Gaitista. Violonista. Cavaquinista. Cantor. Compositor. Arranjador e produtor. Multi-instrumentista.
Seu pai, Misael Sérgio Pereira da Hora, alagoano, foi dentista, e a mãe, Cenira Barreto Hora, pernambucana, foi sua primeira professora de teoria musical e piano.
Em 1945 a família mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar no subúrbio carioca de Madureira. Aos seis anos de idade, interessou-se por harmônica de boca e passou a tocá-la, mesmo sem mestre. Pouco tempo depois, já virtuose no instrumento, passou a acompanhar frevos e choros que ouvia no rádio.
No curso ginasial da Escola Técnica Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, foi solista do coro organizado pelo professor Gumercindo Jaulino.
No ano de 1957, levado por seu pai, trabalhou durante algum tempo em escritório, sendo logo despedido por ficar ao telefone conversando com os amigos gaitistas como Maurício Einhorn, Sérgio Leite e Luiz Guimarães.
Estudou harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Pró-Arte com o maestro Guerra Peixe, que escreveu especialmente para ele “Suite quatro coisas”. Teve aulas de violão com Meira e com Oswaldo Soares. Frequentou cursos no Centro de Estudos Musicais.
Estudou solfejo com a professora Maria Aparecida Antonello Ferreira e, mais tarde, piano com Marly Proença no MIS (Museu da Imagem e do Som), na Escola Brasileira de Música Popular, dirigida por Guerra Peixe e criada por Ricardo Cravo Albin.
Como professor de violão atuou até 1968. Um de seus alunos, Alberto Land (vítima de assassinato no Rio de Janeiro em julho de 2002), venceu o “Festival Universitário da TV Tupi” com a composição “Helena, Helena, Helena”, interpretada por Taiguara.
Em fevereiro de 1964 casou-se com Lusinete Barros Alcântara na Igreja São João Batista e teve como padrinhos Gracindo Júnior e Carminha Mascarenhas, Humberto Reis e Maria Helena. Com Lusinete da Hora teve quatro filhos: Misael, pianista e tecladista; Patrícia, violinista e cantora formada em música pela Uni-Rio; Ziraldo, formando em marketing, e Luciana, já falecida. Sua esposa, artista plástica, reuniu críticas favoráveis de Elifas Andreato e Affonso Romano de SantAnna, entre outros, em suas exposições publicadas em livro. Participou de inúmeras coletivas e exposições individuais de pintura, muitas delas premiadas, além de autora de capas de seus discos.
Em 2004 o cavaquinista e radialista Henrique Cazes, criador do programa “Nacional Choro Clube”, na Rádio Nacional AM, lhe prestou homenagem com um programa especial sobre sua obra.
No ano de 2012 o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Estácio de Sá divulgou para a imprensa que o enredo da escola para o ano seguinte, 2013, seria uma homenagem ao maestro e gaitista, no qual foi contada parte de sua história artística e pessoal.
Aos sete anos de idade, venceu um concurso realizado pelo “Programa Paulo Neto”, patrocinado pela firma Gaitas Hering, na Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Neste programa, Euclides Duarte e Fred Willliam eram os gaitistas principais. Logo após a apresentação, foi convidado por Fred William a fazer parte do grupo de gaitistas da Hering. No ano seguinte, em 1947, ouviu pela primeira vez “Asa branca”, clássico de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, música e compositores que marcariam para sempre a sua carreira. Ainda criança, frequentava o botequim do Seu João e o bar do Nozinho, próximos a sua casa, em Madureira, apreciando o samba dos mestres Candeia, Waldir 59, Chico Santana, Alvaiade e Manacéa, entre outros da Portela.
Aos 11 anos, em 1950, tocava em festas populares pelos subúrbios do Rio de Janeiro. Apresentou-se na Rádio Mayrink Veiga, no Programa Trem da Alegria, comandado pelo “Trio de Osso” (Lamartine Babo, Heber de Boscoli e Iara Sales). Nesta época, conheceu o violonista Mão de Vaca (Manoel da Conceição) e apresentou-se no programa “A Hora do Pato”, na Rádio Nacional, passando a frequentar a emissora.
No ano de 1953, participou de diversos programas nas Rádios Vera Cruz, Mauá e Guanabara. No ano seguinte, em 1954, começou a tocar cavaquinho. Logo depois, a convite do ator Cahuê Filho (Moleque Saci), passou a acompanhar cantores nas apresentações em circos e em pequenos shows. Neste mesmo ano, de 1954, conheceu o sanfoneiro Dominguinhos que, na época, assinava Neném da Sanfona. No ano seguinte, em 1955, ao participar do programa “Festival de Gaitas”, da Rádio Nacional, travou contato com pessoas importantes para sua carreira: Carminha Mascarenhas, Gerdal dos Santos e o maestro Guerra Peixe. Ainda em 1955, outra música marcaria sua vida, “Festa junina em fevereiro” (Candeia e Waldir 59).
Tocou em diversos programas no ano 1956, como o “Programa Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Mayrink Veiga, acompanhado pelo pianista Carlito e também pelo regional de Canhoto. Por essa época, fazia dupla com Oberdan Magalhães e ambos se apresentavam nas Tardes Dançantes do Clube Grêmio de Realengo e em clubes da Penha e Madureira, entre outros.
Formou em 1958 o Trio Malabaristas de Gaita, juntamente com Luiz Guimarães e Sérgio Leite. O trio apresentava-se no programa “Calouros do Ary”, na TV Rio. No ano seguinte, em 1959, teve sua primeira música gravada: “Brigamos com o amor”, (c/ Gracindo Júnior), por Carminha Mascarenhas e arranjo de Roberto Menescal. Mais tarde, a madrinha musical seria responsável por sua entrada na gravadora Copacabana e no selo Ranger, encomendando-lhe seu primeiro arranjo, feito para a música “O garimpeiro”, de sua autoria.
Em 1960, pelo selo Pawal, gravou um disco de 78 rpm com duas músicas: “Anjo” (c/ Alcino Diniz) e “Nem uma luz brilhou”, de Gilvan Chaves. Atuou como violonista e gaitista em gravações e shows com vários artistas, entre os quais Alaíde Costa, Dóris Monteiro, Tito Madi, Silvia Telles, Mário Reis, Ted Moreno, Gilvan Chaves, Marisa Gata Mansa, Marília Batista e Elizeth Cardoso. No ano posterior, em 1961, compôs “Canção que nasceu do amor” (c/ Clóvis Mello), gravada por Cauby Peixoto e mais tarde regravada por Elizeth Cardoso, Altemar Dutra e outros artistas. Cauby Peixoto também interpretou “Menino triste” (c/ Gracindo Júnior), gravada por Wilson Simonal. Por essa época, trabalhou na noite carioca atuando como gaitista e violonista na boate Cangaceiro, em Copacabana.
No ano de 1962 passou a acompanhar Alaíde Costa em shows. A cantora gravou “Como eu gosto de você”, com arranjo de César Camargo Mariano. Neste mesmo ano, lançou seu primeiro disco como gaitista pela gravadora Copacabana Som. No ano seguinte, em 1963, gravou o segundo LP, “Rildo Hora em ritmo de dança”, com arranjo de Guerra Peixe, interpretando “Dinamite” (Toots Thielemans) e “Casa de marimbondo”, de Maurício Einhorn e Oswaldo Costa, com arranjo de maestro Geraldo Vespar. Ainda em 1963, vários intérpretes gravaram suas composições: Waldir Calmon (“Tranquilidade demais”), Danilo (“O som do amor puro”) e Ed Lincoln (“Saci-pererê”), todas em parceria com Humberto Reis. Edson Machado gravou “Você”, João Mello interpretou “Um sonho pra dois”, Danilo cantou em compacto “Zequinha” e a cantora Morgana gravou “Tema do amor triste”, todas em parceria com Clóvis Mello. Esta música, mais tarde, seria regravada por Dalva de Andrade (Odeon) e por Carlos José (Columbia). Nesta época, o maestro Guerra Peixe, com o pseudônimo de Jean Kelson, gravou dois LPs pela Copacabana Discos: “Cores e ritmos” e “Berimbau e bigorrilho”, nos quais foram incluídas “Canção que nasceu do amor” (na qual fez solo de gaita) e “Saci-pererê”, respectivamente. Trabalhou em diversos programas de rádio e televisão com Herval Rossano, Flávio Cavalcanti, Alcino Diniz, Júlio Louzada (na Rádio Tupi), Oswaldo Sargentelli (na Rádio Clube Guanabara), e no programa “Alô Brotos”, apresentado por Sônia Delfino. Ainda em 1963, assinou contrato com a boate Cangaceiro, dos italianos Pino e Mário, sócios de Alberico. Tocando gaita e violão, formou com Raul Mascarenhas (piano), Muxiba (baixo) e Papão (bateria) o Quarteto do Cangaceiro, que gravou com Helena de Lima o disco “Uma noite no Cangaceiro”, produzido por Benil Santos e lançado pela RGE. Juntamente com Manoel da Conceição ao violão, participou do programa da Rádio Nacional “Gente que Brilha”, de Paulo Roberto. Neste mesmo ano Elis Regina gravou “O bem do amor” (c/ Clóvis Mello), que deu título ao disco da cantora.
Em 1964, pela gravadora Copacabana Discos, lançou o compacto duplo “Rildo Hora no Bar Cangaceiro”. No disco, com arranjo do Maestro Guerra Peixe, foram gravadas “Canção que nasceu do amor” (c/ Clóvis Mello), “Como eu gosto de você” (c/ Gracindo Júnior), “Anjo” (c/ Alcino Diniz) e “Caminhando… Soluçando”, em parceria com Humberto Reis, que despontou com sucesso na época. Neste mesmo ano, outros intérpretes gravaram suas composições: Moacyr Franco interpretou “Adeus, nossa canção de amor” (c/ Humberto Reis); Carlos Nobre cantou “Parceria com a saudade” (c/ Paulo Gracindo) e Jairo Aguiar cantou “Coração bebop”, também em parceria com o ator Paulo Gracindo. Elza Soares interpretou “Banca de pobre”, em parceria com Humberto Reis, que na época usou o pseudônimo Marcos André (nome de seu filho). Levado por Augusto César Vanucci, participou de vários especiais da TV Globo escritos por Ricardo Cravo Albin sobre a vida e obra de grandes compositores, entre eles o de Noel Rosa, no qual fez duo de gaita e voz com Maysa na música “Último desejo”. Anos mais tarde, participou de outros especiais importantes com Gilberto Gil, Gal Costa, Vanusa, Alcione e Fagner, também com textos de Ricardo Cravo Albin.
No ano de 1964, sua composição “Canção que nasceu do amor” (c/ Clóvis Melo) foi regravada por Elizeth Cardoso no disco “A meiga Elizete nº 5”, lançado pela gravadora Copacabana.
Entre 1964 e 1967, acompanhou Elizeth Cardoso em turnê pelo Brasil.
Em 1965 participou de uma excursão pela União Soviética, Alemanha Oriental, Bulgária e Romênia, onde o grupo (Jorge Goulart, Nora Ney e Carmélia Alves, entre outros) gravou o LP “Brasil canta”. Neste disco, interpretou “O saci-pererê” (c/ Humberto Reis) e “Garota de Ipanema” (Tom e Vinicius), sendo aclamado pelos críticos soviéticos. Neste mesmo ano, lançou o disco “Samba made In Brazil”, pela Copacabana Discos, dsico que, além de músicas de sua autoria como “Esse nosso jeito” (c/ Gracindo Júnior), muito executada nas rádios e “Horas blue”, interpretou “Ilusão à toa”, de Johnny Alf e “Amanhecendo”, de Roberto Menescal e Luiz Fernando Freire.
No ano de 1966 gravou um compacto simples com as músicas “Pickles” e “Coisinha especial”, ambas de sua autoria. Neste mesmo ano, Carminha Mascarenhas gravou “O garimpeiro” em compacto duplo, para o qual ele fez os arranjos. No ano seguinte, em 1967, Rosemary interpretou “Uma tarde no circo”, com arranjo de José Menezes. Viajou para a Amazônia com Elizeth Cardoso, onde tocou com Sebastião Tapajós, em Belém. Trabalhou com artistas da Jovem Guarda (Wanderléa, Erasmo Carlos), Trio Esperança, Fevers, Renato e Seus Blue Caps e Roberto Carlos. Fazendo parte do Quarteto do Cangaceiro, gravou o disco “Miltinho ao vivo”, pela RGE.
No ano de 1968, a convite de Geraldo Santos, passou a trabalhar como produtor da RCA Victor. Por essa época, produziu o disco “Música nossa”, do qual participaram Mariza Rossi, Cenira, Berimbau (interpretando “Chorar pra quê?”, de Rildo Hora), As Compositoras e Márcio Lott, que interpretou pela primeira vez a música “Samarina” (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar). Ainda neste disco, Rildo Hora e a cantora Mariza Rossi interpretaram “Onde andou você” (c/ Gracindo Júnior) e “Canção do papai coruja”. Neste mesmo ano, de 1968, participou do Festival da Canção da TV Excelsior interpretando “Samba do alicate”, de sua autoria, gravada posteriormente por Pedrinho Rodrigues. Luiz Gonzaga gravou “Chico Valente”, Eliana Pittman interpretou “Zé pobre” e Jair Rodrigues cantou “Partido alto”, todas composições suas. Ainda nesse ano, Tito Madi interpretou “Lindo”, no LP “Nova dimensão”, pela RCA Victor. Produziu os discos “Se ela sente saudade”, de Carlos Galhardo, e “Obrigado meu Brasil”, de Vicente Celestino, que viria a falecer pouco tempo depois. No ano seguinte, em 1969, froam gravadas, de sua autoria, “Luciana e o mar” por Cyro Monteiro; “Nosso amanhã” (c/ Humberto Reis) por Sérgio Carvalho e “A estrela e o astronauta” (c/ Mário Castro Neves) por Clara Nunes, anteriormente cantada no Festival da Canção de Juiz de Fora por Ivany de Moraes. No ano seguinte, em 1970, participou da gravação da música “Assim na terra como no céu” (Nonato Buzar, Roberto Menescal e Paulinho Tapajós), tema para a novela homônima. Sua composição “Apolo” (c/ Heitor Quintela), interpretada pelo Quarteto Nova Era, foi classificada em quarto lugar no Festival Fluminense da Canção Popular. Ainda em 1970, produziu o LP “A grande seresta”, pela RCA Victor, com Nélson Gonçalves, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Paulo Tapajós e Jacob do Bandolim c/ Zimbo Trio. Luiz Gonzaga, no LP “Sertão 70”, interpretou “O festão” e “Frescobol”, esta última em parceria com o “Rei do Baião”. Neste mesmo ano, participou, como integrante do Quarteto Cangaceiro, do LP “Dóris Monteiro e Miltinho” (Odeon).
Em 1971, produziu o disco “Memórias de um sargento de milícias”, de Martinho da Vila e um LP carnavalesco com vários artistas, no qual Mário Alves interpretou a sua composição “A vida não me leva”. Ainda em 1971 lançou o LP “A vez e a hora de Rildo Hora”, pela RCA Victor, no qual incluiu “A canoa” (c/ Sérgio Bittencourt), “Panorama segundo Rodrigo” (c/ Antônio Carlos), “O saci-pererê” (c/ Humberto Reis) e “O contador de estórias”, em parceria com Gracindo Júnior, entre outras. Produziu o LP “São João quente”, de Luiz Gonzaga. Logo depois, produziu o disco “De leve”, de Cyro Monteiro e Jorge Veiga e, neste mesmo ano, começou a produzir a dupla Antonio Carlos & Jocafi. Ainda neste ano de 1971, fez a produção do disco “O canto jovem” de Luiz Gonzaga, que logo depois tornou-se seu compadre, batizando sua filha Patrícia Hora. No ano seguinte, em 1972, participou do “Festival Internacional da Canção” com a música “Diferenças” (em parceria com seu médico Adão Pereira Nunes), cantada em duo com Elizabeth Viana. A dupla Santos e Debétio participou do “Festival de Carnaval de Belo Horizonte” com sua composição “Lolita” (c/ Humberto Teixeira), gravando-a logo depois. Luiz Vieira interpretou “Zé de Salina” (c/ Humberto Teixeira), Roberto Ribeiro, em um de seus primeiros discos, gravou “Nega do peito”, em parceria com Sérgio Cabral.
No ano de 1973, Maria Creuza gravou, de sua autoria, “Janelas azuis”, primeira composição feita em parceria com Sérgio Cabral, e “Para falar a verdade”, também da dupla. Produziu o primeiro LP de João Bosco. No ano seguinte, em 1974, Marlene interpretou “Clementina” (c/ Humberto Teixeira); Ataulpho Alves Júnior gravou “Agostinho e Vinicius” (c/ Adão Pereira Nunes). Ainda em 1974, pela RCA Victor, lançou um compacto com “Manoela” (Antonio Carlos & Jocafi) e “Patrícia” (c/ Sérgio Cabral). Neste ano, produziu o disco “Canta canta minha gente”, de Martinho da Vila, no qual trabalhou com o técnico Luiz Carlos T. Reis, filho do também técnico e compositor portelense Norival Reis (o Vavá da Portela).
No ano de 1975, Maria Alcina interpretou “Paixão malagueta” (c/ Humberto Teixeira) e Ataulpho Alves Júnior gravou um de seus maiores sucessos, “Os meninos da Mangueira” (parceria com Sérgio Cabral); Tamba Trio regravou “Visgo de jaca” e Martinho da Vila gravou “Andando de banda” (c/ Sérgio Cabral). Neste mesmo ano, produziu para a RCA Victor o disco “Batucada do Mané”, de Manuel da Conceição (Mão de Vaca) e o LP “Caça à raposa”, de João Bosco. No ano seguinteem 1976, foi o produtor de “Mundo melhor”, disco de Beth Carvalho; “Galos de briga”, de João Bosco e “Capim novo”, de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano, Ataulpho Alves Júnior gravou “Pedro sonhador” (c/ Sérgio Cabral) e Eliana Pittman, no LP “Pra sempre”, pela RCA Victor, interpretou “Quincas Berro D”Água”, composição em parceria com Sérgio Cabral. Duas composições suas, “Compositor” e “Prezado amigo”, ambas em parceria com Sérgio Cabral, foram gravadas por Elza Soares, em 1977. Mais tarde, Emílio Santiago regravaria “Compositor” e Elizeth Cardoso interpretaria “Prezado amigo”. Neste mesmo ano, de 1977, sua composição “Feira livre” (c/ Sérgio Cabral), foi incluída como tema da novela “Dona Xepa”, da Rede Globo, interpretada por Ataulpho Alves Júnior, que da mesma dupla gravou “A bela da tarde”, regravada também por Altemar Dutra. Ainda neste ano, compôs com Sérgio Cabral “Banda de Ipanema”, gravada por Ataulpho Alves Júnior. Outra composição da dupla, “Parece que foi ontem”, foi incluída no disco de Nélson Gonçalves naquele ano. Maria Creuza interpretou “Espraiado” (c/ Sérgio Cabral), em 1978. Neste mesmo ano, produziu o LP “De pé no chão”, de Beth Carvalho, no qual despontou o sucesso “Vou festejar” (Neoci Dias, Jorge Aragão e Dida). Neste disco, apareceu pela primeira vez o grupo Fundo de Quintal, introduzindo uma nova maneira de tocar com formação de tantã, repique de mão, pandeiro e banjo com braço de cavaquinho (instrumento híbrido criado por Almir Guineto). Participou do disco “Encontro musical”, de Antonio Adolfo. Também em 1978, Lena Rios interpretou “O artista do povo” (c/ Sérgio Cabral). Produziu neste ano o disco “Tendinha” de Martinho da Vila, no qual se destacou o sucesso “Amor não é brinquedo” (Martinho da Vila e Candeia). No ano posterior, em 1979, Ataulpho Alves Júnior, com produção sua, gravou “Velha-Guarda da Portela”, composta com Sérgio Cabral. Atuou como diretor musical da peça “Paulo Gracindo Meu Pai” com Paulo Gracindo, direção de Gracindo Júnior e cenários de Juarez Machado. Fez a produção do disco “No pagode”, de Beth Carvalho, no qual despontou o sucesso “Coisinha do pai” (Jorge Aragão, Almir Guineto e Luís Carlos). Ainda neste ano, de 1979, dos vários discos produzidos, destaca-se “Linha de passe”, de João Bosco, com capa de Mello Menezes, disco em que foi gravado o sucesso “O bêbado e a equilibrista” (João Bosco e Aldir Blanc).
Em 1980, lançou o LP “Rildo Hora e Sérgio Cabral”, no qual interpretou “Arraia-miúda”, “Banda de Ipanema”, “Amigavelmente” e um de seus grandes sucessos, “Os meninos da Mangueira”. O disco contou ainda com as participações especiais de Martinho da Vila e Jane Duboc na faixa “Rancheira do boia-fria” (Para três vozes). No ano posterior, produziu o disco “Sentimentos”, de Martinho da Vila, no qual constou, de sua autoria, “Meu país” (c/ Martinho da Vila). Nesse mesmo ano, participou do LP “Estrela da canção”, de Ângela Maria e fez temporada no “Projeto Pixinguinha” no sul do país, com Martinho da Vila e Manoel da Conceição, com direção de Tereza Aragão.
No ano de 1982 Jorge Aragão gravou “Nega Santana” (c/ Paulo George). Viajou com Martinho da Vila para a Argentina, tocando no Teatro Coliseu. Fez a produção do disco “Traço-de-união”, de Beth Carvalho. Neste mesmo ano, Roberto Ribeiro gravou “Nega rainha” (c/ Paulo George) e Luiz Gonzaga interpretou “Dança do Capilé”, em parceria com Humberto Teixeira. Dividiu com Wagner Tiso os arranjos do LP de Maria Creuza, “Poético”, disco temático sobre a obra do poeta Vinicius de Moraes. Ainda em 1982, sua composição “Prezado amigo” (c/ Sérgio Cabral) foi incluída no LP “Outra vez” de Elizete Cardoso, lançado pela gravadora Som Livre. No ano seguinte, em 1983, participou da turnê de Martinho da Vila por Moçambique e Angola, conhecendo Felipe Mukenga, Raul Mingas e o poeta Manoel Rui. Em Moçambique, conheceu o pintor Malangatana e assistiu a um comício de Samora Marchel. Na volta da África, Martinho da Vila gravou “Negros odores”, parceria de ambos, composta em Angola. Neste ano, Luiz Gonzaga interpretou “Xengo” (c/ Humberto Teixeira), composição dedicada a seu filho Misael da Hora. No ano posterior, em 1984, apresentou-se na Sala Funarte Sidney Miller, no “Projeto Amadeus”, organizado pela soprano Ivonete Rigot Muller, tocando em público pela primeira vez o “Concerto para harmônica e orquestra” de Villa-Lobos, que lhe foi entregue nove anos antes por Dona Mindinha, viúva do maestro. Neste mesmo ano, Jair Rodrigues interpretou “O filho de seu menino”, de sua autoria. Fez ainda a produção do LP “Martinho de Vila Isabel”, que despontou com o sucesso “Na aba” (Nei Silva, Paulinho Corrêa e Trambique). Jair Rodrigues, nesse mesmo ano, interpretou “Luzes do prazer” (c/ Luiz Carlos da Vila). Ainda em 1984, participou do disco de Bebel Gilberto e Pedrinho Rodrigues sobre a obra de Geraldo Pereira, produzido por Hermínio Bello de Carvalho para a Funarte.
Em 1985, Joanna interpretou “Bom-dia minha flor” (c/ Martinho da Vila); a cantora Paula gravou “Coração apaixonado” (c/ Dona Ivone Lara) e Dona Ivone Lara interpretou “Menino brasileiro”, parceria de ambos. No ano seguinte, participou do show Kizomba (Encontro Internacional de Artes Negras) na UERJ, organizado por Martinho da Vila. Fez diversas apresentações com a pianista Laís Figueiró, tocando Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Ailton Escobar. Nesse mesmo ano, Martinho da Vila gravou “Quiproquó” (c/ Affonso Romano de SantAnna) e “Transando em Nova York” (c/ Martinho da Vila). Produziu o LP “O Mapa da mina”, do grupo Fundo de Quintal. Ainda em 1986, participou do programa “Os músicos”, de Tárik de Souza, dirigido por Carlos Alberto Loffer, na TVE. Neste programa lançou a composição “Série de pai pra filho”, acompanhado ao piano pelo filho Misael da Hora.
Em 1987, sob regência do maestro Davi Machado, executou o “Concerto para harmônica e orquestra”, de Villa-Lobos, na Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano gravou o disco “O tocador de realejo”, interpretando “De pai pra filho”, “Cóe, Cóe” e “Cafuza”, três composições dedicadas aos seus filhos Misael da Hora, Ziraldo Hora e Patrícia Hora, respectivamente. O disco, além de músicos de renome, contou com a presença de amigos como Elifas Andreato (capa) e Luiz Carlos T. Reis (gravação e mixagem). Também em 1987, gravou com Sivuca o LP “Sanfona & realejo”, ganhando seu primeiro “Prêmio Sharp” na categoria “Melhor Arranjo”. Apresentou-se no “Festival de Recife” em duo com Misael da Hora e com a esposa e artista plástica Lusinete da Hora, atuou em show e expôs no Teatro Deodoro, em Maceió (Alagoas).
No ano de 1988, interpretou “Suite quatro coisas”, composta para ele pelo Maestro Guerra Peixe e lançou o LP “Rildo Hora interpreta Luiz Gonzaga”, com 19 dos maiores sucessos do “Rei do Baião”. Ainda neste ano, ao lado de Cazuza e Raphael Rabello, gravou a faixa “O mundo é um moinho” no disco homenagem a Cartola, “Bate outra vez…”, lançado pela gravadora Som Livre. NO ano seguinte, em 1989, Chiquinho do Acordeon gravou “Alfa e ômega” (c/ Affonso Romano de SantAnna). Produziu “O Canto das lavadeiras”, disco de Martinho da Vila. A cantora Paula interpretou no disco do Bloco Carnavalesco Simpatia é Quase Amor a música “De pai pra filho desde 1926” (c/ Sérgio Cabral).
Com o violonista Romero Lubambo, lançou em 1990 o disco “Autonomia”. Neste disco, com capa de Lusinete da Hora, gravou “Visgo de jaca” e interpretou clássicos da MPB, como “Sampa” (Caetano Veloso), “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e a faixa-título “Autonomia”, de autoria de Cartola. No ano posterior, em 1991, o barítono Inácio di Nonno, acompanhado por Fernanda Canaud ao piano, interpretou “A implosão da mentira, ou o episódio do Riocentro”, em parceria com o poeta Affonso Romano de SantAnna. Também em 1991, com direção de Ricardo Cravo Albin, fez a direção musical do espetáculo de Martinho da Vila para o recebimento do “Prêmio Shell”, exibido em noite única no Canecão, consagrado por 15 minutos de aplausos ininterruptos ao final.
Em 1992, lançou o CD “Espraiado”, pela gravadora Caju Music, no qual interpretou “Cabriola”, “Pipoca no fogo”, “Chorinho nervoso pro Hermeto Pascoal”, “Cóe, cóe”, todas de sua autoria, e ainda “A implosão da mentira ou o episódio do Riocentro”, “Canção que nasceu do amor”, além da faixa-título, “Espraiado”. O disco contou ainda com uma composição de seu filho Misael, “Baião de flor”. Distribuído nos Estados Unidos pela etiqueta Milestone, foi incluído pela crítica americana entre os 10 melhores discos de jazz latino. Neste mesmo ano, Martinho da Vila interpretou “Por causa de um cheiro de amor”, parceria de ambos. Em 1993, produziu para a gravadora Sony 10 CDs com os principais sambas-enredo de 10 Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Participou da faixa “Paratodos”, do disco homônimo de Chico Buarque. No ano seguinte, em 1994, o grupo Água de Moringa gravou o choro “Ano novo”, de sua autoria. Nesse mesmo ano, apresentou-se, sob a regência do maestro Ernani Aguiar, com a Orquestra de Câmara da Uni- Rio, no Museu da República, no Rio de Janeiro.
No ano de 1995, compôs com Martinho da Vila o musical infantil “Você não me pega”, lançado pela RGE. O disco, com capa da artista plástica Lusinete da Hora, contou com a participação de vários artistas: “Vou feriar”, com o grupo Fundo de Quintal; “Menino perguntador”, com Leci Brandão; “Você não me pega”, interpretada por Bia Bedran; “Menina de rua”, com Martnália, e ainda MPB-4, Martinho da Vila, Paula, Ithamara Koorax, Élson do Forrogode e grupo Coeur-Sambá. Produziu o CD “Samba pras moças”, de Zeca Pagodinho e fez alguns dos arranjos para o disco “Mais feliz”, de Élton Medeiros. Nesse mesmo ano, participou do Songbook de Antônio Carlos Jobim interpretando “Rancho nas nuvens”, com o Grupo Nó Em Pingo DÁgua. No ano seguinte, em 1996, com a Cia de Cordas, gravou o CD “Romance”. Neste disco, com capa de sua esposa, Lusinete da Hora, interpretou “Ano novo”, de sua autoria, e “Andorinha”, de Tom Jobim, esta última, gravada a pedido de seu amigo Chiquinho do Acordeon pouco antes de falecer. Nesse mesmo ano, participou do CD “Guerra Peixe – música de câmara”, interpretando “Suíte Quatro coisas”, ao lado de Ruth Serrão ao piano. Produziu o disco “Tá delícia, tá gostoso”, de Martinho da Vila. Ainda em 1996, produziu o primeiro volume da série “Casa de samba”. O CD reuniu vários duos inusitados interpretando clássicos da MPB, como “Ex-amor”, com Martinho da Vila e Simone; Caetano Veloso e Dona Ivone Lara, Elza Soares e Lobão. Neste mesmo disco Elba Ramalho e Jair Rodrigues interpretaram “Coisinha do pai”. Esta gravação seria executada mais tarde pela sonda espacial da Nasa em solo marciano.
No ano de 1997, pela gravadora Alma, do poeta Marco Aurélio, produziu o CD “Novos traços”, de Clarisse, com músicas de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc. Produziu “Casa de samba volume 2”, com Zeca Pagodinho e Caetano Veloso, Nei Lopes e Zélia Duncan, Roberto Silva e Fernanda Abreu, Fagner e Guilherme de Brito, entre outras duplas. Ainda neste ano, fez a produção do disco “Manda me chamar”, de Simone Moreno e do CD “Bodas de ouro”, de Dona Ivone Lara. O disco, lançado pela Sony Music, contou com as participações de Gilberto Gil, Djavan, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Danilo Caymmi, entre outros.
Em 1998, a gravadora Visom, pela série “Virtuoso”, compilou dois CDs de sua autoria: “Rildo Hora e Cia de Cordas” e “Rildo Hora e Romero Lubambo”. Fez a produção do primeiro disco solo de Walter Alfaiate pela gravadora Alma. Nesse mesmo ano, de 1998, produziu o terceiro volume do “Casa de samba”, no qual reuniu duplas compostas por gerações diferentes: Nelson Sargento e Chico César, Walter Alfaiate e Leila Pinheiro, Fundo de Quintal e Sandra de Sá, Miltinho e Ed Motta, entre outras. No ano posterior, em 1999, Joanna interpretou, de sua autoria, “Outro amor não quero não” (c/ Roque Ferreira). Neste mesmo ano, fez dois recitais: o primeiro em duo com Maria Teresa Madeira, e o segundo em duo com Ruth Serrão na Fundação Cultural Avatar, em Niterói. Produziu “Chega mais”, primeiro CD de Dudu Nobre, e também o primeiro CD ao vivo de Zeca Pagodinho, gravado no Canecão, no Rio de Janeiro. Com este trabalho, recebeu o “Grammy Latino”.
No ano 2000, produziu o disco “Lusofonia”, projeto de Martinho da Vila, gravado em Portugal e no Brasil, reunindo artistas de língua portuguesa. No disco foram gravadas duas composições de sua autoria, “Fazendo as malas” e “Viva Timor Leste”, ambas em parceria com Martinho da Vila. O compositor português Luis Represas gravou “Cinco estradas”, música de Rildo com letra de Represas. Fez a produção do disco “Água da minha sede”, de Zeca Pagodinho. Juntamente com Maestro Leonardo Bruno e Martinho da Vila, fundou a Orquestra Sinfônica Rio de Janeiro, que se exibiu em quatro recitais no Teatro Municipal com o show “Concerto Negro”, dirigido por Ricardo Cravo Albin e Antônio Pitanga, projeto criado e apresentado por Martinho da Vila. Neste mesmo ano, lançou o “Casa de samba volume 4”, com a Velha Guarda da Portela e Alcione, Dudu Nobre e João Bosco, Noite Ilustrada e Cássia Eller, entre outras duplas inusitadas. No ano seguinte, em 2001, fez a produção do disco “Chorinho”, para a gravadora alemã Teldec, do qual participaram Altamiro Carrilho, Carlos Malta, Sivuca, Henrique Cazes, Época de Ouro, Pedro Amorim, Joel Nascimento, Maria Teresa Madeira e Ademilde Fonseca. Produziu ainda os discos “Papo de samba”, do grupo Fundo de Quintal, “Moleque Dudu”, de Dudu Nobre, e também a coletânea “Quintal do Pagodinho”, disco idealizado por Zeca Pagodinho, no qual foram reunidos alguns compositores preferidos do cantor, entre eles Efson, Bidubi, Alamir, Wilson das Neves, Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande, Rixxah, Zé Roberto, Maurição, Carlos Roberto, Leandro Dimenor, Dunga e Octacílio da Mangueira. Ao longo de sua carreira, foi indicado várias vezes para o “Prêmio Sharp”, ora ganhando como melhor arranjador, ora como produtor, ou ainda, dos discos que produziu, melhor música, melhor disco de samba, entre outros prêmios. Ainda em 2001, ganhou o Grammy-latino na categoria “Melhor Álbum de Samba” como produtor do disco “Água da minha sede”, de Zeca Pagodinho. Em 5 de novembro deste mesmo ano (Dia da Cultura) fez a direção musical do espetáculo que reuniu Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Eliane Faria, Jamelão, Haroldo Costa e as velhas-guardas da Mangueira e Portela, apresentado no Teatro Municipal de Brasília, logo depois, repetido na festa de réveillon de 2001, na Praia de Ramos e em espetáculo na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. No ano de 2002, este mesmo espetáculo foi gravado ao vivo e vertido para CD e DVD. Excursionou no segundo semestre de 2002 por seis capitais europeias. Produziu o CD “Cacique de Ramos”, do grupo Fundo de Quintal. Ganhou o prêmio “Grammy Latino”, com o disco de Zeca Pagodinho.
Em 2003, entre muitos discos, produziu o CD “Zeca Pagodinho Acústico MTV”. Lançou na Sala Cecília Meirelles, em parceria com a pianista Maria Teresa Madeira, o CD “Ano novo” (Rob Digital), disco no qual interpretou “Modinha” e “Espraiado”, ambas com Sérgio Cabral; “Anda, sai dessa cama” (c/ Martinho da Vila), “Canção que nasceu do amor” (c/ Clóvis Mello), “Sem te alcançar” (c/ Elton Medeiros) e clássicos da MPB: “Cabuloso” (Jacob do Bandolim) e “Morro velho”, de autoria de Milton Nascimento, entre outras. Da apresentação do CD, escrita pela pianista Maria Teresa Madeira, destacamos o trecho:
“As músicas deste CD, todas, sem exceção, receberam o toque mágico de Rildo: seja na própria criação ou na transformação. Rildo tem bom gosto, sensibilidade e se saiu muito bem escrevendo para o piano. Com relação à gaita nem é preciso falar…”.
Em 2004 apresentou-se regularmente, às terças-feiras, no bar Carioca da Gema, na Lapa, centro boêmio do Rio de Janeiro. Na ocasião, revezava os bailes dançantes com o trombonista Raul de Barros. Para estes shows montou o grupo Rachucho, com o clarinetista Dirceu Leite, o cavaquinista Márcio Almeida e o baixista Luiz Louchard, shows com os quais o gaitista retornou à noite carioca. O nome do grupo faz menção a uma gíria de músicos, sobre a qual o próprio Rildo Hora comentou:
“Quando os músicos vão tocar em algum lugar e o esquema é de cooperativa, quando a grana é rachada, dizemos que vamos fazer um rachucho. Esse é meu espírito. Quero voltar a ser um trabalhador da noite. E já estou colhendo muitos frutos, pelo menos no terreno do afeto.”.
No ano de 2005, ao lado de Mizael da Hora (piano), apresentou-se no “Projeto Música no Museu”, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano recebeu como convidado o guitarrista e bandolinista Davi Moraes em show no bar Carioca da Gema.
Em 2013 apresentou-se, ao lado de Mizael da Hora (piano) no “Projeto Instrumental MPB”, com participação especial do gaitista Jefferson Gonçalves, do Espaço Cultural Miranda, no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Comemorou seu aniversário em show no palco Arena Parque Madureira, com participação de Martinho da Vila, entre outros. Ainda em 2013, ao lado de Dudu Nobre e Velha-Guarda da Portela, foi um dos convidados de Leo Russo no Teatro Rival BR, no centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano de 2013 participou, ao lado Assis Ângelo (radialista, apresentador e principal biógrafo de Luiz Gonzaga) e Ricardo Cravo Albin, do evento em comemoração ao centenário de Luiz Gonzaga, no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio de Janeiro, intitulado “Rodas Gonzagueanas”, no qual prestou depoimentos sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga, com quem trabalhou em várias ocasiões. No referido evento, além de depoimentos, tocou realejo acompanhado a cantora Socorro Lira em várias composições do “Rei do Baião”.
No ano de 2015, após 35 anos sem gravar cantando, dividiu com a filha, Patrícia Hora, a interpretação das composições do CD “Eu e minha filha”, disco no qual contou com a participação especial da cantora Zélia Duncan na faixa “Gotas de sal” (Rildo Hora e Zélia Duncan). No CD foram incluídas diversas músicas inéditas, em parceria com vários poetas e letristas, e ainda, regravações de alguns de seus sucessos, tais como “Anda, sai dessa cama” (c/ Martinho da Vila), “Visgo de Jaca” e “Os meninos da Mangueira”, ambas em parceria com o escritor e letrista Sérgio Cabral. Também foram gravadas “Verdade” (c/ Carlos Drummond de Andrade), “Belinha” (c/ Humberto Teixeira), “Coração apaixonado” (c/ Dona Yvonne Lara), “Canção de amor dos Beatles” (c/ Ronaldo Bastos), “Perfume e flor” (c/ Luciana Cardoso), “O beijo que te dei” (c/ Lysias Ênio), “A mulher madura” (c/ Afonso Romano de SantAnna), “Chorinho reluzente” (c/ Luiz Carlos da Vila), “Quando” (c/ Nelson Sargento), “Quem me ensinou” (c/ Nei Lopes) e “Vida disparada”, com o letrista Fausto Nilo. Entre os músicos participantes constam Misael da Hora (piano, órgão, efeitos eletrônicos e teclados), Jorge Helder (baixo), Camilo Mariano (bateria), Zé Carlos (guitarra e violão de aço), Dirceu Leite (clarinete e sax), Pretinho da Serrinha (cuíca, pandeiro, caixinha e tamborim), Fernando Merlino (piano), Jamil Joanes (baixo), Nélson Oliveira (Trompete e flugel), Kiko Horta (sanfona), Henrique Cazes (cavaquinho), Carlinhos 7 Cordas (violão de sete cordas), além de Rildo Hora (arranjos, regência, violão de seis e realejo – gaita). O disco, com arte da capa de Luiz Claudio Milleco, estampando uma tela da artista plástica Lusinete da Hora, também trouxe um texto de apresentação do parceiro Martinho da Vila, do qual destacamos o seguinte trecho:
“O disco é do pai, mas quem brilha é a filha, a comovente Patricia, adorável vocalista na adolescência e cantora admirável na maturidade. São dois artistas bons de palco. Ele já fez parte do meu show aqui e alhures, particularmente em Angola e Moçambique. Com ela cantei muito nos brasis e exteriores, com participações memoráveis nos Coliseus portugueses e no Olympia francês”.
O show de lançamento aconteceu no Teatro Maison de France, no centro do Rio de Janeiro, contou com o acompanhamento de uma banda composta por Wilson Nunes (Piano e teclados), Jefferson Lescowich (Contrabaixo acústico); João Cortez (Bateria e percussão); Zé Carlos (Violão de aço, guitarra e cavaquinho) e Kiko Horta (Sanfona), além do próprio Rildo Hora (Arranjos, violão de naylon e gaita) e, ainda com apresentação do ator e escritor Haroldo Costa.
No ano de 2019, com produção de Ziraldo Hora, apresentou o espetáculo “Família Hora: O Maestro e Seus Filhos – Rildo, Patrícia e Misael” no palco da Sala Paulo Moura, do Centro da Música Carioca Artur da Távola”, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.
No ano de 2023 fez show no Blue Note Rio, dividindo o palco com Roberto Menescal, Misael da Hora e Márcia Tauil. Neste mesmo ano foram laçados dois EPs com composições de sua autoria, sendo ela “O dia que vi Caymmi” (c/ Márcia Tauil e Célio Albuquerque) e “Blanc e Rosa”, em parceria com o cavaquinhista Bruno Castro, participando dos dois trabalhos cantando e tocando gaita. No ano seguinte, em 2024, foi o convidado especial do grupo Choro Novo (Abel Luiz, Marlon Mouzer e Reinaldo Pestana) em show no Arte Sesc Flamengo. Também em 2023, ao lado de seus filhos, Misael da Hora (pianista) e Patrícia Hora (cantora), fez o show “Rildo Hora e Família” de encerramento do “Festival Talentos da MPB”, na Sala Baden Powell, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento contou com idealização e direção geral de Adônis Karan, roteiro musical de Patrícia Mellodi e apresentação de Ricardo Cravo Albin, além de produção executiva de Anna Muniz.
Em 2024 participou como convidado especial do grupo Pegada de Gorila, do show na casa noturna paulistana Dois Dois.
(c/ Patricia Hora)
(c/ Maria Teresa Madeira)
(c/ Maria Teresa Madeira)
(vários)
(c/ Sivuca)
(Infantil)
(c/ Romero Lubambo)
(vários)
(vários)
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