0.000
Nome Artístico
Romeu Féres
Nome verdadeiro
Romeu Féres
Data de nascimento
1918
Local de nascimento
São Paulo, SP
Data de morte
2009
Local de morte
Santos, SP
Dados biográficos

Cantor. Regente. Barítono. Tocava alaúde, um dos mais antigos instrumentos de cordas do mundo, o qual aprendeu com o poeta árabe Nahat, que foi o fabricante do alaúde no Brasil. De origem árabe, filho de pais libaneses,  desenvolveu carreira artística por mais de 30 anos. Considerado o primeiro intérprete profissional da música árabe no Brasil.  A partir de 1967, radicou-se na cidade paulista de Santos. Em 1997, sua vida e obra foi perpetuada no Museu da Imagem e Som (MIS) do Centro de Cultura de Santos.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística na década de 1940. Cantava em sete idiomas (italiano, português, francês, espanhol, alemão, russo e árabe). Atuou no Cassino da Urca, ao lado de Elvira Rios, Pedro Vargas e José Mojica. Estreou em discos em 1945, quando assinou contrato com a Continental e gravou a serenata “O marenariello”, de G. Otaviano e Gambardella, e a canção “Torna”, de P. Vento e N. Valente. Em 1946, gravou as modinhas “Quem sabe?”, de Carlos Gomes, e “Morena, morena”, de motivo popular com acompanhamento de Gabriel Migliori e sua orquestra. Dois anos depois, gravou o slow “Malinconica luna”, de C. A. Bixio, e a canção napolitana “Na sera e maggio”, de Cloffi. Em 1949, numa apresentação especial, foi recebido por Eva Perón na Casa Rosada, tendo Evita patrocinado seu recital no Gran Theatro Splendid. Em 1952, gravou as canções “Paixão (Passione)”, de Bovio Galente e Tagliafeeri Falcão, e “O beijo”, de Felipe Lutesallah e Sergio Falcão. Em 1953, gravou o slow “Mamãe por quê?”, de R. Rascel e Mauro Pires, e a canção “Mãe querida”, de F. Russo, E. Nutile e Domingos de Castro Lopes. Em 1955, contratado pela Odeon gravou as baladas “Mais um pouco de amor”, de Ronin e Broszky, e versão de Haroldo Barbosa, e “Eu tive que te beijar”, de Robin e Brodszky, e versão de Ghiaroni. No mesmo ano, gravou “Malagueña”,de Ernesto Lecuona, e versão de Júlio Nagib, e “A la virgen del Pilar”, de Spartaco Rossi e Armando Mota. Em 1956, gravou com acompanhamento de Luis Arruda Paes e sua orquestra a canção “Santa Lucia Luntana”, de E. A. Mário e Júlio Nagib, o fox-canção “Olhar cigano”, de Monti e Júlio Nagib, e as canções “Lamento de amor” e “Uma voz ao telefone”, que tiveram adaptações suas. No mesmo ano, lançou o LP “Jóias árabes” com oito temas árabes tradicionais com adaptações suas: “Dança regional (Ya Ghozayel)”; “Lamento de amor (Waili minéi garami)”; “Uma voz ao telefone (Hakini al telefón)”; “Sonho de primavera (Saifie)”; “A deusa do amor (Zabiatal unsi)”; “Folklore libanês (Al yédi)”; “Dança típica (Dalóna)”, e “Aloma (Aloma)”. Esse foi o primeiro disco com gravações de canções árabes no Brasil e tornou-se um disco histórico e raro. Em 1957, também com acompanhameento da orquestra de Luis Arruda Paes, gravou o beguine “Dá-me tuas rosas”, de Ernesto Lecuona, e o fox “Scapricciatiello”, de F. Albano e P. Vento, ambas com versões de Júlio Nagib. Nesse ano, lançou o LP “Tardes orientais” com as canções “Sonho de amor”; “Minha saudade”; “Minha morena”; “Rosana”; “Barhum”; “Machal”; “Marmar Zamani”, e “Dabki”, todas de sua autoria em parceria com o compositor árabe Tanios Baaklini. Em 1958, com acompanhamento de Ciro Pereira e sua orquestra, lançou os boleros “Quedo”, de Hammerstein II, Romberge Camacho, e “Leila”, de Nelson Novais. Em 1959, apresentou-se na cidade italiana de Roma, e numa apresentação no restaurante Alfredo deixou os espectadores impressionados com sua voz. Em 1960, gravou com acompanhamento da Orquestra de Luis Arruda Paes os foxes “Mustafá”, de B. Azzam e E. Barclay, e “Baciere, baciere”, de J. Niessem e W. Dehmel, ambos com versões de Sidney Morais. Em 1962, gravou com acompanhamento de Waldomiro Lemke e sua orquestra o rock-balada “Sonho de amor”, de Pachequinho, e o bolero “Vurria”, de Rendine e Pugliese. Participou da fundação da TV Tupi de São Paulo ao lado de nomes como Homero Silva, Maurício Loureiro Gama, Airton e Lolita Rodrigues, Márcia Real, e Hebe Camargo. Ao longo da carreira atuou ao lado de Maurice Chevalier e Jean Sablon, entre outros. Recebeu por três vezes o Troféu Tupiniquim, e por cinco vezes o troféu Roquete Pinto. Apresentou na TV Tupi o programa “Antarctica no mundo dos sons”. Na cidade de Santos fez parte do Departamento Cultural do Clube Atlético Santista, do qual foi o criador do coral. Na década de 1990, organizou e regeu o coral do Clube Sírio-Libanês. Foi diretor artístico de várias entidades, dentre elas a Sociedade Italiana. Gravou discos pelas gravadoras Continental e Odeon.

Discografias
1962 Odeon 78 Sonho de amor/Vurria
1960 Odeon 78 Mustafá/Baciere, baciere
1958 Odeon 78 Quedo/Leila
1957 Odeon 78 Dá-me tuas rosas/Scapricciatiello
1957 Odeon LP Tardes orientais
1956 Odeon LP Jóias árabes
1956 Odeon 78 Lamento de amor/Uma voz ao telefone
1956 Odeon 78 Santa Lucia Luntana/Olhar cigano
1955 Odeon 78 Mais um pouco de amor/Eu tive que te beijar
1955 Odeon 78 Malagueña/A la virgen del Pilar
1953 Continental 78 Mamãe por quê?/Mãe querida
1952 Continental 78 Paixão (Passione)/O beijo
1948 Continental Malinconica luna/Na sera e maggio
1946 Continental 78 Quem sabe?/Morena, morena
1945 Continental 78 O' marenariello/Torna
Obras
Barhum - com Tanios Baaklini
Dabki - com Tanios Baaklini
Macha - com Tanios Baaklini
Marmar Zamani - com Tanios Baaklini
Minha morena - com Tanios Baaklini
Minha saudade - com Tanios Baaklini
Rosana - com Tanios Baaklini
Sonho de amor - com Tanios Baaklini