
Compositor. Jornalista. Empresário artístico.
Foi membro da SBACEM, atuando no conselho deliberativo e também nas suas comissões de finanças e repertório. Colaborou em várias revistas dedicadas à música e teve uma coluna na Revista do Rádio por cerca de 25 anos.
Começou animando shows de circo, de teatros e empresariando artistas. Em 1932, teve sua primeira composição gravada: o samba canção “Felicidade”, em parceria com Noel Rosa e lançado pelo próprio Noel Rosa na Columbia. Em 1939, obteve o grande sucesso de sua carreira de compositor com a canção “Sertaneja” gravada por Orlando Silva na Victor. A música acabou sendo um dos três grandes sucessos da carreira daquele cantor e a preferida dos calouros, aspirantes a cantor da época: (“Sertaneja se eu pudesse/ se papai do Céu me desse/ o espaço pra voar/ eu corria a natureza/ acabava com a tristeza/ só pra não te ver chorar…”). No mesmo ano, Manezinho Araújo gravou sua embolada “Pra fazê economia”. Em 1940, Manezinho Araújo gravou a “Embolada do esquecimento” na Odeon. Em 1941, o mesmo Orlando Silva gravou a canção “Sinhá Maria”, também na Victor.
Em 1942, compôs com Custódio Mesquita a marcha “Espera Maria”, gravada por Carlos Galhardo na Victor. Em 1944, Orlando Silva registrou a canção “Estrela Dalva” e Gilberto Alves o samba “Tapete de flor”, parceria com José Gonçalves, ambos na Odeon e, Vicente Celestino a canção “Romance da ceguinha” na Victor. Em 1945, obteve novo êxito com o samba “Senhor da floresta” gravado por Augusto Calheiros na Victor. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou a canção “Era uma vez” na Victor. No ano seguinte, compôs com Luiz Bittencourt o choro “Minha prece”, gravado por Ericsson Martha na Victor. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou sua “Oração a paz”. Em 1947, Augusto Calheiros gravou o samba-canção “Garoto da rua” na Victor e Vicente Celestino na mesma gravadora a canção “Altivez”. No ano seguinte, compôs com Peterpan os sambas “Quem quiser ver, vá lá” e “Meu branco” gravados por Emilinha Borba na Continental.
Em 1949, compôs com Luiz Bittencourt o samba “Se eu não disser”, gravado por Lúcio Alves na Continental. No ano seguinte, outra parceria com Luiz Bittencourt foi gravada, o samba “Mulheres falsas”, por Albertinho Fortuna na Star. Em 1952, compôs com Francisco Alves o samba canção “Contraste”, gravado por Carlos Galhardo e o samba “Um amigo e uma mulher”, gravado por Déo na Sinter. No mesmo ano, Francisco Alves, que também assinou as parcerias, lançou na Odeon a valsa “Canção de criança” que tornou-se sucesso naquele ano e a marcha “Brasil de amanhã”. Nessa gravação participaram as crianças da Casa de Lázaro. A gravação de ambas as peças é considerada a última realizada por Francisco Alves.
Em 1953, João Dias gravou a valsa “Canção dos velhinhos”; Carlos Galhardo o samba canção “Eu acuso”, também parceria com Francisco Alves e Francisco Carlos a valsa “Não custa você voltar”. Também no mesmo ano, Dircinha Batista gravou o samba canção “Não há mulheres iguais”. Em 1954, compôs com Hervê Cordovil o samba “Falaram de você”, gravado por Isaura Garcia. Em 1955, Linda Batista gravou seu samba “Prefiro ele”; Carlos Galhardo a valsa “Madre Rosa” e Paulo Tito o samba canção “Missão de amor”. No ano seguinte, a dupla sertaneja Pacheco e Paixão gravou a toada “Sinhá Maria”, e Cauby Peixoto o samba-canção “Prece de amor” no LP “O show vai começar”. Em 1957, teve o samba-canção “Prece de amor” gravado com razoável sucesso por Cauby Peixoto na Columbia. No ano seguinte, o mesmo cantor lançou “Nono mandamento”, uma parceria com Raul Sampaio que obteve grande sucesso nacional, incorporando-se ao repertório definitivo de Cauby. Também em 1958, Vicente Celestino regravou na RCA Victor o samba canção “Nono mandamento” e gravou o também samba canção “Maria da glória” e Roberto Faissal registrou a toada “Duas Marias”. No ano seguinte, o mesmo Vicente Celestino gravou o samba canção “Alma negra”. Ainda em 1959, seu samba “Tapete de flor”, com Zé da Zilda foi regravado por Gilberto Alves no LP “Gilberto Alves e o samba”.
Em 1960, Léo Vaz gravou o samba canção “Ofensa” e Luiz Gonzaga a toada baião “Testamento de caboclo”, parcerias com Raul Sampaio. No ano seguinte, Carlos Nobre gravou o samba canção “Rua não é moradia”, parceria dos dois. Em 1962 as Irmãs Maria gravaram a guarânia “Orgulho”. Em 1975 teve a composição “Canção prá mamãe”, em parceria com Paulo Tito gravada por Os Cariocas na Continental. Teve a canção “Sertaneja” regravada pelo cantor “Gilberto Alves no LP “O fino da seresta volume 2”, da gravadora Bandeirantes/WEA. Em 1979, seu samba-canção “Nono Mandamento”, com Raul Sampaio, foi a faixa de abertura do LP “Meu Jeito de amar”, lançado pelo cantor Nelson Ned pela gravadora Copacabana.
Em 1984, sua canção “Sertaneja” foi gravada pelo cantor José Tobias no LP “Rapsódia brasileira” no qual foi acompanhado pela Camerata Carioca e Octeto Brasilis, com arranjos e regência de Radamés Gnattali. Em 1990 o cantor Carlos José gravou “Só”, parceria com Paulo Tito. Em 2003, teve a valsa “Prece de amor” gravada pelo cantor Cauby Peixoto, no CD “Graças a Deus”, da gravadora CID.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Mec/Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. São Paulo: 34, 1999.
VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. Rio de Janeiro: Martins, 1965.