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Nome Artístico
Renato Borghetti
Nome verdadeiro
Renato Borghetti
Data de nascimento
23/7/1963
Local de nascimento
Porto Alegre, RS
Dados biográficos

Instrumentista. Compositor.

Começou a tirar as primeiras notas musicais da gaita que ganhou do pai aos oito anos de idade. A gaita-ponto tem botões no lugar dos teclados e no Rio Grande do Sul é chamada apenas de gaita. Seu pai, Rodi Borghett na época, dirigia o Centro de Tradições Gaúchas. Aos 14 anos, já encantava os freqüentadores do 35, como é chamado o CTG, com sua habilidade na gaita.

Dados artísticos

Um dos mais renomados artistas representantes da musicalidade sulista, costuma  apresenta-se no Brasil, em festivais e festas do Sul e, com o mesmo sucesso, em festas juninas no Nordeste, e em concertos em teatros de diversas capitais, inclusive o Teatro Amazonas, além de apresentacões no exterior, em cidades como  Munique e Stuttgart, entre outras. Aos 16 anos, subiu pela primeira vez em um palco profissionalmente, passando, a partir de então, a participar de diversos festivais de música. Foi nos festivais que começou a chamar a atenção do público e da crítica para a sua música. Tornou-se rapidamente popular, tanto pela sua música, como pelo seu jeito de se vestir, com cabelos longos, chapéu encobrindo os olhos, bombachas surradas e alpargatas de corda. Em 1984, lançou seu primeiro disco, que inicialmente seria um trabalho independente e para isso, Borghetinho, como também é chamado, alugou o estúdio Eger e convidou os músicos Ênio Rodrigues, Oscar Soares e Francisco Castilhos para participarem da gravação que teria 2.000 cópias. O produtor Ayrton dos Anjos, porém, levou a fita para a RBS Discos e esta lançou o disco, que rapidamente tornou-se um fenômeno de sucesso. Em três semanas o disco vendeu 60 mil cópias, um recorde absoluto no Rio Grande do Sul. Com rapidez, o disco atingiu a marca de 100 mil cópias vendidas, dando a Borghett o disco de ouro, o primeiro para um disco instrumental no Brasil, e o primeiro para a música nativista gaúcha. Destacaram-se no primeiro disco, as composições “Milonga para as missões”, de Gilberto Monteiro, “Minuano”, de Sadi Cabral e “Tio Bila no oito baixos”, de Tio Bila. O disco foi posteriormente lançado em CD e atingiu a marca de 250 mil cópias, alcançando o disco de platina.
Em 1987, lançou seu terceiro disco, pela RCA Victor, com destaque para as composições “Belém novo”, dele e Paulo Tomada; “Sétima do pontal”, dele e Veco Marques; “Cambicho em Alegrete”, de sua autoria; e outras, além da regravação de “Negrinho do pastoreio”, clássico do compositor gaúcho Barbosa Lessa. No mesmo ano, apresentou-se  na Alemanha. Em 1988, participou em São Paulo do Free Jazz Festival e no Rio de Janeiro, do Projeto Pixinguinha. Em 1989, lançou “Esse tal de Borghetinho”, também pela RCA Victor com destaque para as composições “Quebra-nós”, dele e Deio Escobar, “Porto Alegre” de Veco Marques, “Oitavando no baião”, dele e Veco Marques e “Sábado em família”, dele e Veco Marques.
Alternando trabalhos mais simples e gauchescos com momentos de maior sofisticação, passando inclusive peo jazz e a música erudita, Borghetinho já na década de 80, depois de ganhar incontáveis prêmios  em festivais, tocou com artistas  como Leon Russel e Edgar Winter,  Na década de 1990 tocou no S.O.B.s de Nova York  estabelecendo parceria com a Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro, que logo geraria novos trabalhos nessa fronteira erudito-folclórica com a OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), a Orquestra Unisinos e orquestras de todo o Brasil.
Em 1991, recebeu prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo melhor disco do ano na categoria Regional e convite para integrar o Projeto Asa Branca, pelo qual fez shows por toda a década, ao lado de Sivuca, Dominguinhos, Elba Ramalho, Alceu Valença entre outros. Também em 1991, gravou “São Jorge”, de Hermeto Pascoal e “Fantasia para gaita de ponto e orquestra de câmara”, com regência do maestro Fred Guerling, no disco  “Borghett”. Em 1992, lançou pela RBS Discos, o disco “Pensa que berimbau é gaita?”, no qual interpreta, entre outras, as composições “Felicidade”, clássico de Lupicínio Rodrigues; “Serrinha”; recolhido do folclore; “Energia”, de Sivuca e Glorinha Gadelha; “Bebê”, de Hermeto Pascoal e “Armando”, que dá título ao disco, de sua autoria. Em 1993, gravou de Dominguinhos “Dona Alda” e de Hermeto Pascoal “Funga, funga no cangote”. Em 1994, lançou um LP na Inglaterra pela Prestige Records, no qual interpreta , entre outras, “Bachianas brasileiras nº 5”, de Villa-Lobos; “Minuanio”, de Sadi Cardoso e “Vira-virou”, de Kleiton e Kledir. Em 1995, apresentou-se com Hermeto Pascoal e tocou no CCBB, no Rio de Janeiro, em show no qual resultou o disco “Instrumental no CCBB”. Em 1996, lançou o disco “Gaúcho”, com destaque para “Valsa da coroa”, dele e Paulo Silveira, “Rasgando em dobro”, com Hilton Vaccari e “Entardecer no pontal”, com Hilton Vaccari. Em 1997,  voltou a se apresentar no Free Jazz Festival em São Paulo. Entre 1995 e 96, tocou por todo o país como representante sulista no projeto Brasil Musical, ao lado de artistas já renomados como Paulo Moura, Hermeto Pascoal, Wagner Tiso e Egberto Gismonti. Também começou a estabelecer uma ponte com o Uruguai e a Argentina, tocando e realizando parcerias com artistas de ambos os países. Passou também a ter cada vez mais sucesso em excursões européias, chegando a gravar e lançar por lá discos seus e participações em trabalhos de outros artistas.
Em 1998, lançou “Gauderiando”, no qual interpretou diversos clássicos da música gaúcha, tais como “Prenda minha”, que conta com a participação especial de Milton Nascimento, “Felicidade” e “Danças gaúchas”. Contou, também, com a participação do instrumentista argentino Lúcio Yamal na composição “Negrinho do pastoreio” e com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre gravou o “Hino Rio grandense”. O disco foi dedicado ao compositor e folclorista gaúcho Barbosa Lessa. Já tocou também com a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, de Porto Alegre, a Orquestra de Câmara de Blumenau, Santa Catarina e a Orquestra de Câmara de Curitiba. Apresentou-se ao lado de importantes nomes da música brasileira e internacional, entre os quais, Sivuca, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Kleiton e Kledir, Sivuca, Adriana Calcanhoto, Stephane Grapelli e Ron Carter. Sua música tem como base o folclore gaúcho, misturando as influências trazidas por imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e italianos.  Em seus discos mescla xotes, rancheira, milonga,  polca, vaneira, chamamé, tango, forró, samba e baião.
Em 1999, lançou o CD “Ao Ritmo de Tio bilia”, dois anos depois lançou o CD “Paixão no peito”.
Em 2000, apresentou show no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Em 2001, participou do Primeiro Festival de sanfona do Maranhão juntamente com Dominguinhos, Sivuca, Waldonys, o argentino Antonio Tarragô e os norte americanos Geno Delafose e Mingo Saldival. No mesmo ano, participou do Projeto Rio Sesc Instrumental – Encontro de gerações e raízes, realizado no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro.
Em 2002, tocou com Hermeto Paschoal no show “Cantos da Cidade”, realizado durante o II Fórum Social Mundial no  Anfiteatro Pôr-do-Sol, eletrizando a platéia. No mesmo ano, lançou três álbuns: “Renato Borghetti, ao vivo em Viena”; Umberto Petrin e Renato Borghetti – Reunião; e  “A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes”, pelo selo SESC São Paulo. Em 2003, teve participação especial, juntamente com Gino e Geno, na música “Paixão dupla”, de Lourival dos Santos, Chicão Pereira e Pardinho, no album “Meu Reino encantado II”, de Daniel, do selo Warner Music Brasil, produzido por Daniel e Manoel Nenzino Pinto.
Em 2004, lançou seu 15º disco e foi selecionado para participar do grupo de 10  artistas que representaram a música produzida no sul do país na Mostra “O Brasil dos Gaúchos”, realizada pelo Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF). Em 2007, lançou o seu primeiro DVD, “Fandango”, que também deu origem a um CD, com o mesmo nome. Em 2010,  tem novamente vários shows agendados em vários países da Europa, como Portugal, Itália, Inglaterra, Hungria, Finlândia, Áustria e Bélgica. No fim de 2010, participou do 2º Festival Internacional da Sanfona, em Juazeiro (BA), apresentando-se no mesmo dia que Laudiston Bagagi, Sexteto Pernambucano de Acordeon, Dominguinhos e Cezinha. Na virada de 2015 para 2016, apresentou-se como uma das principais atrações da festa de réveillon oficial da cidade de Porto Alegre (RS). Em 2016, apresentou-se no IV Festival Internacional da Sanfona de Juazeiro, na Bahia. Do evento, participaram vários nomes de destaque no instrumento da música brasileira e internacional, como Murl Sandres, Frank Maroco, Targino Gondim e Oswaldinho do Acordeon.

Discografias
2007 CD Fandango
2007 DVD Fandango
2005 CD Gaitapontocom
2005 Quinton Records Viena CD Gaúchos
2005 CD Renato Borghetti, quarteto ao vivo no Theatro São Pedro - Porto Alegre, RS
2002 CD Renato Borghetti, ao vivo em Viena
2002 CD SESC São Paulo, A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes
2002 CD Umberto Petrin e Renato Borghetti, Reunião
2001 CD Paixão no peito
1999 CD Ao ritmo de tio Bilia
1998 RGE CD Gauderiando
1996 RGE CD Gaúcho
1995 RGE LP As 20 melhores de Renato Borghett
1995 RGE LP Instrumental no CCBB
1994 Prestige Records LP Accordionist
1993 RGE LP Renato Borghett
1992 RBS Discos LP Pensa que berimbau é gaita?
1991 Continental LP Borghett
1990 Som Livre LP O melhor de Renato Borghett
1989 Chantecler/Continental LP Renato Borghett
1988 RCA/BMG-Ariola LP Esse tal de Borghetinho
1987 RCA Victor LP Renato Borghett
1985 Som Livre LP Renato Borghett
1984 RNS Discos LP Renato Borghett. Gaita-ponto
Obras
Arame farpado (c/ Daniel Sá)
Belém novo (c/ Paulo Tomada)
Botonera
Cambicho em Alegrete
Carona para o Norte (c/ Paulo Tomada)
Chama-me o som (c/ Daniel Sá)
Continental
Debochado
Entardecer no pontal (c/ Hilton Vaccari)
Fabricação caseira (c/ Porca Véia e Boninho)
Fronteira (c/ Daniel Sá)
Gritedo
Grupo pilchado (c/ Deio Escobar)
Memória de galpão (c/ Veco Marques)
Oitavado no balcão (c/ Veco Marques)
Pra que esse "bemol"? (c/ Hilton Vaccari)
Quebra-nós (c/ Deio Escobar)
Rasgando em dobro (c/ Hilton Vaccari)
Segura essa (c/ Veco Marques e Paulo Tomada)
Sábado em família (c/ Veco Marques)
Sétima do ponta (c/ Veco Marques e Telmo de Lima Freitas)
Valsa da coroa (c/ Paulo Silveira)
À vontade (c/ Veco Marques)
Shows
Free Jazz Festival. São Paulo, SP.
Instrumental no Ccbb. Rio de Janeiro, RJ.