Instrumentista. Compositor. Arranjador. Produtor.
Começou a tocar ainda menino, sendo logo apontado como guitarrista prodígio. Aos 12 anos, já considerado virtuose, apresentava-se tocando até com os pés. Ainda como aluno de seminário, estudou música sacra. Aos 10 anos, sofreu um acidente e ficou 10 meses imobilizado. Desenvolveu mais ainda, assim, sua paixão pela música.
Considerado por muitos como um os grandes guitarristas o Brasil, sua trajetória no universo da música popular consagra-o como profissional de múltiplos talentos e iniciativas.
No final dos anos 1960, acompanhou alguns ídolos a Jovem Guarda, como Rosemary e Jerry Adriani. Tocou em bandas pop nos Estados Unidos e também em transatlânticos em cruzeiros pela costa brasileira, sendo solicitado a modalidades como como o blues,o jazz e o country.
No período em que foi músico de estúdio, tocava estilos radicalmente diversos ao acompanhar artistas como Jane Duboc, Cauby Peixoto, Os Fevers e Hermeto Pascoal. Outra modalidade que também tocou foi o heavy metal e a música infantil. Na ocasião do lançamento de seu disco “Rapsódia Rock”, apresentava-se vestido de Mozart.
Em 1977, lançou o disco “Jardim da infância”, com destaque para a faixa que dá nome ao disco, em parceria com Fausto Nilo e “Frevo dos palhaços” de sua autoria No ano seguinte, lançou o LP “Robertinho no passo”, pela CBS interpretando a faixa título, “Caboclinho” e “mundo novo”, de Hermeto Pascoal, “Come e dorme”, de Nelson Ferreira e “Arrecife”, de sua autoria. Em 1979 lançou o LP “E agora pra vocês…swingues tropicais”, interpretando “Não temas”, “Sonhos e delírios”, “Louco por ti” e “Papo de guitarrista”, de sua autoria, além de “Merengue”, com Abel Silva e “Loucos swingues tropicais”, com Fagner.
Em 1981, gravou o LP “Satisfação” pela Newisc/Polydor no qual apresentou uma parceria com a cantora Emilinha na faixa “Feliz com você”, além de interpretar faixas como “Emilinha dançando”, de sua autoria, “Bombom”, com Fausto Nilo, “Frevo do Arrepia”, com Abel Silva e “Seja o meu céu”, com Capinam.
Em 1982, lançou com a cantora Emilinha Boba o LP “Robertinho do Recife e Emilinha” interpretando “Estou débil”, parceria dos dois, além de “Dominó, dominó”, “Vem cá nenem”, “A onda” e “De cara pro sol”, todas com Fausto Nilo. Em 1983, gravou o segundo disco pela Ariola, “Ah! Robertinho do mundo” no qual gravou “Bachianas brasileiras nº 5”, de Villa Lobos, “Laser ou blues”, com Capinam e “Baby doll de nylon”, com Caetano Veloso, entre outras.
Em 1984, lançou o disco “Metal Mania”, cujo potencial técnico o consagrou como um dos pioneiros do hard rock no Brasil. Nesse disco interpretou obras como “Fantasia, preto e prata”, “Fogo” e “Dança Lolita”, de sua autoria, “Metal mania”, com Beto Ibeas e “Barbaridade” e “O trem fantasma”, com Fausto Nilo.
Em 1990, lançou “Rapsódia rock”, disco no qual interpretou “Transcendental” e “A dança da sedução”, de sua autoria, “Batman rock”, com Lincoln Olivetti, “Bolero”, de Ravel e “Noturno nº 10”, de Chopin.
Em 1997, suas músicas “Não mude mais nada” e “O movimento está parado”, parcerias com Falcão foram gravadas pelo próprio Falcão no CD “Um passo da MPB”. Em 1998, produziu o CD “Flor da Paraíba”, de Elba Ramalho, além de fazer arraanjos para as faixas “Chameguinho”, “Face”, “A letra i”, “Pra ninar meu coração”, “Pau de arara é a vovozinha”, “Me pegue pra chamegar” e “Paraíba meu amor”, tendo ainda tocada cavaco, viola e guitarra em várias faixas.
Em 2000, produziu o CD “Nação nordestina”, de Zé Ramalho lançado pela BMG, no qual tocou guitarra nas faixas “Seres alados”, “Temporal”, “Meninos do sertão” e “Digitado em poesia”, guitarra violada em “Lamento sertanejo”, charanga em “Beijo-morte-beijo”, cavaquinho em “Ele disse” e “Pau-de-arara” e cítara em “Bandeira desfraldada” além de fazer os arranjos para “Pra não dizer que não falei da flores” e “Hino nordestino”.
Em 2001, produziu o CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas” no qual tocou guitarra nas faixas “As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor”, “Metaformose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo”, How could I know”, “prelúdio” e “Você ainda pode sonhar”, além de tocar baixo em algumas faixas.
No mesmo ano, foi responsável pela direção e produção artística do CD “Xote pé de serra”, de Santana O Cantador. Também tocou violão de 7 cordas na faixa “A cura” e fez os arranjos da faixa “Ana Maria”.
Em 2004, integrou a banda ” Na Mata Café” cujas apresentações ao vivo traz performances brega/new wave, com o pior e o melhor do som dos anos 80.
Tendo somado às atividades artísticas intensa atuação como como produtor musical por longo tempo, em 2011 foi homenageado, em sua cidade natal, pelo bloco de carnaval Galo da Madrugada. No mesmo ano, envolvido com uma nova geração de músicos que ele mesmo havia entusiasmado e influenciado, retornou aos palcos em uma turnê ao lado do grupo Os Autoramas.
No fim de 2014, oito meses após sofrer um infarto, reativou seu grupo de rock Metal Mania e lançou o disco “Back for more”, registrado também em vinil. No álbum, praticamente todo instrumental, tocou guitarra, principal instrumento explorado nas gravações.
No fim de 2015, apresentou seu show “Revival no Rival”, produzido especialmente para um show especial no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, em que interpretou canções de seu então penúltimo álbum: “Back for more”, além de músicas de seu álbum instrumental “Rapsódia Rock”, de de 1985. O espetáculo teve participações especiais dos roqueiros Lucky Leminski e Zé Henrique.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.