
Cantora. Irmã da também cantora Elvira Pagã com quem formou na década de 1930 o duo vocal Irmãs Pagãs. Em 1923, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Estudou com a irmã em tradicional estabelecimento de ensino, o Colégio Imaculada Conceição, no bairro de Botafogo. Freqüentadoras assíduas de festas das quais participavam artistas da música conheceram os integrantes do grupo vocal Bando da Lua, através dos quais tiveral contato com importantes nomes do cast do Rádio da época. Faleceu em sua casa, em Los Angeles, Estados Unidos, pela falência múltipla dos órgãos devido a um câncer no pâncreas.
Iniciou a carreira artística em 1935, apresentando-se juntamente com a irmã e o grupo Anjos do Inferno na inauguração do Cine Ipanema. Nessa apresentação, foi apresentada com a irmã, pelo locutor Heitor Beltrão (pai do futuro ministro Hélio Beltrão), como sendo as “Irmãs Pagãs”, nome artístico que passaram a adotar. No mesmo ano, passou a atuar em dupla com a irmã na Odeon, e participou com ela do filme “Alô, alô, carnaval”, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, interpretando a marcha “Não beba tanto assim”, de Geraldo Décourt. Em 1936, atuou nos filmes “Cidade-Mulher”, com direção de Humberto Mauro, e “O Bobo do Rei”, com direção de Mesquitinha, e roteiro de Joracy Camargo e Mesquitinha.
Gravou um total de 14 discos em dupla com a irmã. Como integrante das Irmãs Pagãs foi contratada da Rádio Nacional e excursionou pela Argentina, Peru e Chile. Com o casamento de Elvira, a dupla Irmãs Pagãs acabou e ela seguiu carreira solo. Contratada pela Victor, gravou o primeiro disco solo em 1941, interpretando a marcha “Volta Horácio”, de Roberto Roberti e Rachid Hadad, e o samba “Abana, baiana”, de Roberto Roberti, Jorge Faraj e C. Brasil. No mesmo ano, foi contratada pela Columbia, e com acompanhamento de Aldo Taranto e sua orquestra gravou o choro “Tabuleiro da ilusão”, de Mário Lago e Roberto Martins, e o fox-trot “Oh! Juca”, de João de Barro e A. Olman, e com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional o samba “Tem que me dar, me dá logo” e a marcha “As aparências enganam”, ambos de Benedito Lacerda e Gastão Vianna. Também em 1941, foi contratada pela Odeon e gravou com acompanhamento de Fon-Fon e sua orquestra a marcha “Firin-fin, fon-fon”, de Peterpan e Milton de Oliveira, e o samba “Vai dormir, criança”, de Newton Teixeira e Ciro de Souza. Para o carnaval de 1942, lançou, em dueto com Lamartine Babo e acompanhamento da Orquestra de Fon Fon, a marcha-conga “La canga”, de Lamartine Babo e Héber de Bóscoli. No mesmo ano, gravou, com a orquestra de Fon Fon, a batucada “Pobreza não é defeito”, de Antônio Almeida e Jorge Faraj, e o samba “Gasparino”, de Ary Barroso; e, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional, os sambas-choro “Desculpa de ocasião” e “Caroá”, de Herivelto Martins e Darci de Oliveira, e o samba “Coco dendê”, de Haníbal Cruz e Carlos Cruz. Para o carnaval de 1943, gravou com a Orquestra Odeon a marcha “Oh quitandeira!”, e o samba “Encontrei um amor”, ambas de Felisberto Martins e Ari Monteiro. Foi contratada pela Continental em 1944, e gravou, com acompanhamento de Napoleão Tavares e Seus Soldados Musicais, o corrido “Chiu…chiu…”, de N. Molinari em versão de Osvaldo Santiago, e o fox “Meu coração me diz”, de M. Gordon e H. Warren, com versão de Alberto Ribeiro. Gravou em 1946, com acompanhamento do conjunto Continental as marchas “A volta de Suzana”, de João de Barro e Valdemar de Abreu, o Dunga, e “Maria”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr, esta última, em dueto com o cantor Newton teixeira. Ainda nesse ano, seguiu turnê em Cuba, EUA e México. Atuou nos filmes mexicanos “Musica y Dinero”, “Calabacitas Tiernas” e “La Liga de Las Muchachas”. Em 1955, na cidade de Los Angeles, se casou e lá passou a residir. No mesmo ano, dublou a personagem “Lady”, no filme “A Dama e o Vagabundo”, de Walt Disney. Em 1957, gravou, pelo selo Rádio, o LP “Sucessos com Rosina Pagã” no qual interpretou a valsa “Que Será Será”, de Jay Livigston e Ray Evans, versão de Nadir Corte Real; a batucada “Não Sossega Não”, de Assis Valente; os cha-cha-chas “Nunca”, de Guty Cardenas, e “Mamãe Quero Dançar”, com letra de Lourival Faissal; o samba “Maracangalha”, de Dorival Caymmi; os foxes “Piano do Pobre [Le Piano Du Pauvre]”, de Leo Ferré, e “Conversa de Telefone”, de Steve Allen, versão Lourival Faissal, e “Mambo Rock”, de B. Reichner, M. Phillips e J. Ayre. Abandonou a carreira artística logo a seguir. Passou a vir ao Brasil em ocasiões muito esporádicas para visitar a irmã Elvira que continuou a carreira solo de vedete de teatro de revistas. Gravou dez discos solo pelas gravadoras Continental, Odeon, Columbia e Victor. Em janeiro de 2014, foi exibido no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, o filme “Rosina Pagã – a história de uma cantora do rádio”, documentário em longa-metragem dirigido por seu biógrafo Dimas Oliveira Júnior. Nesse documentário aparecem as últimas imagens da cantora gravadas em sua casa em Los Angeles.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.