Cantora. Compositora.
Filha de baterista, nasceu e foi criada no subúrbio carioca de Pilares em uma vida da Rua Guarabu.
No período de carnaval se juntava com seus familiares, com os quais formou duas bandas.
No fim dos anos 60, passou a frequentar os bailes de soul music da região organizados pelo Movimento Black Rio, ganhando vários prêmios como dançarina de soul music nos festivais locais de “black music”.
Em 1980 abandonou o curso de psicologia para dedicar-se exclusivamente à música.
Em 2010 assumiu o cargo de Diretora-Vogal da UBC (União Brasileira de Compositores), da qual é filiada como cantora e compositora.
Iniciou a carreira em 1980, quando participou do “MPB-80”, festival promovido pela Rede Globo, no qual defendeu a composição “Demônio colorido” (Macau), que, apesar de não ter vencido o festival, tornou a cantora conhecida nacionalmente. No mesmo ano, assinou contrato com a RGE, gravadora pela qual lançou três LPs, com destaque para o disco “Vale tudo”, cuja faixa-título, em duo com Tim Maia, foi sucesso nacional.
Ainda que tenha começado fazendo carreira solo, chegou a tocar na banda Eledo Luz, da qual o músico Altair Veloso também participou, tocando guitarra.
A partir de 1984, tornou o seu repertório mais eclético, gravando rocks e sambas, além dos tradicionais funks. Nesse mesmo ano, interpretou “Enredo do meu samba”, música de Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, que se tornou tema de abertura da telenovela “Partido Alto”, da Rede Globo.
Ao longo dos anos seguintes, passou a gravar baladas românticas, com destaque para o sucesso “Bye bye, tristeza”, parceria de Marcos Valle e Carlos Colla. Ainda nesse período, trocou o nome artístico para Sandra de Sá, após uma consulta com um especialista em numerologia – até então assinava-se Sandra Sá.
Em 1990 gravou o disco “Sandra!”, com produção de Nelson Motta, no qual interpretou músicas de Cassiano, Jorge Benjor, entre outros compositores.
Fez sucesso também atuando na área de publicidade, quando gravou um “jingle”, adaptação de Nelson Motta para a canção “Fame”, de Pitchford e Gore, para um comercial televisivo.
No no de 1997, gravando pela Warner, lançou um disco com canções inéditas de Carlinhos Brown, Herbert Vianna, entre outros, além de fazer uma versão para “Telefone”, da Gang 90 & As Absurdetes. No ano seguinte, lançou o disco “Eu sempre fui sincero, você sabe muito bem”.
Em 2000, lançou “Momentos que marcam demais”, disco que contou com uma série de convidados, entre eles Zé Ricardo, Renata Arruda, Cássia Eller e Falcão, cantor do grupo O Rappa. Neste mesmo ano, a convite do produtor Rildo Hora, participou do disco “Casa de samba 4”, no qual interpretou ao lado de Zeca Pagodinho “Judia de mim”, de autoria Wilson Moreira e Zeca Pagodinho. No ano seguinte, participou do disco “Tempero”, de Zé Ricardo, no qual interpretou em dueto com o anfitrião “Vai pegar” (Zé Ricardo e Jorge Salomão). No CD também foi incluída “Sexta-feira”, parceria sua com Renata Arruda e Zé Ricardo.
Em 2002, ao lado de Luiz Melodia e da banda Cidade Negra, fez participação especial no show de lançamento do CD “Movimento”, da Banda Black Rio, no Canecão, no Rio de Janeiro. Ainda em 2002 lançou “Pare, olhe, escute!”, disco com versões para obras de artistas da gravadora americana Motown, especializada em soul. O CD trouxe dueto da cantora com vários convidados como Ed Motta na faixa “Um só amor”, versão de Sandra de Sá e Thedy Corrêa para “Stop, look, listen”, sucesso de Diana Ross e Marvin Gaye; com Djavan interpretou “Nada mais”, versão de Ronaldo Bastos para “Lately” de Stevie Wonder, anteriomente gravada por Gal Costa. Junto com o letrista Ronaldo Bastos compôs “Cada um de nós”, versão de “Neither one of us”, sucesso do grupo americano Gladys Knight and the Pips. No disco, também participou o cantor americano Smokey Robinson na faixa “Eu e você”, versão para seu maior sucesso “Cruisin”. Nélson Motta, com que a cantora trabalhou em 1990, quando este produziu um de seus melhores discos, “Sandra!”, foi responsável pela versão de “Whats going on?” de Marvin Gaye, que rebatizada ganhou o nome de “Pobres brothers”. Também foram incluídas no disco as composições “Three times a Lady” e “Brick house”, ambas, sucessos do grupo The Commodores e ainda “My girl”, do grupo The Temptations. Lançado no Canecão, o show contou com as presenças de Luciana Mello, Seu Jorge, Rappin Hood e Gérson King Combo. Neste mesmo ano de 2002, ao lado de Luciana Mello, Chico César, Biquini Cavadão, Paula Toller, Ed Motta, Ivete Sangalo e Engenheiro do Hawaii, participou do CD “Um barzinho e um violão”, da gravadora Universal Music, no qual interpretou “Não chores mais”, versão de Gilberto Gil para “No woman no cry”, sucesso de Bob Marley. Ainda neste ano, ao lado do grupo Falamansa, Rastapé, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Ivete Sangalo, Leci Brandão, entre outros, participou da coletânea “Os melhores do ano III”, na qual interpretou em dueto com Zé Ricardo “Olhos coloridos” (Macau).
Em 2003, em dupla com Zé Ricardo, apresentou-se na Lona da Marina da Glória, no projeto “Rio de verdade nas quintas de janeiro” e manteve o programa “Música Preta Brasileira” na Rádio Viva Rio AM. Neste mesmo ano, ao lado de Alcione, Ivete Sangalo e Elba Ramalho, foi uma das convidadas para o show de Margareth Menezes no Canecão.
Em 2004 lançou, pela Universal Music, o primeiro CD ao vivo “Música preta brasileira”. No disco, gravado no Espaço Universal UP, da própria gravadora, contou com diversos convidados, entre eles, DJ Tubarão na faixa “Joga fora”, Toni Garrido em “Não vá”, Gabriel, O Pensador na faixa “Boralá”, parceria com Aninha Lima e Gabriel, O Pensador. Outros convidados foram Luciana Mello e Alcione. No CD ainda foram incluídas regravações de “Retratos e canções” (Michel Sullivan e Paulo Massadas), “Demônio colorido”, “Vale tudo”, “Sozinha” (Peninha), “As dores do mundo” (Hyldon) e “Com você tudo fica melhor”, em parceria com Zé Ricardo.
No ano de 2005 ganhou o “Prêmio Tim” na categoria “Melhor Cantora pop/rock”.
No ano de 2006 apresentou-se no projeto “MPB meio dia em ponto”, no Teatro Sesc Ginástico, sendo entrevistada por Ricardo Cravo Albin, cantando seus maiores sucessos e falando sobre sua carreira. Neste mesmo ano participou do projeto “Quilombo Axé” apresentando-se em comunidades quilombolas de todo o país.
Em 2009 participou da gravação do CD/ DVD “O Baile do Simonal”, realizada no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, na qual interpretou a faixa “Balanço Zona sul”.
Em 2010 lançou o CD “AfricaNatividade”. Neste mesmo ano comemorou 30 anos de carreira em show ao ar livre na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. No espetáculo recebeu diversos convidados especiais como Caetano Veloso com quem interpetou a música “Sozinho” (Peninha) e ainda Elba Ramalho, Alcione, João Donato, Maria Gadú e as baterias das escolas Caprichosos de Pilares e Mangueira. Neste mesmo ano junto a Dudu Nobre, Elba Ramalho, Frejat, Geraldo Azevedo, Wanderléa, Ângela Maria, DJ Marlboro e Roberto Menescal, entre outros, prestou depoimento para o projeto “MPB nas Escolas”, do Instituto Cultural Cravo Albin em parceria com a Secretaria de Estadual de Educação do Rio de Janeiro. O projeto resumiu em DVDs, cartazes e livros (seis de cada) a história da música popular brasileira através dos séculos, sendo integrados como material paradidático da rede estadual de educação.
Foi uma das atrações do palco montado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para as comemorações do Réveillon de 2011. Nesse ano recebeu, na 22ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, o prêmio de “Melhor Cantora”, na categoria “Canção Popular”, pelo álbum “África Natividade”. A convite da organização do mesmo prêmio, saiu em turnê por seis cidades brasileiras, realizando shows em homenagem a Noel Rosa, nos quais interpretou canções do repertório do cantor e compositor, ao lado de Lenine, Zélia Duncan e Arlindo Cruz. Ainda em 2011 lançou, pelo selo Universal Music, o CD e o DVD “Africanatividade – 30 anos ao vivo”. No DVD a cantora contou com as participações especiais de Maria Gadú na faixa “Demônio colorido”, Caetano Veloso, João Donato, Elba Ramalho, Alcione, entre outros que se apresentaram ao lado da cantora na gravação em show realizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foi uma das atrações do Palco Sunset, na 4ª edição do festival “Rock in Rio”, apresentando-se ao lado de Bebel Gilberto. Saiu em turnê por seis cidades brasileiras, a convite da produção do “Prêmio da Música Brasileira”, realizando shows em homenagem a Noel Rosa, nos quais interpretou canções do repertório do cantor e compositor, ao lado de Lenine, Zélia Duncan e Arlindo Cruz. O DVD “Vale Apresenta: Turnê “22º Prêmio da Música Brasileira” – Homenagem a Noel Rosa”, gravado em São Paulo a partir desta turnê, foi lançado nesse mesmo ano pela Biscoito Fino.
Foi uma das atrações do palco montado n Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro, para as comemorações do Réveillon de 2012.
Em 2012 apresentou o show “Baculejo da de Sá”, no palco principal da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, recebendo como convidados os cantores Seu Jorge, Preta Gil, Buchecha e Serjão Loroza. Nesse mesmo ano participou do encerramento do projeto “Violinos de Cartola tocam Nelson Cavaquinho”, no qual se apresentou ao lado da Orquestra de Violinos do Centro Cultural Cartola, formada por crianças e jovens das comunidades da Mangueira e adjacências. Ainda em 2012 participou do show realizado no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, para a gravação do CD “Homenagens Vol. 1”, da Velha Guarda da Mangueira. Interpretando, na ocasião, a faixa “Meninos da Mangueira”, de Rildo Hora e Sérgio Cabral.
Em 2013 participou do “Viradão Carioca”, evento que promoveu shows simultâneos em diversas regiões do Rio de Janeiro. Na ocasião, apresentou-se no palco montado na Praça do Teatro Popular de Niterói (RJ).
Em 2015 subustituiu Fernando Brant na presidência da UBC.
Em 2016 lançou, pelo selo Sonora, o EP “Lado B”, que incluiu a inédita “Vou ficar” (Sandra de Sá, Beto Coutinho e Edmon) e ainda “Freneticão” (Sandra de Sá, Danny Sax e DJ Detona), “Usa e abusa” (Sandra de Sá e Junior Mendes), com participação de Buchecha e Dennis DJ, “Contrato assinado” (Chico Roque e Paulo Sérgio Valle), que cantou em dueto com Thiaguinho, “Quero ver você dançar”, com Melanina Carioca, entre outras. Nesse mesmo ano o selo Discobertas lançou a caixa “Sandra de Sá – Anos 80”, com reedições dos discos “Sandra Sá” (RGE, 1980), “Sandra Sá” (RGE, 1982), “Vale tudo” (RGE, 1983) e “Sandra Sá” (Som Livre, 1984).
Foi uma das compositoras do samba enredo “Elza Deusa Soares”, da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, em homenagem à cantora Elza Soares, em 2020.
No ano de 2024 foi uma das atrações principais na comemoração dos 50 anos do Chic Show, considerado a mais tradicional baile Bailes de Black Music de São Paulo. A festa de comemoração aconteceu no Estádio do Palmeiras, Allianz Parque, São Paulo, onde dividiu o palco com Lauryn Hill, Carlos Dafé, YG Marley, Rael, Criolo, Jimmy “Bo” Horne e Mano Brown.
Independente
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ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da Pauliceia à Centopeia Desvairada – as Vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da Música Brasileira – Erudita, folclórica e popular. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha – 2ª edição, 1998.
REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.