
Cantor. Compositor.
Começou a compor aos 14 anos, quando mudou-se para Salvador.
Ao lado de Riachão, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Nélson Rufino, Batatinha, Panela e Walmir Lima, é considerado um dos mais importantes compositores do samba baiano.
Publicitário, trabalhou em várias agências durante 20 anos, abandonando a profissão para dedicar-se somente à música.
Como escritor tem inéditos os livros “As sete faces da lua” (Contos) e “Ossos de borboleta” (Romance).
Em 2009 Roberta Sá, Pedro Luís, Marcello Gonçalves e Fernanda David deram início a um documentário sobre a vida e a obra do compositor, dirigido pelo cineasta Felipe Lacerda.
Clara Nunes foi uma das responsáveis por seu lançamento ao grande público. Em 1979 a cantora gravou de sua autoria “Apenas um adeus” (c/ Edil Pacheco e Paulinho Diniz) no LP “Esperança”. No ano de 1981 a mesma cantora interpretou “Coração valente”, em parceria com Edil Pacheco.
Em 1983 Ederaldo Gentil no disco “Identidade” incluiu “Provinciano”, parceria de ambos. No ano seguinte, Beth Carvalho, no disco “Coração feliz”, gravou “Doce de cajá”. Dois anos depois, em 1986, João Nogueira interpretou de sua autoria “Triste regresso”.
Sua composição “Na força do meu rojão”, parceira com Alberto Fonseca, interpretada por Giba foi incluída no LP “Samba de roda de Salvador” (vários), produzido pelo baiano Walmir Lima e lançado pelo selo K-Tel e gravadora EMI.
Edil Pacheco, no CD “Dom de passarinho”, lançado pela gravadora Velas, incluiu três parcerias de ambos: “É preciso ser rocha”, “Meu grande pecado” e “Tomara Deus”.
Em 1995 sua composição “Samba pras moças” (c/ Grazielle Ferreira) deu título ao CD de Zeca Pagodinho.
No ano de 1998 Maria Bethânia interpretou “Bolero” (c/ Batatinha) no disco “Diplomacia”, de Batatinha. No ano seguinte, Zeca Pagodinho, no CD “Ao vivo”, regravou, de sua autoria, “Samba pras moças”. Neste mesmo ano de 1999, Martinho da Vila interpretou “Pro amor render”, parceria com Dudu Nobre.
No ano 2000, Zeca Pagodinho gravou “Água da minha sede”, parceria de Roque Ferreira com Dudu Nobre. A música deu título ao disco do sambista, lançado pela gravadora Universal. Participou no CD “Humanenochum”, do também baiano Riachão. No ano seguinte, Dudu Nobre interpretou “Juremeiro” e “Encantado”, parcerias de ambos, no CD “Moleque Dudu”, lançado pela gravadora BMG.
Em 2002 Telma Tavares gravou de sua autoria “Quebradeira de cocô” e ainda duas parcerias de ambos: “Iabassê” e “A sangue frio”, esta última também ganhou registro na voz de Alcione no CD “Faz uma loucura por mim”.
Em 2004 participou do disco “Vozes da Purificação”, de Dona Edith do Prato. Neste mesmo ano lançou pelo selo Quelé o CD “Tem samba no mar”, seu primeiro disco solo no qual interpretou de sua autoria “Menino de samburá”, “A mão da dor”, “Dona Fia”, “Quebradeira de coco”, “Luz de canoeeiro” e “Oxossi”, além de seu grande sucesso “Samba pras moças” (c/ Grazielle Ferreira). O disco trouxe várias parceria com o poeta Paulo César Pinheiro, entre elas “Samba de dois-dois”, “Cortejo”, “Auto-de-fé”, “Baticum de samba”, “Ogum de Ronda”, “O cavalo de São Jorge”, “Aguadeira”, “Saubára”, “Garaximbola” e “Casa de Edith”. O CD contou com as participações especiais de Amélia Rabello na faixa “Ralador” (c/ Paulo César Pinheiro) e Paulo César Pinheiro na faixa “Sucupira”, parceria de ambos. As outras participações foram de Mauricio Carrilho (violão de sete cordas), Luciana Rabello (cavaquinho), Pedro Amorim (violinha e bandolim), Paulino Dias (pandeiro, berimbau, triângulo, ganzá, agogô, tambor, pau de chuva, xequerê, queixada, coquinho e caxixi), Pretinho (reco-reco, pandeiro, tambor, alfaia, tambor índio, surdo, agogô e caxixi), João Lyra (viola de dez cordas), Durval Ferreira (pandeiros e ganzá), Wilson das Neves (caixa e tamborim) e Cabelinho (surdo, agogô e tamborim). Ainda em 2004, no disco “Daqui, dali e de lá”, o grupo Toque de prima gravou de sua autoria “Eu conheço aquela moça”, (c/ Martinho da Vila) e “Demorou” (c/ Elton Medeiros).
No ano de 2005 Elton Medeiros incluiu “Demorou” no seu disco “Bem que mereci”.
Em 2009 o grupo Pedro Luís e A Parede incluiu a música “Mandingo” (Pedro Luís e Roque Ferreira) no disco “Ponto enredo”. O cantor Pedro Miranda gravou “Pimenteira”, faixa que deu título ao disco.
Em 2010 Alcione gravou a música “Acesa”, que deu título ao disco da intérprete. Neste mesmo ano a cantora baiana Clécia Queiroz lançou o CD “Samba de Roque”, disco em homenagem à obra do compositor no qual interpretou “De maré” (Roque Ferreira e Toninho Gerais), “Abicó de Obá”, “Licuri”, “Bambá de dendê”, “Lua de beiradeiro”, “Olori”, “Omim-ô” e “Xirê”, todas de autoria somente de Roque Ferreira. Neste mesmo ano a cantora e compositora Roberta Sá lançou o disco “Quando o canto é reza” (Selo MP, B e gravadora Universal Music), também, em homenagem ao compositor, CD no qual contou com produção de Pedro Luís e acompanhamento dos violonistas Marcello Gonçalves (violão de sete cordas) e Zé Paulo Becker (violão de seis cordas e viola), ambos integrantes do Trio Madeira Brasil, além dos percussionistas Zero e Paulinho Dias. No disco foram incluídas “Água da minha sede” (Roque Ferreira e Dudu Nobre), “Mandingo” (Roque Ferreira e Pedro Luís), “Marejada” (c/ Dudu Nobre), “Água doce” e “Tô fora”.
Em 2015 apresentou-se, ao lado da cantora Fabiana Cozza, na cerimônia da 26ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, em noite de gala no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, homenageando a cantora Maria Bethânia.
Com mais de 400 músicas gravadas, entre seus intérpretes constam Alcione, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Roberto Ribeiro, Zélia Duncan, Teresa Cristina, Martnália, João Nogueira, Amélia Rabello e Maria Bethânia, que gravou sete composições inéditas do autor, entre as quais a composição “Lágrima”.
Entre seus parceiros constam também J. Velloso, Telma Tavares e Marienne de Castro.
Dona Edith do Prato
(participação)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CAMPOS, Conceição. A letra brasileira de Paulo César Pinheiro: uma jornada musical. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, 2009.