5.002
©
Nome Artístico
Pixinguinha
Nome verdadeiro
Alfredo da Rocha Vianna
Data de nascimento
23/4/1897
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
17/2/1973
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Orquestrador. Flautista. Saxofonista.

Segundo depoimento dado pelo músico ao Museu da Imagem e do Som: “Meu nome completo é Alfredo da Rocha Vianna. Nasci em 23 de abril de 1898, no bairro da Piedade. A rua não posso precisar. Para o meu irmão Léo foi na Rua Alfredo Reis, mas para o João da Baiana e o Donga, foi na Rua Gomes Serpa. O número da casa nimguém sabe ao certo. Só vendo o registro de batismo feito na Igreja de Santana. Meu pai chamava-se Alfredo da Rocha Vianna e minha mãe Raimunda da Rocha Vianna. Meu irmão Léo acha que o nome era Raimunda Maria Vianna”.

Apesar das informações contidas em seu depoimento,  segundo seus biógrafos Marília Trindade e Arthur de Oliveira, a certidão de batismo de Pixinguinha atesta o ano de 1897 como a data correta de seu nascimento. Sua mãe casou-se duas vezes e teve um total de 14 filhos. O segundo marido, Alfredo da Rocha Vianna,  funcionário dos Correios e Telégrafos, era músico amador. Possuía  grande arquivo de choros e com frequência promovia em sua casa reunião de músicos entre os quais  os célebres chorões Irineu de Almeida (conhecido como Irineu Batina), Candinho Tombone, Viriato, Neco, Quincas Laranjeiras, entre outros. Ainda na infância, recebeu  de  sua  prima  Eurídice, conhecida por Santa, o apelido de Pizindim  ou Pizinguim (menino bom), ou, em outra hipótese menos aceita, seria a corruptela de bexiguinha, já que quando criança, teria a face marcada por bexiga, nome  que, após várias transformações, veio a dar  em Pixinguinha, com o qual  fez carreira e se tornou conhecido de todos os  brasileiros.

Iniciou seus estudos num colégio particular pertencente ao Professor Bernardes, que “dava bolinhos na gente e mandava ficar de joelhos”. Transferiu-se para o Liceu Santa Tereza e deste para o Colégio São Bento onde foi sacristão. Sua numerosa família contava com músicos como seus irmãos Otávio (China) que tocava violão de seis e sete cordas, banjo, cantava  e declamava, Henrique e Léo que tocavam cavaquinho e violão, Edith era pianista e Hermengarda não se tornou cantora profissional devido à proibição de seu pai.  Iniciou-se na música pelas mãos de seus irmãos Léo e Henrique que o ensinaram a tocar cavaquinho.  Em pouco tempo passou a acompanhar o pai, que o levava aos bailes. Por essa época, a família mudou-se para o bairro do Catumbi,  e os meninos passaram a receber aulas de música de Borges Leitão,  seu vizinho de rua.  Por volta de 1908, compôs sua primeira música, o choro “Lata de leite”.  Ainda no bairro do Catumbi, a  família transferiu-se para a Rua Elione de Almeida, passando a residir  num casarão com oito quartos, quatro salas e um enorme quintal, residência que se tornou conhecida como a “Pensão Vianna”, devido à bondade de seu pai que abrigava com freqüência amigos em dificuldades financeiras, como Irineu Batina, músico responsável  pelo sua iniciação. Sua musicalidade impressionou o pai que importou da Itália uma flauta de prata da marca “Balacina Biloro”, a mais famosa da época, feita por encomenda. Com rápido desenvolvimento no instrumento, Irineu Batina, na época diretor de harmonia da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira, o levou para tocar na orquestra do rancho, em 1911. No ano seguinte, Pixinguinha  tornou-se diretor de harmonia do rancho “Paladinos japoneses”, tomando parte em outro conjunto conhecido por “Trio suburbano”, formado por Pedro Sá, no piano, Francisco de Assis, no violino, e por ele, na flauta. Em 1927, casou-se com Albertina da Rocha, estrela da Companhia Negra de Revista. O casal passou a residir em uma casa alugada no subúrbio de Ramos. Em 1933,  diplomou-se  em teoria musical no Instituto Nacional de Música. Nesse mesmo ano, Pedro Ernesto o nomeou para o cargo de Fiscal de Limpeza Pública, desejando que Pixinguinha reunisse os colegas de repartição e fundasse uma banda, a Banda Municial, que faria sua primeira exibição na posse do primeiro prefeito eleito do Distrito Federal, em 1934, que não seria outro senão o próprio Pedro Ernesto. Em 1935, o casal Betty – Pixinguinha, adotou uma criança, Alfredo da Rocha Vianna Neto, o Alfredinho. Em maio de 1956, foi homenageado pelo prefeito Negrão de Lima com a inauguração da Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, onde morava. Dois anos mais tarde, sofreu uma segunda crise cardíaca, contornada pelos médicos. Ainda em 1958, recebeu o Prêmio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional. Durante sua vida, recebeu cerca de 40 troféus. Em 1961, Jânio Quadros logo após assumir a Presidência da República criou o Conselho Nacional de Cultura, e por sugestão do musicólogo Mozart de Araújo, o nomeaou Conselheiro, com a nomeação publicada no Diário Oficial. Em 1964, sofreu um forte edema pulmonar. Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo, em sua edição de 26 de junho daquele ano: “Edema pulmonar agudo levou o músico e compositor Pixinguinha a internar-se ontem à tarde no Hospital Getúlio Vargas, onde, após ser submetido a sangria, foi posto em tenda de oxigênio. Embora seja grave o seu estado, já apresentava melhorias à noite, sempre assistido pelo filho, Alfredinho. Pixinguinha tem 66 anos, 42 dos quais dedicou à música”. Depois de submetido a uma sangria e ser colocado por cerca de cinco horas no balão de oxigênio, foi transferido, no dia seguinte para o Instituto de Cardiologia Aloísio de Castro.

Pelo período de dois anos, afastou-se das atividades artísticas. Um mês depois, o mesmo jornal publicou a seguinte nota “Um check-up a que será submetido hoje pelo seu médico assistente, Dr. Ernâni Trota, dará a Pixinguinha o direito de deixar o Instituto de Cardiologia, onde está internado há mais de um mês, e marcará sua volta ao saxofone e ao Bar Gouveia, onde, há muitos anos, reúne-se diariamente com Donga e outros companheiros da velha guarda”. Em 1966, foi um dos primeiros a registrar depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Em 1967, recebeu a Ordem de Comendador do Clube de Jazz e Bossa, dirigido por Ricardo Cravo Albin e Jorge Guinle, além do Diploma da Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo Presidente da República e o 5º lugar no II Festival Internacional da Canção, onde concorreu com o choro “Fala baixinho”, feito em parceria com Hermínio B. de Carvalho. Em comemoração a seus 70  anos, o Conselho de Música Popular fez realizar uma exposição retrospectiva no M. I. S., instituição que promoveu concerto realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual tomaram parte Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e o conjunto Época de Ouro, e do qual resultaria um LP editado pelo M. I. S. Em 1972, sua esposa faleceu, fato que lhe abalou profundamente. Nesse mesmo ano, passou a receber aposentadoria pelo INPS, que lhe atenuou os problemas financeiros. Em 1973,  faleceu  vitimado por problemas cardíacos durante a ceromônia de batismo  de Rodrigo Otávio, filho de seu amigo Euclides de Souza Lima, realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em pleno domingo de carnaval, no mesmo momento em que a famosa Banda de Ipanema começava a desfilar. Em 1974, foi homenageado pela Escola de Samba Portela com o enredo “O mundo melhor de Pixinguinha”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com o qual a escola desfilou no carnaval. Embora não ganhando, a repercussão do desfile foi muito grande. Também foi homenageado pelo Ministério da Cultura com seu nome encimando o Projeto Pixinguinha, que enviava elencos de cantores e músicos para todo o Brasil, projeto que seria reativado em 2004, pela Funarte.

Dados artísticos

Em 1911, começou sua tragetória artística apresentando-se no carnaval como integrante  da orquestra do grupo carnavalesco Filhas da Jandira, no qual o diretor de harmonia era o seu professor, Irineu de Almeida. Nesse ano, realizou sua primeira gravação, na Favorite Record, como integrante do grupo Choro Carioca, do qual faziam parte, além dele na flauta, seus irmãos Otávio, o China e Léo, que tocavam violão e mais um cavaquinista. O grupo, dirigido por Irineu de Almeida registrou na ocasião a polca “Nhonhô em sarilho”, de Guilherme Cantalice. Ainda nesse ano, gravou com o Choro Carioca as polcas “Nininha” e “Dainéia” e o xote “Salve”, de Irineu de Almeida, e as polcas “São João debaixo dágua” e “Isto não é vida”, de autores desconhecidos. Em 1912, atuou como diretor da orquestra do Rancho Paladinos Japoneses. Nesse ano, gravou na Odeon com o grupo Choro Carioca o tango “O morcego” e a polca “Qualquer coisa”, de Irineu de Almeida, e o tango “Lulu”, de autor desconhecido. Nesse ano, ainda de calças curtas, foi levado por  seu irmão China para tocar na Casa de Chope La Concha, próxima da Av. Mem de Sá, onde apresentava-se de oito à meia-noite.  Nessa mesma época, o violonista Arthur Nascimento – Tute, o levou a substituir o flautista Antonio Maria Passos na orquestra do Cine – Teatro Rio Branco, da qual se tornou integrante.  Apesar da relutância do Sr. Auler, um dos sócios do teatro, em empregar um músico de  apenas 16 anos de idade, o sucesso de suas interpretações lhe asseguraram um lugar na orquestra. Foi no Teatro Rio Branco, durante a apresentação da peça “Morreu o Neves” que o ator Olímpio Nogueira começou a chamá-lo de “Carne assada”, apelido que pegou durante muito tempo. Ainda por volta de 1913, passou a integrar o “Grupo do Caxangá”, conjunto  organizado por João Pernambuco, de inspiração nordestina, tanto no repertório, como na indumentária, onde  cada  integrante do conjunto adotava para si um codinome sertanejo. Em sua primeira formação,  o grupo  reunia João Pernambuco (Guajurema), Caninha (Mané Riachão), Raul Palmieri,  Jacó Palmieri (Zeca Lima), Pixinguinha (Chico Dunga),  Henrique Manoel de Souza (Mané Francisco), Manoel da Costa (Zé Porteira), Osmundo Pinto (Inácio da Catingueira), Donga, Bonfíglio de Oliveira, Quincas Laranjeiras, Zé Fragoso, Lulu Cavaquinho, Nelson Alves, José Correia Mesquita, Vidraça e  Borboleta. Ainda em 1913, gravou no selo Phonix, com o Grupo Carioca as polcas “Gurá” e “Roseclair”, de Bonfíglio de Oliveira, e “Carne assada” e “Não tem nome”, de sua autoria, suas primeiras composições gravadas. No carnaval de 1914, o Grupo do Caxangá percorreu os principais pontos da Avenida Rio Branco e “Cabocla de Caxangá” tornou-se grande sucesso musical. O ano de 1914, trouxe ainda para o músico o primeiro sucesso como compositor, com a publicação pela Casa Editora Carlos Wehrs do tango “Dominante”. Em 1915, sua composição “Dominante”, foi gravada como polca pelo “Bloco dos parafusos”, na Odeon. Por essa época, criou o Grupo do Pixinguinha.
Em 1917, gravou com seu grupo na Odeon os maxixes “Morro da favela” e “Morro do Pinto”, de sua autoria, além do tango “Sofres porque queres” e a valsa “Rosa”, dois clássicos também de sua autoria. Ainda nesse ano, foi convidado pelo pistonista Luís de Souza para trabalhar na orquestra do Cinema Palais que tocava durante as apresentações dos filmes mudos. Em 1918, seu samba carnavalesco “O malhador”, parceria com Donga e Mauro de Almeida, foi destaque no carnaval na interpretação do cantor Bahiano.
Para o carnaval de 1919, voltou a tocar num modificado Grupo do Caxangá, organizado por Donga, para se apresentar ao lado da sede da Sociedade Tenentes do Diabo. Para este clube fez o samba “Já te digo”, parceria com o irmão China. A letra desse samba era uma resposta ao samba “Quem são eles?”, de Sinhô. A polêmica começou,  na verdade, quando Sinhô compôs “O pé de anjo”, seu primeiro sucesso para o carnaval gravado por Chico Alves, que também estreava.  A letra da marcha refere-se com ironia  aos pés avantajados de China. O samba “Já te digo” foi o grande sucesso daquele carnaval. Passados os festejos de Momo, recebeu de  Isaac Frankel, gerente do Cinema Palais, a solicitação para que que  selecionasse músicos  para  apresentação na sala de espera do  cinema. Foi assim constituído o conjunto “Os Oito Batutas”,  uma continuação com menos elementos do Grupo Caxangá. Contratados com a finalidade de tocar na sala de espera do cinema, o  grupo tornou-se uma atração à parte, maior até que os próprios filmes. Ernesto Nazareth, Rui Barbosa e Arnaldo Guinle eram seus admiradores. O povo aglomerava-se na calçada só para ouvi-los. Conquistaram rapidamente a fama de melhor conjunto típico da música brasileira, empreendendo excursões por São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Pernambuco.  Ainda nesse ano, João Pernambuco, notável violonista e compositor,  foi incorporado ao conjunto, no qual permaneceu até o final de 1921.Também em 1919, teve os sambas carnavalescos “Pombinha”, com Donga, e “Já te digo”, com China, gravados por Bahiano na Odeon. Ainda no mesmo ano, gravou com seu grupo na Odeon os tangos “Os oito batutas” e “Os dois que se gostam”, de sua autoria, e “Os escoteiros”, de Donga; o samba “Fica calmo que aparece”, de Donga, e as valsas “Agonia lenta”, de B. Benencase e “Nostalgia ao luar”, de sua autoria.  Em 1920, apresentou-se com os Oito Batutas em um almoço oferecido ao Rei Alberto, da Bélgica, que estava em visita ao Brasil. No ano seguinte, gravou com seu grupo os sambas “Eu também vou”, de autor desconhecido, e “Domingo eu vou lá”, de Caninha. Também em 1921, o compositor e maestro J. Thomaz entrou para os Oito Batutas em substituição a Luiz Pinto da Silva,
Em 28 de janeiro de 1922, Os Oito Batutas embarcaram para Paris, custeados por Arnaldo Guinle, por  sugestão do dançarino Duque, divulgador do maxixe no exterior. Embarcaram apenas sete batutas, razão pela qual foram anunciados como Os batutas, ou melhor, Les batutas. Eram eles: Pixinguinha, Donga, China, Nelson Alves, José Alves de Lima, José Monteiro, voz  e ritmo, e Sizenando Santos, o Feniano, no pandeiro. Os dois últimos, faziam substituição a Raul e Jacó Palmieri. J. Thomaz, que não embarcou por motivo de doença, não teve substituto. Estrearam em meados de fevereiro no Dancing Sherazade. A temporada prevista para apenas um mês, prolongou-se até o final do mês de julho. Retornam ao país em meados de agosto para participar das comemorações do centenário da Independência do Brasil. Em agosto, foram contratados por Mme. Rasimi, empresária da Companhia Ba-ta-clan, para atuar na peça “Vla Paris”, revista em dois atos e 31 quadros. A revista ficou em cartaz por oito dias, seguindo para São Paulo. O grupo porém não seguiu com a companhia  francesa. O primeiro emprego do conjunto após a volta ao Brasil, foi no Assírio, onde já haviam atuado. Nas apresentações, por vezes trocava a flauta pelo sax tenor, presente que lhe foi dado por  Arnaldo  Guinle quando ainda estavam em Paris. Ainda em 1922, gravou com seu grupo os fox-trot “Ipiranga” e “Dançando”, de autores desconhecidos. Em dezembro do mesmo ano, embarcou para a Argentina com os Os Oito Batutas, que novamente com oito componentes, contava, além dele, com as presenças de Donga, China, Nelson Alves, José  A . de Lima, J.Thomaz, e os novos integrantes Josué Barros ao violão, e J. Ribas ao piano. Na Argentina, incorporaram Aristides Júlio de Oliveira, o Julinho de Oliveira e convidaram conjuntos brasileiros para participar de suas apresentações.
Em 1923, gravou com Os Oito Batutas para a Victor de Buenos Aires treze músicas. Após a gravação, divergências entre os integrantes do grupo trouxeram de volta ao Brasil Donga, J.Thomaz e Julinho. Os restantes, após enfrentar grandes dificuldades financeiras  – conta-se que Josué de  Barros apresentou-se como “enterrado vivo”, para levantar algum dinheiro na cidade de Rio Cuarto –  retornaram  em abril do mesmo ano, com auxílio do consulado brasileiro. As gravações feitas na Argentina foram reproduzidas no CD da Revivendo, com encarte informativo de Abel Cardoso Júnior.
Em 1926, atuou como regente da Companhia Negra de Revista, grupo  criado e dirigido por De Chocolat, composto de  artistas negros marginalizados pelas companhias teatrais da época. Conheceu Albertina da Rocha, a Bety, estrela da companhia que atuava com o pseudônimo de Jandira Aimoré, que viria a ser sua companheira para o resto da vida. O espetáculo de estréia da Companhia Negra foi a revista “Tudo preto”, de De Chocolat e que alcançou grande sucesso. Em seguida, também com a Companhia Negra de Revistas, foi o regente da orquestra na revista “Preto e barbco”, de Wladimiro di Roma e músicas de Lírio Panicalli. No mesmo ano, atuou na Companha Ba ta clan Preta, também organizada por De Chocolat e que estreou em São Paulo no Teatro Santa Helena com a revista “Na penumbra”, de De Chocolat e Lamartine Babo. Nesse espetáculo, recebeu o seguinte comentário do jornal Estado de São Paulo, de 12 de novembro de 1926: “o notável flautista Pixinguinha é simplesmente extraordinário”. Durante a curta temporada, conheceu por intermédio de Lamartine Babo o musicólogo e escritor Mário de Andrade que estava na época coletando material para a feitura de um livro que teria fundamental importância na carreira do compositor: “Macunaíma o herói sem nenhum caráter”. O resultado deste encontro pode ser apreciado no Capítulo VII da obra que trata da macumba. Ainda em 1926, dirigiu o Grupo dos Ases com o qual acompanhou gravações na Odeon de Pedro Celestino no tango “Pobrezinho” e na valsa “Seduções de um beijo”, de Joubert de Carvalho, e no tango “Sinos de natal” e na marcha “Casinha onde nasci”, de Erotides de Campos; Bonfíglio de Oliveira nos maxixes “O vestido de Guiomar” e “Sonho de maxixe”, de Bonfíglio de Oliveira, e Artur Castro, na modinha “Luar do Brasil” e na canção “Arte e bom gosto”, ambas de Pedro de Sá Pereira. Gravou no mesmo ano, em solos de flauta com acompanhamento do Grupo dos Ases, o choro “Tapa buraco” e “Sapequinha”, de sua autoria.
Em 1927, voltou a atuar com a Companhia Negra de Revistas que se apresentou no Teatro República,  no Rio de Janeiro. Nesse ano, embarcou com os Oito Batutas para uma excursão ao sul do país com apresentações em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Nesse ano, acompanhou com Nelson Alves e Tute ao cantor Francisco Alves na gravação da marcha “Os canoeiros do Norte”, de Sebastião Santos Neves e das canções “Canção do seresteiro” e “Cangote cheiroso”, de Pedro de Sá Pereira. Em 1928, teve três composições gravadas por Francisco Alves, o sambas “Samba de nego”; “Festa de branco” e “Ai, eu queria”, este último, parceria com Augusto Amaral “Vidraça” e que teve acompanhamento da Orquestra dos Oito Batutas, com regência sua. Ainda nesse ano, acompanhou com a Orquestra do Oito Batutas gravações de Benício Barbosa, Vicente Celestino e Patrício Teixeira com destaque para as gravações dos sambas “Teus ciúmes”, por Benício Barbosa e “Pé de mulata”, por Patrício Teixaira, ambos de sua autoria. Também no mesmo ano, gravou em solos de flauta os choros “Infantil”; “Número um”; “Vamos brincar” e “Ainda existe”, todos de sua autoria. Teve ainda outras obras de sua autoria gravadas na Parlophon: a Orquestra Típica Andreoni, que era argentina, registrou os tangos “Fraternidade” e “Mis tristezas sollo lloro”, e Benício Barbosa, os sambas “Mulher boêmia”, parceria com Lamartine Babo, e “Promessa”. Ainda nesse mesmo ano, criou com Donga a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, conjunto composto só de instrumentos de sopro, que lançou logo três discos pela Parlophon com os choros “Lamento”, “Amigo do povo” e “Carinhoso”, de sua autoria; o samba “Os teus beijos”, de Felisberto Martins e o maxixe “Não diga não”, de Peri, além de acompanhar gravações de Benício Barbosa.
Em 1929, gravou com a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga os maxixes “Despresado”, de sua autoria e “Tem fogo aqui!”, de Paulo dos Santos. Com essa orquestra, acompanhou nesse ano o cantor Patrício Teixeira na gravação das emboladas “Bambo lelê”, de Cícero de Almeida e “Onde foi Isabé”, de sua autoria, e nos sambas “Samba enxuto”, de Vantuil de Carvalhjo e “Gavião calçudo”, de sua autoria e que se tornou um grande sucesso. Ainda em 1929, foi inaugurada no Rio de Janeiro a RCA Victor Talking Machine Company of Brazil. A empresa promoveu   concurso para orquestrador, no qual ele se inscreveu com uma orquestração de “Carinhoso”, obtendo o primeiro lugar. Foi assim  contratado como músico e arranjador exclusivo da Victor. “Carinhoso” foi ainda  utilizada como  fundo musical no filme “Acabaram-se os otários”, de Luís de Barros. Também no mesmo não, gravou em solo de flauta pela Victor os choros “Aguenta Seu Fulgêncio” e “Segura ele”, de sua autoria. Passou a reger a Orquestra Victor Brasileira com a qual gravou ainda em 1929 os choros “Vem cá, não vou!”, “Urubatan” e “Carinhoso”, de sua autoria. Como regente da orquestra Victor Brasileira acompanhou gravações de diversos artistas, entre os quais, Jaime Vogeler, Breno Ferreira, Artur Costa; Josué de Barros; Sílvio Salema; Albênzio Perrone; Sílvio Caldas; Jesy Barbosa; Carmen Miranda; Elisa Coelho; Gastão Formenti e Almirante. Dentre esses acompanhamentos destacou-se o que foi feito para a gravação do samba-canção “Maria”, de Ary Barroso e Luiz Peixoto, na voz de Sílvio Caldas. A partir dessa época , passou a orquestrar quase todos os discos de carnaval lançados pela Victor,  entre os quais, a  orquestração de “Taí” (Pra você gostar de mim), de Joubert de Carvalho, que marcou a estréia de Carmen Miranda no carnaval,  e  de “O teu cabelo não nega”, de autoria de Lamartine Babo e Irmãos Valença, cantada por Castro Barbosa.
Em 1930, gravou com destaque em solos de flauta os choros “O urubu e o gavião” e “A vida é um buraco”, de sua autoria. Sua interpretação do choro “O urubu e o gavião”, foi considerada um dos pontos culminantes de sua carreira de flautista, esbanjando técnica, agilidade e  clareza de execução. Nesse ano, teve duas parcerias com Cândido das Neves gravadas, o samba “Foi moamba”, na voz de Breno Ferreira, e a canção “Rancho abandonado”, na voz de Albênzio Perrone. Teve ainda o samba “Papagaio sabido”, com C. Araújo, gravado por Breno Ferreira. Fez ainda nesse ano, uma inédita parceria com Carmen Miranda no samba “Os hôme implica comigo”, gravado por Carmen Miranda, que gravou também a marcha “Carnaval tá aí”, com Josué de Barros. Ainda em 1930, teve duas parcerias com Cândido das Neves gravadas por Sílvio Vieira, as canções “Fonte abandonada” e “Cafezal em flor”.
Em 1931, gravou com a Orquestra Victor Brasileira as marchas “Vamo chorá, nega?” e “Carrapato cum tosse”, de Nelson Ferreira. Teve seu maxixe “Levanta, meu nego” gravado pela Orquestra J. Tomaz. Nesse ano, organizou e integrou como flautista, arranjador e regente o Grupo da Guarda Velha, conjunto que reuniu alguns dos maiores instrumentistas brasileiros da época entre os quais Donga e João da Bahiana. Com esse grupo, acompanhou gravações de artistas como Elisa Coelho; Jonjoca e Castro Barbosa; Francisco Sena; Carmen Miranda.Murilo Caldas e Sílvio Caldas, entre outros. O primeiro disco do Grupo da Guarda Velha, lançado em outubro de 1931, tinha o partido alto “Há! Hu! Lahô!” e a chula-raiada “Patrão prenda seu gado”, de sua autoria, Donga e João da Bahiana. No mesmo ano, o Grupo da Guarda Velha gravou o partido-alto “Conversa de crioulo”, de sua autoria, Donga e Pixinguinha e o batuque “Café Viramundo”, de J. B. de Carvalho, e com vocais de Zaíra de Oliveira e Francisco Sena, a batucada “Já andei” e a macumba “Que querê”, de sua autoria, Donga e João da Bahiana. Teve ainda o samba “Raiado”, com Gastão Viana, gravado por Gastão Viana com o grupo Agrião com Espinha.Também em 1931, foi contratado pela Columbia que na ocasião abriu uma fábrica no Rio de Janeiro, atuando como regente e arranjador da Orquestra Columbia. Nessa gravadora, acompanhou com sua orquestra gravações de Mário Reis, Patrício Teixeira; Arnaldo Amaral; Léo Vilar; Noel Rosa; Sônia Barreto; Murilo Caldas; André Filho; Aracy de Almeida e Castro Barbosa.
Em 1932, gravou com o Grupo da Guarda Velha o maxixe “Ainda me recordo” e o choro “Estou voltando”, de sua autoria. Nesse ano, seu partido-alto “Samba de fato”, com Cícero de Almeida foi gravado por Patrício Teixeira. Em setembro desse ano, participou da  inauguração, nos escombros do Teatro São José, da Casa de Caboclo, um teatro exclusivamente dedicado ao folclore, à música popular e às coisas típicas de nosso país. Na inauguração, estiveram presentes como padrinhos, os poetas Ana Amélia de Queirós Carneiro de Mendonça e Olegário Mariano. Na ocasião, dirigiu um pequeno conjunto instrumental, e o duo caipira Jararaca e Ratinho como atração do espetáculo. Com o sucesso, a companhia teatral mudou-se para o Teatro Fênix. Em fins de 1932, organizou na Victor a orquestra “Diabos do céu”, com  alguns dos integrantes do Grupo da Velha Guarda. A estréia em disco ocorre quando acompanhou  Carmen Miranda na gravação de “Etc”, samba de Assis Valente. Com o grupo Diabos do Céu, realizou algumas gravações, a primeira delas, em 1933, do choro “Nostalgia de Plutão”, de Cícero Menezes. Nessa época, passou um ano atuando no dancing “Eldorado”, na Praça Tiradentes, Rio de Janeiro. Passou também a atuar como flautista na Rádio Transmissora. Ainda no mesmo ano, seus sambas “Casado na orgia” e “Não gostei dos teus olhos”, com João da Bahiana, foram gravados por Patrício Teixeira na Columbia. Para o carnaval do ano seguinte, gravou com os Diabos do Céu os frevos “Luzia no frevo”, de Antônio da Silva; “Braúlia”, de Justiniano de Albuquerque; “Tudo no arrastão”, de Severino ramos e “Quebra, meu bem”, de Jones Johnson. Ainda em 1934, seu choro “Naquele tempo”, foi gravado ao bandolim por Luperce Miranda, e o samba “Nascí pra domador”, com Valfrido Silva, foi lançado por Arnaldo Amaral na Columbia. Nesse ano, gravou na Odeon em solo de flauta o choro “Recordando” e a valsa “Iolanda”, de sua autoria.
Em 1936, gravou com os Diabos do Céu os frevos “Diabo solto”, de Levino Ferreira e “Não há mais vale”, de José Gonçalves, o Zumba. Ainda nesse ano, teve os sambas “Por você fiz o que pude” e “Você é bamba”, com Cícero de Almeida, gravados por Carmen Barbosa na Columbia. Em 1937, fez os arranhos para as músicas “Rosa” e “Carinhoso”, de sua autoria gravadas por Orlando Silva. O choro “Carinhoso”, comosto ainda na década de 1920, recebeu letra de João de Barro, fator fundamental para a popularização da composição, que recebeu após o registro de Orlando Silva cerca de 200 gravações e se converteria numa das músicas mais apreciadas de todo o cancioneiro do Brasil. Nesse mesmo ano, reuniu quatro músicos: Tute, violão de sete cordas, Luperce Miranda, cavaquinho, Valeriano, violão de seis cordas e João da Baiana, pandeiro, formando o conjunto Os Cinco Companheiros, com que atuou no Dancing Eldorado e no Palácio Guanabara, com Vicente Celestino e Gilda de Abreu. No início desse mesmo ano, foi convidado pelo radialista César Ladeira e passou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga atuando como flautista de pequenos conjuntos, arranjador e regente. Em 1938, gravou com os Diabos do Céu as marchas-frevo “Bicho danado”, de José Gonçalves, o Zumba e “Diabinho de saia”, de Levino Ferreira. Nesse ano, teve o lundu “Yaô africano” e o samba-jongo “Mulata baiana”, ambas com Gastão Viana, gravadas por Patrício Teixeira, e a valsa “Página de dor”, com Cândido das Neves, lançada por Orlando Silva. Em 1939, teve o samba “Você não deve beber”, parceria com Manoel Ribeiro gravado pelo Coro RCA Victor, e a marcha-rancho “Céu do Brasil”, com Gomes Filho, lançada por Roberto Paiva.
Em 1940, Leopoldo Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecionasse e reunisse os mais representativos artistas de música popular brasileira para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Foi incluído no grupo montado pelo maestro Villa-Lobos, que escolheu também, Cartola, Donga, João da Baiana e Zé Espinguela. As gravações realizaram-se na noite de 7 para 8 de agosto de 1940, a bordo do navio Uruguai atracado no Armazém 4. Foram registradas 40 músicas, e dessas 40 apenas 16 chegaram ao disco reproduzidas nos Estados Unidos em dois álbuns de quatro fonogramas cada um, sob o título “Columbia presents – Native Brazilian music – Leopold Stokowski”. Nessas gravações, atuou em diversos registros como  regente, solista e até mesmo cantor, interpreteando em dueto com Jararaca a canção “Zé Barbino”, de autoria da dupla. Em 1941, gravou com seu conjunto os choros “Lamentos”, de sua autoria, e “Carinhoso”, com João de Barro. Teve no mesmo ano, o lundo “Uma festa de Nanã”, com Gastão Viana, gravado por Patrício Teixeira. Em 1942, gravou na Odeon em solos de flauta os choros “Chorei” e “Os cinco companheiros”, de sua autoria.
Em 1945, o choro “Variações sobre o urubu e o gavião” foi regravado por Benedito Lacerda. Em 1946, largou a flauta passando a se dedicar ao saxofone. Nesse época, formou dupla com o flautista Benedito Lacerda,  tendo gravado com acompanhamento de seu regional, uma série de  choros entre os quais “Um a zero”, “Sofres porque queres”, e “Ainda me recordo”.  Todas essas músicas foram assinadas como parcerias da dupla, embora saiba-se hoje que tratava-se de uma troca na qual cedia a parceria e Benedito Lacerda cuidava da divulgação e arrecadação da obra. Ainda como parte do trato, Benedito Lacerda conseguiu fundos para que ele saldasse a dívida de uma casa que havia comprado. Ainda em 1946, seu lundu “Benguelê”, com Gastão Viana foi gravado pelos Anjos do Inferno. Gravou com Benedito Lacerda os choros “Um a zero”; “Sofres porque queres”; “Naquele tempo”; “Segura ele”; “Vou vivendo”; “Cheguei”; “Pagão”; “Descendo a serra”; “Urubatan”; “Proezas de Solon” e “Ingênuo”, e a polca “Ele e eu”, parcerias dos dois, além de “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu e “Saudades de Matão”, de Jorge Galatti.
Em 1947, gravou ao saxofone, com Benedito Lacerda na flauta, os choros “Ainda me recordo” e “Os oito batutas”, de autoria dos dois; “André de sapato novo”, de André Vitor Corrêa e “Saudade do Rio”, de Zequinha Reis. Nesse ano, sua marcha “Minha cigana”, com Benedito Lacerda, foi gravada por Abílio Lessa na RCA Victor, e a marcha “As vitaminas”, com Jararaca, foi gravada por Jararaca com com Coro e ritmo Odeon. Em 1948, o choro “Saudade de Santa Cruz”, parceria com Muraro, foi gravado na Continental por Muraro, ao piano.
Em 1949, voltou a gravar com Benedito Lacerda, registrando os choros “Sedutor”;  “Soluços”; “Acerta o passo”; “Marilene”; “Só para moer”; “Devagar e sempre” e “Segura a mão”, parcerias dos dois; “Língua de preto”, de Honorino Lopes; “Agüenta, seu Fulgêncio”, de sua autoria e Lourenço Lamartine, além da polca “O gato e o canário”, com Benedito Lacerda. Ainda nesse ano, os choros “Seresteiro” e “Sofres porque queres”, Com Benedito Lacerda, gravados três anos antes por Isaura Garcia foram laçados pela RCA Victor. Também o choro “Um a zero”, foi regravado por Garoto ao bandolim, na Odeon.
Em 1950, seu choro “Teu aniversário” foi gravado por Jacob do Bandolim na RCA Victor. Nesse ano, gravou mais três discos com Benedito Lacerda registrando os choros “Atraente”, de Chiquinha Gonzaga; “Matuto”, de Ernesto Nazareth; “Displicente” e “Vagando”, de sua autoria e Benedito Lacerda, e “A menina do sobrado”, de Zequinha Reis. Num desses disco, registrou sozinho ao saxofone o lundu “Yaô”, de sua autoria. No ano seguinte, seu choro “Lamentos” foi regravado por Jacob do Bandolim. Em 1953, teve o choro “Não posso mais” gravado por Canhoto e Seu regional.
No início da década de 1950, sua carreira entrou em declínio, fato que se reverteu em 1954, quando Almirante organizou em São Paulo o I Festival da Velha Guarda, reunindo vários músicos veteranos do choro. No segundo Festival da Velha Guarda, a caravana carioca formou em caráter regular um conjunto denominado Velha Guarda do qual faziam parte além dele, Donga e João  da Baiana, entre outros. Em 1955, o grupo alcançou grande sucesso na Boate Casablanca, constituindo a grande atração do Show Zilco Ribeiro. Nesse mesmo ano, o grupo gravou seu primeiro LP na Sinter “A Velha Guarda”. Nesse disco, aparecem suas obras “Que perigo” e “Patrão prenda seu gado”, esta, em parceria com Donga e João da Bahiana. No mesmo ano, foi lançado o LP “Carnaval da Velha Guarda”, do qual constam suas composições “Já te digo”; “Gavião calçudo” e “Ah! Eu queria”. Ainda no mesmo ano, fez com Benedito Lacerda e outros nomes do Grupo da Velha Guarda uma temporada de um mês na TV Record intitulada “Pessoal da Velha Guarda”.
Em 1956, lançou o LP “5 Companheiros – Pixinguinha e os chorões daquele tempo”, com as músicas “Um a zero”; “Naquele tempo”; “Proesas do Solon”; “Vou vivendo”; “Segura ele”; “Ingênuo”; ” Chorei  ” e “Sofres porque queres”, parcerias com Bededito Lacerda, além de “Tapa buraco”; “Cinco companheiros”; “Lamento” e “Cuchicho”, de sua autoria. Ainda nesse ano, saiu o segundo disco com o “Festival da Velha Guarda”, no qual constou seu choro “Proezas do Solon”, com Benedito Lacerda.
Em 1957, seus choros “Sofres porque queres”, com Benedito Lacerda e “Cochichando”, foram gravados por Jacob do Bandolim. Nesse ano, lançou o LP “Assim é que é – Pixinguinha e sua banda”, no qual interpretou “Dando topada”; ” Assim é que é”; ” Cascatinha”, de sua autoria; “Flausina”, com Pedro Gaudino; “Morcego”, com Irineu de Almeida; “Bebe”, com Paulino Sacramento e “Maxixe de ferro”, com José Nunes, além de “Molengo”, de Pedro A. da Silva; “A cigana de Catumbi”, de J. Resende; “Alfredinho no choro”, de Alfredinho; “Buliçoso”, de Juvenal Peixoto e “Me deixou”, de José Ramos. Ainda em 1957, lançou o LP “Pixinguinha e sua banda em carnaval de Nássara”, no qual executou obras do compositor e caricaturista Nássara, entre as quais, “Formosa”, com J. Rui; “Tipo 7”, com Alberto Ribeiro; “Periquitinho verde”, com Sá Roris; “Na casa do seu Tomás”, com J. Cascata e “Balzaqueana” e ” Mundo de zinco”, com Wilson Batista, entre outras.
Em 1959, gravou com sua orquestra na RCA Victor a polca “Marreco quer água” e o choro “Paciente”, ambos de sua autoria. Nesse ano, gravou o LP “Marchinhas carnavalescas de João de Barro e Alberto Ribeiro – Pixinguinha e sua banda”, que incluiu 12 sucessos da dupla João de Barro e Alberto Ribeiro como “Gato na tuba”; “Deixa a lua sossegada”; Pirulito”; “China pau”; “Pirata da perna de pau”; “Touradas em Madri” e “Yés nós temos bananas”, entre outras. Em 1960, lançou pela Musidisc o LP “Alegria – Pixinguinha e sua orquestra”, no qual interpretou “Eva”; “Miau… Miau”; “A mulher do leiteiro”; “O passo do cangurú”; “O passarinho do relógio”; “Toureiro”; “Andorinha”; “Índio quer apito”; “Cala a boca”; “Reza por nosso amor”  e “Nega do Congo”, todas da dupla Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, além de “Serpentina”, de Haroldo Lobo e David Nasser; “A Maria tá”, de Milton de Oliveira, Haroldo Lobo e Jair Noronha; “Allah-lá-ô”, de Nássara e Haroldo Lobo; “Senhor comissário”, de Haroldo Lobo e Benedito Lacerda; ” Não tenho lágrimas”, de Milton de Oliveira e Max Bulhões, e “Fala Mangueira” e “Obsessão”, de Milton de Oliveira e Mirabeau, entre outras.
Em 1962, convidado por Alex Viany para fazer a trilha  sonora de filme “Sol sobre a lama”, acabou por se tornar parceiro do poeta e letrista Vinicius de Moraes que fazia parte da equipe. Duas músicas tornaram-se grandes sucessos, transcendendo até mesmo o próprio filme, “Lamento” e “Mundo melhor”. Em 1963, segundo notícia publicada no Jornal O Globo, fez parte, juntamente com Lúcio Rangel, Sargentelli e Donga, do júri que participou do júri do I Torneio de Bateria do Estado da Guanabara, realizado no Maracanãzinho e que teve como vencedoras, as baterias das Escolas de Samba Acadêmicos do Salgueiro e Flor do Lins. Em 1966, prestou depoimento  ao M.I.S, que obteve grande repercussão na imprensa e que seria depois reproduzido no livro “As vozes desassombradas do Museu” prefaciado e editado por Ricardo Cravo Albin, três anos depois.
Em 1967, lançou o LP “Carnaval dos bons tempos – Pixinguinha e sua banda”, interpretando clássicos carnavalescos como “Mamãe eu quero”, de Vicente Paiva e Jararaca; “Grau dez”, de Ary Barroso e Lamartine Babo; “Maria Escandalosa”, de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas; “O teu cabelo não nega”, de Irmãos Valença e Lamartine Babo e “Império do samba”, de Zé da Zilda e Zilda do Zé. Em 1968, foi lançado o LP “Gente da antiga”, produzido por Hermínio B. de Carvalho para a Odeon, contando também, com a participação de Clementina de Jesus e João da Baiana. Desse disco contaram as músicas:  “Os Oito Batutas”, com Benedito Lacerda; “Yaô”, com Gastão Vianna; “Fala baixinho”, com Hermínio B. de Carvalho e “Elizete no chorinho” e “Aí, seu Pinguça”, de sua autoria; “Quê, quê, rê, quê, quê”; “Batuque na cozinha” e “Cabide de molambo”, de João da Baiana, além de “Roxá”; “A tua sina”; “Mironga de moça branca” e “Estácio, Mangueira”, de motivos folcloricos.
Nesse mesmo ano,  prestou  a segunda parte de seu depoimento ao Museu, por ocasião dos festejos de seus 70 anos, comemorados, também, pelo Museu com um concerto no Teatro Municipal. Esse concerto contou com as participações de Jacob do Bandolim, orquestra de Radamés Gnattali, Trio de flautas do Teatro Municipal; Conjunto Época de Ouro e grupo Os Boêmios. Na ocasião, foram interpretados seus choros “Carinhoso”; “Vou pra casa”; “Os cinco companheiros”; “Lamento”; “Ingênuo”; “Rosa” e “Marreco quer água”, além do choro “Passatempo” e do xote “Gargalhada” que na ocasião, receberam suas primeiras gravações. Foram também executadas também pela orquestra de Radamés Gnattali a valsa “Uma rosa para Pixinguinha” e o primeiro movimento da suíte “Retratos”, de nome “Pixinguinha”, composições de Radamés Gnattali. Assistiu ao concerto no camarote de honra do Teatro Municipal sendo devidamente ovacionado pela platéia. Em 1969, em visita à cidade de Porto Alegre onde aconteceria um show em homenagem a aniversário de 70 anos, foi entrevistado pelo radialista Vanderlei Malta da Cunha para o programa “Domingo & Arte”, que o jornalista apresentava na Rádio Metrópole AM. Na ocasião, perguntado sobre o que achava dos Festivais, verdadeira febre naquela época, assim respondeu: “Eles fazem uma letra interessante e não dão importância à musica. No Festival da Canção, cantam uma letra que agrade, todo mundo canta. E música… Qualquer uma serve. Às vezes a canção tira primeiro lugar por causa da palhaçada, porque eles vão cantar fantasiados, querem fazer o carnaval, aí todo mundo bate palma… O concurso está mal organizado. Se é festival de música, tem que tratar da música. Se não, ninguém vai tomar parte. Eu, por exemplo, não quero saber de festival nenhum.” Em 2015, essa entrevista foi publicada pelo jornal O Globo. Em 1971, a RCA Victor lançou em parceria com o M.I.S o LP gravado ao vivo “Pixinguinha 70”, extraído do concerto do Municipal. No mesmo ano, a Odeon lançou o LP “Som Pixinguinha” no qual aparecem interpretações suas para obras como “Desprezado”; “Gargalhada”; ” Pula sapo”; “Samba do urubu”, de sua autoria, além de outras como “O gato e o canário”, com Benedito Lacerda e “Samba fúnebre”, com Vinicius de Moraes. Em 1972, o instrumentista Dilermando Reis lançou o LP “Dilermando Reis interpreta Pixinguinha”, do qual constaram obras como “Carinhoso”, com João de Barro; “Lamentos”, com Vinicius de Moraes; “Cheguei” e “Ingênuo”, com Benedito Lacerda, e “Cinco companheiros”, entre outras. Em 1973, foi homenageado com todo um capítulo no projeto “MPB 100 ao vivo” irradiado pelo Projeto Minerva em todas as Rádios do país e que resultaram em 8 LPs, nos quais ele foi tocado e cantado por Altamiro Carrilho e Paulo Tapajós.
Em 1975, foi homenageado no LP “Pixinguinha de novo – Altamiro Carrilho e Carlos Poyares”, lançado pelo selo Marcus Pereira e do qual constam composições suas menos conhecidas como “Diplomata”; ” Recordações”; ” Te encontrei”; ” A vida é um buraco”; “Sonhos”; “Desencanto”; “Não me digas”; “Sarravulho”; “Um chorinho para Elizeth”; “Inspiração”; ”  Caixa alta” e “Salto do grilo”.
Em 1977, o conjunto Época de Ouro lançou o LP “Conjunto Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda”, pela Continental. Em 1979, no LP duplo “Chorões, choradas e chorinhos”, foram registradas por Altamiro Carrilho e seu conjunto 16 músicas suas até então inéditas, em produção de Ricardo Cravo Albin e Mozart de Araújo para a Cis (Cia. Interamericana de Seguros), disco de brinde de Natal.
Em 1982, o selo Funarte lançou o LP “Vivaldi & Pixinguinha – Radamés Gnattali (Piano/Cravo) e
Camerata Carioca”, disco do qual constam suas composições “Carinhoso”; “Ingênuo”; “Vou vivendo”; “Marreco quer água”; “Devagar e sempre”; “Tapa buraco” e “Um a zero”. Em 1983, a Funarte lançou o disco “Elizeth – uma rosa para Pixinguinha”, com a cantora Elizeth Cardoso. Em 1988, foram lançados os LPs “Clara Sverner & Paulo Moura interpretam Pixinguinha”, pela Sony Music, e “Pixinguinha Orquestra Brasília”, pela Kuarup Discos. Ainda nesse ano, foi lançado pelo selo Kuarup o LP “15 anos sem Pixinguinha” no qual suas obras clássicas foram reinterpretadas por Henrique Cazes e Joel Nascimento. Em 1989, a Kuarup lançou o LP “Orquestra Brasília – O maior legado escrito de Pixinguinha”, com as presenças de Henrique Cazes e Oscar Bolão interpretando obras como “Cheguei” e “Naquele tempo”, entre outras.
Em 1992, a Odeon lançou o LP “São Pixinguinha”. Em 1994, o selo Revivendo lançou o CD “Oito Batutas”, com as gravações feitas pelo grupo na Argentina em 1923, incluindo suas obras “Urubu”; “Lá ré” e “Já te digo”. Em 1995, o pianista Ricardo Camargos lançou a gravação independente “Piano Pixinguinha”, com patrocínio da Telerj. Em 1996, a Kuarup lançou o CD “Sempre Pixinguinha – 100 anos”, uma reedição do disco produzido oito anos antes como brinde de natal contendo choros como “Lamentos”; “Ingênuo”; “1×0”; “Os oito Batutas” e “Carinhoso”, entre outros, interpretados por Paulo Sérgio Santos; Marco Pereira; Chiquinho do Acordeom; João Carlos Assis Brasil; Joel Nascimento; Odete Ernest Dias; Henrique Cazes; Maurício Carrilho e outros. Nesse ano, saiu também o CD “Orquestra Pixinguinha”, com regência de Henrique Cazes.
Em 1997, foi lançado o CD “Pixinguinha – 100 anos – Ao vivo no CCBB”, de um concerto realizado em sua homenagem no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, e no qual constaram, além das obras clássicas de seu repertório, outras menos executadas como “Diabólica”; ”  Trombone atrevido”; “Samba de fato”, com Baiano, e “Sarrabulho no Carlos”. No mesmo ano, o selo BMG lançou o CD duplo “Pixinguinha – 100 anos”, mesclando obras mais regravadas com outras praticamente esquecidas como “Lá-ré”; “Os hôme implica comigo”, com Carmen Miranda; “Conversa de crioulo”, com João da Bahiana e Donga; “Página de dor”, com Candido das Neves e ” “Pagão” e “Acerta o passo”, com Benedito Lacerda. Em 1999,  foi lançado pela Multiletra Editora o CD “Pixinguinha para crianças – uma lição de Brasil”.
No ano 2000, o Instituto Moreira Salles abrigou em sua sede na Gávea, no Rio de Janeiro, o acervo Pixinguinha, com curadoria de seu filho, Alfredo da Rocha Vianna Neto. No mesmo ano, o intrumentista Carlos Malta lançou de maneira independente o CD “Pixinguinha alma e corpo – Carlos Malta e quarteto de cordas”.
Em 2002, o grupo Água de Moringa lançou pela Sony Music o CD “As inéditas de Pixinguinha”, no qual registraram 13 obras inéditas do compositor: “Viva João da Baiana”; ” Machuca Mané”; “Valsa triste”; ” No terreiro de Alibibi”, com Gastão Viana; “Eu te quero”; “Dengo dengo”; “Espere um pouco”; “Os que sofrem”; “Kalú”, com Gastão Viana; “Vamos lá”; “Valsa teu nome”; “Meu sabiá” e “Maria Conga”, com Gastão Viana. Em 2005, teve obras de sua autoria interpretadas pela Escola de Portátil de Música, projeto que levou mais de cem músicos, entre os quais Maurício Carrilho, Álvaro Carrilho, Luciana Rabelo e Cristóvão Bastos ao Largo da Crioca, centro do Rio de Janeiro. Em 2007, foi inaugurado no Instituto Moreira Salles, na Gávea, Rio de Janeiro, a exposição “Pixinguinha” comemorativa dos 110 anos de nascimento do maestro. Nessa exposição foram mostrados documentos raros sobre o artista como o contrato do artista com a Victor Talking Machine, além de partituras, fotos e objetos pessoais como a caneta-tinteiro, a palheta e a flauta. Foi também mostrado o filme “Pixinguinha e a velha guarda do samba”, um curta metragem de Thomas Farkas e Ricardo Dias realizado em 1954, no qual o artista aparece tocando ao lado de Almirante, Donga, João da Bahiana e outros. Em 2009, o Jornal do Brasil dentro da série de reportagens “Hoje na História” reproduziu parte da reportagem publicada em 17 de fevereiro de 1973 quando do falecimento do maestro: “Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, foi o maestro responsável pela incorporação de elementos brasileiros às técnicas de orquestração e arranjo. Renovou assim a arte de fazer música no Brasil”. No mesmo ano, foi lançada a caixa com três CDs intitulada “Série Pixinguinha” com material pesquisador pelo maestro Caio Cezar, pela produtora Lu Araújo e pelo cantor e compositor Marcelo Viana, neto de Pixinguinha. Nos três CDS, com 36 faixas estão valsas, maxixes, polcas, modinhas, macumbas e sambas que se transformaram em trilhas para o cinema e orquestrações sinfônicas. Os CDs receberam os títulos de “Pixinguinha no cinema”, Pixinguinha sinfônico popular” e “Pixinguinha sinfônico”. O CD “Pixinguinha sinfônico” contou com a participação da Orquestra Petrobras Sinfônica sob a regência do maestro Silvio Barbato. São interpretadas ainda obras inéditas do maestro: “Stela”, tocada ao bandolim por Hamilton de Holanda; “Rancho abandonado”, com Cândido das Neves, por Toninho Ferragutti ao acordeom; “Modinha brasileira”, por José Staneck na gaita; “Canção da odalisca” por Carlos Malta no sax soprano, e “Os que sofrem”, por Vittor Santos ao trombone. Já o CD “Pixinguinha sinfônico popular”  foi gravado no Teatro de Santa Isabel no Recife com a orquestra do maestro Osman Gioia, com a participação de Oscar Bolão, na bateria; Itamar Assiere, ao piano e um quinteto de saxofones liderado por Carlos Malta.
Em 2010, foi lançado pelo Instituto Moreira Salles/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo a caixa “Pixinguinha na pauta – 36 arranjos para o programa “O pessoal da velha guarda”. O lançamento da caixa foi realizado no teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro pela Orquestra Pixinguinha na Pauta com participação especial do cantor Pedro Miranda, quando foram executados os 36 arranjos do maestro para compositores como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Paulino sacramento, Jacó do Bandolim, entre outros, além de composições dele próprio. Segundo a organizadora do projeto “Pixinguinha na pauta”, Bia Paes Leme, “Pixinguinha trouxe a rítmica brasileira para a orquestra. Não pela via da percussão, mas na orquestra inteira. Ele faz os sopros sambarem”. Já o maestro Rildo Hora afirma: “Os arranjos amaxixados que faço para o Zeca Pagodinho carregam muita influência de Pixinguinha, no fraseado, no uso dos sopros. Pixinguinha é o pai da orquestração brasileira. Ele encontrou caminhos brasileiros melódicos, harmônicos, que influenciaram maestros como (Lindolfo) Gaya, Radamés (Gnattali) e Guerra-Peixe, com quem estudei e que era fã de Pixinguinha”. Já no texto de apresentação do livro se pode ler: “Em seus saxofones e metais, tem o coração das bandas de sopro; nas cordas e nas madeiras, tem a sonoridade camerística das pequenas orquestras que atuavam nas revistas teatrais e nas salas de espera dos cinemas; tem ainda o conjunto regional do choro; e por fim, um colorido naipe de percussão, ligado ao samba e ao carnaval”. Nesse ano foi lançado o livro/CD coordenado pelo saxofonista Mário Sève e pelo flautista David Gance em shows na Sala Baden Powell. Segundo o jornalista Tárik de Souza, “Pela primeira vez, os contrapontos criados pelo sax de Pixinguinha foram transcritos junto com a melodia da flauta de Benedito Lacerda em livro/CD”. Ainda em 2010, seu choro “Naquele tempo”, foi gravado em dueto de violão e acordeom, por Dominguinhos e Yamandu Costa, no CD “Lado B”, do selo Biscoito Fino. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA – Instituto Cultural Cravo Albin a caixa “100 anos de música popular brasileira” com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 1 está incluída a gravação de seus choros “Carinhoso”, com Jão de Barro e “Rosa”, na voz de Paulo Tapajós, e “Ingênuo”, na interpretação de Altamiro Carrilho e seu conjunto. No mesmo ano, estreou no Teatro Carlos Gomes a opereta “Flôr tapuya” para a qual o maestro escreveu as melodias. A peça estreou originalmente em 1920 com libreto de Alberto Deodato e Danton Vampré e músicas do português Luís Quesada. Depois de fazer grande sucesso o maestro Quesada teve um desentendimento com a produção e abandonou a opereta levando as partituras. Então, por sugestão de Donga, o maestro Pixinguinha assumiu o posto e fez novos arranjos e a peça retomou o sucesso. A partitura original foi recuperada pelo flautista José Maria Braga do conjunto Galo Preto. Na versão estreada no Teatro Carlos Gomes atua Marcelo Viana, neto do maestro. Em 2012, foi lançado pelo pesquisador André Diniz o livro “Pixinguinha – o gênio e o tempo” contendo fotos inéditas do músico, além de um CD com arranjos originais  de músicas como “Carinhoso”, “Valsa dos ausentes” e “Lamentos”. No mesmo ano, foi homenageado no Centro Cultural Banco do Brasil, de Brasília, com a exposição “Pixinguinha”. Segundo o folder de divulgação do evento, “A mostra Pixinguinha coloca à disposição dos visitantes um imenso acervo formado por objetos pessoais preciosos – como o saxofone e a flauta do artista -, documentos, discos, premiações, fotografias, vídeos da época e gravações que vão recriar o clima das rodas de choro do passado”. No mesmo ano, começou a ser filmado o longa metragem “Pixinguinha – Um homem carinhoso”, de Denise Saraceni. Em 2013, foi homenageado pelo bandolinista Hamilton de Holanda no CD “Mundo de Pixinguinha”, gravado em cidades como Málaga, Roma, Paris, Lisboa, Nova York e Rio de Janeiro, e contando com as participações do trompetista norte americano Wynton Marsalis, na música “Um a zero”, o pianista cubano Chucho Valdés em “Lamentos” e “Benguelê”, do pianista italiano Stefano Bollani, nas composições “Canção da Odalisca” e “Seu Lourenço no vinho”, o acordeonista francês Richard Galliano, na valsa “Agradecendo”, e do pianista português Mario Laginha, na valsa “Rosa”. Para o bandolinista Hamilton de Holanda, “Pixinguinha (…) é o nome perfeito para abrigar esse encontro. Ele consegue sintetizar os ritmos nascentes brasileiros como o samba, com a valsa, a polca europeia. É capaz de encontrar o exato ponto de comunicação entre os dois universos”. Em 2014, foi homenageado com o espetáculo “Pixinguinha em concerto”, realizado no Teatro João Caetano, centro do Rio de Janeiro, no qual, foram executados arranjos originais dele, sendo executados por uma orquestra de 30 músicos, a Orquestra Pixinguinha em Pauta, com regência de Pedro Aragão e apresentação do cantor Alfredo Del-Penho. O concerto, realizado a partir de uma parceria entre o IMS, o Sesc e a Imprensa Oficial, foi uma celebração do lançamento de duas caixas de partituras do maestro: “Pixinguinha: outras pautas” e “O Carnaval de Pixinguinha”. As caixas possuem 44 e 25 arranjos cada uma e incluem arranjos para clássicos como “Carinhoso” e “Lamentos”, além de músicas de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Anacleto de Medeiros, Donga e João da Bahiana. Em 2017, começou a ser filmada sua biografia, sob direção de Denise Saraceni e contando com o músico Seu Jorge no papel principal. Ainda em 2017, em comemoração aos 120 anos de seu nascimento foi lançado pelo Instituto Moreira Salles um portal que reúne o acervo do compositor incluindo 40 composições inéditas reveladas em pesquisa realizada pelo Instituto. O material disponibilizado trás partituras manuscritas de suas composições e arranjos, discografia para audição on-line, mais de 3 mil recortes de críticas e reportagens sobre o artista. Está ainda disponibilizado o primeiro catálogo crítico sobre ele com informações sobre cada uma das mais de 500 músicas compostas por ele.  Também em 2017, o Ballet da Cidade de Niterói apresentou na Cidade das Artes o espetáculo “Choros e valsas: um tributo a Pixinguinha”, com clássicos como “Rosa” e “Carinhoso”. No ano de 2018 a Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro aprovou por iniciativa dos vereadores Remont (PT) e Marcelo Arar (PTB), o Reduto Pixinguinha, localizado na Praça Ramos Figueira, entre Ramos e Olaria, na Zona da Leopoldina. O espaço, dedicado ao gênero “choro”, foi um dos locais onde o maestro se apresentava com frequência, pois residia em rua próxima. A roda de choro de inauguração do Reduto Pixinguinha contou com músicos que tocaram com o maestro, entre os quais Zé da Velha (trombone), Mestre Siqueira (cavaquinho) e Joel Nascimento (bandolim). Em 2019, foi aberta ao público pelo Instituto Moreira Salles a exposição “Pixinguinha: naquele tempo, hoje e sempre”, inaugurada no dia 23 de abril, data oficial de nascimento do músico, aliás contestada nessa época por alguns pesquisadores. A data foi declarada  como o “Dia Nacional do Choro” em homenagem a ele. Foram expostos cerca de 50 itens do compositor tais como chapéus, gravatas, abotoaduras, caneta, diapasão, paletas de saxofone e uma flauta, Segundo o curador Luiz Fernando Vianna, “Essa foi a última flauta em que ele caminhava para o ostracismo, mais foi chamado por Benedito Lacerda para formar um duo (ele no sax, Lacerda na flauta). Isso acabou abrindo o caminho do reconhecimento”. Essa mesma flauta foi tocada pelo músico Antônio Rocha interpretando obras do flautista. Ainda na mesma exposição puderam ser ouvidas versões do choro “Carinhoso”, com letra de Braguinha, nas vozes de nomes como Chico Buarque, Zélia Duncan, Joyce, Carminho e Monarco, além de fotos dos anos 1960, e uma linha cronológica do tempo de sua carreira.

Discografias
2002 Sony Music CD Aa inéditas de Pixinguinha

Água de Moringa

2000 Independente CD Pixinguinha alma e corpo - Carlos Malta e Quarteto de Cordas
1999 Multiletra Editora CD Pixinguinha para crianças - Uma lição de Brasil
1997 BMG Brasil CD Pixinguinha - 100 anos
1997 Sarau Produuções CD Pixinguinha - 100 anos - Ao vivo no CCBB
1997 Kuarup CD Sempre Pixinguinha - 100 ANOS

Henrique Cazes e Joel Nascimento

1995 Ricardo Camargos Gravação independente com patrocínio da Telerj CD Piano Pixiguinha
1994 Revivendo CD Oito Batutas
1992 Odeon CD São Pixinguinha
1988 Kuarup LP 15 anos sem Pixinguinha

Henrique Cazes e Joel Nascimento

1988 Sony Music LP Clara Sverner & Paulo Moura interpretam Pixinguinha
1988 Kuarup Discos LP Pixinguinha/Orquestra Brasília
1982 Funarte LP Vivaldi e Pixinguinha - Radamés Gnattali (Piano/Cravo) e Camerata Carioca
1975 Marcus Pereira LP Pixinguinha do novo

Altamiro Carrilho e Carlos Poyares

1972 Continental LP Dilermando Reis interpreta Pixinguinha
1971 Odeon LP Som Pixinguinha
1968 Odeon LP Gente da antiga - Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Baiana
1968 MIS-006 LP Pixinguinha 70
1967 RCA Victor LP Carnaval dos bons tempos - Pixinguinha e sua banda
1960 Musidisc LP Alegria, com Pixinguinha e sua orquestra
1959 Sinter LP Marchas de João de Barro e Alberto Ribeiro, com Pixinguinha e sua Banda
1959 Victor 78 Marreco quer água/Paciente
1958 Sinter LP Cinco companheiros

Pixinguinha, com Abel Ferreira, Pedro Vieira, Silva Leite e Irani Pinto

1957 Sinter LP Assim é que é Pixinguinha
1957 Sinter LP Pixinguinha e Sua Banda em Carnaval de Nássara
1956 Sinter LP 5 Companheiros - Pixinguinha e os chorões daquele tempo
1956 Sinter LP Festival da Velha Guarda
1955 Sinter LP A Velha Guarda
1955 Sinter LP Carnaval da Velha Guarda
1950 Victor 78 A menina do sobrado/Vagando

(Com Benedito Lacerda)

1950 Victor 78 Matuto/Displicente

(Com Benedito Lacerda)

1950 Victor 78 Yaô/Atraente

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Acerta o passo/Marilene

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Agüenta, seu Fulgêncio/Soluços

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Língua de preto/Devagar e sempre

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Sedutor/O gato e o canário

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Sofres porque queres/Seresteiro

(Com Benedito Lacerda)

1949 RCA Victor 78 Só para moer/Segura a mão

(Com Benedito Lacerda)

1947 RCA Victor 78 Andre de sapato novo/Ainda me recordo

(Com Benedito Lacerda)

1947 RCA Victor 78 Saudades do Rio/Os oito Batutas

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Ela e eu/Ingênuo

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Naquele tempo/Segura ele

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Saudades de Matão/Descendo a serra

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Tico-tico no fubá/Pagão

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Um a zero/Sofres porque queres

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Urubatan/Proezas do Solon

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Vou vivendo/Cheguei

(Com Benedito Lacerda)

1946 RCA Victor 78 Vou vivendo/Naquele tempo

(Com Benedito Lacerda)

1942 Odeon 78 Chorei/Os cinco companheiros
1941 Victor 78 Lamentos/Carinhoso
1938 Victor 78 Bicho danado

(Diabos do Céu)

1938 Victor 78 Diabinho de saia

(Diabos do Céu)

1936 Victor 78 Diabo solto

(Diabos do Céu)

1936 Victor 78 Não há mais vale

(Diabos do Céu)

1934 Odeon 78 Recordando/Iolanda
1933 Victor 78 Braúlia

(Diabos do Céu)

1933 Victor 78 Luzia no frevo

(Diabos do Céu)

1933 Victor 78 Nostalgia de Plutão

(Diabos do Céu)

1933 Victor 78 Quebra, meu bem

(Diabos do Céu)

1933 Victor 78 Tudo no arrastão

(Diabos do Céu)

1932 Victor 78 Ai que dor/Como eu te amei

(Grupo da Guarda Velha)

1932 Victor 78 Ainda me recordo/Estou voltando
1932 Victor 78 Esperança (I)/Esperança (II)

(Grupo da Guarda Velha)

1931 Victor 78 Conversa de crioulo/Café Viramundo

(Grupo da Guarda Velha)

1931 Victor 78 Há ! Hu ! Lahô !/Patrão, prenda seu gado

(Grupo da Guarda Velha)

1931 Victor 78 Que querê/Já andei

(Grupo da Guarda Velha)

1931 Victor 78 Vamo chorá, nega?/Carrapato cum tosse

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 A vida é um buraco
1930 Victor 78 Marcha Cabanas

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 Miguel Costa

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 Modulando/Doutor. ... Sem sorte

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 O urubu e o gavião
1930 Victor 78 Perfume de mulata/Pistonista sabido

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 Quebrando/Amparito

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 Tamoio/Benga

(Orquestra Victor Brasileira)

1930 Victor 78 Viva Isidoro

(Orquestra Victor Brasileira)

1929 Victor 78 Aborrecido

(Orquestra Victor Brasileira)

1929 Victor 78 Agüenta seu Fulgêncio
1929 Parlophon 78 Despresado/Tem fogo aqui!

(Orquestra Típica Pixinguinha-Donga)

1929 Victor 78 Segura ele
1929 Victor 78 Suspiros/Carinhoso

(Orquestra Victor Brasileira)

1929 Victor 78 Vem cá, não vou/Urubatam

(Orquestra Victor Brasileira)

1928 Odeon 78 Infantil/Número um
1928 Parlophon 78 Lamentos/Amigo do povo

(Orquestra Típica Pixinguinha-Donga)

1928 Parlophon 78 Não diga não/Carinhoso

(Orquestra Típica Pixinguinha-Donga)

1928 Parlophon 78 Os teus beijos

(Orquestra Típica Pixinguinha-Donga)

1928 Odeon 78 Vamos brincar/Ainda existe
1926 Odeon 78 Sapequinha

(Grupo dos Ases)

1926 Odeon 78 Tapa buraco

(Grupo dos Ases)

1923 Victor 78 Até a volta/Vitorioso
1923 Victor 78 Bataclan/Lá vem ele
1923 Victor 78 Caruru/Urubu

(Os Oito Batutas)

1923 Victor 78 Falado/Já te digo
1923 Victor 78 Graúna/Me deixa, serpentina!
1923 Victor 78 Lá-Ré/Pra quem é...
1923 Victor 78 Meu passarinho/Até eu

(Os Oito Batutas)

1923 Victor 78 Nair/Não presta pra nada
1923 Victor 78 Se papai souber/Tricolor
1923 Victor 78 Três estrelinhas/Vira a casaca
1922 Odeon 78 Dançando

(Grupo do Pixinguinha)

1922 Odeon 78 Ipiranga

(Grupo do Pixinguinha)

1921 Odeon 78 Domingo eu vou lá

(Grupo do Pixinguinha)

1921 Odeon 78 Eu também vou

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Agonia lenta

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Fica calmo que aparece

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Nostalgia ao luar

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Os dois que se gostam

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Os escoteiros

(Grupo do Pixinguinha)

1919 Odeon 78 Os oito batutas

(Grupo do Pixinguinha)

1917 Odeon 78 Morro da favela

(Grupo do Pixinguinha)

1917 Odeon 78 Morro do Pinto

(Grupo do Pixinguinha)

1917 Odeon 78 Rosa

(Grupo do Pixinguinha)

1917 Odeon 78 Sofres porque queres

(Grupo do Pixinguinha)

1913 Phoenix 78 Carne assada

(Choro Carioca)

1913 Phoenix 78 Guará

(Choro Carioca)

1913 Phoenix 78 Não tem nome

(Choro Carioca)

1913 Phoenix 78 Roseclair

(Choro Carioca)

1912 Odeon 78 Lulu

(Choro Carioca)

1912 Odeon 78 O morcego

(Choro Carioca)

1912 Odeon 78 Qualquer coisa

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 Dainéia

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 Isto não é vida

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 Nhonhô em Sarilho

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 Nininha

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 Salve (A princesa de cristal)

(Choro Carioca)

1911 Odeon 78 São João debaixo d'água

(Choro Carioca)

Obras
A pombinha (c/ Donga)
A vida é um buraco
AS proezas de Solon
Agüenta, seu Fulgêncio
Ai, eu queria (c/ Vidraça)
Ainda existe
Amigo do povo
Assim é que é
Benguelê
Bianca (c/ Andreoni)
Buquê de flores (c/ W. Falcão)
Cafezal em flor (c/ Eugênio Fonseca)
Carinhos
Carinhoso (c/ João de Barro)
Carnavá tá aí (c/ Josué de Barros)
Casado na orgia (c/ João da Baiana)
Casamento do coronel Cristino
Chorei
Chorinho no parque São Jorge (c/ Salgado Filho)
Cochichando (c/ João de Barro e Alberto Ribeiro)
Conversa de crioulo (c/ Donga e João de Baiana)
Céu do Brasil (c/ Gomes Filho)
Dando topada
Dança dos ursos
Desprezado
Devagar e sempre
Displicente
Dominante
Encantadora
Estou voltando
Eu sou gozado assim
Fala baixinho (c/ Hermínio Bello de Carvalho)
Festa de branco (c/ Baiano)
Foi muamba (c/ Índio)
Fonte abandonada (c/ Índio)
Fratenidade
Gavião calçudo
Glória
Guiomar (c/ Baiano)
Harmonia das flores (c/ Herminio Bello de Carvalho)
Há! hu! lá! ho! (c/ Donga e João da Baiana)
Infantil
Iolanda
Isso é que é viver (c/ Herminio Bello de Carvalho)
Isto não se faz (c/ Herminio Bello de Carvalho)
Jardim de Ilara (c/ C. M. Costal)
Já andei (c/ Donga e João da Baiana)
Já te digo (c/ China)
Knock-out
Lamento (c/ Vinícius de Moraes)
Lamentos
Leonor
Levante, meu nego
Lusitânia (c/ F. G. D. )
Lá-ré
Mais quinze dias
Mama, meu netinho (c/ Jararaca)
Mamãe Isabé (c/ João da Baiana)
Marreco quer água
Meu coração não te quer (c/ E. Almeida)
Mi tristezas solo iloro
Mulata baiana (c/ Gastão Viana)
Mulher boêmia
Mundo melhor (c/ Vinícius de Moraes)
Naquele tempo
Nasci pra domador (c/ Valfrido Silva)
No elevador
Noite e dia (c/ W. Falcão)
Nostalgia ao luar
Não gostei dos teus olhos (c/ João da Baiana)
Não posso mais
Número um
O meu conselho
Onde foi Isabé
Os batutas (c/ Duque)
Os cinco companheiros
Os home implica comigo (c/ Carmen Miranda)
Oscarina
Paciente
Papagaio sabido (c/ C. Araújo)
Patrão, prenda seu gado (c/ Donga e João da Baiana)
Poema de raça (c/ Z. Reis e Benedito Lacerda)
Por vôce fiz o que pude (c/ Beltrão)
Poética
Pretenciosa
Promessa
Página de dor (c/ Índio)
Pé de mulata
Que perigo
Que querê (c/ Donga e João da Baiana)
Quem foi que disse
Raiado (c/ Gastão Viana)
Rancho abandonado (c/ Índio)
Recordando
Rosa
Rosa (c/ Otávio de Souza)
Samba de fato (com Baiano)
Samba de nego
Samba do urubu
Samba fúnebre (c/ Vinícius de Moraes)
Samba na areia
Sapequinha
Saudade do cavaquinho (c/ Muraro)
Segura ele
Seresteiro
Sofres porque queres
Solidão
Soluços
Sonho da Índia (c/ N. N. e Duque)
Stella (c/ de Castro e Souza)
Teu aniversário
Teus ciúmes
Triangular
Tristezas não pagam dívidas
Um caso perdido
Uma festa de Nanã (c/ Gastão Viana)
Urubu
Vamos brincar
Variações sobre o urubu e o gavião
Vem cá! não vou!
Vi o pombo gemê (c/ Donga e João da Baiana)
Você não deve beber (c/ Manuel Ribeiro)
Você é bamba (c/ Baiano)
Vou pra casa
Vou vivendo
Xou Kuringa (c/ Donga e João da Baiana)
Yaô africano (c/ Gastão Viana)
Zé Barbino (c/ Jararaca. )
Zé Barbino (c/ Jararaca. )
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB: A História de um século. Rio de Janeiro: Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CABRAL, Sérgio. Pixinguinha – vida e obra. Rio de Janeiro: Lumiar, 1997.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro,1982.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.

História da Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora Abril, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: 34, 1997.

SILVA, Marília Trindade Barbosa da e FILHO, Arthur Loureiro de Oliveira. Filho de Ogum Bexiguento. Rio de Janeiro: Funarte, S/D.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

Crítica

A biografia de Pixinguinha começa assim em meu livro “Panorama da música popular brasileira” (São Paulo, Martins, 1964): “Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco; mas, se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido: escreva depressa, Pixinguinha.” Essa frase certamente chegou ao conhecimento do mestre. Pouco depois do livro publicado, ele me telefonou, reclamando que eu não lhe enviara o “Panorama”. Prometi-lhe que faria a remessa com urgência. Promessa feita, promessa prontamente cumprida. Em encontros posteriores, ele nunca se referiu ao recebimento do livro, mas, pelo meu trabalho, expressou a gratidão de outras maneiras mais sutis. Por exemplo: a dedicatória, em letras grandes, ao elepê “Pixinguinha 70”, escrita a 1º de outubro de 1968: “Ary, grande amizade. Pixinguinha.” Convivi com o autor de “Ingênuo” em dias de muita felicidade, tendo almoçado diversas vezes em sua casa da Rua Belarmino Barreto – hoje Rua Pixinguinha – degustando, na sobremesa, o pudim de ovos, confeccionado pela sua esposa, d. Béti. Dias gloriosos de que participei, partilhando da alegria do casal, bem como outros convivas ilustres: Caninha, Alfredinho Flautim, Donga, João da Baiana etc. Anos depois, e dias antes de sua morte, reencontrei Pixinguinha – e pela última vez – em casa de Luperce Miranda, em um animado aniversário deste, festejado com muita cachaça e muito choro, naturalmente. No final da festa, fui levar Pixinguinha a casa, não mais a alegre e espaçosa da rua que levava seu nome, mas um minúsculo e lúgubre apartamento do Conjunto de Músicos, em Inhaúma. Pensei: como poderia viver solitário e com tanta pobreza aquele que eu considero o maior compositor popular brasileiro de todos os tempos, autor de sucessos absolutos como “Carinhoso”, “ Lamento”, “Ingênuo”, músicas que estufaram de dinheiro grosso tantos outros bolsos? Voltei sozinho, quase em lágrimas, para casa. Então me recordei de uma conversa que tivera, dentro de um ônibus, com Pixinguinha, em dias melhores, e da explicação que ele me ofereceu quando manifestei minha estranheza que não ficara rico com a música. “É que o editor brasileiro, além de furtá-lo aqui” – disse-me — trocava com o estrangeiro “o direito de assaltá-lo também lá fora.” Dólares e francos dos direitos de “Carinhoso”, por exemplo, ficavam no exterior e, em compensação, não eram para lá remetidos os de fox e valsas estrangeiros que eram executados aqui. Uma mão suja girava na outra, nessa lavagem de direitos autorais – e daí que Pixinguinha tenha morrido paupérrimo. E assim, a morte de Pixinguinha foi bem mais triste do que a de Ivan llitch, personagem de Tolstoi. Se aqui no Brasil foi assim tratado nosso maior compositor popular, que podem esperar os demais, mesmo aqueles que também inundaram de tanta luz e fulgor os caminhos de nossa música popular?

Ary Vasconcelos