
Cantor. Compositor. Instrumentista. Autodidata do violão, nascido no Vale do Jequitinhonha, passou a infância na roça e ganhou seu primeiro instrumento musical do pai, um acordeom. Em 1972, ao terminar a oitava série, ganhou um violão de presente. Logo depois, foi morar com a família na cidade de Belo Horizonte. Formado em Geologia, estudou em Belo Horizonte e em Ouro Preto, cidade onde morou em repúblicas estudantis.
Começou cantando em festivais de música e venceu, por duas vezes, o Festivale, além de outros em Minas Gerais e Belo Horizonte. Segundo perfil traçado pelo jornal Nova Democracia: “Em mais de 20 anos de carreira, sua obra reúne canções folclóricas (que ele recolhe e arranja), toadas, valsas, cantigas, parlendas, trava-línguas, canções que defendem as mais justas aspirações populares, líricas – além daquelas dedicadas às crianças (e que também embalam adultos) – tudo levando a marca, o “sotaque” peculiar da rica cultura popular do Jequitinhonha, da qual Rubinho é confesso devedor e entusiasta.” Lançou seu primeiro disco em 1982, de forma independente, pelo selo Arribação: “Tropeiro de cantigas”. Nele, interpretava músicas como “Nas lonjuras dessa terra”, “Voz do Jequitinhonha” e “Canto de reza”, de sua autoria; “Despertar”, com T. Martins; “Estrada vermelha”, com J. E. Rodrigues, e “Acalanto de um cantador”, com Wesley, além de adaptações suas para temas tradicionais como “Marculino”; “Abc do amor” e “Ainda bem não cheguei”, e mais duas composições de autores locais: “Tropeiro de cantigas”, de Paulinho Pedra Azul, e “O Jequi tem onha”, de G. Medeiros. Em 1984, também de forma independente, lançou o LP “Viola e tambores”, música título de sua autoria. O disco contou com a participação do Grupo Alianza. Presentes suas composições “Trovadores do luar”; “Cantoria de uma terra em pranto”; “Maria das Dores ou cantiga para minha viola”; “Cantiga pra Lira”, e “Painel Nº 2”, e mais duas parcerias com Wesley Pioest: “Livre hermana” e “Catrumano”, e uma parceria com João Evangelista: “Ladainha”, além de “Penerei fubá”, música tradicional e “O Rei Fifó”, de Gonzaga Medeiros. Em 1990, lançou o LP “Ser criança”, o primeiro de seus trabalhos dedicados ao universo infantil. Segundo seu depoimento ao jornal “A Nova Democracia”: “Para o disco “Ser criança” fui juntando coisas que fiz, com outras buscadas na memória, que ia arranjando, adaptando. Me recordei de trava-línguas, cantiguinhas e brincadeiras que ouvia, aprendi outras e gravei”. O resultado foi um disco alegre, recheado com cantigas e peças folclóricas que despertaram o interesse não só de crianças, mas também de muitos adultos, dentre eles vários professores, encantados com títulos como AEIOU e ABC do amor, posteriormente adotadas por muitos alfabetizadores”. A partir desse disco, passou a fazer apresentações em escolas da cidade de Belo Horizonte. O disco “Ser criança” incluiu as músicas “Ser criança”; “Aeiou”; “Abc do amor”; “Canção das brincadeiras”; “Meu cavalinho”; “Favo de mel”; “Estrelas do céu”; “Ser criança II”; “Trenzinho da História”, de sua autoria; “O menino e o mar”, de João Bá; “O palhaço”, de Cylene Araújo e Olívio Araújo, “O Jeitão das coisas”, de Gildes Bezerra e Amaury Vieira; “Alecrim e outras canções”; “Mestre André”; “Aninha”; “Flor de laranjeira e outras cantigas; “Sereia”; “Fonte do Tororó e Deixa a lua clarear”, e “Rita do cachoeiro”, todas de domínio público. Em 1996, lançou, em parceria com Francisco Marquyes, o Chico dos Bonecos, o CD “Embola-bola: Brinquedos, brincadeiras e canções” no qual interpretou as canções “A árvore da montanha”; “Amigos de Jó – Variação de Escravos de Jó”; “Bate o sino”; “Quando Fernando, O Sétimo”; “Salve O sol”, e “Mariana conta”, todas de domínio público, “Boizinho encantado”; “Ciranda e cirandas”, e “Fui na Espanha”, também de domínio público e com adaptações suas, “Canção das brincadeiras I”, de sua autoria e “Diabolô”; “Enrola-bola”; “Diablete” e “Desafio de travalínguas”, todas em parceria com Francisco Marques. Em 1998, lançou, pelo selo Arribação, o CD “A alma do povo” no qual interpretou as músicas “Viva meu povo”; “A alma do povo”; “Cantigas de boi”; “Calango de seu Enoque”; “No meu forró”; “Viagem de trem”; “Canção das brincadeiras II”; “A promessa” e “Catira da comida mineira”, todas de sua autoria, e “Canção daqui”, com João Evangelista Rodrigues, além dos temas folclóricos “A branca e a roxa”; “Terezinha de Jesus”; “Se essa rua fosse minha”; “Leva eu meu bem”; “Peneirei fubá”; “O cravo e a rosa”; “O caminho de São José” e “Santo Reis”. Em 2000, lançou o CD “Passarim – o palhaço cantor”, com diversas cantigas infantis tradicionais, de domínio público. No mesmo ano, lançou o CD “Viva o povo brasileiro”, no qual interpretou as músicas “Índio”, de Célia Mara; “Estrada vermelha”, com João Evangelista; “Trem da História”, “Violas e tambores”, “Nas lonjuras dessa terra”, “Trovadores do luar”, “A função do cantador” e “Festivale”, de sua autoria, “Livre hermana”, com Wesley Pioest; “Canto da terra sagrada”, de Paulo Amorim; “Mãe amada”, com Gildes Bezerra, e “Ladainha”, “Estrela solitária da alegria” e “Viva o povo brasileiro”, com João Evangelista. Esse disco contou com as participações de Jairo Lara na flauta, Carlinhos Ferreira na percussão, José Dias no baixo, Cícero Gonzaga no acordeom e Marcelo Pereira no flautim. Em 2002, lançou, com Claudia Duarte, o CD “Trem da História”, contendo músicas suas e adaptações de canções do folclore, o disco contou com a participação de corais de Belo Horizonte e teve arranjos de André Siqueira. Estão presentes nesse disco, entre outras, as músicas “O monstro de mil pés”, de Leonildo Miranda Araújo; “Trem da História”, “Pandeiro e batucada” e “Calango de Su Enoque”, todas de sua autoria, além de “Paina / Maxixe / Formiga Miúda”, “Casinha da colina”, “A árvore da montanha” e “Tindolelê”, de domínio público com adaptações suas. Dois anos depois, lançou, também com Claudia Duarte, o CD “Verde maravilha” com composições todas voltadas para a questão do meio ambiente. O disco contou com a participação de corais infantis de escolas de Belo Horizonte. Foram interpretadas as músicas “Feito borboleta”, de Fernando Guimarães; “Filhote do filhote”, de Jean e Paulo Garfunkel; “Brincando na chuva”, de Eugênio Brito; “Amanhecer”, de Gilvan de Oliveira e Fernando Brant; “Verde maravilha”, de Ruy Maurity; “Meninos”, de Juraildes da Cru;, “Os grilos são astros”, de Rosinha Valença; “Qué qui tu tem canário”, de Xangai e Capinan; “Não jogue lixo no chão”, de Vital Farias; “Favo de mel” e “A fauna e a flora”, de sua autoria, e “Irmãos da lua”, de Renato Teixeira. Em 2007, realizou, no Music Hall em Belo Horizonte, o show de lançamento do CD “Farra, Forró e Folia”, que foi gravado juntamente com mestres cantadores, cantadeiras, poetas, trovadores e corais do Vale do Jequitinhonha. Participaram da empreitada nomes como Trio Bodocó, Frei Chico, Seu Pinaco, Geovane Figueiredo (Nenguinha), Nem Viana, Airton Prates, Lucinho Cruz, Tau Brasil, Wilson Dias, e outros artistas do Vale do Jequitinhonha. São interpretadas no CD as músicas “Forró de minha terra”, “Mistura da raça”, “Trem tão bom”, “Alegria do sertão”, “Também brasileirinho”, “Meu Anjo, meu xodó”, “Jeito singelo”, “Eu preciso só”, “Meu bem meu cheiro”, “Vou te escrever”, “Frevo de Rubim”, “Morena, Flor de Açucena” e “Farra, forró e folia”, todas de sua autoria. Com mais de quinze discos gravados, realiza apresentações em vários estados e também no exterior, sem deixar, no entanto, de levar sempre consigo a identidade do Vale do Jequitinhonha.