
Rapper. Compositor. Ator.
Nascido na favela do Canão, da Zona Sul de São Paulo, ficou órfão de mãe quando ainda era criança e só foi conhecer o pai (Julião) quando completou 15 anos.
Em 1980 o irmão lhe colocou o pseudônimo de “Sabotage”, mas também era conhecido como “Maestro do Canão”.
Passou a atuar no tráfico de drogas (levado pelo tio).
Foi interno da FEBEM (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor).
Seu irmão foi um dos que morreram na chachina dos 111 presos do Carandiru em 1992.
Ex-assaltante e ex- gerente do tráfico na favela em que morava, comunidade conhecida como Canão. Após o conselho de um dos donos do tráfico, passou a cantar rap.
Considerado um dos principais nomes do rap nacional, ao lado dos Racinais MCs.
Em novembro de 2002 recebeu dois “Prêmios Hutúz”, um dos mais importantes do rap nacional, nas categorias “Personalidade do hip hop” e “Revelação”.
Foi casado com Maria Dalva Viana, com quem tinha duas filhas: Tamires e Larissa.
Seu filho Wanderson, também conhecido como Sabota Júnior e/ou Sabotinha é cantor e compositor de rap, assim como sua irmã Tamires.
Considerado por vários críticos e artistas do hip hop como o precursor ao misturar o rap com outros gêneros musicais, tais como rock e samba.
Em 2013, como parte das homenagens de seu aniversário de 40 anos, foi lançada a biografia “Um Bom Lugar”, escrita por Toni C.
No ano de 2015 estreou o documentário “O Maestro do Canão”, do diretor Ivan 13P (Ivan Vale Ferreira), que contou com animações do desenhista de HQ (Histórias em quadrinhos) Alexandre de Maio, além de depoimentos de Mano Brown, Rappin Hood, Thaíde, Paulo Miklos, Hector Babenco e Beto Brant, entre outros, que inclui o próprio rapper em uma entrevista feita seis meses antes de sua morte. O filme com produção de Denis Feijão (Produtora Elixir) também contou com o apoio do Canal Brasil para exibição nacional.
Em 2001 lançou o disco “O rap é compromisso”, produzido pelo grupo Institudo (Daniel Ganjaman, Tejo Damasceno e Rica Amabis) para o Selo Musical Cosa Nostra, do grupo (também de hip hop) Os Racionais MCs. O disco vendeu mais de 1,7 milhão unidades. No ano seguinte, em 2002, com Paulo Miklos (da banda Titãs), Pavilhão 9, Tolerância Zero e Professor Antena, compôs a trilha sonora para o filme “O Invasor”, de Beto Brant, participou como ator interpretando a si mesmo. A trilha sonora do filme ganhou o “Prêmio Candango” de “Melhor Trilha Sonora” no “Festival de Brasília”. Ainda para este filme, trabalhou como roteirista nas falas do personagem Anísio, interpretado pelo músico Paulo Miklos, do grupo Titãs, que chegou a ganhar prêmio de “Ator Revelação” no mesmo festival. Neste mesmo ano, de 2002, participou do CD “Revolusongs” da banda de rock Sepultura. Neste disco dividiu com a banda a composição “Black steel in the hour of chaos”, do grupo Public Enemy. Ainda em 2002, ao lado de Otto, Fred 04, Bnegão e Nação Zumbi, entre outros, participou do CD do grupo Instituto: “Instituto – Coleção Nacional”, na qual interpretou “Cabeça de nego”.
Em janeiro de 2003 foi assassinado na madrugada de uma sexta-feira com quatro tiros quando voltava de uma festa na região da Saúde, Zona Sul da capital paulista. Neste mesmo ano, de 2003, foi lançado o filme “Carandiru”, de Hector Babenco, baseado em livro do médico Dráuzio Varela, filme no qual o rapper havia trabalhado como roteirista e como ator interpretando o personagem “Fuinha”.
No ano de 2013, em comemoração ao seu aniversário de 40 anos, recebeu diversas homenagens, entre as quais o lançamento do CD “Canão é bom”, o qual estava prestes a lançar pouco antes de seu falecimento. O disco, produzido por Daniel Ganjaman e Tejo Damasceno, contou com as participações especiais de Titãs, Sepultura RappinHood, Racionais MCs e de seus filhos Sabotinha e Tamires.
No ano de 2016, produzido pelo Selo Instituto (Daniel Ganjaman, Tejo Damasceno e Rica Amabis), foi lançado o disco “Sabotage” (digital na plataforma de streaming Spotify) e físico, em CD, pelo Selo Instituto. O disco surgiu a partir de rascunhos de gravações feitas pouco antes de seu assassinato. Os produtores convidaram diversos artistas para participarem das faixas: “Maloca”, participações de Duani e Rappin Hood; “Canão foi tão bom”, com a interpretação de Nega Li; “Mosquito”, com o duo Tropkillaz, “País da fome: homens animais”; “Quem viver verá”, além de artistas como B Negão, Dexter, Céu e integrantes do grupo de rap RZO (DJ Cia, Sandrão e Negra Li). Todos os participantes cederam seus direitos autorais e conexos para Wanderson e Tamires, filhos de Sabotage.
Segundo o rapper paulistano Emicida:
“Este disco comprova uma tese de que temos há tempos: Sabotage estava muito à frente de seu tempo”.
De acordo com Marcelo D2, rapper carioca:
“Sabotage trouxe uma maneira nova de escrever rap em português”.
As faixas deste novo trabalho alcançaram mais de 1,5 milhão audições em poucas semanas de lançamento na plataforma digital Spotify.
(participação)
(vários)
(participação)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.