
Violonista. Compositor.
Estudou no Colégio Militar e ingressou na Escola de Guerra, mas não concluiu o curso. Aos 15 anos de idade começou a aprender violão. Sua família possuía importantes relacionamentos sociais e por isso passou a apresentar-se em festas nas quais compareciam poetas e cantores líricos.
Participou de suas primeiras gravações em 1927, acompanhando o cantor Gastão Formenti na canção-sertaneja “Anoitecer”, de motivo popular, na toada-sertaneja “Cabocla apaixonada”, de Marcelo Tupinambá e na toada-canção “Canarinho” e na toada-brasileira “Rolinha”, de Joubert de Carvalho. No mesmo ano, tocou em dueto com o cantor e violonista Patrício Teixeira na gravação das canções “Cabocla bonita”, de Catulo da Paixão Cearense e “Luar do Brasil”, de Pedro de Sá Pereira e da modinha “Casinha pequenina”, motivo popular. Ainda nesse ano, tocou em dueto com Patrício Teixeira em mais três discos do cantor. Em 1928, teve sua primeira composição lançada, a embolada “Malabá” gravada por Francisco Alves na Odeon. Nesse ano, lançou suas primeiras gravações em solo de violão com o “Prelúdio de violão” e o tango “Atlântico”, de sua autoria. Em seguida, gravou três discos na Odeon em dueto de violões com Francisco Alves apresentando a valsa-lenta “Sílvia”, o choro “Araca”, a marcha “Cinco de julho”, o fox-trot “Uma noite na Urca”, o tango-argentino “Saudades” e a valsa “Ao luar”, todas de sua autoria. Ainda em 1928, acompanhou ao violão com Francisco Alves o cantor Vicente Celestino na gravação das canções “Casinha da colina” e “Eterna canção”, da canção-modinha “Bem-te-vi” e da valsa “Avião”. Também com Francisco Alves acompanhou as gravações da “Toada sertaneja”, da modinha “Malandrinha”, do samba “Passarinho bateu asas” e da cançoneta “O perfume da crioula”, feitas por Francisco Alves. Acompanhou também o cantor Gastão Formenti na gravação da clássica toada “Sussuarana”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto.
Em 1929, tornou-se diretor artístico da gravadora Victor que então iniciava suas atividades no Brasil. Nesse ano, gravou ao violão o primeiro disco lançado pela Victor no Brasil com a toada “Saudades do sertão” e o romance “Solidão”, de sua autoria. Também nesse ano, fez com André Filho o samba “Rosa meu amor”, gravado por Sílvio Salema. Gravou ainda, nesse mesmo ano, o choro “Vamos deixar de intimidade” e a mazurca “Deliciosa”, de sua autoria. Como diretor artístico dessa gravadora, promoveu o lançamento da cantora Carmen Miranda.
Em 1930, teve gravadas diversas composições: Artur Costa gravou o samba “Mariquinha eu quero vê”, Os Fuzarcas Aliados a marcha “Bloco das nações”, Sílvio Caldas os sambas “Balaco baco” e “Vira as butuca” e as marchas “Bambina, meu bem” e “Sestrosa” e Arnaldo Pescuma o samba “Você já deu seu coração”, parceria com Randoval Montenegro. No ano seguinte, teve gravado por Castro Barbosa o samba-canção “Tenho medo”. No ano seguinte gravou o cateretê “O cuco do meu relógio” e a valsa “Noite silenciosa”, de sua autoria. Em 1932, fez com Gastão Bueno Lobo a rumba “Pampeira” gravada pelo grupo Os Namorados da Lua.
Em 1935, passou a atuar na Rádio Tupi do Rio de Janeiro fazendo acompanhamento com seu regional para diversos artistas. Em 1936, acompanhou ao violão o acordeonista Antenógenes Silva na gravação do choro “Assanhado”, das valsas “Lair” e “Recordação”, da mazurca “Sertaneja”, do tango “Soluçando” e da toada “Madrugada na roça”, todas de Antenógenes Silva. No ano seguinte, acompanhou ao violão o mesmo Antenógenes Silva na gravação da valsa “Soluços dálma”, da mazurca “Caprichosa”, da rancheira “Tia Chica no baile”, na polca “Alegria do sertão”, no xote “Uma noite na serra” e da quadrilha “Olha o sapo”, todas de Antenógenes Silva.
Em 1939, acompanhou Antenógenes Silva a gravação da clássica valsa “Saudades de Ouro Preto”, de Antenógenes Silva.
Em 1940, acompanhou ao violão a dupla Alvarenga e Ranchinho na gravação da canção “Dona felicidade”, da valsa “Não posso deixar de te amar, oh Guiomar” e da moda-de-viola “Arta do algodão” e tocou viola na gravação das modas-de-viola “Sindicato das galinhas” e “Moda dos poetas”, todas de autoria da dupla Alvarenga e Ranchinho. Ainda nesse ano, voltou a gravar na Odeon e lançou, de sua autoria, o choro “Aguenta o galho” e a valsa “Sinha Chica no baile”. Atuou na Rádio Tupi até meados da década de 1950 quando abandonou a carreira artística.
Com Francisco Alves
Com Francisco Alves
(Com Francisco Alves)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário biográfico da música popular. Rio de Janeiro: Editora: do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.