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Nome Artístico
Romeu Silva
Nome verdadeiro
Romeu Silva
Data de nascimento
11/2/1893
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
1/5/1958
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Regente. Compositor. Saxofonista.

Foi funcionário dos Correios. É considerado um dos pioneiros da divulgação da MPB no exterior, tanto nos anos 1920, quanto nos anos 30 e 40, quando sempre obteve sucesso.

Dados artísticos

Por volta de 1911 tocou saxofone na orquestra do Rancho Ameno Resedá, do qual foi um dos primeiros integrantes. Na mesma época, atuou na orquestra da Sociedade Dançante Carnavalesca Ninho do Amor, dirigida por Álvaro Sandim. Por volta de 1923 integrou o conjunto de Eduardo Souto, formando em seguida sua própria orquestra. Inicialmente denominada ” Jazz Band Sul Americano” passou pouco depois a chamar-se “Jazz Band Sul Americano – Romeu Silva”.Como regente da Jazz Band apresentou-se em festas, cabarés, na sala de espera do Cinema Palais e outros locais. Contratou para sua orquestra o então iniciante pianista Ary Barroso.

Em 1924, gravou seu primeiro disco com os fox-trotes “Cock-tail” e “Cherry”, de autores desconhecidos. Gravou em seguida o fox-trot “Alda Garrido”, de Freire Junior, feito em homenagem à conhecida atriz e teve gravado pelo cantor Fernando seu maxixe “Fubá”, feito sobre motivos populares. Nesse ano, gravou cerca de 17 músicas na Odeon. Em 1925, gravou com sucesso o samba-carnavalesco “Comidas meu santo”, de autor desconhecido e que deu nome a uma revista musical de muito sucesso no ano anterior. Ainda nesse ano, gravou a marcha-carnavalesca “Não sou baú” e os maxixes Dor de cabeça” e “Cabeça de promessa”, de Sinhô, o maxixe “Escorregando”, de Ernesto Nazareth, o samba “Está na hora”, de Caninha, o maxixe “Boca pintada”, de Joubert de Carvalho e o fox-trot “Neila” e o maxixe “De cartola e bengalinha”, de Freire Júnior. O maxixe “De cartola e bangalinha” fez parte também de uma revista musical de sucesso naquele ano.

Em janeiro de 1926, seguiu em viagem para Paris, e onde partiu em excursão de sucesso com sua Jazz Band pela Europa, subvencionado pelo governo brasileiro. Foi feito no Teatro Lírico do Rio de Janeiro um grande festival de despedida com a presença de diversos artistas da época. Na orquestra que viajou para a Europa estavam os músicos: Fernando na guitarra, Mário Silva no piston, Bibi Miranda na bateria, Luís Lopes no sax-baixo e All Pratt no sax-alto. No Teatro Trindade de Lisboa apresentou samba, maxixe, frevo, gêneros tipicamente nacionais, fazendo assim propaganda do Brasil no exterior. Do Teatro Trindade, passaram ao Politeama, em seguida ao Monumental e posteriormente para o Maxims, conseguindo sempre sucesso junto ao público. Exibiram-se ainda em clubes e até mesmo no palácio presidencial. Em Portugal, apresentaram-se também nas cidades de Figueira da Foz, Porto, Estoril e Coimbra. Seguiram para a Espanha, onde se apresentaram em Madri, Barcelona, Vigo, Bilbao, San Sebastian, alcançando também sucesso de público. O Rei Alfonso XII o convidou para a Temporada dos Nobres de Espanha. Em seguida, partiram para Paris, onde se apresentaram no salão do Barão de Rothchild, na Maison Laffite e na Rambouillet. Tocou no baile do Pétit le Blanc, na inauguração das corridas noturnas de Longchamps e na festa anual de Sureté Génerale a convite do então presidente Albert Lebrun, consagrando-se como a grande revelação do evento. A excursão seguiu para cidades francesas e posteriormente foram à Bélgica, Suíça, Alemanha, Inglaterra e Itália. Ainda no exterior, gravou alguns discos com a cantora Josephine Baker, dentre os quais “La petite tonkinoise”. Antes da excursão para a Europa gravou ainda os maxixes “Pelo antigo”, de Júlio Casado e “Coisas da moda”, de sua autoria. Em 1926, sua marcha carnavalesca “Roupa na corda”, foi gravada pelo cantor Fernando. Gravou um total de 62 discos na Odeon. Nesse ano, gravou com sucesso o maxixe “Café com leite”, de Freire Júnior, da revista musical de mesmo nome. Na Odeon fez acompanhamento do sua Jazz Band Sul Americana para discos de Mário Pinheiro, Grupo do Moringa, Grupo do Guarabu e Grupo do Pimentel. Acompanhou também gravações de diferentes discos do cantor Fernando, entre os quais o samba “Mão na roda”, de João da Gente.

Em 1932, com a Brazilian Olimpic Band, foi para Los Angeles, acompanhando uma delegação de atletas brasileiros aos jogos olímpicos. Em 1935, voltou ao Brasil, onde passou a atuar no Cassino Atlântico, mantendo-se ali pelo período de dois anos. Trouxe com ele vários músicos estrangeiros para integrar a orquestra, dentre os quais o clarinetista Booker Pittman, o crooner Louis Cole e outros. Em seguida, partiu para Buenos Aires com Carmen Miranda e o Bando da Lua, lá permanecendo durante um ano. De volta ao Brasil, atuou no Cassino da Urca. Em 1939, sua orquestra foi escolhida para representar o Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque, e junto com ele partiram Vadico (piano), Zacarias (sax e clarineta), Zé Carioca (violão), entre outros. Em Nova Iorque, apresentou-se em um grande festival de música brasileira que tinha também como participantes o tenor Cândido Botelho e o pianista Artur Rubinstein. O espetáculo recebeu crítica bastante elogiosa do jornal “The New York Times”.

Em 1941, passou a se apresentar no Cassino da Urca, onde permaneceu até 1946, quando os cassinos foram fechados. Atuou também nos cassinos de Icaraí e Tênis Clube de Petrópolis. Desfeita a orquestra, empregou-se no funcionalismo público municipal. Em 1959, seu maxixe “Fubá” foi regravado por Jacob do Bandolim na RCA Victor.

Discografias
1926 Odeon 78 Alabama
1926 Odeon 78 Arlequim
1926 Odeon 78 At the end of the road
1926 Odeon 78 Café com leite
1926 Odeon 78 Coisas da moda
1926 Odeon 78 Com toda el alma
1926 Odeon 78 Desgraciao
1926 Odeon 78 Dreaming os tomorrow
1926 Odeon 78 El 11 (O onze)
1926 Odeon 78 Fleur d'amour
1926 Odeon 78 I want you
1926 Odeon 78 Just think it over
1926 Odeon 78 Molly
1926 Odeon 78 Pelo antigo
1926 Odeon 78 Quero-te
1926 Odeon 78 Red-hot-papa
1926 Odeon 78 Sunset
1926 Odeon 78 Ukelele baby
1925 Odeon 78 A-e-i-o-u
1925 Odeon 78 Biombo chinês
1925 Odeon 78 Boca pintada
1925 Odeon 78 Cabeça de promessa
1925 Odeon 78 Chorão blues
1925 Odeon 78 Chula tanguista
1925 Odeon 78 Comidas, meu santo
1925 Odeon 78 D. Cristina
1925 Odeon 78 De cartola e bangalinha
1925 Odeon 78 Dor de cabeça
1925 Odeon 78 Escorregando
1925 Odeon 78 Espera um pouco
1925 Odeon 78 Está na hora
1925 Odeon 78 Fogo de palha
1925 Odeon 78 Fubá
1925 Odeon 78 Hei de pagar
1925 Odeon 78 Jazz-baby
1925 Odeon 78 Julian
1925 Odeon 78 June night
1925 Odeon 78 Lá no fundo do quintá
1925 Odeon 78 Neila Gigolette
1925 Odeon 78 Não sou baú
1925 Odeon 78 O buraco
1925 Odeon 78 Oh! Peter
1925 Odeon 78 Pó de mico
1925 Odeon 78 Sandália de couro
1924 Odeon 78 Adir Luiz Americano
1924 Odeon 78 Aggravatin! Papa
1924 Odeon 78 Alda Garrido
1924 Odeon 78 Brodway blues
1924 Odeon 78 Cabeleira a la garçone
1924 Odeon 78 Cherry
1924 Odeon 78 Cock-tail
1924 Odeon 78 Feiticeira
1924 Odeon 78 Just a tunny little tune
1924 Odeon 78 La monteria
1924 Odeon 78 Lolote "estrilando"
1924 Odeon 78 Monavanna
1924 Odeon 78 Nobody to leave
1924 Odeon 78 Pickin "the blues away"
1924 Odeon 78 Saia do sereno
1924 Odeon 78 There`s yes! Yes! On your eyes
1924 Odeon 78 Tênis Clube de Petrópolis
Obras
Cousas da moda
Fubá
Glorinha
Se papa souber
Tricolor
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.