
Poeta, letrista, artista plástico. Pensador. Músico. Matemático. Ator.
Nasceu na pequena cidade de Ubaíra, na região centro-sul da Bahia.
Na década de 1960 transferiu-se de Salvador para o Rio de Janeiro, indo morar no Solar da Fossa (local em que seria construído o Shopping Rio Sul), em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Por essa época, começou a trabalhar como diretor de arte da União Nacional dos Estudantes (UNE). Neste mesmo tempo, trabalhou como diretor de arte da Editora Vozes.
Foi perseguido, no ano de 1968, pela Ditadura Militar, sendo sequestrado, ao lado do irmão Ronaldo Duarte, pelo militares, ambos sofrendo torturas por dez dias.
É considerado o criador da estética visual da Tropicália.
Como artista plástico foi o responsável por capas de disco de Caetano Veloso; Gilberto Gil & Jorge Bem, Jorge Mautner, Gal Costa, João Gilberto, João Donato e Walter Smetak, além de cartazes do Cinema Novo, tais como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e ainda, um dos mais conhecidos, a convite de Ricardo Cravo Albin, o cartaz “VISITE: O PARQUE DO FLAMENGO NO IV CENTENÁRIO DO RIO”.
No ano de 1968 criou o evento “Apocalipopótese”, ealizado fora do MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) com poemas e artes gráficas de sua autoria. Atuou como professor de Design no MAM.
Apresentou, em Salvador, a exposição “Musicúpula” (uma estrutura metálica que obedeceu as proporções místicas).
No ano de 1980 criou o cartaz e compôs parte da trilha sonora do filme “A Idade da Terra”, de Gláuber Rocha.
Em 2003 lançou o livro “Tropicaos”, no qual relata sua prisão pela ditadura militar, além de comentar fatos sobre sua vivência como um dos mentores do movimento Tropicalista.
No ano de 2009 foi lançada, pela Editora Azougue, uma coletânea sobre sua vida e obra,ano em que acabou a tradução, do sânscristo, para o livro “Gitagovinda”, de Juayadeva.
Em 2011 lançou o livro “A cantiga do novo amor”. Lançou o livro “A Grande Porta do Medo”, relato sobre sua prisão e tortura pelo militares no ano de 1968, confiado ao psicanalista Hélio Peregrino.
Em 2015, junto com Manoel Raider, foi o curador da exposição “Marginália 1”,mostra apresentada no Museu de Arte Moderna,no Rio de Janeiro (MAM), primeira exposição a reunir aspectos abrangentes de seu trabalho como artista plástico, tais como poemas, desenhos, cartazes, cartas, coleções de pedras, moedas, tabuleiros e peças de xadrez, que ele inventou, além de cenas de filmes no qual participou como ator. Neste mesmo ano de 2015 foi editado, por Manoel Raider, o livro “Marginália 1”, com reflexões sobre o artista.
Sua obra foi reunida em exposições na Austrália, Alemanha (Frankfurt), no MAM da Bahia e no MAM do Rio de Janeiro.
Em 2016 residia no bairro de Rio Vermelho, em Salvador. Debilitado, quase não saía de casa. Neste ano, foi lançado o documentário “Rogério Duarte – Tropikaoslista”, do baiano José Walter Lima:
“O documentário aborda cinco vertentes de Rogério: o narrador de uma época, o pensador, o mítico e o homem do campo”
O documentário contou com depoimentos de Rogério Duarte e cenas de arquivos, com Carlos Rennó lendo trechos de um ensaio sobre o tropicalismo e Gilberto Gil, Caetano Veloso e Paquito cantam algumas de suas composições no filme biográfico.
Como ator atuou nos filmes “Câncer” (Gláuber Rocha) e “O Cinema Falado”, de Caetano Veloso.
Foram gravadas suas composições “Anunciação” (parceria com Caetano Veloso) e “Objeto semi-identificado”, parceria com Gilberto Gil e Rogério Duprat.
No ano de 2012 Caetano Veloso gravou, no CD Abraçaço”, sua composição “Gayana”. A composição foi incluída da trilha da novela “Joia Rara”, da Rede Globo, exibida nos anos de 2013 e 2014.
Deixou cerca de 400 músicas inéditas, muitas delas instrumentais.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
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NETO, Torquato. Os últimos dias de paupéria – do lado de dentro. Rio de Janeiro: Editora Max Limonad, 1982.
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