
Instrumentista (violonista). Compositor.
Iniciou seu aprendizado de violão com seu pai, na infância. Aos dez anos de idade começou a tocar profissionalmente no conjunto de baile Os Mocorongos em Santarém, sua cidade natal. Ainda menino, gostava de observar as lojas de instrumentos e de assistir ao seu manuseio. Em 1958, mudou-se para a cidade de Belém (PA), onde estudou com o professor Ribamar e o professor Drago (teoria musical e harmonia). Em 1963, esteve durante um mês no Rio de Janeiro, onde teve aulas intensivas de técnica violonística com o professor Othon Salleiro.
Em 1964, foi estudar na Europa. Formou-se pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em Portugal. Na Espanha, estudou guitarra com Emilio Pujol e cursou o Instituto de Cultura Hispânica. Realizou recitais nesses dois países. Regressando ao Brasil, recebeu, por decreto, a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro CD solo “Violão e Tapajós”, lançado pela gravadora Philips. Passou a residir no Rio de Janeiro, dedicando-se à pesquisa de música popular e folclórica.
Em 1970 realizou turnê pela Argentina, gravando, entre 1970 a 1974, uma série de oito discos.
Em 1971, realizou, juntamente com Paulinho da Viola e Maria Bethânia, uma turnê pela Europa que resultou na gravação de um LP.
Dois anos depois, seguiu em turnê solo pelo mesmo continente, gravando na Alemanha o LP “Bienvenido Tapajós”.
Em 1974, voltou a se apresentar no exterior, gravando o LP “Guitarra Fantástica”, contemplado com o prêmio do Disco Estrangeiro Mais Vendido no Ano pela RCA da Alemanha.
Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Guitarra Latina” (1975), “Terra” (1976), “Clássicos da América do Sul” (1977), “Guitarra & amigos” (1977) e o premiado “Xingu” (1979), disco até hoje em catálogo, tendo sido relançado em vários países, incluindo o Japão.
Em 1979, começou a levar como convidados para seus shows na Europa vários artistas brasileiros, como Maurício Einhorn, Joel do Bandolim, os percussionistas Pedro Sorongo e Djama Correia e o Zimbo Trio, que atuou em turnês do violonista durante dois anos com o artista, entre outros.
Em 1982, gravou o LP “Sincopando”, que contou com a participação do Zimbo Trio. Esse mesmo disco foi lançado pelo selo do Zimbo Trio no Brasil com o nome: “Zimbo Trio convida Sebastião Tapajós”. Ainda em 1982, lançou o LP “Guitarra Criolla”, pelo qual recebeu, na Alemanha, o Grande Prêmio do Disco do Ano.
Em 1984, lançou, com Maurício Einhorn, o LP “Todos os sons”.
Dois anos depois, lançou os LPs “Visões do Nordeste” e “Painel”.
Interpretou todas as obras de Villa-Lobos para violão, registrando 15 músicas do compositor em um LP lançado, em 1987, pela L’art.
Gravou, em 1988, o LP “Lado a lado”, com o pianista Gilson Peranzzetta, e, no ano seguinte, os LPs “Brasilidade”, com João Cortez, e “Terra Brasis”, esse último contemplado com o prêmio de Melhor Disco Estrangeiro, na Alemanha.
Em 1990, lançou, com Gilson Peranzzetta, o disco “Reflections”.
Dois anos depois, foi contemplado pela Academia Brasileira de Letras com o prêmio de Melhor Músico Brasileiro.
Entre 1990 e 1996, gravou uma série de discos pela L’art, entre os quais os CDs “Romanza” e “Visões do Nordeste”.
Em 1997, lançou os CDs “Afinidades”, com Gilson Peranzzetta, “Amazônia brasileira”, com Nilson Chaves, e “Ontem e sempre”.
No ano seguinte, lançou os CDs “Da minha terra”, com Jane Duboc, e “Sebastião Tapajós interpreta Radamés Gnattali e Guerra-Peixe”, disco muito aclamado pela crítica especializada.
Em 1999, gravou, com Gilson Peranzzetta o CD “Do meu gosto”, contendo músicas de Hamilton Costa.
Entre 1998 e 2001, realizou uma série de estudos dos ritmos da Amazônia que resultou na criação de quatro CDs independentes: “Encontro com a saudade”, “Instrumental caboclo” (trilha sonora do filme “Lendas amazônicas”), “Solos da Amazônia” e “Solos do Brasil”, esse último em parceria com Hermeto Pascoal e Gilson Peranzzetta.
Em 2000, gravou, apenas com seu instrumento, o CD “Acorde violão”, no qual registrou obras de Cartola, Ary Barroso e Pixinguinha, entre outros.
Em 2002, lançou o CD “Choros e valsas do Pará” e excursionou por vários países europeus.
Ao longo de sua carreira, apresentou-se ao lado de diversos artistas como Hermeto Pascoal, Baden Powell, Sivuca, Gerry Mulligan, Oscar Peterson, Paquito D’Rivera e Astor Piazzolla, entre outros.
Tendo uma sólida carreira internacional, o violonista vem realizando todos os anos pelo menos duas turnês internacionais. Todos os seus discos têm sido relançados em CD em vários países.
Em 2005, estreou, ao lado da bailarina Carmen Del Rio, o espetáculo “O Violão e a Bailarina”, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro. O show contou com a participação especial de Ney Conceição.
Além de sua obra como Instrumentista, é autor de várias canções, em parceria com Marilena Amaral, Paulinho Tapajós, Billy Blanco, Antonio Carlos Maranhão, Avelino Duvale e outros compositores.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Emílio Santiago, Miltinho, Pery Ribeiro, Jane Duboc, Maria Creuza, Fafá de Belém, Nilson Chaves e Ana Lengruber, entre outros.
Em 2010 atuou como diretor artístico e produtor musical no CD “Cristina Caetano interpreta Sebastião Tapajós e Parceiros”, da cantora Cristina Caetano, lançado pelo selo Alter do Chão.
No ano de 2011 produziu e lançou os CDs “Cordas do Tapajós” e “Conversas de Violões”, em parceria com Sérgio Ábalos.
Em 2012 lançou o CD “Suíte das Amazonas” e remasterizou o LP “Painel” (1986).
Em 2013 lançou o CD “Da Lapa ao Mascote”. No mesmo ano lançou o DVD “Sebastião Tapajós e amigos solistas”. Ainda no ano de 2013 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado do Pará (UEPA), assim como recebeu também o mesmo título da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Em 2017, em comemoração aos 75 anos de idade, foi fundado na cidade de Santarém (PA) o Instituto Sebastião Tapajós. A iniciativa partiu de amigos do músico, cujo objetivo foi divulgar a obra de Sebastião Tapajós e também de outros artistas locais e do Brasil. O espaço realizou várias atividades educacionais para os moradores da região.
(Coletânea:)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.