Poeta. Letrista. Produtor musical.
Começou a compor ainda menino, escrevendo marchinhas de carnaval em parceria com colegas de colégio.
Na década de 1970, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fundou com Chacal, Bernardo Vilhema, Charles Peixoto e Guilherme Mandaro, enrte outros, o coletivo de poetas Nuvem Cigana, pelo qual lançou o seu único livro de poemas intitulado “Canção de Búzios”, em 1972.
Integrou a diretoria da União Brasileira de Compositores (UBC), bem como o conselho editorial da “Revista UBC”, publicada por essa entidade.
No ano de 1991, foi um dos palestrantes do evento lítero-musical “Seminário Nacional Com A Palavra & A Letra”, apresentado no Salão de Atos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) realizado pela Secretaria Municipal de Cultura – Administração Popular (Prefeitura Municipal de Porto Alegre), tendo como outros palestrantes Capinan, Fernando Brant, Antônio Cícero, Carlos Rennó, Guto Goffi, Belchior, Vitor Ramil, José Ramos Tinhorão, Joel Nascimento e Túlio Piva, com mediação de Juarez Fonseca.
Em 1994, criou o selo Dubas Música, responsável pelo lançamento de discos de Toninho Horta, Flávio Venturini, Família Roitman. Arranco, Jussara Silveira, Pedro Luís, Boato, Bia Grabois e Affonsinho, entre outros, além de seus discos autorais.
No ano de 2017 prestou o seu depoimento para a série “Depoimentos para a Posteridade”, do Museu da Imagem e do Som (MIS/RJ), na sede da Praça XV, entrevistado por uma mesa composta por Celso Fonseca, Joyce Moreno, o crítico musical Marcos Lacerda e o jornalista Antonio Carlos Miguel.
Em 2019 o escritor e doutor em sociologia Marcos Lacerda lançou o livro “Hotel Universo – A poética de Ronaldo Bastos” (Azougue Editorial), com análise de parte de sua obra poética (poemas e letras), na livraria Travessa de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, na Casa Plana, em São Paulo e no Shopping Pier 21, em Brasília, todos com a presença do biografado. O volume contou com prefácio de Antônio Cícero, do qual destacamos o seguinte trecho:
“Fazia falta uma obra que, reconhecesse essa alta qualidade poética das letras de Ronaldo Bastos, analisasse-as, classificasse-as e as interpretasse com o entusiasmo, a consideração e o cuidado que merecem. Essa falta é finalmente muito bem suprida pelo livro Hotel Universo, de Marcos Lacerda. A partir das citações e indicações que nele se encontram, é indescritível o prazer de ler, reler, considerar e reconsiderar grandes letras de canções – grandes poemas.”
Bruno Cosentino escreveu no posfácio (trecho):
“É disso que se trata este Hotel Universo: Marcos Lacerda disseca amorosamente os meandros da forma de Ronaldo Bastos; não para explicá-las, mas tal como é a função da crítica, explodi-la em sentidos e sensações – é para isso que servem as canções.”
Ainda em 2019, em Brasília, foi homenageado pela “5ª Edição do Prêmio Profissionais da Música de 2019”, coordenado por Gustavo Ribeiro de Vasconcellos com cerimônia na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Na década de 1960 iniciou sua carreira artística compondo, em parceria com Milton Nascimento as músicas “Três pontas”, seguida por “Fé cega, faca amolada” e “Nada será como antes”, dentre várias outras registradas em discos do parceiro.
Em 1973 sua composição “Cravo e canela” (c/ Milton Nascimento) foi registrada por Caetano Veloso no LP “Araçá azul”.
Na década de 1980 “Um certo alguém” (c/ Lulu Santos) obteve sucesso na gravação do parceiro.
Em 1989 lançou, pela Som Livre, o LP autoral “Cais”, que incluiu “Fé cega, faca amolada”, “Cais”, “Circo marimbondo”, “Nada será como antes”, todas com Milton Nascimento, “O trem azul” e “Sonho real”, ambas com Lô Borges, “Amor de índio” e “A página do relâmpago elétrico”, ambas com Beto Guedes, “Bons amigos” (c/ Toninho Horta) e “Todo azul do mar” (c/ Flávio Venturini), na interpretação de artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Jobim, Milton Nascimento, Chico Buarque, Os Paralamas do Sucesso, Paulo Ricardo, Clementina de Jesus e Alceu Valença, entre outros.
Destacou-se, como versionista, pela autoria de “Nada mais” (versão de “Lately”, de Steve Wonder, gravada por Gal Costa) e “Quando te vi” (versão de “Till There Was You”, de Lennon e McCartney, registrada por Beto Guedes). Assinou transcrição para o inglês de sua composição “Nada será como antes” (c/ Milton Nascimento), que recebeu o título de “Nothing Will Be as It Was”. A música foi gravada por Sarah Vaughan e incluída no disco “Brazilian Romance”.
Atuou como produtor musical, em discos de Milton Nascimento, Beto Guedes, Nana Caymmi, Toninho Horta, Lô Borges e João Penca, entre outros.
Fundador da Nuvem Cigana, tendo atuado, com Cafi, em capas de discos de Nana Caymmi, Milton Nascimento e Sueli Costa, entre outros.
Lançou, com Celso Fonseca, os CDs “Sorte” (1994) e “Paradiso” (1997), que registraram canções da dupla, interpretadas pelo violonista. O disco “Paradiso” foi apontado como um dos melhores lançamentos do ano.
Em 1995, o disco “Cais” foi relançado em CD pela Dubas Música.
Em 2002, lançou o CD “Juventude/Slow motion bossa nova”, com Celso Fonseca, fechando a trilogia que incluiu “Sorte” e “Paradiso”. No repertório, suas composições “Samba é tudo”, “Satélite bar”, “Valeu”, “Ledusha com diamantes”, “A voz do coração”, “Dylan em Madrid”, “Feito pra você”, “Miles ahead of time”, “O sorriso de Angkor”, “Meu Carnaval”, “Juventude” e “Slow motion bossa nova”, todas de sua parceria com o intérprete Celso Fonseca, além de “O que restou do nosso amor”, sua versão para “Que reste-t-il de nos amours” (Léo Chauliac e Charles Trenet) e “La piú bella del mondo” (Marino Marini). O disco, financiado em parte pelo publicitário Washington Olivetto, contou com sua direção artística, produção e arranjos de Celso Fonseca e arranjos e regência de cordas de Eduardo Souto Neto.
Em 2007, lançou, em parceria com Celso Fonseca, o CD “Polaróides”, contendo, além de uma seleção de faixas dos três discos anteriores da dupla, “Sorte” (1994), “Paradiso” (1997) e “Juventude/Slow motion bossa nova” (2002), uma regravação da canção “Sorte”, em formato voz e violão, a inédita “Meu tudo pra mim”, gravada especialmente para o novo disco, a canção “A noite é meu ópio”, originalmente gravada por Nana Caymmi no CD “Alma serena” (1996), e ainda “My broken heart”, retirada do CD “River Gauche Rio”, lançado por Celso Fonseca, todas na voz do parceiro.
Em 2011, Celso Fonseca registrou no CD “No meu filme” três parcerias de ambos: “Agora dancei”, “Linda” e “Maio e Junho”. NO ano seguinte, em 2012, foi lançada a coletânea “Nuvem Cigana – The Clube da Esquina years”, assinada por Leonel Pereda, contendo composições de sua autoria para o universo do Clube da Esquina lançadas entre 1970 e 1981, à exceção da faixa “Um gosto de sol” (c/ Milton Nascimento), regravada por MoMo especialmente para esse projeto.
Em 2015 Rildo Hora, no disco “Eu e minha filha”, incluiu a faixa “Canção de amor dos Beatles”, parceria de ambos.
No ano de 2018 a banda Samuca e A Selva lançou pela gravadora YB Music o CD “Tudo que move é sagrado”, em sua homenagem, com 12 composições suas (com parceiros diferentes). No disco, o grupo paulistano recebeu diversos convidados nas faixas, tais como “Fé cega, faca amolada” (c/ Milton Nascimento), com a cantora baiana Luedji Luna; “Cais” (c/ Milton Nascimento), com o paulistano Criolo; “Cravo e canela” (c/ Milton Nascimento) com a moçambicana Lenna Bahule; “Amor de índio” (c/ Beto Guedes); “Lumiar” (c/ Beto Guedes) e “Um certo alguém” (c/ Lulu Santos) e “Circo marimbondo” (c/ Milton Nascimento), entre outras interpretadas por Liniker (Araraquara), Filipe Catto (gaúcho), Siba (pernambucano), Alfonsina (uruguaia) e Victoria Saavedra, colombiana.
Constam também da relação dos intérpretes de suas músicas vários artistas e grupos, como Sandra de Sá, Ed Motta, Ângela Maria, Nouvelle Cuisine, Adriana Calcanhoto, Marina Lima, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Elis Regina, Flávio Venturini, Maria Bethânia, Cauby Peixoto, Gilberto Gil, Johnny Alf, Tim Maia, Edu Lobo, Nana Caymmi, Caetano Veloso, Gal Costa, Ney Matogrosso, Beto Guedes, Clementina de Jesus, Chico Buarque e Sarah Vaughan, entre outros.
(vários)
(Samuca e A Selva: convidados)
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
(Vários)
(Vários intérpretes)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4 ed. EAS Editora, 2024.
BORGES, Márcio. Os sonhos não envelhecem: Histórias do Clube da Esquina. São Paulo: Geração Editorial, 1ª ed. 1996 – 8ª ed, 2013.