
Cantor. Compositor.
Nasceu no município de Belford Roxo, cidade da Baixada Fluminense, região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro.
O pseudônimo “Ras” é oriundo do título de nobreza etíope, como o recebido por Tafari, fundador da religião ligada ao movimento reggae, daí Rás Tafari, como ficou mais popularmente conhecido em todo o mundo.
Em fevereiro de 2012 sofreu uma tentativa de homicídio, sendo atingido por quatro tiros na porta de sua casa, no bairro de Cerâmica, em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense.
No ano de 1983 passou a integrar a banda Novo Tempo, fundada no início da década de 1980 por Bino (baixo), Da Gama (guitarra) e Lazão (bateria e percussão). Com a sua entrada, a banda mudou de nome para Lumiar, para participar de um festival de música na cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Anos mais tarde a banda mudaria o nome outra vez, para Cidade Negra, com a qual ficou mais conhecida.
As primeiras apresentações da Lumiar foram no espaço NEC (Núcleo Experimental de Cultura) que funcionava dentro da antiga sede da UNE (União Nacional do Estudantes) no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, onde também se apresentavam outras banda de reggae, entre elas KMD-5 (futura banda Negril), Ubandu du Reggae e Don Luiz Rasta. Logo depois, ainda integrando a banda Lumiar, apresentou-se inúmeras vezes no Circo Voador, na Lapa.
No ano de 1991, como Cidade Negra, lançou o primeiro disco intitulado “Lute para viver”, (Gravadora Sony). O disco trouxe o primeiro sucesso da banda, a faixa “Falar a verdade”, com letra de Rás Bernardo, além de “Pensamento” (c/ Bino, Da Gama e Lazão), destacando-se também a faixa-título, que também alcançou grande sucesso na época, além de outras faixas como “Assassinatureza”, “Mensagem”. Esta última faixa contou com a participação especial do jamaicano Jimmy Cliff. Essa participação rendeu-lhes o convite para tocar no ano seguinte, em 1992, no mais importante festival internacional de reggae, o “Sunsplash”, que ocorre todo ano na baía de Mondego, Jamaica. Ainda neste ano a banda abriu o show do grupo Steel Pulse, na França. No mesmo ano de 1992, a banda gravou o segundo disco, “Negro no poder”, do qual se destacou a faixa-título, com letra de autoria do próprio Rás Bernardo, em parceria com Bino, Da Gama e Lazão. Também tiveram aceitação razoável na mídia outras faixas do disco, entre as quais “Incandescente ser”, “Há motivos” e “Conciliação”. O disco foi o último do cantor ainda integrando a banda, pois passou a se dedicar à carreira-solo, sendo substituído por Toni Garrido.
Durante sua estada na banda Cidade Negra apresentou-se no “Hollywood Rock” e na casa de shows carioca Imperator. Na ocasião, a banda abriu o show do grupo Asward.
No ano de 1996, em carreira-solo, lançou o CD “Atitude pátria”.
Em 2000 lançou o CD “Jah é luz”.
No ano de 2006 gravou a faixa “No morro não tem play”, incluída na coletânea “Brasil Riddims volume I”, da gravadora Digitaldubs, especializada em reggae. No ano seguinte, em 2007, participou de outra coletânea da mesma gravadora, “Diáspora riddims”. No ano posterior, em 2008, a gravadora Som Livre lançou o CD “Cidade Negra – Perfil”, disco no qual foram compilados os maiores sucessos do grupo, entre os quais “Pensamento (Rás Bernardo, Bino, Da Gama e Lazão) e “Falar a verdade” (Rás Bernardo, Lazão, Bino Farias e Da Gama).
Em 2010 participou do evento “Viradão Cultural”, em São Paulo, contando com a participação especial de sua antiga banda Cidade Negra.
No ano de 2012 finalizou o disco “Direção ao leste” com várias composições inéditas de sua autoria, entre as quais “Consciência ecológica”, “A procura” e a faixa-título “Direção ao leste”. Acompanhado de sua banda QG Imperial, fez o show de pré-lançamento do CD no Espaço Tuareg, no sub-bairro de Vargem Grande, pertencente ao bairro de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.