (c/ Os Mutantes) - Universal - CD
(2013) Fool metal Jack (c/ Os Mutantes) - CD
1970 A divina comédia ou ando meio desligado (c/ Os Mutantes) - Polydor - LP
Obras
A hora e a vez do cabelo nascer Arnolpho Lima Filho e Mutantes
Algo mais Os Mutantes
Ando meio desligado c/ Arnaldo Baptista e Rita Lee
Ave Gengis Khan Os Mutantes
Beijo exagerado c/ Rita Lee e Arnaldo Baptista
Caminhante noturno c/ Rita Lee e Arnaldo Baptista
Dia 36 Johnny Dandurandm e Mutantes
Dune Buggy Rita Lee e Arnaldo Baptista
Fuga nº 2 Mutantes
Meu refrigerador não funciona c/ Arnaldo Baptista e Rita Lee
Mutante e seus cometas no país do bauretz Ronaldo Leme, Arnolpho Lima Filho e Mutantes
O relógio Os Mutantes
Oh! Mulher infiel; Arnaldo Baptista
Qualquer bobagem Tom Zé e Mutantes
Rita Lee Mutantes
Senhor F os Mutantes
Tempo no tempo J. Philips/Versão: Os Mutantes
Trem fantasma Caetano Veloso e Os Mutantes
Vida de cachorro c/ Rita Lee e Arnaldo Baptista
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, A história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4ª ed. EAS Editora, 2020.

CALADO, Carlos. A divina comédia dos Mutantes. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

CALADO, Carlos. Tropicália: a história de uma revolução musical. São Paulo: Editora 34, 1997.

CAMPOS, Augusto de. Balanço da bossa e outras bossas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1993.

CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da paulicéia à centopéia desvairada – as vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.

FAVARETTO, Celso. Tropicália – alegoria, alegria. São Paulo: Editora Kairós, 1978.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.

VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Cia. Das Letras, 1997.