Instrumentista (baterista). Compositor. Arranjador. Produtor musical.
Autodidata, começou a tocar aos 13 anos de idade.
A morte foi divulgada pelas redes sociais. O sepultamento foi no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro (RJ).
Iniciou sua carreira profissional aos 15 anos de idade, atuando em bailes do Rio de Janeiro e apresentando-se em programas de rádio e televisão com seu grupo Os Corujas.
Fez parte das bandas de rock Veludo Elétrico e Sociedade Anônima.
Como integrante da banda Sociedade Anônima, participou da trilha sonora da novela “O Homem que deve morrer” (Rede Globo), de Janete Clair, com “Solto no ar”, lançou um compacto simples pela Som Livre e foi classificado para o VI Festival Internacional da Canção, em 1971, interpretando a música “Quem não canta e não dança não sabe o que está perdendo” (Paulinho Machado e Nelson Motta).
Na década de 1970, atuou com o grupo Os Mutantes, com o qual gravou três discos, “Tudo foi feito pelo sol” (1974), “Cavaleiros negros” (1976) e “Mutantes ao vivo” (1976), e fez temporada de shows durante seis meses na Europa.
Como músico de apoio, fez parte das bandas de diversos artistas, como Ney Matogrosso, Marina, Moraes Moreira, Zé Ramalho, Erasmo Carlos, Sá & Guarabyra, Ednardo e Amelinha, com os quais gravou e excursionou pelo Brasil e exterior.
Nos anos 1980, liderou as bandas Via Láctea e Trapézio e ainda fez parte dos grupos Etiketa, Gang 90 e KGB.
Participou, como instrumentista, de discos de Ney Matogrosso (“Bugre”/1986, “Balada do louco”/1986/disco mix e “Ao vivo”/1989), Zé Ramalho (“Zé Ramalho”/1981, “Força verde”/1982 e “De gosto, de água e de amigos”/1985), Amelinha (“Frevo mulher”/1978, “Porta secreta”/1980 e “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”/1982), Ednardo (“Imã”/1980) e “Terra da Luz”/1982), Marina (“Fullgás”/1984), Moraes Moreira (“Mestiço é isso”/1986), João do Valle (“João do Valle”/1981), Jorge Mautner (“Bomba de estrelas”/1981), Luli e Lucinha (“Luli e Lucinha”/1978), Dulce Quental (“Délica”/1986), Joe Eutanásia (“Tudo pode mudar”/1985), Neuzinha Brizolla (“Álbum de retratos”/1984), Diana Pequeno (“O mistério das estrelas”/1985), Wando (“Obsceno”/1988), Bebeto Alves (“Novo país”/1985), Luiza Maria (“Eu queria ser um anjo”/1975), Sá & Guarabyra (“Vamos por aí”/1990 e “Sá & Guarabyra”/1994), Mona Gadelha (“Mona Gadelha”/1996), Renato Teixeira, Jerry Adriani, Mara Maravilha, Bebel Gilberto, Peninha e Marcos Sabino, entre outros, além dos italianos Alberto Camerini (“Gelato Metropolitano”/1977) e Boris Farina (“Boris Farina”/1985). Na área instrumental, gravou em discos de Fernando Moura (“Passeio noturno”/1983 e “Cinema tocado”/1985), Luciano Alves (“Quartzo”/1989 e “Baobá”/1994), Sérgio Dias (“Mind Over Matter”/1991), Beto Saroldi (“Beto Saroldi”/1983), Os Mutantes (“Tudo foi feito pelo sol”/1974, “Ao vivo”/1976, e “Cavaleiros negros”/1976), Sociedade Anônima (“Filho do sol”/1972) e KGB (“KGB”/1986), além do guitarrista inglês Steve Hackett (“Till we have faces”/1984).
Constam ainda em seu currículo gravações de jingles, filmes institucionais, projetos especiais e trilhas para cinema, teatro, novelas e minisséries de televisão.
Em 1992, lançou seu primeiro disco solo, o LP “Mundos paralelos” (Niterói Discos), contendo suas composições “Almas ao vento”, “Bye Bye Baião”, “Fandango”, “O azul da lua” e “Cinema”, além da faixa-título. O disco recebeu indicação para o Prêmio Sharp. Formou, em seguida, seu próprio grupo, Rui Motta & Banda, com o qual passou a se apresentar regularmente.
No ano seguinte, publicou o método “Bateria em todos os níveis” (Bruno Quaino) e começou a se apresentar em workshops, além de ministrar cursos e oficinas por todo o país. Este livro inaugurou uma série de edições constituída pelos títulos “Curso de Bateria vol. I”, “Curso de Bateria vol. II”, “Curso de Bateria vol. III”, “Manual do Baterista” e “Curso de Divisão Rítmica vol. I”, todos acompanhados de um CD.
Além dos shows e dos workshops, atuou também em cursos, oficinas, seminários e palestras, além de participar, sozinho ou com sua banda, de festivais musicais e encontros de bateristas, como os de Cascavel, São João Del Rei, Domingos Martins e outros.
Em 1997, a fábrica de baquetas C. Ibañez lançou modelo exclusivo com a assinatura do baterista.
Em 1998, lançou o CD “Rui Motta”, remasterizado a partir do LP “Mundos paralelos”, com adição da faixa-bônus “E fez-se a bateria…”, também de sua autoria. Nesse trabalho, o músico assina todos os arranjos e composições, além de tocar bateria, percussão, teclados e dividir (exceto na faixa-bônus) a produção musical com Ézio Filho e Geraldo Brandão. Ainda nesse ano, produziu o “Rui Motta Vídeo-Workshop”, lançado pela RCM.
Em 2000, gravou o CD “Sinestesia”, contendo suas composições “Múltiplos desejos”, “Flor de Madrid” (Rui Motta), “Ilusão motriz”, “Comedores de pipoca”, “Frenesi” e a faixa-título, além de “Ando meio desligado “(Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias). Foi responsável pelos arranjos e produção musical do disco, além de tocar percussão e teclados, acompanhado dos músicos André Neiva, Bruno Migliari, Dom Chacal, Eduardo Caribé, Eduardo Neves, Fernando Hungria, George de Oliveira, Guta Menezes, João Ayres, João Mário, Ju Cassou, Marco Tommaso, Sueli Farias e Vander.
Em 2003, lançou seu terceiro CD, “Ilusão motriz”, com destaque para a faixa “Múltiplos desejos”, que fez parte do DVD áudio “Brazilian Jazz”, editado nos Estados Unidos pela DTS Entertainment. Com exceção de “Ando meio desligado”, todas as faixas (“Esqueci o cabide”, “Pipoca e Guaraná”, “Sinestesia”, “Flor de Madrid”, “Ilusão motriz”, “Múltiplos desejos”, “Avenida Copacabana” e “Gênesis e Apocalipse”) são de autoria do instrumentista, que também assinou os arranjos e a produção musical e fonográfica. Atuaram como músicos convidados Leo Gandelman, Victor Biglione, Fernando Moura, Marcelo Martins, Luciano Alves, Nilton Rodrigues, André Carneiro, André Neiva, Dom Chacal, Eduardo Neves, Marco Tommaso, Ju Cassou, Guta Menezes, George de Oliveira, Fernando Hungria, Bruno Migliari, Eduardo Caribé, Rogério Meanda, João Mário, Alexandre Rei e Sueli Faria. Ainda nesse ano, co-produziu e gravou o CD do livro “Para ouvir, tocar e cantar”, de Daniel Azulay, editado pela Vitale. Foi responsável também pela produção de seus discos “Sinestesia” e “Ilusão motriz”, além dos CDs que encartam seus livros e do disco “Rio Acima”, da banda homônima radicada no Vale do Paraíba.
Em 2006 inaugurou Oficina de Bateria Rui Motta, no Rio de Janeiro, voltada para a formação de bateristas com um método didático próprio. Teve sete livros didáticos de bateria editados e publicou diversas videoaulas na Internet.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4ª ed. EAS Editora, 2020.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.