3.002
Nome Artístico
Sérgio Bittencourt
Nome verdadeiro
Sérgio Freitas Bittencourt
Data de nascimento
3/2/1941
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
9/7/1979
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Jornalista.

Filho de Jacob do Bandolim, cresceu cercado pelas rodas de choro de seu pai e de seus grandes amigos chorões. Aos 18 anos, saiu da casa dos pais. Lutou desde a infância contra as seqüelas da hemofilia. Faleceu aos 38 anos de um enfarte.

Dados artísticos

Como jornalista, desenvolveu estilo de crítica duro e desaforado. Como pessoa, no entanto, era um sentimental. Trabalhou em vários órgãos de imprensa cariocas, os jornais Correio da Manhã, O Globo, e O Fluminense, e na Revista Amiga, em rádio, atuou nas Rádios Capital, Carioca, no Rio de Janeiro, e Mulher, de São Paulo. Atuou também como jurado dos famosos programas de calouros da TV, “Um instante, Maestro!”, “A Grande Chance” e “Programa Flávio Cavalcanti”, todos apresentados por Flávio Cavalcanti. Apresentou na Rádio Nacional o programa “Fim de noite”, posteriormente levado ao ar na Rádio Mauá. Teve sua primeira composição gravada em 1965, “Estrelinha”, na voz de Eliana Pitman. Em 1966, classificou-se em quarto lugar no II Festival da Música Brasileira, na TV Record, com a música “Canção de não cantar”, interpretada pelo conjunto MPB4. Em 1968, foi vencedor do festival “O Brasil canta o Rio”, com a música “Modinha”, interpretada pelo cantor Taiguara. Essa música seria ainda regravada por Nelson Gonçalves, Carlos José, Waleska, e Tito Madi, entre outros. Nesse ano, Waleska regravou “Estrelinha”. No I Festival Internacional da Canção, classificou a música “Canção a medo”, na interpretação do MPB4 e do Quarteto em Cy. Em 1970, sua música “Acorda, Alice” foi proibida pela censura da ditadura militar devido ao verso “Acorda, Alice/Que o país das maravilhas acabou”. Posteriormente, com a abertura política, foi gravada por Waleska. Em 1971, apresentou-se com Ataulpho Alves Junior e Walesca em show na boate Fossa, no Rio de Janeiro. Entre os diversos shows que apresentou está “Vamos falar de muito amor”, que contou com as participações de Ribamar, Waleska, Mano Rodrigues e Márcia de Windsor. Seu grande sucesso foi “Naquela mesa”, comovida homenagem póstuma ao seu pai Jacob, gravado por Elizeth Cardoso em seu LP “Preciso aprender a ser só”, de 1972, pela Copacabana, música que ganharia não só outras gravações posteriores como seria incorporada ao repertório informal de seresteiros, boêmios e amantes da MPB. Entre os diversos interprétes que regravaram “Naquela mesa” estão Nelson Gonçalves e Paul Mauriat. Outra de suas composições que recebeu várias regravações foi “Eu quero”, registrada por Cláudio Faissal, Nelson Gonçalves, Carlos José, Waleska e Elymar Santos. Como jurado de TV, fazia questão de deixar clara sua proposta de defender a música brasileira, marcando publicamente uma linha nacionalista. Participou dos discos “Raízes do samba”; “A divina”; “Preciso aprender a ser só” e “Disco de ouro”, todos da cantora Elizeth Cardoso. Sua principál interprete foi a cantora Waleska que registrou as músicas “Seja homem”, “Por você”, “Canção pra ninguém chorar”, “Por Deus”, “Nem marido nem amante”, “Vim”, “Acorda Alice”, “Pretexto”, “Que maldade” e “Amiga”. Em 1975, teve a canção “Por Deus”, com Beto Quartin, gravada por Waleska em LP lançado pela Copacabana. Dois anos depois, a mesma cantora registrou as canções “Nem marido nem amante”, “Seja homem”, e “Naquela mesa”. Em 1978, no disco “Eu Waleska”, a cantora registrou “Que maldade”, e no ano seguinte, “Canção pra ninguém chorar”. Em 2000, as músicas “Vim” e “Azar”, com Eduardo Souto Neto, e “Que maldade”, foram relançadas no CD “Seleção de ouro – 20 sucessos – Waleska”, da EMI Music. Em 2001, “Naquela mesa” foi regravada por Hebe Camargo no CD “Como é grande o meu amor por vocês”. Em 2002, a “Canção de não cantar” foi relançada pela Universal Music no CD “20 anos de saudade – Elis Regina”. Suas composições foram gravadas também por Pery Ribeiro, Moacyr Franco, Vanusa, Célia, Antônio Marcos, Ângela Maria, Maria Creusa e Wilson Simonal. Em 2005, foi publicado o livro “Tá faltando ele…”, com seu perfil biográfico escrito por Paulo Roberto de Oliveira, com prefácio de Ricardo Cravo Albin. Em 2010, teve o samba-canção “Eu quero”, gravado pela cantora Waleska no CD “20 supersucessos – Vol. 3” da Polydisc. Em 2012, teve os sambas-canção  “Modinha”, “Canção de não cantar” e “Naquela mesa” gravados pela cantora Waleska, no DVD “Waleska – 50 anos de MPB”, o primeiro da cantora.

Obras
Acorda Alice
Aleluia
Amiga
Azar
Canoa (c/ Rildo Hora)
Canção a medo
Canção de não cantar
Canção menor para a maior Cristina
Canção morrendo de saudade
Canção pra ninguém chorar
Estrelinha
Eu quero
Fase (c/ Elizabeth)
Linda (c/ Eduardo Souto Neto)
Modinha
Naquela mesa
Nem marido nem amante
No meio da festa
Não importa
O amigo (c/ Roberto Quartin)
O velho
Por Deus
Por você
Pra quê
Pra saber que é voltar (c/ Nonato Buzar)
Pretexto
Que maldade
Quem mandou
Reza
Seja homem
Silêncio (c/ Eduardo Souto Neto)
Tá bom, deixa (c/ Eduardo Souto Neto)
Velha
Vim (c/ Eduardo Souto Neto)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

OLIVEIRA, Paulo Roberto de. Tá faltando ele…Rio de Janeiro: Quartet Editora e Comunicação, 2005.