1.002
Nome Artístico
Sátiro Bilhar
Nome verdadeiro
Sátiro Lopes de Alcântara Bilhar
Data de nascimento
27/2/1848
Local de nascimento
Baturité, CE
Data de morte
23/10/1926
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Violonista. Compositor.

Funcionáio da Estrada de Ferro Central do Brasil, onde foi telegrafista. Era muito querido pelos colegas de trabalho, tanto como pelos chorões. Boêmio inveterado, atribui-se a ele a seguinte frase: “no dia em que deixar de beber, tomo uma bebedeira de satisfação”. Uma das principais fontes de informações sobre sua vida, foi o seu amigo Nozinho, cantor que com ele participou das rodas boêmias.

Dados artísticos

Uma das figuras mais conhecidas e queridas no meio musical, pertenceu à geração de chorões antigos ao lado de músicos como João Pernambuco, Quincas Laranjeiras, Catulo da Paixão Cearense, Heitor Villa-Lobos, Donga, entre outros. Embora não fosse um virtuose do violão, sua execução peculiar chamava mais a atenção do que o próprio repertório. O compositor Heitor Villa-Lobos dizia que não era o que ele tocava, mas como tocava é que era genial. Diz-se que interpretava sempre as mesmas obras (duas ou três composições suas), imprimindo-lhes porém as mais diversas possibilidades de variação em sua execução. A esse respeito dizia o compositor Donga: “O Sátiro era sujeito formidável, formidável. Ele tinha duas ou três composições só, e só tocava aquilo. Tinha uma que ele denominava de várias maneiras, “Sons não sei de quê”, uma denominação clássica. Daquilo ele fazia tudo, clássico, popular, virava tudo, tocava pra lá, tocava pra cá, em cada lugar, conforme a casa e o ambiente”. Sua polca “Tira poeira” gravada por Jacob do Bandolim chegou aos chorões atuais. Participou da serenata organizada por Eduardo das Neves em homenagem a Santos Dumont, realizada em 7 de setembro de 1903. Sua modinha “Gosto de ti porque gosto”, foi gravada na Odeon pelo cantor Cadete e na Victor Record por Mário Pinheiro, como um lundu. Seu amigo e parceiro Catulo da Paixão Cearense dedicou-lhe a letra de “Perdoa”, com música de Anacleto de Medeiros e o poema “Tu, Bilhar, boêmio eterno”. Em 1956, seu clássico choro “Tira Poeira” foi gravado por Jacob do Bandolim. Em 1967, o mesmo Jaco do Bandolim realizou nova gravação de “Tira Poeira” dessa vez para o LP “Era de ouro – Jacob e seu conjunto” para a gravadora RCA Camden.

Obras
As ondas são anjos que dormem no mar (c/ Catulo da Paixão Cearense)
Estudo de harpa
Gosto de ti porque gosto
O que vejo em teus olhos
Tira a poeira
Tu és uma estrela
Bibliografia Crítica

Brasil musical.Viagem pelos sons e ritmos populares. Vários. Rio de Janeiro: Art Bureau, 1988.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

VASCONCELLOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Volume 1. Rio de Janeiro: Martins, 1965.