Cantor. Compositor. Ator cômico.
Iniciou a carreira no começo dos anos 1920 como ator cômico e cançonetista rivalizando com atores como Sebastião Arruda e Viterbo Azevedo que faziam papéis de caipiras. Gravou seu primeiro disco em 1929, pela Parlophon, interpretando o monólogo “Guerra ao mosquito”, de Luiz Peixoto e Marques Porto, e, com acompanhamento de piano, a paródia sobre a canção “Casa de caboclo”, de Bastos Tigre e Hekel Tavares, que, segundo o jornalista Luis Nassif, fez bastante sucesso. Segundo ele, “Bastos Tigre, quando da campanha política referente às eleições presidenciais para escolher o substituto de Washington Luiz, aproveitou a melodia em sua totalidade e elaborou esta paródia, interessantíssima, sobretudo para reavivar nossa história através da música”. No mesmo ano, com acompanhamento da Simão Nacional Orquestra, gravou a marcha “Eu quero uma mulher bem preta”, de Eduardo Souto, e o fado maxixe “O Manel e a Maria”, de Eduardo Souto e João da Praia. No mesmo ano, gravou com o instrumentista, cantor e compositor Jararaca os números cômicos “Minas, São Paulo”, de Luiz Peixoto, e “Venda d um bonde”, o diálogo cômico “Onde É Que Está O Gato”, e o dueto cômico “Café Com Leite”, todas com Jararaca.
Em 1930, em dueto com Jararaca, interpretou os números cômicos “Sai Da Frente” e “As Comidas São Outras”, com Jararaca. Com a cantora Dora Brasil registrou os sambas “Nega prosa” e “Gosto muito de ti”, ambos de J. Aimberê, a canção cômica “Alvorada no sertão”, com Marques Porto, e o cateretê “Os marimbondo”, de Antonio Corimba e Luiz Peixoto. Com E. Viana gravou o número cômico “O caixeiro e o patrão”, de Bastos Tigre e Francisco Mignone, e, sozinho, o número cômico “Conto do vigário”, de sua autoria, a cançoneta “Luiza!… Luiza!…”, com Freire Jr., as canções cômicas “Tava assim de português”, de Chiquinha Gonzaga e Marques Porto, e “Miss favela”, de Henrique Vogeler e Nelson de Abreu, uma paródia do samba canção “Linda flor (Ai, ioiô)”, de Henrique Vogeler e Luiz Peixoto, que contou com o acompanhamento do grupo Batutas do Irajá, e o monólogo “São Benedito Pretinho”, de Osvaldo Santiago. No mesmo ano, gravou solo o monólogo “Tou Despedido”, de Bastos Tigre, a conferência humorística “O Café Vai Subir”, de Luis Peixoto, a cena cômica “A descoberta da América”, de Lamartine Babo, a cançoneta “Luísa Luísa”, com Freire Júnior, e a canção cômica “Tava Assim De Português”, de Chiquinha Gonzaga e Marques Porto. Anda em 1930, pela Parlophon, lançou com a atriz Mariska o número cômico “Oui Coroné”, de sua autoria, e a canção cômica “A favela urbanizada”, de Freire Jr., esta última, com acompanhamento do grupo Batutas do Irajá. Com o cantor Alfredo Albuquerque lançou as cenas cômicas “Cariocas e Paulistas”, “O casamento de Barrabás” e “Sou de circo”, de sua autoria, e “O barbeiro Ananias”, de Bastos Tigre. Com o cantor Augusto Calheiros, registrou a cena cômica “Ordinário Marche”, de sua autoria, e com a atriz e cantora Maria Vidal a cena cômica “Sá Zeferina”, de Chiquinha Gonzaga, e o samba “São Benedito Pretinho”, de Joaquim Sanches e Carlos Bittencourt.
Em 1931, gravou pela Victor, com a atriz e cantora Gerusa Bastos os números humorísticos “Campanha Da Boa Vontade” e “Chevalier De Cascadura”, de sua autoria. No mesmo ano, gravou na Parlophon os números cômicos “O café baixou”, de Luiz Iglesias, e “O aparelho”, de Freire Jr., e, com a cantora e atriz Maria Vidal, a cena cômica “A mais bela”, de Luiz Iglesias, e o cômico “Eu sou do vermelho”, de sua autoria. Também em 1931, e na mesma gravadora Parlophon, registrou com a atriz e cantora Maria Vidal e o Bando de Tangarás, integrado por Noel Rosa, Almirante, Braguinha, Alvinho, o cômico “Mulata mal inducada”, com Luiz Peixoto e Bando de Tangarás, e a paródia “Ai! As crioulas”, de Beatriz Fernandes e A. Guimarães, e, com a cantora e atriz Maria Vidal o cateretê “Preto Do Sertão”, de sua autoria, a cena cômica “Acordo Ortográfico”, com Freire Júnior. Em 1932, gravou solo o cômico “O divórcio vem aí”, com Osvaldo Santiago, o samba “Maria no samba”, de Otaviano Fernandes, e a marcha “Não me deixam comer”, de Noel Rosa, que começava a se destacar como compositor, e, com Maria Vidal, o samba “Não posso com a sua vida”, de Euríperes Ferreira e Gilberto Marinho. Em 1932, gravou na Columbia os números humorísticos “Barbeiro Do Mané”, com Lili Leitão, e “Pau De Formiga Civiliza-se”, “Negócios São Negócios” e “Pires Da Costa Paes”, de sua autoria. Em 1933, com acompanhamento de conjunto regional registrou os números cômicos “A Iágua E Suas Consequências”, de Henrique Pongetti, e “Matando Charadas”, de sua autoria. No mesmo ano, gravou com Jararaca, acompanhado de conjunto regional, as cenas cômicas “Jararaca Faz Anos” e “O Ex-presso Da Central”, com Jararaca. Afastou-se das gravações durante algum tempo. Em 1950, gravou um último disco com as canções “Maus Pensamentos” e “Conversa No Boteco”, com Jararaca. Em 2000, sua gravação para a marcha “Não Me Deixam Comer”, de Noel Rosa, fez parte coletânea de ste CDs “Noel pela primeira vez”, da gravadora Velas com gravações raras do Poeta da Vila. No mesmo ano, sua gravação da canção cômica “Tava Assim De Português”, de Chiquinha Gonzaga e Marques Porto, fez parte da coletânea “Chiquinha Gonzaga – A Maestrina”, da gravadora Revivendo com composições de Chiquinha Gonzaga.
Ligado ao teatro de revistas gravou inúmeros cômicos e cançonetas, gêneros muito utilizados no teatro de revistas naquela época. Nessas composições eram abordados variados temas de costume ou de política. Foi parceiro de autores do teatro de revistas como Luiz Peixoto, Marques Porto e Freire Júnior. Fez diversas apresentações e algumas gravações com o cantor, compositor e instrumentista Jararaca, de quem foi parceiro em algumas composições. Gravou discos na Parlophon, na Victor, na Columbia e na Continental.