5.002
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Nome Artístico
Raul Seixas
Nome verdadeiro
Raul dos Santos Seixas
Data de nascimento
28/6/1945
Local de nascimento
Salvador, BA
Data de morte
21/8/1989
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Guitarrista. Produtor.

Criado na Graça, bairro de classe média alta de Salvador, no fim da década de 1950 teve contato com filhos de norte-americanos que trabalhavam no consulado e na Petrobrás. Por intermédio deles conheceu a música de astros do rock americano como Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino e Chuck Berry. Em 1959 fundou com Waldir Serrão, o Elvis Rock Club. Seu pai era funcionário da Rede Ferroviária, e por isso, costumava viajar pelo interior da Bahia inspecionando as estações de trem. Acompanhava o pai nessas viajens pelo interior baiano. Nessa época ouvia muito Luiz Gonzaga, o que acabou influenciando a sua música posteriormente, a ponto de leva-lo a afirmar que era descendente de Elvis Presley e Luiz Gonzaga. Formou em 1962, com seus irmãos Délcio e Thildo, o conjunto Relâmpagos do Rock, o primeiro a utilizar guitarras elétricas na Bahia, chegando a se apresentar na TV Itapoã. Em 1965 abandonou os estudos, aos retornou no ano seguinte quando ingressou na Faculdade de Direiro. Em 1966 se casou pela primeira vez com a filha de um pastor americano. Nesse período sobreviveu dando aulas de inglês e de violão. Em 1967 foi tentar a carreira artística no Rio de Janeiro. Em 1969 retornou a Salvador retomando os estudos na Faculdade de Filosofia. Em 1974 se separou de Edith e no ano seguinte, se casou com Glória Vaquer, que era irmã de seu guitarrista Gay Vaquer, da qual veio a se separar em 1977. Em 1979 passou a viver com Kika Seixas, que também tornou-se sua parceira musical. Neste período, o alcoolismo se aprofundou, sendo um dos possíveis motivos da separação do casal, em 1984.

Em junho de 2021, Kika Seixas lançou livro sobre a relação dos dois.

 

Dados artísticos

Foi o primeiro artista do rock brasileiro a misturar sistematicamente o rock com ritmos brasileiros, principalmente o baião. Em 1963, mudou o nome do seu conjunto para The Panters, se apresentando em boates na noite de Salvador. No mesmo ano, o conjunto se apresentou no programa “Escada do sucesso”, na TV Itapoã, em Salvador. Em 1964, o conjunto The Panters entrou pela primeira em um estúdio de gravação. Na ocasião foram gravadas as músicas “Nanny”, de Gino Frey, e “Coração partido”, versão de seu pai, Raul Varela Seixas, para uma música cantada por Elvis Presley no filme “Saudades de um pracinha” (GI – Blues). O disco, no entanto, nunca chegou a ser lançado comercialmente. Nesse mesmo período, apresenta-se com sucesso com The Panters em festas e clubes, além de tocar no interior da Bahia. Seu conjunto tornou-se o mais bem pago para shows na Bahia. Em 1965, largou os estudos para dedicar-se integralmente à música. Apresentou-se nessa época em shows no Cine Roma, onde cantavam astros da jovem guarda como Roberto Carlos, Jerry Adriani e outros. Em 1967, o cantor Jerry Adriani assistiu a um dos seus shows e o convidou com seu conjunto para o acompanharem em uma excursão pelo Norte do país. Após a excursão foi convidado por Jerry Adriani, para ir com seu conjunto gravar um disco no Rio de Janeiro. Em 1968, lançou o disco “Raulzito e os Panteras”, no qual interpretava, entre outras, as composições “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” e “Trem 103”, de sua autoria. Cantava também as versões que fez para “I will”, de Dick Glasser, que virou “Um minuto mais”, e de “Lucy in the sky with diamonds”, de Lennon e McCartney, que ganhou o título de “Você ainda pode sonhar”. O disco, no entanto, foi um fracasso comercial e ignorado pela crítica. Voltou para Salvador, enquanto Os Panteras se tornaram banda de apoio de Jerry Adriani. Em 1970, foi convidado por Evandro Ribeiro, diretor da CBS, para trabalhar na gravadora como produtor de discos, e como tal produziu Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie e Renato e seus Blue Caps. Em 1971, quando o presidente da gravadora viajou, produziu, gravou e lançou sem autorização o disco “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” com Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star e ele mesmo. O disco sumiu do mercado e foi outro fracasso de vendas. Quando o presidente da CBS voltou, demitiu-o sumariamente. Em 1972 retornou à cena artística, inscrevendo duas canções no VII Festival Internacional da Canção e ambas se classificaram para as finais. As músicas foram “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, interpretada pelo conjunto Os Lobos, e “Let me sing, let me sing”, defendida por ele mesmo, e na qual aprecia pela primeira vez a mistura entre rock e baião, que se tornou uma de suas marcas. No mesmo ano assinou contrato com a Philips/Phonogram, pela qual lançou o compacto “Let me sing, let me sing” e “Teddy Boy, rock e brilhantina”. Em 1973, lançou o LP “Krig-há, bandolo!”, que foi seu primeiro sucesso comercial. Nele começava a parceria com Paulo Coelho, o mais tarde célebre escritor mundial e atual membro da Academia Brasileira de Letras (a partir de julho de 2002), parceria que se encerraria em 1976. O nome do disco é uma referência às histórias em quadrinhos, pois é o grito de guerra do Tarzã, significando “Cuidado, aí vem o inimigo”. Canções como “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” e “Al Capone” foram bem executadas nas rádios e tiveram grande aceitação entre o público. No mesmo período retornou a produzir discos lançando “Os 24 maiores sucessos da era do rock”, no qual fazia covers dos seus ídolos norte-americanos e da Jovem Guarda com destaque para “É proibido fumar” e “Vem quente que eu estou fervendo”. Nessa época, começou a divulgar em seus shows o gibi-manifesto “A fundação de Krig-Há”, no qual fazia a pregação da sociedade alternativa, e que são recolhidos pela polícia federal. Em 1974, devido a problemas políticos, viajou para os Estados Unidos em companhia de Paulo Coelho, da mulher Edith e de Adalgisa Rios. O grupo visitou a mansão de Elvis Presley e conheceu o ex-Beatle Jonh Lennon e Jerry Lee Lewis. Logo a seguir lançou o LP “Gita”, que, com 600 mil cópias vendidas, lhe rendeu seu primeiro disco de ouro. A grande vendagem do disco apressou seu retorno ao Brasil. Nele se destacaram as músicas “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” e “Gita”, todas em parceria com Paulo Coelho. Gravou ainda o primeiro musical colorido da TV brasileira, o videoclip de “Gita”. De volta ao Brasil, fez com Paulo Coelho a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, na qual se destacaria “Como vovó já dizia (óculos escuros)”. Ainda em 1974, assinou a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, escrita por Bráulio Pedrozo e dirigida por Walter Avancini e Jardel Mello. Nesta trilha assinou sozinho as músicas “Planos de papel”, interpretada por Alcione, “Murungando”, por Betinho, e “Um som para Laio”, interpretada por ele mesmo, e com Paulo Coelho, “Como vovó já dizia”, “Água viva” cantadas por ele, “Porque”, interpretada por Sônia Santos, “O Rebú”, pela Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, por Fábio, e “Vida a prestação”, pelo Grupo Trama. Em 1975 gravou o LP “Novo aeon” , que não obteve tanto sucesso quanto o disco anterior, mas no qual algumas músicas alcançaram grande relevância, como foi o caso de “Tente outra vez” e “Rock do diabo”, ambas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano, participou no Rio de Janeiro do festival Hollywood Rock e gravou na TV Globo o videoclipe “Trem das sete”. Em 1976 lançou o LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, último na Philips/Fonogram, cuja música título, parceria com Paulo Coelho, se tornou um grande sucesso. No disco destacaram-se ainda as composições “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclamar” e “Os números”, todas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano gravou na TV Globo o videoclip da música “Eu também vou reclamar”. Em 1977 gravou “O dia em que a Terra parou”, primeiro disco pela WEA/WarnerBros, no qual inaugurou uma nova parceria, com o velho amigo Claudio Roberto. Os destaques do disco foram a música título, “Maluco beleza” e “Sapato 36”, todas em parceria com Cláudio Roberto. O disco, que além de não vender muito, foi duramente atacado pela crítica, contou com as participações de Djalma Correa na percussão e Gilberto Gil no violão e arranjos, na faixa “Que luz é essa”, também com Cláudio Roberto. No mesmo ano fez show de lançamento do disco no Teatro Bandeirante em São Paulo, no qual se apresentou com um novo visual, sem barba e de cabelos curtos. Gravou ainda no mesmo período o videoclip “Eu também vou reclamar”, na TV Globo. Em 1978, passou alguns meses na Bahia, recuperando-se de problemas de saúde. No mesmo ano lançou o LP “Mata virgem”, pela WEA/Warner Bros, contando com a participação do guitarrista Pepeu Gomes na faixa “Pagando brabo”. Em 1979, lançou o LP “Por quem os sinos dobram”, que contou com a participação do guitarrista Sérgio Dias, ex-integrante do conjunto de rock Os Mutantes, em algumas faixas. No mesmo ano se mudou para São Paulo com a nova mulher Kika Seixas. Em 1980, assinou contrato com a CBS, e lançou o disco “Abre-te sésamo”. Voltou a ter problemas com a censura, que proibiu a música “Rock das aranha”, que só foi liberada devido à intervenção de Ricardo Cravo Albin, em histórica sessão do Conselho Superior de Censura, no Ministério da Justiça. No ano seguinte, rescindiu seu contrato pelo fato da gravadora pedir para que em seu próximo disco fizesse homenagem a Lady Diana. No mesmo ano, realizou o show “Abre-te sésamo” no Sesc Pixinguinha, em SP. Em 1982, passou por dois momentos absolutamente distintos, no primeiro, apresentou-se para um público de aproximadamente 180 mil pessoas, na praia do Gonzaga, em Santos, no Festival Musical ali realizado. No outro, foi confundido com um impostor em um show na cidade de Caieiras, em SP, onde se realizava uma feira folclórica. Chegou a ser preso e agredido. Sem gravadora e com problemas de saúde derivados do alcoolismo crônico e do uso de drogas, só veio a gravar novamente em 1983, quando foi convidado por um diretor da gravadora semi independente Estúdio Eldorado, que era seu fã. Lançou então “Raul Seixas”, LP em que se destacou “Carimbador maluco”, música que compôs especialmente para um programa infantil da Rede Globo. O disco contou com a participação especial da cantora Wanderléa e lhe rendeu o segundo disco de ouro. Em 1984 lançou seu segundo e último disco na Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único e exclusivo”, gravado ao vivo em show realizado na Associação Esportiva Palmeiras e que fechou sua turnê. No mesmo ano, assinou contrato com a Som Livre e lançou um outro disco, “Metrô linha 743”, no qual apenas a música título, de sua autoria se destacou. Mas, novamente com problemas de saúde, voltou a Salvador para se recuperar. Nesse período ficou afastado dos palcos e das gravações. Em 1987, depois de três anos sem gravar lançou pela gravadora Copacabana o LP “Uah-bap-lulah-béin-bum”, no qual se destacou a música “Cowboy fora da lei”, que fez bastante sucesso, tendo sido incluída na trilha sonora da novela das sete horas da TV Globo. No mesmo ano, compôs com o roqueiro baiano Marcelo Nova a música “Muita estrela, pouca constelação”, participando da gravação com o conjunto Camisa de Vênus. Em 1988, lançou o LP “A pedra do gênesis”, que teve boa vendagem devido ao prestígio consolidado perante a um grande público. No mesmo ano, foi convidado por Marcelo Nova, e com ele realizou uma série de 50 shows, em diversos locais do país. Em 1989 gravou com Marcelo Nova seu último disco, “A panela do diabo”, que contém várias parcerias entre ambos, entre as quais, “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” e “Século XXI”. Dois dias após o lançamento do LP, foi encontrado morto na cama por sua empregada, num apartamento do centro de São Paulo. Um dos artistas mais populares do país foi o primeiro a ter um disco produzido e distribuído por um fã-clube brasileiro, “Let me sing my rock and roll”, coletânea de gravações raras, lançada em 1985. Constantemente é regravado por intérpretes de diferentes gêneros musicais, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes e Paulo Ricardo, comprovando a sua importância no panorama musical brasileiro. Em 1995, a Warner lançou o CD “Geração Pop”, no qual aparecem algumas composições menos conhecidas do cantor como “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” e “Na rodoviária”, todas em parceria com Oscar Rasmussen. Em 1999, o diretor José Joffily e o ator Roberto Bontempo, encenaram no Teatro do Planetário, no Rio de Janeiro, o espetáculo “Raul fora-da-lei”, baseado na sua vida e obra. Nesse ano, por ocasião dos dez anos de sua morte foi homenageado no show “O baú do Raul” realizado no Metropolitan, RJ e que reuniu o Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão e Gustavo Schoeter. Em 2001, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, no qual gravou 10 composições do cantor baiano, entre as quais, “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” e “Dentadura postiça”, além de “Para Raul”, de sua autoria, homenagem ao roqueiro.  Em 2002, teve a composição “Medo da chuva”, parceria com Paulo Coelho gravada pela dupla sertaneja Rionegro e Solimões no CD “Ensaio acústico” lançado pela Universal Music. No mesmo ano, foi lançado pela Universal o pacote com os seis discos que o cantor gravou na antiga Philips. Com remasterização de Luigi Hoffer, a caixa apresentou, além dos seis CDs, um livreto com biografia atualizada, manuscritos, originais e fotos. No mesmo ano, foi homenageado publicamente pelo ex-parceiro Paulo Coelho, quando este fez seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras.
Em 2003, foi homenageado no programa Acervo MPB da Rádio MPB FM que tocou músicas suas e contou um pouco da história do cantor e compositor. No mesmo ano, foi lançado o CD “Anarkilópolis” pela Som Livre com canções pouco conhecidas do roqueiro baiano além da inédita “Anarkilópolis”, que deu título ao disco. O CD contou com a inclusão de gravações feitas por ele com outros artistas como o xote “Quero mais”, com a participação de Chiquinho do Acordeom, e “Eu sou eu Nicuri é o diabo”, com a participação de Sérgio Sampaio. Em 2004, por ocasião dos 15 anos de sua morte foi organizado na Fundição Progresso o show “O baú do Raul” com as participações de Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos e DJ Vivi Seixas com gravação ao vivo de CD e DVD. Em 2005, ano em que completaria 60 anos de idade foi lançado o livro “O Baú do Raul revirado”, organizado pelo jornalista Silvio Essinger a partir de escritos e guardados do cantor, com cerca de mil imagens, além de escritos do artista. Acompanhando o livro um CD com seis faixas inéditas retiradas do material do famoso baú no qual o artista guardava todos os seus registros. Em 2009, por ocasião dos 20 anos de sua morte recebeu diversas homenagens em reportagens de programas de rádio e de televisão. Em São Paulo ocorreram simultaneamente três eventos homenageando o roqueiro baiano. Cerca de 20 mil fãs reuniram-se em frente ao Teatro Municipal de São Paulo e rumaram em passeata até a Catedral da Sé, passando pelo Viaduto do Chá interpretando músicas do compositor. Na Galeria do Rock foi lançado pela editora B&A o livro “Metamorfose ambulante”, escrito por Mário Lucena, Laura Kohan e Igor Zinza, com coordenação de Sylvio Passos, presidente do fã-clube do cantor. Estreou também a peça “À espera do trem das 7”, do ator pernambucano Samuel Luna. O espetáculo se passa entre a hora da morte de Raul Seixas e o momento em que seu corpo foi encontrado. No palco, Samuel Luna, que também é músico, conta com a participação ao vivo do pianista Leornado Siqueira interpretando obras do cantor também conhecido como “Maluco Beleza”, que seria ainda relembrado na exposição fotográfica “O prisioneiro do rock”, ensaio fotográfico feito por Ivan Cardoso. A exposição apresentou 21 fotografias em grande formato (originais em branco e preto) e nove montagens com intervenções coloridas, além de capas de discos e livros sobre o artista. Também por conta das homenagens ao cantor foi apresentado pelo seu sósia Paulo Mano, acompanhado da Banda Novo Aeon, o espetáculo “Toca Raul” no SESC Santo André. Também em 2009, foi lançado o DVD “20 anos sem Raul Seixas”, reunindo clássicos em versões demo e inglês, o documentário “Raul Seixas também é documento”, de Paulo Severo, lançado originalmente em 1998, e a inédita música “Gospel” proibida pela censura em 1974. Em 2012, estreou com sucesso de crítica e público em mais de 10 cinemas na cidade do Rio de Janeiro, o filme “Raul – O início, o fim o meio”, com direçõ de Walter Carvalho e Leonardo Gudel. O filme conta a trajetória do cantor e compositor através de imagens raras de arquivos, encontros com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos. No mesmo ano, por ocasião dos 23 anos de sua morte, foi homenageado no 8º Tributo Raul Seixas, realizado no Music Hall, em Belo Horizonte. Na ocasião suas obras foram interpretadas pelas bandas cover Carpinteiros do Universo e Rockixe. Também participou do evento o músico Marcelo Nova. Foi feita também uma exposição de fotos e de LPs raros do artista pelo fan clube Novo Aeon Kavernista, de Ouro Preto.

Em 2013, sua filha, Vivi Seixas, remixou 10 gravações dele no CD “Geração da luz”, lançado pela Warner Music, trazendo sucessos como “Mosca na sopa” e “Metamorfose ambulante”. No mesmo ano, foi homenageado no Festival “Rock in Rio” pela Banda Detonautas, que se apresentou no “Palco Sunset”. Na ocasião a banda recebeu convidados que interpretaram obras do “Maluco Beleza”, entre os quais, Zeca Baleiro, que interpretou “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” e “Maluco beleza”, e Zélia Duncan, que interpretou diversos clássicos do roqueiro baiano, além da própria banda que interpretou clássicos como “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Aluga-se”. Ao final da homenagem todos os presentes entoaram em coro o clássico “Sociedade alternativa”.

Em 2014, por ocasião da homenagens pelos 25 anos de sua morte foi lançada uma caixa com seis CDs e um DVD com produção de Sylvio Passos presidente do Raul Rock Club e intitulada “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. Dessa caixa fazem parte dois CDs com gravações ao vivo: “Eu não sou hippie”, registro feito no Cine Patrocínio, em 1974, e “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, registrado em 1981 na segunda edição do Festival de Águas Claras, interior de São Paulo.

Em 2017, foi homenageado por seu último parceiro, o cantor e compositor Marcelo Nova, que com sua banda Camisa de Vênus realizou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o show “Camisa canta Raul”, uma homenagem ao cantor e compositor.

Em 2019, por ocasião dos 30 anos de sua morte foram programadas inúmeras homenagens. Foi lançada a biografia “Raul Seixas por trás das canções”, de Carlos Minuano, contando histórias da lendária excursão feita pelo cantor ao garimpo de Serra Pelada. Saiu também o livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida”, de Jotabê Medeiros. Também está em projeto o filme biográfico a ser dirigido por Paulo Morelli. Além disso, foi lançado em LP o show “Eu não sou hippie”, lançado em CD em 2014 a partir da gravação ao vivo de um show na cidade mineira de Patrocínio. Também por ocasião das homenagens ao cantor foi realizado show de Marcelo Nova no Circo Voador com o repertório do LP “A panela do diabo”, o espetáculo “O início, o fim  e o meio”, na Praça da República, em São Paulo, com as participações de Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarrista dos Panteras, e Edy Star, a “Passeata Raul Seixas”, em sua 29º edição saindo do Teatro Municipal até a Praça da Sé, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, o evento “Sonho que se sonha junto é realidade”, finalizado na Praça do Lido com a participação de Ayrton Ramos e as bandas Novo Aeom e Os Cawboy Fora da Lei interpretando o repertório do artista. Ainda em 2019, foi homenageado pelo ex parceiro Marcelo Nova que realizou show na Circo Voador, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 30 anos de lançamento do LP “Panela do diabo” que, gravado pelos dois, foi o derradeiro disco do “Maluco Beleza”. No show, acompanhado por Leandro Dalle, no baixo, Célio Glouster, na bateria e Drake Nova, seu filho, na guitarra, Marcelo Nova interpretou todas as músicas do disco, entre as quais os clássicos “Carpinteiro do Universo” e “Pastor João e a igreja invisível”, parcerias dos dois. Ainda por ocasião das homenagens pelos 30 anos de sua morte, o pesquisador Ricardo Cravou Albin, em entrevista ao Portal G1n afirmou: “Esses pais e filhos formam um “fenômeno raríssimo” na música popular, na opinião do pesquisador Ricardo Cravo Albin, que foi amigo do cantor. Ele cita Raul como um dos artistas brasileiros com mais associações e fã-clubes criados em sua homenagem. Ele define: “É o que eu chamo de idolatria póstuma.” “Poucos artistas no mundo tiveram o que Raul experimentou em termos de legado póstumo. No Brasil, nem mesmo os grandes mitos da era do rádio tiveram essa ardência da memória. São fãs absolutamente presentes e atentos, como eu nunca vi na música popular.” Para Cravo Albin, um dos fatores que explicam a continuidade da adoração ao cantor é a “atualidade de seu comportamento, entre indignado e iconoclasta”. “Os jovens da época absorveram isso, e passaram aos seus filhos.”

Em março de 2023, as filhas de Raul Seixas, Simone, Scarlet e Vivian, ganharam, contra a gravadora Warner, o direito de discutir possíveis irregularidades contratuais cometidas durante o período dos dez anos anteriores. A decisão foi tomada na 22a Câmara Cível do Rio de Janeiro. A empresa queria restringir a discussão aos últimos três anos. As herdeiras já haviam feito acordo com a Universal Music em ação semelhante em dezembro de 2022.

Em maio de 2023 fi lançado single com música em homenagem à filha caçula Vivian Seixas, nascida em 28 de maio de 1981. O single foi feito por André Prando na voz e violão, com produção musical de Rick Ferreira. Rick também tocou guitarra e violão e fez o arranjo. O single foi mixado e masterizado por Carlos Sales, baterista do single. O baixo ficou a cargo de Paulo César Barros e os teclados foram tocados por Sérgio Villarim. O single ganhou clipe dirigido por Rayan Casagrande e Vinícius Caus. A música chegou a ser gravada antes, com outra letra e o nome de “Segredo de Luz”, no álbum “Raul Seixas”, de 1983. A letra original havia sido publicada no livro “O Baú Do Raul”, de 1992.

Discografias
2023 Vivian

Single póstumo por André Prando e Rick Ferreira

2003 Som Livre CD Anarkilópolis
2002 Universal CD Maluco beleza

(Caixa com 6 discos)

1995 Warner CD Geração pop
1991 WEA/LP CD As professias
1990 Philips/PolyGram Personalidade
1989 Warner Bros/WEA A panela do diabo
1988 Copacabana A pedra do Gênesis
1988 SBT/PolyGram LP Metamorfose ambulante
1987 Elenco/PolyGram LP Caroço de manga
1987 Copacabana Uah-bap-lu-bap-lab-béin-bum!
1986 Philips/PolyGram LP Caminhos
1986 Fontana/PolyGram LP Raul rock. Volume II
1985 Fã Clube oficial LP Let me sing my rock and roll
1985 Fontana/PolyGram LP Raul rock. Volume I
1984 Som Livre LP Metrô linha 743
1984 Estúdio Eldorado Raul Seixas ao vivo. Único e exclusivo
1983 Elenco/PolyGram LP O pacote fechado de Raul Seixas

(Coletânea)

1983 Elektra/WEA LP O segredo do universo
1983 Fontana/PolyGram LP Os grandes sucessos de Raul Seixas
1983 Estúdio Eldorado Raul Seixas
1982 Fontana/PolyGram A arte de Raul Seixas

(Coletânea)

1981 Warner/WEA LP O melhor de Raul Seixas

(Coletânea)

1980 CBS LP Abre-te Sésamo

Encarte com letra e ficha técnica das músicas e poster do cantor.

1979 Por quem os sinos dobram
1978 Abril Cultural 33/10 pol. "Raul Seixas, Moraes Moreira e Novos Baianos"

"Este disco faz parte do fascículo 'Nova História da Música Popular Brasileira' com texto de Tárik de Souza entre outros, fotos e letras das músicas."

1978 Warner Bros/WEA LP Mata virgem
1977 Fontana/Phonogram LP Raul Rock Seixas
1976 Phonogram/Philips/Série de luxo LP Eu nasci há 10 mil anos atrás

Encarte com as letras das músicas. Documento transferido para o Arquivo Textual

1975 Philips LP 20 anos de rock
1975 Phonogram/Philips LP Novo Aeon
1975 Phonogram/Philips Compacto simples Raul Seixas
1974 Philips LP Gita
1973 Philips LP "Krig - Ha, Bandolo"

Encarte de Adalgisa Rios com as letras da músicas e desenhos.

1973 Polyfar/Phonogram Os 24 maiores sucessos da Era do Rock
1971 CBS LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das dez. (Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star)
1968 Odeon LP Raulzito e os Panteras
Obras
A hora do trem passar (c/ Paulo Coelho)
A ilha da fantasia (c/ Oscar Rasmussem)
A lei
A maçã (c/ Paulo Coelho)
A pedra do Gênesis (c/ Lena Coutinho e J. Roberto Abrahão)
A verdade sobre a nostalgia (c/ Paulo Coelho)
Abre-te sésamo (Cláudio Roberto)
Al Capone (c/ Paulo Coelho)
Aluga-se (c/ Cláudio Roberto)
Anos 80 (c/ Dedé Caiano)
Aquela coisa (c/ Kika Seixas e Cláudio Roberto)
As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor
As minas do rei Salomão (c/ Paulo Coelho)
As profecias (c/ Paulo Coelho)
Babilina
Baby (c/ Cláudio Roberto)
Banquete de lixo (c/ Marcelo nova)
Cachorro-urubu (c/ Paulo Coelho)
Caminhos (c/ Paulo Coelho)
Caminhos II (c/ Paulo Coelho)
Capim Guiné (c/ Wilson Aragão)
Carimbador maluco
Carpinteiro do universo (c/ Marcelo Nova)
Coisas do coração (c/ Kika Seixas e Cláudio Roberto)
Conserve seu medo (c/ Paulo Coelho)
Conversa pra boi dormir
Coração noturno (c/ Kika Seixas)
Cãimbra no pé (c/ Marcelo Nova)
D. D. I Discagem direta interestrelar (c/ Kika Seixas)
Dentadura postiça
Diamante de mendigo (c/ Oscar Rasmussem)
Dá-lhe que dá (c/ Oscar Rasmussem)
Eu nasci há dez mil anos atrás (c/ Paulo Coelho)
Eu sou egoísta (c/ Marcelo Motta)
Eu sou eu Nicuri é o diabo
Eu também vou reclamar (c/ Paulo Coelho)
Gita (c/ Paulo Coelho)
Ide a Mim Dada (c/ Oscar Rasmussem)
Judas (c/ Paulo Coelho)
Loteria da Babilônia (c/ Paulo Coelho)
Lua cheia
Magia de amor (c/ Paulo Coelho)
Maluco beleza (c/ Cláudio Roberto)
Mata virgem (c/ Tânia M. Barreto)
Medo da chuva
Metamorfose ambulante
Meu amigo Pedro (c/ Paulo Coelho)
Minha viola
Moleque maravilhoso (c/ Paulo Coelho)
Mosca na sopa
Movido a álcool (c/ Oscar Rasmussem e Tânia Mena Barreto)
Muringando
Na rodoviária (c/ Oscar Rasmussem)
Nem a vida mudou (c/ Jerry Adriani)
No fundo do quintal da escola (c/ Cláudio Roberto)
Novo Aeon (c/ Cláudio Roberto)
Nuit (c/ Marcelo Nova)
Não fosse o Cabral
Não quero mais andar na contra mão (c/ Lena Coutinho)
O best-seller (c/ Marcelo Nova)
O canto do sábio chinês
O dia em que a Terra parou (c/ Cláudio Roberto)
O homem (c/ Paulo Coelho)
O rebú (c/ Paulo Coelho)
Os números (c/ Paulo Coelho)
Ouro de tolo
Pagando brabo (c/ Tânia M. Barreto)
Paranóia
Pastor João e a igreja invisível (c/ Marcelo Nova)
Planos de papel
Porque (c/ Paulo Coelho)
Prelúdio
Quero mais (c/ kika Seixas)
Rock do diabo (c/ Paulo Coelho)
Rocko'n'roll (c/ Marcelo Nova)
S. O. S.
Sapato 36 (c/ Cláudio Roberto)
Se o rádio não toca (c/ Paulo Coelho)
Segredo da luz (c/ Kika Seixas)
Sessão das dez
Sim (c/ Cláudio Roberto)
Sociedade alternativa (c/ Paulo Coelho)
Super-Heróis (c/ Paulo Coelho)
Século XXI (c/ Marcelo Nova)
Só pra variar (c/ kika Seixas e Cláudio Roberto)
Tapa na cara
Tente outra vez (c/ Paulo Coelho)
Todo mundo explica
Tu és o MDC da minha vida (c/ Paulo Coelho)
Tá na hora (c/ paulo Coelho)
Um som para Laio
Vida a prestação (c/ Paulo Coelho)
Você roubou mei vídeo cassete (c/ Marcelo Nova)
À beira do Pantanal (c/ Cláudio Roberto)
Água viva (c/ Paulo Coelho)
Ângela (c/ Claudio Roberto)
É fim de mês
Ê meu pai (c/ Cláudio Roberto)
Shows
Festival Música na praia, SP.
Teatro Bandeirante, SP.
Clips
1977 Maluco beleza, Rede Globo, RJ
1976 Eu também vou reclamar, Rede Globo, RJ.
1975 O trem das sete, Rede Globo, RJ.
1974 Gita, Rede Globo, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALVES, Luciene – Raul Seixas – O sonho da sociedade alternativa. São Paulo: Martin Claret, 2000.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.

PASSOS, Sylvio – Raul por ele mesmo. Livro-clipping, São Paulo: Martin Claret, 1998.

PASSOS, Sylvio e BUDA, Toninho. Raul Seixas, uma antologia – São Paulo: Martin Claret, 1999.

SOUZA, Tarik De e SEIXAS, Kika (Organização e seleção) – O baú do Raul – Editora Globo, SP – 1992

Crítica

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Raul Seixas, a constelação

                     

Raul, “Maluco Beleza”, “Metamorfose Ambulante”, “Profeta” – meteoro sonoro que percorreu as plagas brasileiras nas décadas de 1970 e 1980, aquele que, como afirmou,  não teve nada a ver com a linha evolutiva da música popular brasileira. Raul surgiu musicalmente na esteira da chegada do rock and roll no Brasil. Seus primeiros passos foram calcados nas trilhas da jovem guarda, com baladas românticas e açucaradas. Mas ele logo deu seu salto para além das convenções, quando produziu o visceral LP “Sociedade da Grã-Ordeom Cavernista” que em plena ditadura militar, que alardeava pregava os milagres econômicos daqueles tempos, alertava que o milagre não era bem assim: “Formado, reformado, engomado/Num sorriso fabricado pela escola da ilusão”.

E assim foi ao longo de sua carreira, sempre soltando seu grito primal, desconfiando da ordem natural do dia, do momento, do poderoso de plantão. Mais do que cantar, Raul foi profeta e filósofo, elevando a música popular a patamares estelares, para além dos modismos de ocasião. Seu sucesso sempre esteve ancorado numa profunda reflexão sobre a vida e as relações humanas, na busca de entender o sentido profundo da existência humana.

E se não estava preocupando em seguir fórmulas e modas passageiras,  Raul pode fazer da experimentação sua lei e, assim, buscar misturar influências externas e internas sem se apegar a nacionalismos e também sem se entregar a um estrangeirismo vazio. Juntou Elvis Presley, de quem era aliás, fã inveterado, com Luiz Gonzaga, fazendo assim um rock com sotaque de baião, com cheiro de sertão, ao mesmo tempo que espelhado nas luzes urbanas.

Fugindo dos rótulos, nunca se assumiu como um “cantor de protesto” e, no entanto, sua obra se atualiza a cada momento em que o país afunda nas mazelas mais profundas e repetitivas, que ele, com seu olho mágico de ator, cantor, filósofo, flagrava e jogava na cara da sociedade conformada.  Dessa maneira, a música de Raul se transfigura para fora de seu tempo e, a cada momento, se torna presente. Não é mais jovem guarda, não é mais início do rock no país, não é o rock Brasil dos anos 1980, não é baioque, é puro raulseixismo.

Intensa, mordaz, sonora, misturando filosofia e História, misticismo oriental e rebeldia, poesia urbana e cordel, se equilibrando nas guitarras e sanfonas que muitas vezes ele misturou, traçando arco-íris sonoros que ainda estão longe de serem alcançados e, por isso, não deixou seguidores, no máximo covers que o reverenciam, entendendo que sua obra é mais do que tudo original e única.

Não se iludiu com o “ouro de tolo” e por isso pagou o preço alto de viver conforme uma metamorfose vive, sempre buscando sem nunca encontrar mas deixando pelo caminho diamantes e estrelas que iluminam com brilho de uma galáxia a música popular brasileira.

Razão de ser o artista brasileiro com o maior número de fã-clubes em todo o país.

Paulo Luna – Pesquisador do Dicionário Cravo Albin/Historiador/Poeta